sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos na Sapucaí



Olá, amigos.

Neste e no próximo post, este blogue recordará os momentos lindos que Roberto Carlos viveu no carnaval de 2009. Após 11 anos distante do burbúrio carnavalesco, RC voltou a aparecer em duas situações típicas da folia de Momo.

A primeira delas foi no domingo de Carnaval. Meses depois de ceder seu palco à bateria da Beija-Flor e a seu intérprete Neguinho da Beija-Flor no Roberto Carlos Especial, Roberto foi prestigiar o desfile da escola de samba na Marquês de Sapucaí.

De seu camarote, o cantor testemunhou o casamento de Neguinho em plena avenida, acompanhou a presença do filho Segundinho na bateria da escola e viu as belas passistas tanto no chão quanto nos carros alegóricos. A Beija-Flor de Nilópolis levou para a Marquês de Sapucaí o tema da água, no samba intitulado No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia.

Na coluna Gente Boa, do jornal O Globo de hoje, saiu mais uma nota referente a este encontro de RC (que disse que lá no carnaval é somente um espectador). A notinha foi meio maldosa e disse que o cantor, que aderiu à moda do "ficar", estava muito atento aos passos de Raíssa, a rainha da bateria da escola, que também esteve no palco da HSBC Arena Multiuso, em Jacarepaguá, na gravação de seu especial de 2009.

O link para relembrarmos o encontro vem abaixo:

http://emocoesrc.blogspot.com/2008/12/roberto-carlos-especial-2008-neguinho.html

E no dia 23 de fevereiro deste ano, Roberto Carlos novamente prestigiou sua escola de samba de coração - que, ao final da apuração, ficou em segundo lugar, perdendo para a Acadêmicos do Salgueiro (a escola tijucana não ganhava um título desde 1993). Seguindo os versos de um samba conhecidíssimo de carnaval ("um rei em meio a uma gente tão modesta") cedeu espaço ao Rei Momo para, de camarote, ver a passagem de uma deusa. Da deusa da passarela, a Beija-Flor de Nilópolis, como disse a letra da canção feita pelo Neguinho que tem a escola como sobrenome.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos no camarote do carnaval deste ano.

Abraços a todos, Vinícius.


A DEUSA DA PASSARELA - Flor, Neguinho da Beija e Neguinho da Beija-Flor

É ela
Maravilhosa e soberana
De fato nilopolitana.
Enamorada deste meu país

É ela
A deusa da passarela
Razão do meu cantar feliz.

É ela
Um festival de prata em plena pista
É o sorriso alegre do sambista
Ao ecoar do som de um tambor...ôô

Beija-Flor, minha escola
Minha vida, meu amor...
Beija-Flor, minha escola
Minha vida, meu amor...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 6



Olá, amigos.

É... Acabou mais um carnaval. Agora 2009 começa de uma vez no Brasil. E na marcha da Quarta-Feira de Cinzas, este blogue se despede da folia trazendo mais um momento carnavalesco de Roberto Carlos.

O carnaval, tempo de tantos amores, de tanta folia, também tem espaço para histórias tristes. É assim nesta letra magistral de Luiz Carlos Paraná, que, há exatamente 40 anos, ousou escrever um samba para que o "rei do iê-iê-iê" cantasse no Festival da TV Record. E, na interpretação de Roberto Carlos, acompanhado por O Grupo, a menina que viveu apenas um carnaval emocionou o país e ficou em quinto lugar no festival.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos com a fantasia de palhaço que o acompanhou no fim da década de 1970. Seu semblante está introspectivo, mas ele sabe que mais que nunca é preciso cantar...

Abraços a todos, Vinícius.

MARIA, CARNAVAL E CINZAS - Luiz Carlos Paraná


Nasceu Maria quando a folia
Perdia a noite ganhava o dia
Foi fantasia seu enxoval
Nasceu Maria no carnaval

E não lhe chamaram assim como tantas
Marias de santas, Marias de flor
Seria Maria, Maria somente
Maria semente de samba e de amor

Não era noite, não era dia
Só madrugada, só fantasia
Só morro e samba, viva Maria
Quem sabe a sorte lhe sorriria

E um dia viria de porta-estandarte
Sambando com arte, puxando cordões
E em plena folia de certo estaria
Nos olhos e sonhos de mil foliões

Morreu Maria quando a folia
Na quarta-feira também morria
E foi de cinzas seu enxoval
Viveu apenas um carnaval

Que fosse chamada então como tantas
Marias de santas, Marias de flor
Em vez de Maria, Maria somente
Maria semente de samba e de dor

Não era noite, não era dia
Somente restos de fantasia
Somente cinzas, pobre Maria
Jamais a vida lhe sorriria

E nunca viria de porta-estandarte
Sambando com arte puxando cordões
E não estaria em plena folia
Nos olhos e sonhos de seus foliões

E não estaria em plena folia
Nos olhos e sonhos de seus foliões

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 5



Olá, amigos.

No último dia oficial de folia, este blogue apresenta o momento em que Roberto Carlos dedicou uma faixa de seu LP ao contagiante ritmo do samba. Era RC inspirado por este ritmo que tanto o reverencia.

A primeira homenagem explícita veio em 1987, quando a Unidos do Cabuçu desfilou uma homenagem a ele com o enredo Roberto Carlos no reino da fantasia (primeiro post desta série, apresentado no dia 20 de fevereiro). Nos últimos dois anos, quando a Beija-Flor de Nilópolis foi campeã do carnaval carioca, Mestre Paulinho, que conduz com maestria a bateria da escola, declarou que dedicava os títulos a "Sua Majestade, o rei Roberto Carlos", que segundo ele "previu os triunfos da Beija-Flor".

Roberto retribuiu do jeito que sabe: com boa música. Em seu Roberto Carlos Especial do final do ano passado, ele convidou o intérprete que tem a escola de samba como sobrenome - Neguinho da Beija-Flor - com quem cantou um pout-pourri com as músicas Ângela (do repertório de Neguinho) e Eu e ela (do repertório de RC). Em seguida, a bateria da Beija-Flor (com direito a presença das passistas da escola e da madrinha da bateria, Raíssa) foi convidada para o palco, e Roberto entoou com os nilopolitanos o samba-exaltação A deusa da passarela.

