segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - IRMÃOS CORAGEM




Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos prossegue, comprovando o quanto RC começou a ficar presente nas obras de teledramaturgia a partir da década de 1990. A obra de hoje foi a sucessora de Tropicaliente, citada anteriormente nesta série.



Em 2 de janeiro de 1995, a TV Globo começou a comemoração dos seus 30 anos reeditando a saga dos IRMÃOS CORAGEM, contada por Janete Clair em 1970. Os irmãos, que tinham sido interpretados na primeira versão por Tarcísio Meira, Cláudio Marzo e Cláudio Cavalcanti, foram vividos por Marcos Palmeira (João), Marcos Winter (Duda) e Ilya São Paulo (Jerônimo).

Ambientada na fictícia Coroado (em 1970, era localizada em Goiás, e na segunda versão foi mudada para interior de Minas Gerais), a novela contava a história do garimpeiro João. João Coragem encontrava um diamante valioso, mas era roubado de suas mãos pelo coronel Pedro Barros (numa participação afetiva de Cláudio Marzo, 25 anos depois), o homem mais poderoso da região.



No entanto, ele conhecia e se apaixonava pela filha do coronel, a tímida Lara (interpretada por Letícia Sabatella), que desenvolve outras duas personalidades: Diana, seu extremo oposto, e Márcia, um meio termo entre Lara e Diana.



O irmão Jerônimo entrava na briga contra Pedro Barros através da política, no partido de esquerda. Ele tinha uma paixão reprimida por sua irmã de criação, a índia Potira (estreia de Dira Paes na emissora), e para fugir deste amor se envolvia com Lídia (vivida por Isabela Garcia), filha de um político de esquerda.

O outro filho de Sinhana (papel de Laura Cardoso), Duda, era um famoso jogador do Flamengo. Ao retornar a Coroado, ele reencontrava sua paixão de juventude - Ritinha (na primeira versão, foi feita por Regina Duarte, e nesta segunda, a filha dela, Gabriela, ficou com o papel). O artilheiro estava envolvido com outra mulher - Paula (feita por Rita Guedes) - mas acabava tendo uma noite de amor com Ritinha e era obrigado a casar-se com ela.

Escrita originalmente para o horário das 20h, esta reedição no início da tarde não teve a menor repercussão. O tamanho da novela também foi reduzido - a versão original teve 328 capítulos (mais de um ano no ar), e esta (que terminou em primeiro de julho de 1995) teve 155. O viúvo de Janete Clair, Dias Gomes, que adaptava a novela, acusou o diretor que iniciou a novela - Luiz Fernando Carvalho - de alterar o ritmo e a linguagem da história com as polêmicas linguagens cinematográficas que ele coloca nas tramas que dirige - Os Maias, Renascer, Hoje é dia de Maria e Capitu.


A escalação do elenco teve algumas participações afetivas: assim como Cláudio Marzo, Suzana Faini e Emiliano Queiroz também participaram da primeira versão de Irmãos Coragem. Maurício Gonçalves interpretou Brás Canoeiro, que seu pai Milton fez na novela de 1970.

Alguns finais dos personagens foram alterados em relação ao texto de Janete Clair. O casal Jerônimo e Potira, que morria num tiroteio, desta vez teve um final ambíguo. Na última cena, apareciam os dois num veleiro em alto-mar. O coronel Pedro Barros, que morria depois de atear fogo em todas as casas da cidade, desta vez colocou fogo apenas em sua própria casa, matando o delegado Lozada (Flávio Galvão foi escalado às pressas para a novela, porque o ator Jackson Antunes, que interpretava o delegado Diogo Falcão, teve uma trombose no decorrer da novela, e foi afastado).



A outra mudança significativa foi em relação ao personagem Duda. Em 1970, Janete Clair foi obrigada a retirar os personagens Duda e Ritinha da novela, porque os atores Cláudio Marzo e Regina Duarte tinham sido escalados para outra novela da emissora - Minha doce namorada. O jogador ia atuar no futebol paulista e os dois saíam da trama.

Na versão de 1995, Duda ficou até o final. Além do Flamengo, ele também jogaria no Corínthians. Numa de suas idas a Coroado, ele levava um tiro na perna. Seu sogro, o Doutor Maciel (vivido por Emiliano Queiroz), errava na cirurgia, e ele corria o risco de ficar sem atuar. Para aliviar as dores, Duda tomava injeções na perna - prática muito frequente no futebol brasileiro, inclusive no craque Garrincha. Ao fim da trama, Duda se recuperava e era vendido para o futebol espanhol - e levava Ritinha com ele para a Espanha.

Foi tema do casal a música de Roberto e Erasmo presente em Irmãos Coragem. Presente originalmente no LP de RC de 1971, a voz delicada de Evinha cantou a história de um casal que se perdia de tanto amor.



Segue a letra! Na foto, Marcos Winter e Gabriela Duarte.

Abraços a todos, Vinícius.

DE TANTO AMOR - Roberto e Erasmo

Ah, eu vim aqui amor só pra me despedir
E as últimas palavras
Desse nosso amor
Você vai ter que ouvir

Me perdi de tanto amor
Ah, eu enlouqueci
Ninguém podia amar assim e eu amei
E devo confessar, aí foi que eu errei

Vou te olhar mais uma vez
Na hora de dizer adeus
Vou chorar mais uma vez
Quando olhar nos olhos seus, nos olhos seus

A saudade vai chegar, e por favor meu bem
Me deixe pelo menos só te ver passar
Eu nada vou dizer
Perdoa se eu chorar

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