sábado, 30 de outubro de 2010

Post especial - MARADONA



Olá, amigos.

Certamente, muitos brasileiros devem estar achando estranha esta presença futebolística num blogue dedicado a Roberto Carlos. Mas trata-se de mais um artista da bola a ter ligação com a obra de RC

MARADONA completa hoje 50 anos, muitos deles dedicados a uma trajetória cercada de bom futebol e de polêmicas que ultrapassaram as quatro linhas. Diego Armando Maradona nasceu a 30 de outubro de 1960, na cidade de Lanús.



Logo aos nove anos, ele começou a jogar futebol pelo Argentinos Juniors, onde se destacou por sua habilidade com a perna esquerda. Oito anos depois, foi convocado pela primeira vez para defender a Seleção Argentina, mas não esteve na lista final da Copa de 1978, mesmo se destacando como artilheiro do Campeonato Argentino.



Três anos depois, Maradona transferiu-se para o Boca Juniors, de onde se tornou um grande ídolo mesmo em apenas um ano pelo clube argentino. Não só pela conquista do Campeonato Argentino na temporada 1980-1981, como também por ele sair da Bombonera para jogar em outros gramados - o da Espanha, pelo Barcelona.



Diego chegava ao time catalão alçado como o salvador da escassez de títulos que a equipe passava. No entanto, além da demora a se adaptar, Maradona ainda conviveu com uma hepatite. Mas, no ano seguinte, ele conseguiu levar o time à conquista da Copa do Rei, sobre o arquirrival Real Madrid em 1982-1983.



Nesta mesma época, ele foi à sua primeira Copa do Mundo, na qual padeceu com as faltas seguidas que sofreu das seleções adversárias. Talvez por represália disto, ele tenha encerrado sua participação na competição de maneira tão abrupta - a cinco minutos do fim da partida com o Brasil, o camisa 10 deu uma entrada desleal no volante Batista, e acabou expulso. O Brasil venceu por 3 a 1.

A fase espanhola de sua trajetória fez com que ele se aproximasse da cocaína. Seu desempenho nas partidas oscilou muito, mas ele acabou levando o Barcelona às primeiras colocações do Campeonato Espanhol - perdendo o título para o Athletic Bilbao. Contra o time de Bilbao aconteceria um momento lamentável. Na final da Copa do Rei (o Barça perdeu por 1 a 0), ele iniciou uma pancadaria que o fez ficar suspenso por três meses. A diretoria acertou sua transferência para a Itália. Antes disto, Maradona vendeu a casa em Barcelona para penhorar dívidas.



Em 1985, Maradona chega ao Napoli, e na temporada seguinte levou o time ao seu primeiro título do Campeonato Italiano e à conquista da Copa da Itália, formando um ataque com um centroavante brasileiro - Careca, que no Brasil atuara pelo Guarani e pelo São Paulo. Em paralelo à temporada de 1986-1987, o jogador leva a Argentina à sua segunda conquista da Copa do Mundo.



Em meio a tantas partidas de destaque, nas quais sua habilidade superou a violência dos adversários, o jogo mais polêmico foi contra a Inglaterra. As nações, que brigaram pela posse das Ilhas Malvinas, se enfrentaram e, a certa altura, um cruzamento para a área chegou para uma disputa entre ele e o goleiro inglês. Maradona, de punho cerrado, desviou a bola de Peter Shilton e marcou o gol. Gol que seria definido por ele como "com a minha cabeça e com a mão de Deus".



Logo em seguida, o camisa 10 fez um de seus mais belos gols, passando por seis defensores, mais o goleiro, antes de colocar a bola para o fundo da rede. A Argentina venceu os ingleses por 2 a 1. Na semifinal, mais dois gols, na vitória por 2 a 0 sobre a Bélgica. Os argentinos seriam campeões com uma vitória por 3 a 2 sobre a Alemanha Ocidental.

Pelo time italiano, ainda seria campeão na temporada de 1989-1990, e na Copa de 1990 novamente teria seu destino cruzado com a Seleção Brasileira. Após uma primeira fase muito fraca, a Argentina classificou-se como terceira de seu grupo, e enfrentaria o Brasil. Apesar da boa partida dos brasileiros, apenas um lance eliminou o Brasil da competição. A 11 minutos do fim, Maradona encontrou Caniggia livre. O jogador passou pela zaga, driblou Taffarel e fez o gol da vitória. A Seleção Argentina ainda eliminou a anfitriã Itália nas semifinais, nos pênaltis, mas foi derrotada na final para a Alemanha Ocidental.

No ano seguinte, Maradona viu o ápice do momento em que sua relação com as drogas atrapalhou seu futebol. Foram 15 meses de suspensão, após a descoberta de sua ligação com a Máfia Italiana. Na volta, ele saiu do clube por uma decisão judicial, e voltou à Espanha para atuar no Sevilla, onde também não ficou por muito tempo. Irritado por ser seguido por detetives contratados pela diretoria do clube espanhol, que queria monitorar seus passos na noite, ele rompeu o contrato e voltou à Argentina.



Sua presença no Newell's Old Boys durou apenas cinco partidas e algumas lesões. Só voltaria a ser convocado para a seleção três anos depois, na derrota por 5 a 0 para a Colômbia, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1993. Mesmo assim, a Argentina foi para a Copa do Mundo. Em forma, Maradona surpreendeu a todos e estreou na competição fazendo uma grande partida contra a Grécia - na qual marcou um dos gols na vitória por 4 a 0. Mas, novamente foi derrotado pelas drogas.

Na vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria, ele foi pego no exame antidoping, com substância chamada efedrina, que "justificava" a perda repentina de peso. Sem Maradona, a Argentina perdeu a terceira partida na Copa do Mundo (por 2 a 0 para a Bulgária) e foi eliminada nas oitavas-de-final, com uma derrota por 3 a 2 para a Romênia.