Mas na discografia de Roberto Carlos a ligação dele com o samba tem registro desde 1986. Inspirado pela proximidade do carnaval em que sua vida e sua obra desfilariam pela Marquês de Sapucaí, Roberto decidiu ver o samba lá no morro. Chegando lá, ficou fascinado diante de uma sambista, e usou a primeira faixa do lado B de seu LP de 1986 para relatar em letra e música o dia em que seu balanço entrou no balanço de mais um estilo de música. No Roberto Carlos Especial daquele ano, RC se rendeu ao samba no pé da passista Fatinha no clipe da canção.

Segue a letra! Na foto, um registro de Roberto Carlos durante o Projeto Emoções em Alto Mar de 2007.

Abraços a todos, Vinícius.

NÊGA - Roberto e Erasmo

Fiquei o tempo todo olhando o sorriso dela
Aquele seu balanço e toda a beleza dela
Juntei o meu carinho com o chamego dela
Gosto dela

Mudei o meu caminho só pra encontrar com ela
Mudei a minha vida só pra ficar com ela
Juntei minha vontade com a vontade dela
Gosto dela, gosto dela

Eu fui ver o samba lá no morro
Ela apareceu, enlouqueci
Quando ela sambou pedi socorro
Quando ela sorriu eu descobri
Tô na dela, gosto dela

Nêga
A tristeza logo passa
Chega
Vem correndo, vem, me abraça

Olha
Satisfaz o meu desejo
Molha
Minha boca nesse beijo

Agora o meu balanço tá no balanço dela
Juntei minha viola com o pandeiro dela
Troquei a minha solidão pelo abraço dela
Gosto dela, gosto dela...

Nêga
A tristeza logo passa
Chega
Vem correndo, vem, me abraça

Olha
Satisfaz o meu desejo
Molha
Minha boca nesse beijo

Agora o meu balanço
Tá no balanço dela...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 4



Olá, amigos.

Em meio à segunda-feira de carnaval, a série Roberto Carlos, carnaval e cinzas traz hoje mais uma raridade carnavalesca de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Ela vem do momento em que a dupla fez uma convocação geral para o carnaval.

Carnaval 75 - Convocação geral é o nome de um LP duplo lançado no carnaval de 1974 que trouxe 33 canções feitas especialmente para o carnaval do início do ano seguinte. Cantores como Elza Soares, Luiz Melodia, Emilinha Borba, Caetano Veloso, Moraes Moreira, Jair Rodrigues, Nelson Gonçalves, Gilberto Gil, Beth Carvalho e o grupo Originais do Samba foram convocados para chamar o público para esta folia musical.

E, dentre este grupo de artistas (que incluiu o vocalista da banda de RC, Luiz Carlos Ismail, interpretando uma canção), Roberto Carlos e Erasmo Carlos apareceram como compositores privilegiados. Afinal de contas, a dupla foi responsável pela uma canção interpretada por nada menos que Marlene, a eterna Rainha do Rádio.

Em letra e música, Roberto e Erasmo usaram a voz de Marlene para falar sobre a época do ano em que as pessoas batem com os sapatos no chão, no ritmo do samba. E no ritmo deste samba que liga Roberto Carlos ao carnaval.

Segue a letra! Na foto, o compacto que traz a gravação de Marlene para o samba de Roberto e Erasmo.

Abraços a todos, Vinícius.

SAMBA DO SAPATÃO - Roberto e Erasmo

Nêga, você vai cair daí
E vai se machucar
Sei que não vai ser nada legal
Você de molho o resto desse carnaval

E valha-me Deus
Nossa Senhora
Se você cai aí de cima

É a cesta, menina
Que na praia é um barato
Mas na hora que vai sambar
Despenca do sapato

Diz o samba agora
Fica sendo no chão
Todo mundo batendo
Com o seu sapatão...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 3



Olá, amigos.

Em pleno domingo de Carnaval, a série Roberto Carlos, carnaval e cinzas traz um momento raríssimo do repertório assinado por RC. É o momento pelo qual Roberto e Erasmo passearam por um estilo de música bastante comum no período de folia.

Trata-se da MARCHINHA, estilo que tenta sobreviver até os dias de hoje - e vem sendo revitalizada com a ajuda do programa de variedades Fantástico, da TV Globo, que faz concursos de marchinhas todos os anos - mesmo com a popularização do samba-enredo e o modismo de alguns ritmos associados ao carnaval que são muito dolorosos aos nossos ouvidos. Iniciada na década de 1920, a marcha de carnaval ficou popular no Brasil na voz de intérpretes como Carmem Miranda, Jorge Veiga, Dalva de Oliveira, Mário Reis e Silvio Caldas.

E, aliado a nomes como Braguinha, Alberto Ribeiro, Lamartine Babo e, principalmente, a João Roberto Kelly, Roberto Carlos e Erasmo Carlos adentraram na lista de compositores de marchinhas carnavalescas no ano de 1970. Através da voz de Clério Moraes, os dois cantaram o lamento de uma pessoa acusando outra de ter acabado com o seu carnaval.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em momento carnavalesco ao lado da mãe, Lady Laura, e de sua então esposa Myriam Rios.

Abraços a todos, Vinícius.

VOCÊ ACABOU COM O MEU CARNAVAL - Roberto e Erasmo

A noite inteira eu lhe procurei
Na madrugada eu lhe procurei
Raiou o dia e eu não achei
Então chorei

O dia inteiro eu continuei
Pela avenida toda eu andei
Caiu a noite e eu não achei
Então chorei

Perguntei a todo mundo
Se viu você passar sambando
Um rancho alegre ia passando
E meu desespero ia aumentando

A quarta-feira já chegava
E eu ainda lhe procurava
Ah! Eu não merecia tanto mal
Você acabou com meu carnaval...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 2



Olá, amigos.

No segundo post da série Roberto Carlos, carnaval e cinzas, este blogue mostra que, assim como o carnaval, o RC compositor também é bem democrático. E hoje a folia pede passagem pra falar de duas canções gravadas por Erasmo Carlos que falam sobre carnaval.

A primeira delas fala sobre o início da folia. Lançada em seu LP Pelas esquinas de Ipanema, no ano de 1978, ela traz um Erasmo contando a nostalgia de uma pessoa que nasceu em plena época de folia e todas as consequências musicais que sofre quem nasce em meio a este período tão festivo.

