Olá, amigos.
Com o post de hoje, a série Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo cruza a estrada de mais uma década do repertório de Roberto Carlos. Na década de 1990, ela surgiria em meio à vertente romântica já consolidada no decênio anterior, e que ficou ainda mais presente nos últimos dez anos do século XX.
Naquele início de anos 90, o país convivia com a ascensão e a dominação de um novo estilo de música nas rádios e nas televisões brasileiras. Trata-se de uma nova ótica que a música sertaneja recebeu naquele período, um NEO-SERTANEJO que trazia elementos de música country que modernizou as duplas caipiras e seu estilo de interpretação e das músicas compostas para eles gravarem.
Sempre atento aos sucessos das rádios, RC já percebera o novo estilo que adentrava na música brasileira, e em seu Roberto Carlos Especial de 1986 recebeu as duplas Chitãozinho & Xororó (com quem cantou De coração pra coração) e Christian & Ralph (que, ao lado de Roberto, releram Debaixo dos caracóis dos seus cabelos). As duas duplas, aliadas à dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos, cantaram a música Caminhoneiro (coincidentemente, apresentada no post anterior desta série), no bloco sertanejo daquele programa, que ainda teve a participação de Ranchinho, músico que ao lado do parceiro Alvarenga deu destaque ao cancioneiro caipira.
Cinco anos depois, Roberto abriu espaço à música que abre seu LP de 1991 para uma canção inspirada no estilo neo-sertanejo escrita por ele e por Erasmo Carlos. As fotos do disco já mostravam sua adesão ao ritmo que tomou conta da década - nas três fotos presentes no LP, RC posa com um chapéu de vaqueiro (em substituição à pena que apareceu nos dois discos anteriores).
Na década de 1990, Roberto abriu espaço em seus programas anuais para as duplas sertanejas que adentraram no cenário da música sertaneja. Por ordem de entrada em cena, passaram por seu Roberto Carlos Especial as duplas Chitãozinho & Xororó (em 1991 o encontro musical foi para cantar a música Amazônia, e no ano seguinte, cantaram a música que aparece no post de hoje), Leandro & Leonardo (no programa de 1993 cantando a música À distância), Zezé di Camargo & Luciano (em 1994, para cantar Sentado à beira do caminho) e também os cantores Sérgio Reis e Almir Sater (que, em 1996, chegaram ao especial de Roberto Carlos para cantar uma música que seus personagens na então novela das 21h da TV Globo, O rei do gado, cantarem ao lado de RC a moda de viola de mesmo nome da novela).
No ano de 2005, Roberto novamente passearia pela praia do estilo neo-sertanejo. Além de dar suas leituras para as canções Coração sertanejo e Índia e dar roupagens mais próximas deste ritmo nas regravações de O baile da fazenda e Meu pequeno Cachoeiro, o cantor ainda escreveu a guarânia Arrasta uma cadeira, em parceria com Erasmo Carlos, para gravar ao lado da dupla Chitãozinho & Xororó.
E através de sua faceta neo-sertaneja, Roberto Carlos novamente adentrou pelo tema da velocidade. Assim como aconteceu com suas músicas no estilo da soul music, o ritmo sertanejo guiava seu veículo para tentar esquecer o amor perdido. Seja através da canção que vinha do rádio, ou da chuva que insistia em passar pelo pára-brisa, a visibilidade da saudade chegava, em mais uma canção que traz a companhia do carro para deixar de lado a solidão que vinha todas as manhãs, tardes e noites, e vinha em letra e música sertaneja no LP de 1991.
Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos nos anos 90.
Abraços a todos, Vinícius.
TODAS AS MANHÃS - Roberto e Erasmo
Todas as manhãs quando eu acordo
Eu me lembro de você
Todos os momentos do meu dia
Não consigo te esquecer
Diga, meu amor
O que é que eu faço
Pra não me lembrar do seu abraço
Eu preciso te esquecer
Entro no meu carro, ligo o rádio
Uma canção me traz você
Tudo que eu vejo de bonito
Se parece com você
Diga, meu amor
O que é que eu faço
Eu preciso arrebentar de vez os laços
Que me prendem a você
Chuva fina no meu pára-brisa
Vento da saudade no meu peito
Visibilidade distorcida pela lágrima caída
Pela dor da solidão
E a chuva no meu pára-brisa
Vento de saudade no meu peito
Visibilidade distorcida pela lágrima caída
Pela dor da solidão
Sempre nos lugares onde vou
Alguém pergunta de você
Paro num sinal e olho a rua
Na esperança de te ver
Diga, meu amor
O que é que eu faço
Tudo faz lembrar você por onde eu passo
E eu preciso te esquecer
E a chuva fina no meu pára-brisa
Vento de saudade no meu peito
Visibilidade distorcida pela lágrima caída
Pela dor da solidão
E a chuva no meu pára-brisa
Vento de saudade no meu peito
Visibilidade distorcida pela lágrima caída
Pela dor da solidão...
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