Depois de um curto período como treinador - dos clubes Textil Mandiyú e Racing - ele ainda jogaria entre 1995 e 1997, antes de abandonar a carreira. Passou alguns anos em clínicas de dependentes químicos (chegando a se internar em Cuba), até voltar ao futebol em 2008, no cargo de treinador da Argentina. Entre altos e baixos, levou a seleção à Copa do Mundo, com uma classificação dramática diante do Uruguai. No entanto, no torneio a Argentina fez um início arrasador, com quatro vitórias em quatro jogos. Mas, diante da Alemanha, o time argentino foi eliminado com uma goleada por 4 a 0. Maradona seria demitido logo em seguida.

50 anos depois de tantas emoções, Maradona traz grandes recordações como maior jogador do futebol argentino - dentre eles, a seita La Iglesia Maradoniana de La Mano de Dios. Alheio à polêmica discussão sobre ele ter sido ou não maior que Pelé, o blogue Emoções de Roberto Carlos também rende sua homenagem.

Afinal, RC também faz parte da trilha da vida de Diego Maradona, pois com a "ajuda" dele conseguiu se aproximar de sua paixão, a esposa Cláudia. Hoje, o canal Sportv exibiu o filme Maradona, a mão de Deus, de Marco Risi, lançado em 2007.



Numa das cenas, Diego tenta falar sobre o que sente, e começa a declamar a canção interpretada por RC (que está tocando ao fundo, numa boate). A sequência mais tarde intercala momentos íntimos do casal com gols marcados por Maradona. Sempre tendo Roberto Carlos ao fundo.

Segue a letra! Na foto, um momento que provavelmente alguns brasileiros quisessem ver: Maradona com a camisa da Seleção Brasileira. A imagem é da Copa do Mundo de 1990. Logo em seguida à vitória por 1 a 0 sobre o Brasil, o camisa 10 argentino vestiu a camisa que trocara com o centroavante Careca.

Abraços a todos, Vinícius.

PROPUESTA (Proposta) - Roberto e Erasmo (versão de Buddy & Mary McCluskley)

Yo te propongo
Que nos amemos
Nos entreguemos
Y en el momento
Que el tiempo afuera
No corra más

Yo te propongo
Darte mi cuerpo
Después de amar y mucho abrigo
Y más que todo
Despues de todo
Brindarte a ti mi paz

Yo te propongo
De madrugada
Si estás cansada
Darte mis brazos
Y en un abrazo
Hacerte a ti dormir

Yo te propongo
No hablar de nada
Seguir muy juntos
La misma senda
Y continuar
Después de amar
Al amanecer, al amanecer

Yo te propongo
Darte mi cuerpo
Después de amar
Y mucho abrigo
Y más que todo
Después de todo
Brindarte a ti mi paz

Yo te propongo
De madrugada
Si estás cansada
Darte mis brazos
Y en un abrazo
Hacerte a ti dormir

Yo te propongo
No hablar de nada
Seguir muy juntos
La misma senda
Y continuar
Después de amar
Al amanecer, al amanecer, al amanecer

Yo te propongo...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - AMÉRICA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos vai chegando às suas últimas postagens. E hoje, é a vez de mostrarmos mais um episódio da ligação entre RC e a teledramaturgia de Glória Perez.



Em 14 de março de 2005, estreou no horário das 21h a novela AMÉRICA, mais um momento no qual a autora abordou vários temas para o horário. Imigração ilegal, o universo dos rodeios, cleptomania, homossexualismo e pedofilia na Internet foram alguns deles.



A batalhadora Sol (vivida por Deborah Secco) sonha com um melhor nível de vida, e acha que pode conquistar seu sonho indo para os Estados Unidos. Depois de não conseguir visto, ela decide ir ilegalmente para o país, atravessando a fronteira.



O peão Tião (papel de Murilo Benício) também convive com a pobreza, mas sonha se tornar um grande campeão de rodeios e ter dinheiro para montar uma fazenda. Ele conhece Sol, e ambos se apaixonam, mas ela enfrenta o dilema de querer a qualquer custo ir para os Estados Unidos.

Com esta história, América conseguiu ser mais um grande sucesso de audiência de Glória Perez, que superou até mesmo graves problemas. O primeiro deles aconteceu antes da estreia - através do Orkut, a autora recebeu inúmeros ataques violentos à memória de sua filha, Daniella Perez, com falsos perfis que mostravam fotos dela assassinada. Os agressores se intitulavam "protetores dos animais".



Outro problema foi na direção. A escritora e o diretor Jayme Monjardim se desentenderam sobre ideias, e Jayme se afastou da novela. Sob direção de Marcos Schetman, a trama ficou mais dinâmica e a abertura ficou bem mais ensolarada.

A química entre Sol e Tião não teve bom resultado, e a alternativa foi fazer com que ela terminasse a novela com Eddie (interpretado por Caco Ciocler). Após se livrar de um coma, no qual tinha delírios com o Boi Bandido, Tião teve como desfecho ser o grande campeão de rodeios no capítulo de 5 de novembro de 2005.

Nas tramas paralelas, destaque para as atuações de Eliane Giardini (Viúva Neuta), Murilo Rosa (Dinho), Mariana Ximenes (Raíssa), Christiane Torloni (Haydée) e Juliana Paes (Creuza). E destaque também para o fato de Roberto Carlos aparecer por duas vezes na trilha da novela América.

Uma delas somente como compositor. Uma música sua em parceria com Erasmo lançada originalmente em 1974 chegou a América para ser tema de May (personagem de Camila Morgado), na voz de Marina Elali.



Na outra, o próprio Roberto Carlos se ofereceu para ceder uma gravação sua. Faixa que seria lançada apenas em seu disco no fim do ano, ela foi antecipada para ser o tema de Jatobá (papel de Marcos Frota), personagem que sofria de deficiência visual. Mais tarde, o filho de RC, Segundinho, começou a aparecer na novela, como apresentador de um programa sobre pessoas que sofrem deficiência. Mais uma iniciativa de Glória Perez, que Roberto retribuiu participando da novela, numa cena de Jatobá com sua amada Vera (interpretada por Totia Meirelles)



Seguem as letras! Na foto, Jatobá com Dudu Braga.

Abraços a todos, Vinícius.