A segunda traz uma situação, infelizmente, corriqueira no período carnavalesco. Na época em que são perdoados os excessos, às vezes as pessoas passam muito da conta e não medem as consequências de seus atos. E a folia tem um fim antecipado de maneira trágica, como conta metodicamente a dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos na canção presente no LP 1990 - Projeto SalvaTerra, lançado por Erasmo em 1976. Reparem a métrica desta canção: ela se assemelha muito com Construção, de Chico Buarque. De maneira poética, os dois Carlos contaram a história do João que investiu na brincadeira para tudo se acabar na terça-feira.

Seguem as letras! Na foto, Erasmo e Roberto na década de 1970.

Abraços a todos, Vinícius.

NASCI NUMA MANHÃ DE CARNAVAL - Roberto e Erasmo

Nasci numa manhã de carnaval
E o meu primeiro choro
Por coincidência
Foi no breque da cadência
De uma escola que passava
Marcando com seu canto
Minha vida de sambista

Do parto normal que eu fui
Ao samba que me criou
Da minha ama-de-leite
Ao mestre que me ensinou

Eu só agradeço a Deus
Por ter nascido numa terra boa
Onde se planta samba
E dá
À toa

******

CACHAÇA MECÂNICA - Roberto e Erasmo


Vendeu seu terno, seu relógio e sua alma
E até o santo ele vendeu com muita fé
Comprou fiado pra fazer sua mortalha
Tomou um gole de cachaça e deu no pé

Mariazinha ainda viu João no mato
Matando um gato pra vestir seu tamborim
E aquela tarde, já bem tarde, comentava
Lá vai um homem se acabar até o fim

João bebeu toda cachaça da cidade
Bateu com força em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso, mas sambou desesperado
Comeu confete, serpentina e a fantasia

Levou um tombo bem no meio da avenida
Desconfiado que outro gole não bebia
Dormiu no tombo e foi pisado pela escola
Morreu de samba, de cachaça e de folia

Tanto ele investiu na brincadeira
Pra tudo, tudo, se acabar na terça-feira...

Pra tudo, tudo se acabar na terça-feira...
Pra tudo, tudo se acabar na terça-feira...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 1




Olá, amigos.

Em plena sexta-feira de carnaval, este blogue dá início a uma série que apresenta o lado folião de Roberto Carlos. Esta série será mostrada aqui de maneira tipicamente carnavalesca - começamos hoje e só acabamos na Quarta-Feira de Cinzas, em posts diários que mostram a ligação de RC com a folia de Momo.

A folia do Emoções de Roberto Carlos tem início recordando o dia em que Roberto Carlos DEU SAMBA! Foi no ano de 1987 que a escola de samba Unidos do Cabuçu levou para a Sapucaí o orgulho dos sambistas em homenagear o artista Roberto Carlos. No Roberto Carlos Especial de 1986, RC relatou o que estava sentindo com a proximidade de desfilar sob as bênçãos de outro rei - o Rei Momo. Passeando pela Sapucaí, Roberto pensava:

"Vai ser aqui, bicho. Aqui neste lugar. Neste circo máximo! Nesta arena de concreto onde todos os anos desfila o imperador povo carregando em triunfo a emoção e a fantasia de milhares de brasileiros. Eu nem sei se dá pra aguentar...".

Depois de recordar outros artistas que foram homenageados em escolas de samba - Braguinha, Herivelto Martins e Dorival Caymmi - ele lembrou que, naquela hora, ele era o próximo artista da Música Popular Brasileira a ser homenageado ao som dos pandeiros e dos tamborins:

"E eu agora vou sentir toda essa emoção. Será que dá pra aguentar?".

E, assim, chegou o dia 2 de março de 1987. O dia em que o Sambódromo do Rio de Janeiro assistiu à passagem de Roberto Carlos na histórica Marquês de Sapucaí. A Unidos do Cabuçu desfilou exatamente à meia-noite, trazendo RC em sua história, sua família e seus amigos. Foi a Apoteose para um artista com uma carreira apoteótica em sua música.

A escola não foi a vencedora do carnaval, mas, segundo a presidente da Unidos do Cabuçu, Therezinha Monte, pesou o fato de a escola ser pequena. "Se tivesse um prestígio de uma Mangueira, Salgueiro, Portela ou outras, teria sido a vencedora fácil do carnaval daquele ano".

Recordando o momento em que Roberto Carlos deu samba, a letra de hoje é do samba-enredo que o homenageou no carnaval de 1987. No fim daquele ano, RC levou a bateria da Unidos do Cabuçu para acompanhá-lo em uma canção lançada por ele no ano anterior, mas isso ainda é assunto para um dos próximos posts. Agora é a vez de Roberto Carlos passar pela Marquês da Sapucaí.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em sua apoteose. Um rei em meio ao reino da fantasia...

Abraços a todos, Vinícius.

ROBERTO CARLOS NO REINO DA FANTASIA - Adilson Gavião, Adauto Magalha e Serginho Magnata

Surgia na manhã o rei sol
Na carruagem que corria o infinito
Apolo dedilhava sua lira
Soavam notas que tocaram a tez de um mortal

Assim nasceu Roberto Carlos na canção popular
E hoje em festa e fantasia
Na corte da alegria vem cantar

E quem sou eu nessa cidade encantada
Sou mensageiro do amor
No esplendor da madrugada

E quem sou eu nessa cidade encantada
Sou mensageiro do amor
No esplendor da madrugada

Olha, você sabe muito bem
Certos detalhes de uma vida agitada
O que me vale é a palavra amiga
Sempre tão querida do meu camarada

Um amante à moda antiga
Nesse palco de emoções
Quero um amor que seja eterno
O resto que vá tudo pro inferno

Oh, meu brasil
Verde e amarelo
Meu Cachoeiro
De luar tão belo

Oh, meu Brasil
Verde e amarelo
Meu Cachoeiro
De luar tão belo

Oh, noite
Não se vá sem levar
De presente meu coração
Quem sabe nessa longa cavalgada
No meu alazão de prata
Eu encontre inspiração
Em cantar pra você outra vez
A nossa canção
Surgia

Surgia na manhã o rei sol...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 17



Olá, amigos.

Encerrando a série Eu só não quero sozinho, hoje este blogue apresenta o mais recente momento no qual Roberto Carlos esteve presente em outra discografia que não a sua. Assim como em Chega de mágoa, Cantaré, cantarás e Luz do mundo, a canção que termina nossa série também traz a participação dele em um encontro coletivo de artistas - mas não é uma gravação com fins beneficentes.

