sábado, 5 de abril de 2008

As cidades de Roberto Carlos - RECIFE


Olá, amigos.

A série As cidades de Roberto Carlos chega ao seu último post antes do momento especial que inspirou esta passagem por vários lugares marcantes na estrada de vida e obra de Roberto Carlos - que vocês verão em dose dupla nos próximos instantes deste fotolog. Depois de mostrarmos anteriormente a terra que apresentou RC ao mundo, hoje é a vez de falarmos sobre a cidade na qual o cantor retornou sua rotina de shows, interrompida por conta da doença de Maria Rita, que a levaria no fim de 1999.

"RECIFE foi a primeira cidade onde fiz meu primeiro show após o sucesso do meu segundo disco. O Geraldão tem me dado muita alegria". Estas palavras já demonstram o quanto a capital pernambucana faz bem para seus momentos no palco.

Fundado no ano de 1537, dentre as capitais brasileiras Recife é a mais antiga em sua certidão. Em seu início, o povoado servia meramente como "saída para o mar" dos interesses de Olinda, capital do governo de Pernambuco. Sua história mudaria em 1630, através de colonizadores de outra nacionalidade. Em fevereiro daquele ano, os holandeses (que já tinham tentado invadir o Brasil ocupando a Bahia, mas a revolta fracassou completamente) invadiram a Capitania de Pernambuco. O objetivo era permitir que a Holanda voltasse a ter comércio de açúcar, revogando leis proibidas por governantes luso-espanhóis (a Península Ibérica dominava o controle do Brasil).

A invasão da Companhia das Índias Holandesas teve resistência liderada por Matias de Albuquerque e tendo em sua frente de combate militares como Henrique Dias e Felipe Camarão, mas foi derrotada graças à submissão que, aos poucos, os senhores de terra aceitaram - a história destaca o nome do comerciante Domingos Fernandes Calabar como o maior traidor dos portugueses (seu sobrenome hoje é sinônimo de grande traição). Após a vitória dos holandeses, o local passou a ser conhecido como Nova Holanda, e sua administração ficou a cargo do Conde João Maurício de Nassau Siegen.

A região do Recife foi a escolhida para ser a capital do novo país, e recebeu o nome de Maurisstad (que em português significa "Cidade Maurícia"). Beneficiados com o domínio soberano no controle da cana-de-açúcar, os holandeses levaram seu país das Américas à prosperidade, construindo pontes e canais para se defender das oscilações do Rio Capibaribe.

Os portugueses e espanhóis fizeram investidas em busca de retomar o controle do local, mas diante do insucesso da nova revolta, acabaram propondo uma trégua de dez anos em 1640. O período holandês em Recife começou a ter decadência quatro anos depois, quando Nassau foi destituído do cargo, em virtude de acusações de improbidade administrativa.

A Holanda enviou outros administradores, que foram rejeitados pelos pernambucanos e desencadearam a Insurreição Pernambucana (também denominada Guerra da Luz Divina em alguns livros de História do Brasil) - tendo entre seus líderes os nomes de Felipe Camarão, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e André Vidal de Negreiros (o movimento é considerado o primeiro com interesses nacionalistas). A revolta foi iniciada por conta da intolerância da Companhia das Índias Ocidentais Holandesa, que, ao contrário de Nassau, passou a cobrar dívidas de senhores de terra inadimplentes - justamente num momento em que os engenhos de cana-de-açúcar conviviam com pragas e sêca.

Após várias batalhas - a mais famosa delas é a Batalha dos Guararapes - os holandeses assinaram sua rendição, e, em 1654, deixaram definitivamente o Brasil. A aldeia recebeu o nome de Santo Antônio dos Cacimbas do Recife do Porto em 1709. Em 1823 foi elevada à condição de cidade e, em 1837, se tornou a capital do estado de Pernambuco (que, anteriormente, tinha como capital Olinda). Nos séculos XIX e XX a cidade se desenvolveria, mas mantendo muito de seu patrimônio histórico.

Atualmente, a capital pernambucana se destaca por sua cultura (e, para os foliões desavisados que acessam este fotolog na sexta-feira de carnaval, lá se concentra o Galo da Madrugada, considerada a maior agremiação carnavalesca do mundo, por agregar cerca de dois milhões de pessoas a cada período de folia). A cidade nordestina também é conhecida por seu extenso litoral.

E em Recife, as emoções de Roberto Carlos começavam a voltar ao seu devido lugar: diante do público que o aplaude há tanto tempo. Eram 23h no dia 11 de novembro de 2000 quando o palco do Geraldão teve o prazer de rever RC. Ainda um pouco introspectivo por tudo o que passou nos anos anteriores, mas, entre lágrimas e música, iniciando uma nova etapa de superação. "Este nosso encontro demorou, mas vocês entendem muito bem as razões".

A cidade e os 9 mil espectadores que estiveram no ginásio ainda receberam dois privilégios: Roberto antecipou duas músicas que estariam em seu disco a ser lançado em breve - a religiosa Tu és a verdade, Jesus, e a faixa-título de seu álbum e de seu show, Amor sem limite (apresentada no início e no final do show). E também recebe o carinho especial de RC, que novamente se apresentava no palco que o consagra desde o começo da sua carreira - comprovando a frase da canção que encerra o post de hoje: "quem ama não esquece quem ama".

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos nos momentos finais do show Amor sem limite, que iniciou sua temporada na cidade homenageada hoje como uma das cidades de RC.

Abraços a todos, Vinícius.

AMOR SEM LIMITE - Roberto Carlos

Quando a gente ama alguém de verdade
Esse amor não se esquece
O tempo passa, tudo passa, mas no peito
Esse amor permanece
E qualquer momento longe é demais
A saudade atormenta
Mas qualquer minuto perto é bom demais
E o amor só aumenta

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito

Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas dela eu nunca me esqueço

Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe

Vivo por ela
Ninguém duvida
Porque ela é tudo
Na minha vida...

Um comentário:

Sandete Ferrão disse...

Comecei a seguir o Roberto no inicio de sua carreira e hoje nos tornamos amigos.
Essas lembranças são especiais e ficam gravadas na memória.Grata por compartilhar