VOCÊ - Roberto e Erasmo

Você que tanto tempo faz
Você que eu não conheço mais
Você que um dia eu amei demais

Você que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade

Você que já não diz pra mim
As coisas que eu preciso ouvir
Você que até hoje eu não esqueci

Você que eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade aqui em mim você ficou

Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você e hoje nada sou

Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você e hoje nada sou

*****

A VOLTA Roberto e Erasmo

Estou guardando o que há de bom em mim
Para lhe dar quando você chegar
Toda a ternura e todo meu amor
Estou guardando pra lhe dar

E toda vez que você me beijar
A minha vida quero lhe entregar
E em cada beijo certo ficarei
Que você não vai me deixar

Grande demais foi sempre o nosso amor
Mas o destino quis nos separar
E agora que esta perto o dia de você chegar
O que há de bom vou lhe entregar

Só vejo a hora de você chegar
Pra todo o meu amor poder mostrar
Mas quando eu de perto te olhar
Não sei se vou poder falar

Grande demais foi sempre o nosso amor
Mas o destino quis nos separar
E agora que esta perto o dia de você chegar
O que há de bom vou lhe entregar

Estou guardando o que há de bom em mim

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - TERRA NOSTRA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos chega ao ano 2000, percorrendo vários capítulos de novelas que tiveram RC em sua trilha. E a de hoje é uma das muitas incursões da telenovela brasileira no universo italiano.



Com TERRA NOSTRA, Benedito Ruy Barbosa voltou a abordar a imigração italiana no país, durante o século XIX. O tema apareceu em suas novelas Os imigrantes, da TV Bandeirantes, e O rei do gado, da TV Globo.



Giulianna e Matteo (respectivamente, Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda) se conheceram no navio que os levava da Itália ao Brasil. Entretanto, na hora do desembarque os dois se perdiam, e tomavam rumos diferentes.

Giulianna ia para a pomposa casa do amigo de seus pais, Francesco Maglianno (vivido por Raul Cortez). Ela despertava a paixão de seu filho, Marco Antônio (papel de Marcello Antony), e a ira da dona Janete (interpretada por Ângela Vieira).



Matteo acabava indo com outros imigrantes italianos para a fazenda de Gumercindo (feito por Antônio Fagundes), e lá era obrigado a casar com a filha dele, Rosana (vivida por Carolina Kasting), que inventava uma gravidez para ficar com ele.

Grávida de Matteo, Giulianna se casava com Marco Antônio, mas seu filho era roubado por Janete que, por não aceitar ser avó de um bastardo italiano, o levava para a porta da Santa Casa de Misericórdia. Uma trama com muito sotaque e com extrema emoção assinada por Benedito Ruy Barbosa.

Dirigida por Jayme Monjardim, Terra nostra originalmente teria três fases. No entanto, a história inicial agradou bastante o público, e os personagens foram mantidos até o final. Em vez de "fim", o último capítulo, no ar em 3 de junho de 2000, terminou com um "Essa história não termina aqui".

A intenção do autor era, anos mais tarde, continuar a saga dos imigrantes com os descendentes dos personagens de Terra nostra (coisa que ele tinha feito na TV Bandeirantes com a novela Os imigrantes - Terceira geração). Mas a ideia foi abandonada na sua trama seguinte - Esperança - que, embora nada tivesse a ver com a anterior, foi exportada para o exterior com o título Terra nostra 2. Benedito culpa a exibição de Aquarela do Brasil, minissérie de Lauro César Muniz que se passou na mesma época pensada para a novela Esperança.



Terra nostra teve um investimento pesado da emissora desde o início - as cenas no navio foram muito semelhantes às do então recente filme Titanic. Dentre os destaques, estavam o casal Leonora e Bartolo, vivido por Lu Grimaldi e Antônio Calloni, Paloma Duarte como Angélica e a estreante Maria Fernanda Cândido, como a sedutora Paola. Alavancada pela personagem, Maria Fernanda foi eleita a mulher mais bonita do século XX numa eleição do semanário Fantástico.

Assim como em O rei do gado, houve alguns percalços no caminho de Terra nostra. Jayme Monjardim se sentiu "traído" pela mudança de rumo que Benedito deu à trama. A novela também passou por um longo período de "barriga", em função de estafa do autor, um dos poucos novelistas que ainda insistem em escrever suas tramas sozinho. Nada que comprometesse o sucesso diante do público (chegando a ter média de 58 pontos de audiência), que, durante meses, se habituou a inserir a mescla de italiano com português em suas conversas.

Embora tenha aparecido muito pouco na trama, uma gravação de Roberto Carlos participou desta novela. A canção era tema de Janete, vivida por Ângela Vieira. Vivendo um casamento de aparências com Francesco, ela se envolvia com o novo cocheiro do marido, Josué (o estreante Juan Alba).

Uma curiosidade sobre a importante "canzone" do repertório de RC que abriu o LP San Remo 68 mas em Terra nostra era apresentada numa versão ao vivo. 20 anos depois, Roberto recordava a emoção graças à música de Sergio Endrigo. E esta canção emocionaria uma novela das 21h.



Segue a letra! Na foto, Janete, acompanhada de Giuliana e Francesco - respectivamente Ângela Vieira, Ana Paula Arósio e Raul Cortez.

Abraços a todos, Vinícius.

CANZONE PER TE - Sergio Endrigo e Sergio Bardotti

La festa appena cominciata è già finita
Il cielo non è più com noi
Il nostro amore era l’invidia di chi è solo
La mia ricchezza, la tua allegria

Perché giurare che sarà l’ultima volta
Il cuore non ti crederà
Qualcuno ti darà la mano
E con un bacio un’altra storia nascerà

E tu, tu mi dirai
Che sei felice come non sei stata mai
E un’altra volta io dirò
Le cose che dicevo a te

Ma oggi devo dire che ti voglio bene
Per questo canto e canto te
La solitudine che mi haii regalato
Io la coltivo come un fiore

Ma oggi devo dire che ti voglio bene
Per questo canto e canto te...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - A IDADE DA LOBA E DONA ANJA






Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos apresenta hoje um capítulo à parte na sequência de canções escritas por RC e presentes na teledramaturgia brasileira. Trata-se de uma postagem especial dedicada às novelas da década de 1990 que não foram exibidas pela TV Globo - e ambas foram realizadas por produtoras independentes.