1996 foi o ano dos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos. Como em todas as Olimpíadas, a organização do evento convocou atletas do cenário musical para cantarem o tema dos jogos. A convocação trouxe os seguintes nomes: Jon Secada, Plácido Domingo, Patrícia Sosa, Alejandro Fernández, Ricky Martin, Julio Iglesias, José Luiz Rodriguez e Gloria Estefan (que teve a responsabilidade de escrever a música, ao lado de Diane Warren).

ROBERTO CARLOS foi o único artista brasileiro convidado para participar deste número. O trecho que ele interpretou foi gravado no Brasil, nos estúdios da gravadora Som Livre. Ele e outras várias vozes se uniram para cantar uma certeza que todos os atletas dos Jogos Olímpicos têm: poder chegar longe.

Segue a letra! Na foto, a divulgação promocional da gravação.

Abraços a todos, Vinícius.

PUEDES LLEGAR - Gloria Estefan e Diane Warren

Soñar
Con lo que más queremos
Aquello
Dificil de lograr

(ROBERTO)
Es ofrecer
Llevar la meta a su fin
Y creer
Que la veremos cumprir


Arriesgar de una vez
Lo que soy
Con lo que puedo ser

Puedes llegar... lejos!
A las estrellas alcanzar
Hacer de sueños realidad

Y puedes volar... alto!
Sobre las asas de la fe
Sin más temores por vencer
Puedes llegar...

Hay días que pasan a la historia
Son días, es dificil de olvidar
Sé muy bien que yo puedo triunfar

Seguiré, con toda mi voluntad
Hasta el destino enfrentar
Y por siempre mis huellas dejar

Puedes llegar... lejos!
A las estrellas alcanzar
Hacer de sueños realidad

Y puedes volar... alto!
Sobre las asas de la fe
Sin más temores por vencer

Puedes llegar
Quieres llegar
Sobre las asas de la fe
Sin más temores por vencer

Puedes llegar...
Puedes llegar...

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 16



Olá, amigos.

Em seu penúltimo post, a série Eu só não quero cantar sozinho recorda mais um momento no qual Roberto Carlos cantou em boa companhia. São registros que, infelizmente, são raros hoje em dia, pois são pinçados de compactos lançados na era do vinil, e até o momento não foram relançados em CD.

A gravação mostrada hoje também é a participação de RC numa campanha beneficente, voltada para uma realidade brasileira que, lamentavelmente, persiste até os dias de hoje. Em 1991, o sociólogo Herbert de Souza (o Betinho) idealizou o projeto Se essa rua fosse minha, voltado para mobilizar a sociedade sobre as crianças que moram nas ruas (e muitas delas também trabalham).

Um grupo de artistas da Música Popular Brasileira se uniu e fez um compacto simples com a intenção de arrecadar dinheiro para o projeto de Betinho. Participaram desta campanha de solidariedade os artistas Chico Buarque, Adriana Calcanhoto, Arnaldo Antunes, Beth Carvalho, Conceição Rios, Flávio Pantoja, Djavan, Emilinha Borba, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Renato Russo, Iris Bustamante, Ney Matogrosso, Gal Costa, Herbert Viana, Ivan Lins, Angélica, Kleiton Ramil, Arthur Maia, Guilherme Arantes, Miúcha, Lulu Santos, Paulo Calazans, Sandra de Sá, Kledir Ramil, Leó Jaime, Glauton Campello, Torcoato Mariano, Leila Pinheiro, MPB-4, Joyce, Evandro Mesquita, Elba Ramalho, Verônica Sabino, Lobão, Alceu Valença, Simone, João Bosco, Xuxa Meneghel, Raimundo Fagner, o ex-jogador de futebol Pelé e... ROBERTO CARLOS!

Todos em torno da ajuda às crianças. Elas, que são consideradas a luz do mundo.

Segue a letra! Na foto, a capa do disco Se essa rua fosse minha.

Abraços a todos, Vinícius.

LUZ DO MUNDO (Se essa rua fosse minha) - Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Djavan e Caetano Veloso

Eu sou a luz do mundo e ninguém me vê aqui
Eu sou o sal da terra e ninguém me sabe aqui

Brincando de existir
Ninguém pode me pegar
Eu sou a voz da vida
Nada vai me calar

Pivete, capitão da areia, trombadinha
A imensidão da noite para habitar
A lua, mas se essa rua fosse minha
Meu caminho, meu sono, meu zanzar

Ducha de chuva fria e sol de aquecedor
Cama de viaduto e carros de cobertor
Letreiros de bê-á-bá
Vitrines de ver TV
Beijos de cola e colo de esmola pra comer

Pivete, capitão da areia, trombadinha
A imensidão da noite para habitar
A lua, mas se essa rua fosse minha (ROBERTO)
Meu caminho, meu sono, meu zanzar...
Corre menino, vem, menino, perto de mim

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 15



Olá, amigos.

A série Eu só não quero cantar sozinho continua sua programação, recordando os momentos em que Roberto Carlos dividiu os vocais com outros artistas em registro fonográfico. Hoje é a vez de mostrarmos um momento em que RC teve muitas companhias estrangeiras para bem mais forte poder cantar.

A repercussão mundial da reunião dos vários artistas que cantaram We are the world em prol do combate à fome na África tornou possíveis outros movimentos beneficentes envolvendo artistas da música em todos os cantos do mundo. No post passado, recordamos um destes projetos, o Nordeste Já, no qual Roberto Carlos participou como cantor e compositor da música Chega de mágoa.

Ainda no ano de 1985, RC participaria de outro projeto, na companhia de outros artistas latino-americanos. Hermanos tinha como finalidade angariar lucros para os necessitados da América Latina, do Caribe e da África (além de ajudar a região do Nordeste brasileiro).

Participaram deste projeto artistas como Julio Iglesias, Placido Domingo, Gloria Estefan, Vicente Fernández, José Luiz Rodriguez, José Feliciano, o grupo Menudos e os brasileiros Simone, Gal Costa, Sérgio Mendes e... ROBERTO CARLOS. Eram "las voces unidas" em uma campanha beneficente.

Segue a letra! Na foto, a capa do LP Hermanos.

Abraços a todos, Vinícius.

CANTARÉ, CANTARÁS - Albert Hammond, Juan Carlos Calderón e Anahí

Quiero ser
Un puerto en el mar
Ser ese compás
Que te devuelva en rumbo (ROBERTO)

Quiero ser
Un lugar de paz
Y no dejar jamás
Que se te acabe el mundo (ROBERTO no contracanto)

Amigo, amigo
No hay nada que temer
Estoy contigo
Y después de la oscuridad
Esperando está
Un nuevo día

Cantaré, cantarás
Y esa luz al final del sendero
Brillará como un sol
Que ilumina al mundo entero

Cada vez somos más
Y si al fin nos damos la mano
Siempre habrá un lugar
Para todo ser humano

Junto a ti quiero caminar
Compartir el pan,
Las penas y la esperanza.

