sábado, 9 de outubro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - PÁTRIA MINHA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos continua a enumerar momentos da teledramaturgia nos quais a obra de RC apareceu como campeã de audiência. E hoje, é a vez da sucessora de Fera ferida.



Com estreia marcada para 18 de julho de 1994 - um dia depois da decisão da Copa do Mundo daquele ano, vencida pela Seleção Brasileira nos pênaltis por 3 a 2, após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação - Gilberto Braga encerrou uma trilogia temática de suas obras da novela das 20h30. Assim como Vale tudo (de 1989) e O dono do mundo (de 1991, citada nesta série), PÁTRIA MINHA questionava se valia a pena ser honesto no Brasil.

A trama começa quando Alice (papel de Cláudia Abreu) testemunhaum atropelamento causado pelo empresário Raul Pelegrine (vivido por Tarcísio Meira). Ela épressionada a depor em favor de Raul, mas não aceita as tentativas de suborno do empresário. O atrito entre Alice e Raul continua quando ela se alia a Pedro (interpretado por José Mayer), que liderava uma revolta contra o empresário, por este haver ordenado a desocupação da favela onde os pais de Pedro estavam morando.

Em Pátria minha havia também Lídia Laport (feita por Vera Fischer), mulher que abominava pobreza e, para ascender socialmente se casando com Raul Pelegrine, se aproximava da esposa dele, Teresa (papel de Eva Wilma), com a intenção de desfazer o casamento deles de 39 anos. Entretanto, o retorno de Pedro ao Brasil fazia Lídia balançar entre o amor dele e a segurança do relacionamento com Raul.

Em mais um trama bem elaborada, com diálogos e cenas marcantes, Gilberto Braga abordou questões fundamentais, que permanecem atuais no Brasil. Moradia, racismo (graças a uma cena fantástica em que Raul Pelegrine humilha seu empregado Kennedy, feito por Alexandre Moreno, houve o primeiro embate de uma emissora de TV com o movimento SOS Racismo), brasileiros que vivem nos Estados Unidos, dentre outros. Entretanto, um incidente de bastidores fez com que o autor desse um novo rumo à trama.



Numa briga com seu então marido Felipe Camargo (que interpretava Inácio na mesma novela), Vera Fischer quebrou o antebraço. O motivo seriam ciúmes dela em relação às cenas de Felipe com Isadora Ribeiro (que vivia Cilene, par romântico de Inácio). Houve um afastamento temporário de Vera, e Gilberto teve de reescrever boa parte de suas cenas - os "capítulos de frente" (espaço entre os capítulos que estão sendo gravados e os que estão indo ao ar) caíram de oito para dois.

Depois de algum tempo, a personagem Lídia retornou à trama. No entanto, os atrasos dela e o clima com Felipe Camargo fizeram com que os dois atores fossem afastados. Gilberto Braga criou um incêndio num hotel de propriedade de Raul Pelegrine, no qual os personagens Lídia e Inácio morriam.

Para o personagem Pedro, de José Mayer, surgiu um novo par romântico. Escalada às pressas, a atriz Luiza Tomé (que havia feito a novela anterior no horário, Fera ferida - também já citada na série Roberto Carlos em capítulos) entrou como Isabel, mulher que havia perdido o filho de 10 anos no incêndio do hotel.



Houve algumas mudanças de trajetória dos personagens, e a maior delas foi com Raul Pelegrine. De inescrupuloso, ele se tornou um homem bom, disposto a desfazer todo o mal que causou às pessoas que o cercavam. A vilania ficou a cargo da grande atuação de Marieta Severo, no papel de Loreta.



Roberto Carlos esteve presente como autor em dois temas de Pátria minha. Você, na voz de Maria Bethânia, o tema de Alice e Rodrigo (este personagem foi vivido por Fábio Assunção). Ela disputava o rapaz com Beatriz, mas a gravidez da atriz Carolina Ferraz começou a aparecer, e a solução foi trocar o "triângulo" para a personagem Bárbara, feita por Deborah Evelyn.

A outra canção da dupla serviu perfeitamente para o contexto do personagem Pedro. No início da novela, ele voltava ao Brasil com a esposa Natália (papel de Renata Sorrah) depois de anos morando nos Estados Unidos. Assim como o homenageado original desta música (Caetano Veloso, que a canta na trilha de Pátria minha), Pedro voltava de seu "exílio".



Seguem as letras! Na foto, Renata Sorrah e José Mayer.

Abraços a todos, Vinícius.

VOCÊ - Roberto e Erasmo

Você, que tanto tempo faz
Você, que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei
Demais

Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca
De saudade

Você, que já não diz pra mim
As coisas que eu preciso ouvir
Você, que até hoje eu
Não me esqueci

Você, que eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou

Você, que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você
E hoje nada sou...

*****

DEBAIXO DOS CARACÓIS DOS SEUS CABELOS - Roberto e Erasmo

Um dia a areia branca seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos a água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir pra ver você chegar
E ao se sentir em casa sorrindo vai chorar

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

As luzes e o colorido que você vê agora
Nas ruas por onde anda, na casa onde mora
Você olha tudo e nada lhe faz ficar contente
Você só deseja agora voltar pra sua gente

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

Você anda pela tarde e o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você chegando num sorriso
Pisando a areia branca que é seu paraíso

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante...

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