Com produção da TV Plus, A IDADE DA LOBA estreou em 24 de julho de 1995 e durou até 19 de janeiro de 1996. Escrita pelo dramaturgo Alcione Araújo, em parceria com a autora Regina Braga, ela foi mais uma tentativa da Bandeirantes retomar seu núcleo de teledramaturgia - mesmo com a ajuda de terceiros. Sua trama era protagonizada por Betty Faria, que interpretou Valquíria.

Após a morte do marido, ela decidiu sair da pequena cidade de São José do Barreiro para se realizar profissionalmente em São Paulo. Sua melhor amiga, Irene (papel de Ângela Vieira) lhe fez companhia nesta empreitada.

Só que ambas reencontraram um amor em comum de três décadas antes - Montenegro (interpretado por Adriano Reys), e a personagem vivida por Betty Faria enfrentou vários empecilhos a este romance. O maior deles é sua filha Suzana (papel de Iracema Starling) descobrir que Montenegro era seu verdadeiro pai. A novela também deu destaque aos moradores da pensão de Piconês (vivido por Antônio Abujamra) e foi o último trabalho do ator Luiz Carlos Arutim, morto num incêndio no fim de 1995.

Em A idade da loba, Erasmo Carlos apareceu como intérprete, fazendo uma releitura própria de uma canção escrita originalmente para a novela O bofe - apresentada numa série ainda neste ano. E o ritmo da primeira gravação, feita pelo cantor Betinho, foi substituído pela malemolência da salsa na voz de Erasmo

Segue a letra! Na foto, Ângela Vieira e Betty Faria em A idade da loba. Infelizmente, o vídeo da abertura não foi encontrado no You Tube.

MOÇO - Roberto e Erasmo

Moço
Vê se larga o osso
Com a vida no bolso
Procure um amor
Não tem

Moço
Já é madrugada
Com a vida parada
Seja como for
Não falo mais nada
Procure um amor

Em vez de aí ficar
Curtindo esse sereno
É sempre bom lembrar
O que o moço está perdendo

A vida como tá
Não tá de brincadeira
E o moço aí parado
Marcando uma bobeira

Não é que eu seja contra
Ver a nova madrugada
Mas com uma namorada
O novo dia vai pintar melhor...

*****



Cerca de um ano depois, foi a vez do SBT utilizar uma produtora independente para fazer uma telenovela. Assim, a 9 de dezembro de 1996, estreou DONA ANJA , produzida pela JPO Produções - produtora de José Paulo Vallone e Roberto Talma (hoje, o diretor geral dos especiais de Roberto Carlos).



Baseada no romance de mesmo nome do escritor gaúcho Josué Guimarães, a novela assinada por Yoya Wursch, Roberto Talma e Cristiane Fridman colocou em evidência todo o apelo sensual da história original. Na pequena cidade de Rosário, no interior do Rio Grande do Sul, viveu Anja (papel de Lucélia Santos), mulher que depois de ficar viúva abriu um bordel na cidade, para saciar seus desejos sexuais e também o desejo de seus homens - principalmente o seu amante, o Coronel Quineu (vivido por Jonas Mello).

No bordel, além de circularem belíssimas prostitutas, havia também a presença de muitas discussões sobre assuntos políticos que estavam em evidência no país - o mais forte deles era a aprovação da lei do divórcio. No entanto, tudo era colocado no ar sob o ponto de vista do cinismo. Todos os casados tinham relacionamentos extraconjugais e eram responsáveis por diálogos e cenas bem tórridos.

Provavelmente, o apelo erótico e o alto índice de mulheres com os seios à mostra (principalmente a atriz Lucélia Santos) tenham afastado o público de Dona Anja. Afinal, só isto justifica que um elenco formado por nomes de destaque, como Lucélia, Jonas Mello, Sérgio Mamberti, Taumaturgo Ferreira, Giuseppe Oristânio, Luiz Guilherme, Angelina Muniz, Jandir Ferrari, José Rubens Chachá e Danton Mello (que vinha de uma temporada bem-sucedida como Héricles, no princípio de Malhação) não tenha chamado qualquer audiência para o SBT.

Silvio Santos recorreu a uma alternativa típica de sua maneira de lidar com a emissora que tem. Em vez de tentar mudar a novela radicalmente, Silvio alterou seu horário inicial (21h45) e a "rebaixou" para o horário das 20h30. O desejo era ter alguma atração um pouco mais convincente para roubar a audiência da TV Globo após a novela das oito. Como O rei do gado estava com audiência absoluta no horário, o público talvez ignorasse o insucesso de Dona Anja.



O último capítulo da novela, exibido em 26 de abril de 1997, trouxe um desfecho inusitado. Dona Anja, mulher tão fogosa e com tantos atributos físicos capazes de despertar o desejo dos homens, terminava solitária e imensa de gorda, num ótimo efeito de maquiagem da JPO Produções.

Roberto Carlos e Erasmo Carlos escreveram a música que foi tema do casal Maria Aparecida e Bruno Caçapa (Manuela Dias e Danton Mello, respectivamente). Eles viviam os encontros e desencontros de um amor proibido, pois os pais dela não aceitavam o relacionamento. Na voz de Adriana Calcanhotto e Erasmo Carlos, esta gravação será citada novamente num próximo post de Roberto Carlos em capítulos.



Segue a letra! Na foto, Lucélia Santos e Jonas Mello, respectivamente Dona Anja e o Coronel Quineu.

Abraços a todos, Vinícius.

DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO - Roberto e Erasmo

Eu, cada vez que vi você chegar
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido eu disse
Nunca mais

Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo
O quanto eu sei
Cada volta sua o que me faz

Vi
Todo meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor
Tratado assim

Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais pra mim

Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais...

Eu, toda vez que vi você voltar
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez
Falei que sim

Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Do fundo do meu coração, não volte nunca mais...

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor
Eu sei que eu
Certamente vou dizer
Que sim

Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais
Pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais pra mim...

sábado, 23 de outubro de 2010

Pelé



Passaram 70 anos, e do despertar de Três Corações

Entrou em campo aquele menino capaz de encantar multidões

Literatura nenhuma descreveu até hoje tantos gols bonitos

És sonho, és gol, és vitória, és glória, és soco no ar, és quatro letras e tantos tratos à bola que jamais em poemas serão reescritos

O Emoções de Roberto Carlos parabeniza Pelé por seus 70 anos.