Descubrí que en el corazón
Siempre hay un rincón
Que no olvida la infancia.

Amigo, amigo
Hay tanto por hacer,
Cuenta conmigo.

Cantaré, cantarás
Y esa luz al final del sendero
Brillará como un sol
Que ilumina al mundo entero

Cada vez somos más
Y si al fin nos damos la mano
Siempre habrá un lugar
Para todo ser humano.

Yo quisiera tener poder
De ayudar y cambiar tu destino.
Te daré cuanto puedo dar
Sólo sé cantar
Y para ti es mi canto

Y mi voz
Junto a las demás
En la inmensidad
Se está escuchando.

Cantaré, cantarás
Y esa luz al final del sendero
Brillará como un sol
Que ilumina al mundo entero

Cada vez somos más
Y si al fin
Nos damos la mano

Siempre habrá (ROBERTO)
Un lugar (SIMONE)
Para todo ser humano (ROBERTO e SIMONE)

I will sing, you will sing
And a song will bring us together
And our hopes and our prayes
We will make them last forever.

Cantaré, cantarás
Y esa luz al final del sendero
Brillará como un sol
Que ilumina al mundo entero...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 14



Olá, amigos.

A série Eu só não quero cantar sozinho traz a partir de hoje participações de Roberto Carlos em discos de criação coletiva. Era RC cedendo sua arte em benefício de campanhas solidárias mobilizadas por artistas da Música Popular Brasileira.

Corria o ano de 1985, e a seca que assolava o Nordeste brasileiro cedeu espaço a uma época de fortes chuvas, que proporcionaram grandes alagamentos e enchentes. A maneira dos cantores da nossa música contribuirem para o socorro aos nordestinos foi mesmo A MÚSICA.

Na casa de Chico Buarque, vários artistas se reuniram para fazer duas canções de criação coletiva. Uma delas foi Seca d'água, escrita a partir de poema de Patativa do Assaré, que rendeu a faixa do lado B, interpretada por nomes como Ivan Lins, Erasmo Carlos, Chico Buarque, Beth Carvalho, Simone, Gonzaguinha, MPB-4, João Nogueira, Carlinhos Vergueiro e tantos outros.

Mas a canção mais conhecida do compacto que recebeu o nome de Nordeste Já e foi vendido nas agências da Caixa Econômica Federal foi a presente no lado A do disquinho. Participaram do projeto nomes como Tânia Alves, Marina Lima, Djavan, Geraldo Azevedo, Rita Lee, Milton Nascimento, Alceu Valença, Roberto Ribeiro, Gal Costa, Gonzaguinha, Bebeto, Carlinhos Vergueiro, Elba Ramalho, Chico Buarque, Fafá de Belém, Guilherme Arantes Caetano Veloso, Elizeth Cardoso, Gilberto Gil, Tim Maia, Paula Toller, Roger (do Ultrage a Rigor), Erasmo Carlos e... Roberto Carlos!

Todos mobilizados a dizer uma coisa só: CHEGA DE MÁGOA.

Segue a letra! Na foto, o compacto Nordeste Já.

Abraços a todos, Vinícius.

CHEGA DE MÁGOA - Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Fausto Nilo, Fernando Brant, Milton Nascimento, Fagner, Erasmo Carlos e Roberto Carlos

Nós não vamos nos dispersar
Juntos, é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão

Água, dona da vida
Ouve essa prece
Tão comovida

Chega, brinca na fonte
Desce do monte
Vem como amiga

Te quero água de beber
Um copo d`água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã

Terra, olha essa terra
Raça valente
Gente sofrida

Chama, tem que ter feira
Tem que ter festa
Vamos pra vida

Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã

Chega de mágoa
Chega de tanto penar

Canto e o nosso canto
Joga no tempo
uma semente
Gente, olha essa gente
Olha essa gente
Olha essa gente

Te quero água de beber
Um copo d`água
Marola mansa da maré
Mulher amada

Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã

Canto, e o nosso canto
Joga no tempo
Uma semente

Quero te ver crescer bonita (ROBERTO)
Quero te ver crescer feliz (ERASMO)
Olha essa terra (ROBERTO)
Olha essa gente (ERASMO)
Gente pra ser feliz, feliz (ROBERTO)

Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã

Chega de mágoa
Chega de tanto penar

Chega de mágoa
Chega de tanto penar!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Emoções em Alto Mar 2009



Olá, amigos.

Hoje chega ao fim mais uma jornada marítima de Roberto Carlos pelos mares brasileiros. A edição de 2009 do Projeto Emoções em Alto Mar trouxe mais momentos emocionantes a todos os 3.070 passageiros que estiveram a bordo de mais um cruzeiro capitaneado pelo comandante Roberto Carlos.

Nesta nova passagem pelo trajeto entre Santos e Rio de Janeiro, RC trouxe outras pessoas para entreterem os súditos que navegaram na companhia de seu coração. Além de atrações como palestras, cassino e concurso de karaokê, houve também show do cantor Neguinho da Beija-Flor e uma apresentação do humorista Tom Cavalcante - que teve na platéia o ilustre espectador Roberto Carlos. Roberto chamou atenção por suas respostas na coletiva de imprensa.

Dentre suas respostas, ele afirmou não ter medo da velhice ("Tenho pavor!") e declarou que "com certeza" namoraria mulheres de 24 anos, pois "o coração não tem idade". Ainda neste terreno do romance, o cantor disse que mesmo com as formas de relacionamentos rápidos, caso do "ficar", o romantismo continua. Os jornalistas quiseram se aprofundar ainda mais no assunto, e ouviram a resposta dele sobre o casamento entre homossexuais: “Todo ser humano merece a felicidade, desde que não cause a infelicidade do outro. Não vejo por que negar essa felicidade aos gays. A mim não incomoda em nada”.

As perguntas pessoais deram a tônica desta coletiva, e passaram para o terreno da cirurgia plástica: “Sou a favor da plástica. Mas é delicado falar sobre isso. Ano passado aproveitei uma cirurgia de correção para dar uma ‘esticadinha’ no pescoço. E saíram por aí dizendo que operei o rosto todo”. Um dos repórteres ousou perguntar o que ele havia achado da cirurgia da ministra da Casa Civil, Dilma Rousself, e RC declarou que acha que ela está bem, mas o que importa é saber se ela está gostando.

