sábado, 5 de abril de 2008

Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo - 15


Olá, amigos.

Chegando ao penúltimo post, a série Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo já adentra à estrada do terceiro milênio no repertório de Roberto Carlos. Depois de um período pessoal muito triste, que levou para novos rumos sua carona Maria Rita, RC retorna aos poucos com seu trabalho como compositor, mostrando o quanto é preciso saber viver e guiar com carinho nesta que é sua estrada: a MÚSICA.

E na até então única canção relacionada a carros e a velocidade do primeiro terço do século XXI, Roberto olhou pelo retrovisor e reviu a Jovem Guarda, cronologicamente um distante momento, mas que permanece pra sempre em seu coração. E no disco batizado Pra sempre, de 2003, RC trouxe a recordação de velhos tempos e belos dias através de um "possante".

Artista que em 1964 ficou conhecido como o homem que declarou sua paixão por um calhambeque mesmo diante de um Cadillac, 39 anos depois RC dedicou espaço ao carro outrora deixado de lado numa oficina. Foi o retorno do Cadillac, agora protagonista de uma música na qual o calhambeque aparecia como mero coadjuvante e companheiro de garagem.

E em letra e música, Roberto e Erasmo, a dupla de muitas estradas, viajou para reencontrar "os incríveis anos 60" e recontar a bordo de um Cadillac. Pelo retrovisor, a Jovem Guarda foi vista sob outra ótica, na velocidade de um blues bem humorado que comprova que momentos como este são eternos, seja no registro de um LP (ou, agora no século XXI, no CD) ou no registro do coração.

Segue a letra! Na foto, um registro deste que vos escreve do momento em que o Cadillac invadiu a apresentação de Roberto Carlos no show do Canecão.

Abraços a todos, Vinícius.

O CADILLAC - Roberto e Erasmo

Peguei meu Cadillac
Mil novecentos e sessenta
E nele me sentia
Com metade de quarenta
Em meu Cadillac, meu Cadillac...

Saí pela cidade me sentindo um jovenzinho
E na primeira esquina
Parei ao lado de um brotinho
Meu Cadillac, meu Cadillac...

E o brotinho
Do meu lado
Ao sair deixou comigo
O meu passado

Fui à casa da Dorinha
Minha antiga namorada
E como nos velhos tempos
Parei em cima da calçada
Meu Cadillac, meu Cadillac...

Veio um cara lá de dentro
Perguntou a que eu vinha
E cheio de intimidade
Perguntei pela Dorinha

E meio sério
Ele me disse
A Dorinha é minha agora
E é melhor você chama-la Dona Dora

Meu Cadillac lindo, longo, conversível, extravagante
Quase seis metros de um vermelho cintilante
Me lembro bem da minha juventude linda
Tudo era alegria eu me lembro bem ainda

A tarde vinha vindo
E pra casa eu voltava
Peguei o meu amor que no caminho me esperava
Em meu Cadillac, meu Cadillac...

Depois de um longo beijo
Contei à ela as novidades
Que eu viajei no tempo
E estava doido de saudade

Saudade dela
No meu Cadillac
Já na garagem o pé no breque
O Cadillac ao lado do meu calhambeque

Já na garagem o pé no breque
O Cadillac ao lado do meu calhambeque...

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