Roberto Carlos em capítulos - PECADO CAPITAL (1975-1976 e 1998-1999)



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos mostra em seu post de hoje a comprovação de que a obra de RC atravessa os tempos da música e da teledramaturgia do Brasil. A ponto de duas versões de uma mesma novela terem canções de sua autoria.



PECADO CAPITAL foi uma trama escrita pelas linhas tortas do Regime Militar. Em 1975, a censura vetou a exibição de "Roque Santeiro" na noite de estreia, 28 de agosto de 1975. Supreendida com o veto, a TV Globo providenciou uma versão compacta do sucesso de Selva de pedra para ser exibido enquanto se preparava uma nova trama para o horário. Após a recusa de três sinopses - uma delas era Saramandaia, do próprio Dias, a autora Janete Clair (então escrevendo para o horário das 19 horas a novela Bravo!), se ofereceu para escrever uma sinopse convincente para os censores.

E ela apresentou Pecado capital, no ar a partir de 24 de novembro de 1975. Toda ela feita com o mesmo elenco que estava escalado para Roque Santeiro. A história tinha início quando o taxista Carlão (papel de sucesso de Francisco Cuoco) se via no dilema de se deparar com uma quantia de dinheiro de um assalto deixada em seu carro. Ao ver os problemas de saúde de seu pai, Raimundo (vivido por Gilberto Martinho), Carlão não resiste em usar o dinheiro pelo bem dele.

Mas com o tempo, o taxista acaba se apossando da grande quantia e tem uma ascensão social que o faz comprar sua própria frota de táxis. A melhora em seu poder aquisitivo o aproxima de Eunice (interpretada por Rosamaria Murtinho) e o afasta da namorada Lucinha (personagem de Betty Faria), uma operária batalhadora.



Do outro lado da história, está o empresário Salviano Lisboa (papel de Lima Duarte), um viúvo milionário que tem seis filhos: Vitória, Vinícius, Vicente, Virgílio, Vilma e Válter, mas vive na completa solidão, até conhecer Lucinha, que se torna modelo das confecções de sua indústria têxtil. A novela teria grandes índices de audiência.

O último capítulo, exibido em 5 de junho de 1976, trouxe duas grandes notícias na primeira página. De um lado, a morte de Carlão, assassinado nas obras do metrô da Carioca por bandidos envolvidos no assalto. Do outro, era anunciado o casamento de Salviano Lisboa com Lucinha.



A obra de Roberto Carlos e Erasmo Carlos surgiu na telinha como forma de mostrar a rebeldia de uma das filhas de Salviano Lisboa. Vilminha (personagem de Débora Duarte) tinha este comportamento em virtude de problemas psicológicos causados por um trauma de infância. E, por isto, acreditava que dali pra frente, tudo seria diferente.



Segue a letra! Na foto, Betty Faria e Francisco Cuoco, nos papéis de Lucinha e Carlão.

SE VOCÊ PENSA - Roberto e Erasmo

Se você pensar que vai fazer de mim
O que faz com todo mundo que te ama
Acho bom saber que pra ficar comigo
Vai ter que mudar
Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender a ser gente
Seu orgulho não vale nada, nada

Você tem a vida inteira pra viver
E saber o que é bom e o que é ruim
É melhor pensar depressa e escolher
Antes do fim

Você não sabe
E nunca procurou saber
Que quando a gente ama pra valer
Bom mesmo é ser feliz e mais nada, nada

Nada, nada...

*****



Mas a história de 1975/1976 merecia ser reescrita. E, por isto, 22 anos depois, o horário das 18h foi aberto para uma nova leitura da trama de Pecado capital. A história de Janete Clair foi contada novamente através da leitura de sua discípula - a novelista Glória Perez. Glória foi colaboradora de Janete na última novela que a Nossa Senhora das Oito escreveu - Eu prometo, que foi finalizada por sua colaboradora, pois a autora original se viu impossibilitada diante do agravamento de seu câncer.



A nova versão prometeu muito impacto na escalação de seu elenco. Depois do grande sucesso como o sensual par romântico Nando e Milena da novela Por amor, Eduardo Moscovis e Carolina Ferraz foram chamados para viver Carlão e Lucinha. E Francisco Cuoco, que tinha sido o taxista na versão de 1976, se tornou o antagonista da novela - o empresário Salviano Lisboa.



Mas o resultado ficou abaixo do esperado. Além do fato de a trama escrita originalmente para as 20h ter sido reescrita para a faixa das 18h, a autora Glória Perez incluiu muitas tramas paralelas que tiraram um pouco da identidade da história de Janete Clair. Para completar, a sintonia entre Francisco Cuoco e Carolina Ferraz não aconteceu, e obrigou a novela a ter um novo rumo.

Vera Fischer entrou na trama no papel de Laura, exclusivamente para fazer par de Salviano Lisboa. Mas nem esta mudança de planos recuperou a audiência. Ela serviu apenas para mudar o final da novela. Salviano e Laura terminaram juntos no final exibido em 8 de maio de 1999.

Lucinha reatou com Carlão, mas nem isto impediu que ele morresse no final da trama. O taxista, que era assassinado por um dos bandidos do assalto e morria abraçado à mala de dinheiro nas obras da estação de metrô da Carioca em 1976, teve o mesmo fim em 1999. Só que com a diferença de ser amparado por Lucinha, sua eterna namorada, e em frente ao metrô da recém-inaugurada Estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana. Numa participação afetiva, Lima Duarte (o Salviano Lisboa da primeira versão) interpretou o bandido que matou Carlão na segunda versão.

Roberto Carlos e Erasmo Carlos apareceram como compositores em dois momentos desta Pecado capital. Na voz de Nana Caymmi e Erasmo Carlos, uma das canções foi tema de Vitória (papel de Thaís de Campos), filha mais velha de Salviano. E a outra, na voz dos Titãs, teve o privilégio de expor em letra e música os dramas do cotidiano de Lucinha e Carlão.