Nas perguntas voltadas para sua carreira (pouquíssimas, por sinal, uma atitude lamentável dos meus colegas jornalistas), Roberto Carlos anunciou que fará um show no estádio do Maracanã e, ao final do ano, trará para o público um disco de inéditas assinadas em parceria com Erasmo Carlos. "Ele ia sair no ano passado, mas o projeto com o Caetano adiou tudo".

Ah, só pra constar: em meio a isto tudo, Roberto Carlos fez shows! O repertório trouxe os mesmos números que vêm sendo apresentados atualmente - com os números recém-incluídos como o pout-pourri com canções que falam sobre carros e velocidade e as homenagens às mulheres comuns de Mulher pequena e Mulher de 40.

O público do navio testemunhou a presença de um convidado especialíssimo. O maestro soberano Tom Jobim dividiu os vocais de um dos números do show de RC. Tom, que foi homenageado no ano passado em shows e no disco e DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso - E a música de Tom Jobim, apareceu no telão cantando Lígia, em número do Roberto Carlos Especial de 1978 que foi lançado no disco e DVD Duetos, de 2006. Roberto incluiu também a canção Eu sei que vou te amar (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), que no ano passado interpretou em seu momento solo do show que dividiu com Caetano em homenagem a Tom Jobim e aos 50 anos da ascensão da Bossa Nova.

O "comandante" Roberto Carlos (que, novamente encerrou seus shows vestido de marinheiro e cantando Comandante do seu coração) incluiu uma música para os passageiros a bordo de seu Emoções em Alto Mar 2009 recordarem. Taças de champanhe foram distribuídas à platéia, e Roberto ergueu um brinde a todos - cantando uma música italiana da safra de 1973 de Peppino di Capri.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos segurando a camisa de seu time de coração (e do coração deste que vos escreve, que explodiu de felicidade quando viu tão belo registro fotográfico). Sobre o Vasco da Gama, Roberto afirmou: "Eu sou Vasco, todo mundo sabe! Meu time está se recuperando e vocês vão ver: em breve vai estar do jeito que a gente quer”. Aviso do comandante Roberto Carlos sobre a caravela vascaína.

Abraços a todos, Vinícius.

CHAMPAGNE - Peppino di Capri

Champagne per brindare un incontro
Con te che già eri di un altro
Ricordi c’era stato un invito:
"Stasera si va tutti a casa mia"

Cosi cominciava la festa
E già ti girava la testa
Per me non contavano gli altri
Seguivo con lo sguardo solo te

Se vuoi ti acompagno, se vuoi
La scusa più banale
Per rimanere soli, io e te

E poi gettare via e perché
Amarti como sei
La prima volta, l’ultima

Champagne per un dolce segreto
Per noi un amore proibito
Ormai resta solo un bicchiere
E dun ricordo da gettare via

Lo so, mi guardate lo so
Mi sembra una pazzia
Brindare solo senza compagnia

Ma io, io devo festeggiare
La fine di un amore
Cameriere, champagne...

P.S.: a série Eu só não quero cantar sozinho retorna no dia 13 de fevereiro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 13



Olá, amigos.

Com este post, trazemos o mais recente encontro de Roberto Carlos com um artista latino-americano. E justamente um encontro de "realezas" do Brasil e do México.

Hoje é a vez do "Rei" Roberto Carlos encontrar-se com "El Rey" VICENTE FERNÁNDEZ. Depois de trabalhar como pedreiro, garçom e caixeiro, Vicente decidiu se dedicar à música aos 21 anos, quando se apresentou no programa de TV La calandria musical.

Em viagem à cidade de San Juan de Diós, onde trabalhou por uma temporada no programa Mariachi Amanecer, de Pepe Mendonza. Depois, ainda ficaria dois anos em outro programa, o Amanecer Tapatio, apresentado por Frederico Mendez (que é o autor da música apresentada hoje) na Rádio XEX, que chegava a Guadalajara.

Vicente Fernandez é considerado "el rey de Mexico", segundo os especialistas musicais de lá, porque "sua forma de interpretar a música entra na alma e nos corações de seus fãs".

E em 1989, Vicente teve seu encontro musical com Roberto Carlos, numa canção que fez parte de seu LP Por tu maldito amor. A música fala sobre um maldito amor, no qual Vicente convida RC para ouvir o toque do mariachi. Esta música chegou a ter uma versão em português, intitulada Vou levando a vida, cantada por Tony Francis, ex-integrante do primeiro Fama.

Em 1994, no disco Vicente le canta la America Latina, lançado pela Sony Internacional, o cantor ainda gravaria a versão em espanhol de Amigo, de Roberto e Erasmo. Um reencontro das duas realezas, como a de 1989, que recordamos no post de hoje.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Vicente no ano do dueto em estúdio.

Abraços a todos, Vinícius.

AUNQUE MAL PAGUEN ELLAS - Frederico Mendez

(ROBERTO)
Tengo que olvidar tu amor
Sí, me causa un gran dolor
Su cariño me hace daño
Es mejor no verla más
No la quiero recordar
Para que vivir soñando

(VICENTE)
También a mi me pasó
Yo por ahí tuve un amor
Que jugó con mi cariño
Toda el alma me partió
Con la herida me dejó
Se largó sin um motivo

(ROBERTO)
Yo te quiero aconsejar
Si lo aceptas como amigo
Sigue en frente tu camino
Otro amor puede llegar

(VICENTE)
Pues bien, mi querido amigo
Tu consejo está muy bien
Pero mientras que le digo
Pero mientras como le hago
Para olvidar esta mujer

(OS DOIS)
Yo te invito, mi amigo
Que compartas mis penas
Y que toque el mariachi
Y cantemos por ellas

Yo te invito, mi amigo
Que compartas mis penas
Y que toque el mariachi
Aunque mal paguen ellas...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 12



Olá, amigos.

Retomando a série Eu só não quero cantar sozinho depois do post especial sobre a peça Não sou feliz, mas tenho marido, hoje este blogue continua a mostrar as participações de Roberto Carlos em discos de outros artistas. O caminho que continua a acontecer nos LPs da América Latina.