Seguem as letras! Na foto,

Abraços a todos, Vinícius.

NÃO SE ESQUEÇA DE MIM - Roberto e Erasmo

Onde você estiver
Não se esqueça de mim
Com quem você estiver
Não se esqueça de mim

Eu quero apenas estar
No seu pensamento
Por um momento pensar
Que você pensa em mim

Onde você estiver
Não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor
Que te faça feliz

Se resta em sua lembrança
Um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver
Não se esqueça de mim

Não se esqueça de mim...

*****

É PRECISO SABER VIVER - Roberto e Erasmo

Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão

É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver

Toda pedra do caminho
Você deve retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar

Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver

É preciso saber viver...
É preciso saber viver...
É preciso saber viver, saber viver...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - POR AMOR



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos apresenta hoje mais um episódio campeão de audiência na ligação de RC com a teledramaturgia. Hoje, é a vez de este blogue recordar um dos grandes sucessos da década de 1990 da TV Globo.



"Do que você seria capaz de fazer por amor?". Com este mote, Manoel Carlos lançou POR AMOR, trama do no horário nobre que foi ao ar entre 13 de outubro de 1997 e 23 de maio de 1998.



Desta vez, a protagonista Helena (Regina Duarte, que já havia feito uma Helena em História de amor, outra novela assinada por Manoel Carlos) é mãe e amiga da filha Maria Eduarda (feita pela filha de Regina, Gabriela Duarte) e faz de tudo para que ela aceite o pai Orestes (grande interpretação de Paulo José), que tem problemas com o alcoolismo. No entanto, Eduarda pensa apenas no namorado Marcelo (papel de Fábio Assunção) e tem de conviver com as tentativas de Laura (interpretada por Vivianne Pasmanter) em ter de volta o ex-namorado e com as artimanhas de Branca (ótima vilã de Suzana Vieira), mulher possessiva e que tem adoração por Marcelo.



Marcelo e Eduarda se casam, e Helena se casa com o arquiteto Atílio (vivido por Antônio Fagundes), e as duas engravidam na mesma época e têm o filho no mesmo dia e horário. O filho de Helena e Atílio nasce saudável, enquanto o filho de Eduarda e Marcelo nasce morto, e Helena decide trocar os bebês para ver a felicidade da filha. A partir deste tema, Manoel Carlos discutiu a ética na medicina, através do médico César (papel de Marcelo Serrado), o único que sabia da troca das crianças.

Em Por amor, Manoel Carlos ainda abordaria outros temas polêmicos, como bissexualismo e preconceito racial, sempre no típico tom folhetinesco de suas novelas. Um fato curioso: quando a novela foi reprisada em Vale a pena ver de novo, ficou entre os cinco programas mais vistos de São Paulo e, no Rio, superou no IBOPE a então novela das 21h, Esperança, e empatou com o Fantástico e o Jornal Nacional em números de audiência.

O sucesso desta trama é tanto que o Canal Viva - que a Globosat dedica a reprises programas da TV Globo - está reapresentando a novela, no horário das 16h30. Mais uma oportunidade de rever Por amor.

A voz de Roberto Carlos apareceu nesta novela em castelhano. A faixa chegou às lojas primeiro na trilha da novela. Somente ao final de 1997 ela chegaria ao disco de RC - Canciones que amo, lançado no fim de 1997.

A música interpretada por RC era o tema de Leonardo. O personagem de Murilo Benício era um rapaz apaixonado por Laura e que era menosprezado por sua mãe, Branca, que preferia explicitamente Marcelo. Na reta final, se descobria que Leo era filho de Branca e Atílio (ao contrário do que ela achava, que o filho dos dois era Marcelo. Coisas de Manoel Carlos...) e ele encontrava o amor nos braços de Catarina (personagem de Carolina Dieckmann). No Roberto Carlos Especial daquele ano, enquanto Roberto cantava a música no palco do Teatro Fênix, aparecia ao fundo um telão com cenas de Por amor.



Segue a letra! Na foto, Murilo Benício e Suzana Vieira em cena da novela.

Abraços a todos, Vinícius.

ABRÁZAME ASÍ - Mario Clavell

Abrázame así
Que esta noche yo quiero sentir
De tu pecho el inquieto latir
Cuando estás a mi lado
Abrázame así
Que en la vida no hay nada mejor
Que decirle que si al corazón
Cuando pide cariño

Abrázame así
Y en un beso te voy a contar
El más dulce secreto de amor
Que hay en mi corazón

Acércate a mí
Y esta noche vivamos los dos
La más linda locura de amor
Abrázame asi

Así, abrázame así...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - ZAZÁ



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos prossegue hoje, contando um episódio bem especial na obra de RC que foi trilha de um produto de teledramaturgia. Trata-se do grande encontro de Roberto com a dama do teatro brasileiro.



Fernanda Montenegro foi a personagem-título da novela ZAZÁ. Esta ambiciosa comédia escrita por Lauro César Muniz e exibida a partir de 5 de maio de 1997 no horário das 19h da TV Globo. Herdeira direta de Santos Dumont, Zazá tinha o projeto secretíssimo de criar um avião atômico. Seu outro sonho é dar um rumo à vida dos sete filhos que teve com seu marido Ângelo (papel de Jorge Dória): DOrival, REnata, MIlton, FAbiana, SOLano, LAvínia e SIssi (na ordem: Cecil Thiré, Fafy Siqueira, Antônio Calloni, Júlia Lemmertz, Alexandre Borges e Rachel Ripanni).

Para ajudar seus filhos, Zazá contratava sete "anjos da guarda" com conhecimento na profissão que cada um deles escolheu. Dentre eles, Hugo e Beatriz (os então casados na vida real Marcello Novaes e Letícia Spiller). Hugo era noivo de Fabiana, mas não havia esquecido o amor que sentira por Beatriz no passado.



Zazá tinha de lidar com o inescrupuloso Silas Vadan (a cargo de Ney Latorraca), que a todo custo tentava derrubar seu projeto. Seu ódio tinha "explicação": ele era filho de Ângelo com Teresa (papel de Nathalia Timberg), que tinha um caso de muitos anos com o marido dela. A milionária reencontrava o amor nos braços do aviador Ulisses (interpretado por Paulo Goulart).