Assim como Lani Hall, a cantora de hoje também é americana e tem forte ligação com o Brasil. Nascida em Nova Iorque, Edith Gormezano se tornou EYDIE GORMÉ ao se consagrar na música.

Em boa parte de sua carreira, Eydie ajudou o mundo a ter "a influência do jazz", em especial com o disco Blame it on the Bossa Nova. No ano de 1967, ela teve outro contato com a Bossa Nova no disco Steve & Eydie, Bonfá & Brazil, no qual cantou com seu marido Steve Lawrence e com o brasileiro Luiz Bonfá.

Eydie faria muitos shows com o marido, e entre 1990 e 1991, o casal abriu os shows da turnê dos 75 anos de Frank Sinatra. Depois do jazz, Eydie Gormé se dedicou a fazer discos cantando o repertório latino, tendo o acompanhamento do grupo Trio Los Panchos em clássicos latino-americanos, como Aquellos ojos verdes, Sabor a mi, Nosotros e Cuando vuelva a tu lado.

E em 1989, Eydie Gormé teve o privilégio de contar com a participação de Roberto Carlos em um disco seu. Lançado em maio daquele ano, seu álbum De corazón a corazón trouxe os dois cantando um clássico assinado por Roberto e Erasmo, mas com versão para o espanhol. Um fato curioso é que o LP de Eydie Gormé lançado no mercado hispânico traz os dois cantando em espanhol, enquanto o vinil lançado no Brasil traz Eydie cantando em português e Roberto em castelhano.

Abaixo, segue a letra toda em castelhano. Na foto, o LP de Eydié Gormé.

Abraços a todos, Vinícius.

SENTADO A LA VERA DEL CAMINO (Sentado à beira do caminho) - Roberto e Erasmo (versão de Roberto Livi)

(ROBERTO CARLOS)

Ya no puedo más quedarme aquí a esperar,
A que un día de repente tú regreses junto a mí,
Tantos coches y camiones apurados pasan frente a mí,
A la vera estoy sentado de un camino que no tiene fin...

(EYDIÉ GORMÉ)

Mi mirada vaga en la distancia de un camino triste,
Donde la tristeza y la nostalgia de tu amor aún existe,
Y este sol que quema en mi rostro lo poco de alegría,
Que me queda cuando pienso que tal vez yo pueda verte un día...

(OS DOIS)

Yo quiero olvidar
Pero insisto
Preciso pensar que yo existo
Yo existo, yo existo...

(ROBERTO)

Y de pronto llueve sin parar
Y entonces lloro tanto
Y las gotas de la lluvia sin querer
Si confunden com mi llanto

Busco en todos los lugares tu cariño
Y no encuentro nada
Y me quedo por las noches sin dormir
Imaginando tu llegada

(OS DOIS)

Yo quiero olvidar
Pero insisto
Preciso pensar
Que yo existo
Que yo existo, yo existo, yo existo...

(EYDIÉ)

Coches y camiones, luces, gente,
Todo, todo se confunden en mi mente,
Y mi sombra me acompaña y ve que yo
Estoy muriendo lentamente

Sólo tú no ves que ya no puedo más
Seguir este destino
Y esperar la vida entera por tu amor aquí
A la vera del camino...

(OS DOIS)
Yo quiero olvidar
Pero insisto
Preciso pensar
Que yo existo
Que yo existo, yo existo, yo existo

(ROBERTO)
Ya no puedo más quedarme aquí

(EYDIE)
Ya no puedo más quedarme aquí

(ROBERTO)
Ya no puedo más quedarme aquí

(EYDIE)
Ya no puedo más quedarme aquí...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Post especial - NÃO SOU FELIZ, MAS TENHO MARIDO



Olá, amigos.

Este blogue hoje apresenta um post especial dedicado a dar mais uma dica de teatro. E melhor ainda: uma dica de teatro que tem participação de Roberto Carlos.

Sucesso da temporada teatral carioca nos últimos dois anos, o monólogo NÃO SOU FELIZ, MAS TENHO MARIDO, protagonizado por Zezé Polessa, volta à cena no Canecão - mas somente de amanhã até domingo. Para uma peça chegar a fazer parte da agenda desta casa de espetáculos carioca, só há um motivo: o grande sucesso de bilheteria. Foi assim com outras peças que já passaram pelo lugar, como Cinco vezes comédia (em meados dos anos 90), e as recentes Cócegas, Boom, Aluga-se um namorado e os shows da companhia Melhores do Mundo.


Não sou feliz, mas tenho marido
é a transposição no palco para o livro homônimo lançado pela jornalista argentina Viviana Gómez Thorpe. Além de protagonizar a história, a atriz Zezé Polessa foi uma das adaptadoras do espetáculo - ao lado de Maria da Luz e do diretor da montagem Victor Garcia Peralta.

Num cenário cercado de livros, Zezé Polessa é Viviana, uma jornalista que ao completar 27 anos de casada decide lançar um livro sobre relacionamentos conjugais. A ação se passa numa coletiva de imprensa, na qual a personagem responde sobre como é viver um casamento.

O texto da autora argentina tem um grande mérito em um texto sobre o casamento do ponto de vista feminino: em nenhum momento a personagem se subjuga, ela não é uma resignada esposa e "do lar". Isto ajuda na criação de Zezé Polessa para Viviana, pois a atriz pode (e consegue) dar um tom mais cômico para as corriqueiras situações que a mulher tem de passar com o marido - desde a falta de diálogo até a convivência com uma pessoa que adora futebol e tem paixão pelo próprio carro.

Após percorrer o Brasil, Não sou feliz, mas tenho marido retorna ao Rio de Janeiro em mais uma casa de espetáculos (as outras foram o Teatro Vanucci e o Citybank Hall), certamente com mais três apresentações aplaudidas pelo público. Aplausos que consagram uma nova tendência da arte cênica carioca: os monólogos. Recentemente, o Rio de Janeiro vem assistindo a muitos momentos nos quais apenas um ator ocupa a cena para nos contar várias histórias - os casos mais recentes são as aplaudidas A mulher que escreveu a Bíblia (com Inez Vianna), Eu sou minha própria mulher (com Edwin Luisi) e A alma imoral (com Clarice Niskier).

Roberto Carlos está presente na trilha de Não sou feliz, mas tenho marido como compositor. É dele e de Erasmo uma canção gravada por Gal Costa em 1969 que, de certa forma, também tem uma conotação de liberação feminina.


Segue a letra! Na foto, Zezé Polessa em cena.

Abraços a todos, Vinícius.

VOU RECOMEÇAR - Roberto e Erasmo

Não sei por que razão eu sofro tanto em minha vida
A minha alegria é uma coisa tão fingida
A felicidade já é coisa esquecida
Mas agora vou recomeçar

Não vou ser mais triste
Vou mudar daqui pra frente
E a minha escrita vai ser muito diferente
A filosofia vou mudar em minha mente
Pois agora vou recomeçar

Quero amor e quero amar
Quero a vida aproveitar
Talvez até arranje alguém
Alguém que eu possa acreditar
Pois agora vou recomeçar
E daqui pra frente eu vou mudar...

P.S.: no próximo post, este blogue retoma a série Eu só não quero cantar sozinho.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 11




Olá, amigos.

A série Eu só não quero cantar sozinho traça novos caminhos da carreira de Roberto Carlos, e mostra neste e nos próximos posts participações de RC em discos de cantores estrangeiros. O primeiro deles vem numa cantora nascida nos Estados Unidos, mas que tem forte ligação com a cultura brasileira.

A americana LANI HALL fez parte do conjunto Brasil '66, ao lado de Sérgio Mendes, músico brasileiro radicado no exterior. No início dos anos 70, Lani saiu do conjunto e começou a sua carreira solo.

É de 1972 o seu primero disco, intitulado Sun Down Lady , no qual gravou Tiny dancer e Come down in time, ambas de Elton John, e Whatever may I find him, de Paul Simon. Em 1981, a cantora voltaria a dar destaque ao repertório da MPB, no disco A brazileira, com produção de Aloysio de Oliveira e arranjos de Oscar Castro Neves.

Nele, ela interpreta Trocando em miúdos (de Chico Buarque e Francis Hime), Minha (de Francis e Ruy Guerra), Lamento (de Pixinguinha e Vinícius de Moraes) e O samba da minha terra (de Dorival Caymmi) e em 1998, com Brasil Nativo, no qual gravou Mas que nada, canção de Jorge Benjor e sucesso do grupo Brasil'66.

A partir do ano seguinte, Lani Hall começou a gravar em espanhol, com o disco Lani, tendo músicas de Juan Carlos Calderón. E é em espanhol que está gravado seu dueto com Roberto Carlos.

Em 1985, no LP Es facil amar, os dois dividiram a segunda faixa do lado A, numa canção extremamente romântica sobre como é ver de repente o amor. Com este disco, Lani Hall ganharia o Grammy de 1986, e dedicaria o prêmio a Roberto Carlos.

Segue a letra! Na foto, o compacto que lançou este dueto de Roberto e Lani.

Abraços a todos, Vinícius.

DE REPENTE EL AMOR - Anahí e Albert Hammond

(ROBERTO)

Ocurrió de pronto un día
Como ocurren los milagros
Nuestros ojos se encontraram
Y se hablaron si hablar

(LANI)

Todo el mundo parecia
Al alcance de la mano
Y con sólo una sonrisa
Me invitaste a caminar

(OS DOIS)

De repente el amor
Como un rayo en la oscuridad
Una dulce locura
Sin explicación
Un "te quiero" y un beso y un sueño para estrelar
Un minuto fatal
De repente el amor

(ROBERTO)

Fueron tantas madrugadas
Tantas risas en el viento
Tantas noches desveladas
Descubriendo tu y yo

(LANI)

Fueron tantas las miradas
Entendiendose en silencio
Siempre sobran las palavras
Cuando habla el corazón

(OS DOIS)

De repente el amor
Como un rayo en la oscuridad
Una dulce locura sin explicación
Un "te quiero" y un beso y un sueño para estrelar
Un minuto fatal
De repente el amor...

(ROBERTO)

Se este amor es sólo un sueño
Es fantastico soñar
Y en tus brazos despertar

(OS DOIS)

De repente el amor
Como un rayo en la oscuridad
Una dulce locura sin explicacíon
Un "te quiero" y un beso y un sueño para estrelar
Un minuto fatal
De repente el amor...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eu só não quero cantar sozinho - 10



Olá, amigos.

A série Eu só não quero cantar sozinho traz mais um registro discográfico no qual Roberto Carlos divide os vocais com outro artista. Desta vez, em mais um disco de um artista que teve como projeto um disco tendo faixas dedicadas a encontros musicais.

Em 1995, ÂNGELA MARIA, a Sapoti, decidiu lançar um disco muito bem acompanhada. Em seu disco Amigos, ela teve os seguintes encontros: Chico Buarque (Gente humilde), Maria Bethânia (Orgulho), Fagner (Lábios de mel), Zezé di Camargo e Luciano (Falhaste), Emílio Santiago (Escuta), Alcione (Fósforo queimado), Agnaldo Timóteo (Tango pra Tereza), Caetano Veloso (Noite chuvosa), Ney Matogrosso (Babalu), Gal Costa (Nem eu), Djavan (Vida de bailarina), Fafá de Belém (Abandono), Milton Nascimento (Balada triste) e Nana Caymmi (Estava escrito).

E para abrir este especialíssimo disco de encontros, nada melhor do que tendo a companhia de Roberto Carlos. Os dois interpretaram uma música de Roberto e Erasmo que foi gravada por RC no ano de 1979, e este encontro se estendeu ao Roberto Carlos Especial do ano de 1995 e ao Som Brasil Especial de 1996. A participação no especial de RC faz parte do disco e do DVD Duetos, lançados por Roberto em 2006.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Ângela no especial de 1995.

Abraços a todos, Vinícius.

DESABAFO - Roberto e Erasmo

(ÂNGELA MARIA)

Por que me arrasto aos seus pés
Por que me dou tanto assim
E por que não peço em troca
Nada de volta pra mim?

Por que é que eu fico calada
Enquanto você me diz
Palavras que me machucam
Por coisas que eu nunca fiz?

(ROBERTO CARLOS)

Por que é que eu rolo na cama
E você finge dormir?
Mas se você quer eu quero
E não consigo fingir

Você é mesmo essa mecha
De branco nos meus cabelos
Você pra mim é uma ponta
A mais nos meus pesadelos

(ÂNGELA)

Mas acontece que eu
Não sei viver sem você
Às vezes me desabafo
Me desespero porque

Você é mais que um problema
É uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus braços
Na hora que você quer

(ÂNGELA no canto, ROBERTO repetindo a frase no contracanto)

Você é mais que um problema
É uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus braços
Na hora que você quer...