Um dos temas da novela foi a luta dos portadores de HIV contra a AIDS, através da soropositiva Jaqueline, feita pela estreante Adriana Londoño. A personagem era par romântico de Solano. No último capítulo, a atriz Sandra Bréa, que faleceria dois anos depois, participou dando um depoimento.

Apesar do ótimo elenco e de ter o texto assinado por Lauro César Muniz, Zazá não foi bem-sucedida com relação ao público e ainda passou por um problema. O colaborador Filipe Miguez explica: "A novela não vinha bem de audiência, e foi um fracasso que teve de ser esticado por causa da novela que vinha depois". Zazá foi sucedida por Corpo dourado, de Antônio Calmon.

A previsão de Lauro César era que a novela teria seis meses de duração, mas ela foi esticada para oito, terminando em 10 de janeiro de 1998. A trama, que era mais voltada para a comédia, aos poucos foi tendo um tom mais policial.

Zazá terminou com a trama se passando no ano 2000 e cheia de perspectivas ufanistas para o país. O Rio de Janeiro sediaria as Olimpíadas de 2008, a cura da AIDS era descoberta e, claro, o avião atômico de Zazá Dumont decolava.

Uma solução curiosa do autor foi com relação a Dorival. Ele, que era um completo idiota, se tornava um gênio depois de levar uma pancada na cabeça. Descobria-se que a causa de seu "atraso" tinha sido uma queda do berço quando era bebê. Mercedes, a secretária paraguaia e amante de Dorival, que jurava ser carioca, foi um ótimo momento na carreira de Louise Cardoso. Antônio Calloni, como o cineasta "incompreendido" Milton, também foi uma atuação de destaque.

Depois de ter sido escolhida como tema da personagem-título, a canção de Roberto e Erasmo foi encomendada pela direção musical da Som Livre à cantora Gal Costa. Gal participou do Roberto Carlos Especial de 1997 e, além de cantar com RC esta música, ainda interpretou "Sua estupidez" - no número que está presente no CD e no DVD Duetos, lançado em 2006.



Segue a letra! Na foto, Fernanda Montenegro travestida de Santos Dumont, o pai de Zazá.


Abraços a todos, Vinícius.

JOVENS TARDES DE DOMINGO - Roberto e Erasmo

Eu me lembro com saudade
O tempo que passou
O tempo passa tão depressa
Mas em mim deixou

Jovens tardes de domingo
Tantas alegrias
Velhos tempos
Belos dias

Canções usavam formas simples
Pra falar de amor
Carrões e gente numa festa
De sorriso e cor

Jovens tardes de domingo
Tantas alegrias
Velhos tempos
Belos dias

Hoje os meus domingos
São doces recordações
Daquelas tardes de guitarras
Sonhos e emoções

O que foi felicidade
Me mata agora de saudade
Velhos tempos
Belos dias

Velhos tempos
Belos dias...
Velhos tempos
Belos dias...

domingo, 17 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - O REI DO GADO



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos apresenta mais um campeão de audiência na ligação entre RC e a teledramaturgia. Desta vez, com uma novela no horário nobre.



Em 17 de junho de 1996, estreou um sucesso assinado por Benedito Ruy Barbosa. O REI DO GADO contou em duas fases a briga entre as famílias Mezenga e Berdinazzi. Mas nem mesmo o ódio impediu que Enrico (vivido por Leonardo Brício), filho de Antônio e Nena Mezenga (Antônio Fagundes e Vera Fischer, respectivamente), e Giovanna (papel de Letícia Spiller), filha de Genaro e Marieta Berdinazzi (interpretados por Tarcísio Meira e Eva Wilma). Os primeiros capítulos da novela foram exportados em formato de minissérie, e renderam prêmios para a TV Globo.



Anos mais tarde, o filho do casal se tornou Bruno Mezenga (novamente Antônio Fagundes), o maior criador de gado do país - o "Rei do Gado". Bruno vivia um casamento de aparências com Léia (papel de Silvia Pfeifer), que traía o marido com o gigolô Ralf (vivido por Oscar Magrini) e tinha dois filhos: Lia e Marcos (respectivamente, Lavínia Vlasak - em sua estréia na televisão - e Fábio Assunção).



Do outro lado, havia Jeremias Berdinazzi (o saudoso Raul Cortez), um fazendeiro rico e solitário que renegava os Mezenga como membros de sua família. Seu sonho era encontrar Marieta, a sobrinha que nunca havia visto. Mas a vida dos dois mudava com a entrada de duas mulheres: na de Berdinazzi, entrava Marieta (vivida por Glória Pires), e na de Mezenga, a boia-fria Luana (feita por Patrícia Pillar), por quem Bruno se apaixona. Na verdade, Marieta era uma impostora, e Luana era a sobrinha que Jeremias procurava.

Nem mesmo os percalços pelos quais a novela passou comprometeram a consagração de audiência de O rei do gado. O marasmo e a sucessão de flashbacks para amenizar a falta de história em determinado momento da história - sintetizado no jargão "barriga" - ficou evidente. O ator Antônio Fagundes se internou num spa e ficou 16 dias sem gravar.

A solução foi fazer um avião em que estava Bruno Mezenga cair e ele ficar desaparecido. A intenção de repetir a dupla feminina bem sucedida no filme O quatrilho, dirigido por Fábio Barreto e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro também não deu certo. A personagem Marieta foi muito mal aproveitada, e Glória Pires se desentendeu com o autor.

Entretanto, Benedito Ruy Barbosa foi responsável por um excelente personagem da história da teledramaturgia brasileira. Interpretado por Carlos Vereza, o Senador Roberto Caxias emocionou com o oportuno interesse na causa do Movimento dos Sem-Terra - O rei do gado estreou dois meses depois da morte de 19 sem-terras em Eldorado dos Carajás, no Pará. Numa cena memorável, ele fazia um discurso no plenário vazio - havia apenas três parlamentares, um cochilando, outro lendo um jornal e um terceiro falando ao celular.

O rei do gado teve dois momentos em que se misturou ficção e realidade. Um deles foi no enterro do senador Caxias, morto numa invasão a um acampamento de sem-terras. Os então senadores Benedita da Silva e Eduardo Suplicy falaram sobre o político.



Outro momento foi envolvendo a dupla Saracura e Pirilampo - feita por Sérgio Reis e Almir Sater. O capítulo de 21 de dezembro de 1996 encerrou com o ônibus partindo rumo ao especial de RC. E o Roberto Carlos Especial começou com eles chegando ao local do show. Pirilampo e Saracura (ou melhor, Sérgio e Almir) cantaram a moda de viola O rei do gado, de Teddy Vieira, num número que está presente no CD / DVD de Roberto Carlos, Duetos.



A música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos presente na trilha de O rei do gado (que ultrapassou 1,5 milhão de discos vendidos na época) está na voz de uma cantora sertaneja: Roberta Miranda. Ela, que cantou De tanto amor com RC neste mesmo especial de 1996, gravou uma canção presente no LP O inimitável e tema da Léia de Silvia Pfeifer.

Segue a letra! Na foto, Léia com seu amante, Ralf.

Abraços a todos, Vinícius.

EU TE AMO, TE AMO, TE AMO - Roberto e Erasmo

Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar

Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudade de você
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar

Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar o quanto sofri
Por todo esse tempo
Que eu quis lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Eu te amo, eu te amo, eu te amo...
Eu te amo, eu te amo, eu te amo...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - VIRA LATA



Olá, amigos. A série Roberto Carlos em capítulos apresenta hoje um grande momento da ligação de RC com a teledramaturgia. A canção considerada mais bonita de sua obra esteve presente em uma novela.



Entretanto, numa novela que foi mal de audiência. No ar às 19h, a partir de primeiro de abril de 1996, VIRA LATA iniciou sua trajetória com a esperança de conciliar dois ícones do humor da TV Globo - o autor Carlos Lombardi, que vinha do sucesso Quatro por quatro, e o diretor Jorge Fernando. A trama teve início quando o promotor Bráulio Vianna (vivido por Murilo Benício) descobria que seu sogro Moreyra (papel de Jorge Dória) era um estelionatário procurado pela polícia.



Ele exigia que sua esposa, Helena (interpretada por Andréa Beltrão), escolhesse entre as filhas pequenas e seu pai. Abalada, ela viajava a Florianópolis para conseguir tomar uma decisão.



Lá, conhece Lenin (vivido por Humberto Martins), por quem se apaixona. O rapaz buscava livrar seu irmão, o certinho Fidel (feito por Marcello Novaes) da cadeia, onde estava preso por um crime que não cometeu. Além de Lenin e Fidel, a família Wanderpetroviktz tinha o filho caçula Mussolini (papel de Luciano Vianna), apaixonado por Renata (vivida por Carolina Dieckmann), a namorada de Fidel. Os irmãos ainda teriam problemas com a volta da mãe deles, Laura (papel de Suzana Vieira), que, depois de anos de abandono, voltava atrás da herança da família, deixada por Lupércio (participação de Cláudio Marzo). Laura trazia também um segredo: um dos irmãos Wanderpetroviktz iria morrer de uma doença congênita.

"Errei coisas no texto e na escalação e o Jorginho errou na mão" - refletiu Carlos Lombardi, algum tempo depois do fim de Vira lata (exibido em 28 de setembro de 1996). A trama confundiu o público e ainda chocou parte da audiência - pela exibição do corpo, pela troca de casais constante e pelas cenas do personagem Bráulio Vianna. Ele traía a mulher com a empregada Dolores (papel de Thalma de Freitas) diante das filhas. O erotismo ficava vulgar e associado ao futebol - o personagem de Murilo Benício, um fanático torcedor do Vasco, "narrava jogadas" durante o ato sexual.



Tramas que prometiam ser boas, como a envolvendo Stella (participação de Glória Menezes) e a busca por seu marido, o malandro Ângelo (interpretado por Mário Gomes), ficaram desperdiçadas. Só que o mais grave problema de Vira lata foi o fato de que a protagonista de Andréa Beltrão não conseguiu empatia com o público. Tentando evitar o fracasso, Lombardi modificou a trama e elevou uma personagem coadjuvante a mocinha da história.

Roberto Carlos e Erasmo Carlos estiveram presentes em Vira lata nos versos da música que é considerado o clássico da dupla. Faixa de abertura do LP de 1971 de Roberto Carlos e interpretada no Erasmo Carlos convida por Erasmo e Gal, esta canção recebeu uma leitura mais jovial na regravação de Erasmo Carlos.



A canção foi tema da personagem Pietra, que seduzia os irmãos Lenin e Fidel, criando a discórdia na família Wanderpetroviktz. A atuação de Vanessa Lóes foi elogiada na época.

Segue a letra! Na foto, Vanessa Lóes em cena da novela.

Abraços a todos, Vinícius.

DETALHES - Roberto e Erasmo

Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito tempo em sua vida, eu vou viver
Detalhes tão pequenos de nós dois
São coisas muito grandes pra esquecer
E toda hora vão estar presentes, você vai ver

Se um outro cabeludo aparecer na sua rua
E isso lhe trouxer saudades minhas, a culpa é sua
O ronco barulhento do seu carro
A velha calça desbotada ou coisa assim
Imediatamente você vai lembrar de mim

Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido
Palavras de amor como eu falei mas eu duvido
Duvido que ele tenha tanto amor
E até os erros do meu português ruim
E nessa hora você vai lembrar de mim

À noite envolvida no silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura o meu retrato
Mas na moldura não sou eu quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso mesmo assim
E tudo isso vai fazer você lembrar de mim

Se alguém tocar seu corpo como eu não diga nada
Não vá dizer meu nome sem querer à pessoa errada
Pensando ter amor nesse momento
Desesperada você tenta até o fim
E até nesse momento você vai lembrar de mim

Eu sei que esses detalhes vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma todo o amor em quase nada
Mas quase também é mais um detalhe
Um grande amor não vai morrer assim
Por isso, de vez em quando, você vai, vai lembrar de mim

Não adianta nem tentar me esquecer
Durante muito, muito tempo em sua vida eu vou viver
Não, não adianta nem tentar me esquecer...