sábado, 31 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - POP



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música, traz mais uma vertente bastante presente em um dos momentos da carreira de Roberto Carlos. Ela é, na verdade, um prosseguimento do country, mostrado no post passado.

O POP apareceu com força a partir de 1985, quando as músicas de Roberto Carlos receberam a presença de teclados e de sintetizadores. Em suas faixas, também surgiram com muita força os nomes dos músicos Robson Jorge e Lincoln Olivetti (não só como artistas, mas muitas vezes como autores nas canções Eu e ela, feita com Mauro Motta e Você na minha mente, em parceria com Mauro Motta e Carlos Colla). Olivetti já tinha uma boa parceria com Roberto Carlos, pois foi arranjador de músicas como Fera ferida, mas agora ele apareceu com mais frequência.

Roberto aderiu à batida pop, e ela ficou explícita também no estilo de suas canções românticas - casos de Verde e amarelo, Do fundo do meu coração, Tô chutando lata e Papo de esquina (este último, dueto com Erasmo Carlos). Nesta época, dois nomes importantíssimos se associaram ao repertório de RC: a dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas. Autores de hits como Dia de domingo, sucesso na voz Tim Maia e Gal Costa e Whisky a go-go, música de destaque do conjunto Roupa Nova, os dois também escreveram grandes sucessos de Roberto Carlos - Amor perfeito (em coatuoria com Robson Jorge e Lincoln Olivetti), Pergunte pro seu coração e Meu ciúme.

A linguagem "pop" de Roberto Carlos trouxe canções que "pegavam" facilmente nos ouvidos do público, num jeito provocante e sensual. Assim como disse uma das canções de seu LP de 1985.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em show no início dos anos 90.

Abraços a todos, Vinícius.

SÍMBOLO SEXUAL - Roberto e Erasmo

Meu bem não ligue
Tudo isso é normal
Mulher bonita a gente sempre vê no jornal
Fazendo poses, bicos, caras e bocas etc. e tal
Cabelo pop, punk, rock é um toque
De capa de revista ou de televisão
Mas você sabe bem o que faz
Pra me chamar a atenção

Você tem tudo nesse jeito
Provocante e sensual
Tudo o que se espera da mulher ideal
Porque você meu bem é meu símbolo sexual

E no verão o bronzeado é geral
É tanto, que não cabe na medida atual
Eu me amarro em seu short
E no decote, em tudo seu afinal

Então você se chega mais e me abraça
Me beija e no seu beijo sinto tudo que é bom
Eu te pego e me entrego
E me esfrego todo no seu batom

Você tem tudo nesse jeito
Provocante e sensual
Tudo o que se espera da mulher ideal
Porque você meu bem é meu símbolo sexual

Sex, sex, sex, sexual
Sex, sex, sex, sexual
Porque você meu bem é meu símbolo sexual
Sex, sex, sex, sexual
Sex, sex, sex, sexual
Meu bem você é mesmo meu símbolo sexual

Você me fala tanta coisa bonita
Me acaricia, me provoca, me agita
Depois me olha com esse jeito e me faz
Chegar mais perto, eu chego perto demais

Sex, sex, sex, sexual
Sex, sex, sex, sexual

Cabelo pop, punk, rock é tudo um toque . . .

Cabelo pop, punk, rock é um toque
De capa de revista ou de televisão
Mas você sabe bem o que faz
Pra me chamar a atenção

Você tem tudo nesse jeito
Provocante e sensual
Tudo o que se espera da mulher ideal
Porque você meu bem é meu símbolo sexual

Porque você meu bem é meu símbolo sexual
Sex, sex, sex, sexual
Sex, sex, sex, sexual
Porque você meu bem é meu símbolo sexual
Sex, sex, sex, sexual
Sex, sex, sex, sexual

Você meu bem é meu símbolo sexual...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - COUNTRY



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos - um estilo de música, hoje este blogue mostra uma vertente da década de 1980. Admirador declarado de artistas como Dire Straits, nesta década RC começou a se aventurar no estilo COUNTRY.

O LP de 1991 teria esta visível influência - na capa, Roberto posa com um chapéu de caubói. Mas o estilo country estaria presente ao longo de seus discos, em canções como Todas as manhãs, Amigo, não chore por ela, Tem coisas que a gente não tira do coração e também no disco de 2005, em que predomina a vertente "pop country" nas gravações de O baile da fazenda e Coração sertanejo.

Mas a letra escolhida hoje marca o primeiro registro country do repertório de Roberto Carlos. No ano de 1984, agora tendo como produtor Mauro Motta (Evandro Ribeiro se afastou por problemas de saúde que o levariam no início da década de 1990), o cantor mostrou seu eterno trabalho por adequar sua música a todos os estilos e a todas as vertentes que a música brasileira traz.

Esta música tem um valor especial para mim. Foi a primeira música interpretada por Roberto Carlos que eu ouvi. A imagem era marcante - RC dirigindo um caminhão e interpretando sua homenagem aos caminhoneiros, estes grandes heróis das estradas.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos no especial de 1984, gravado no Maracanãzinho.

Abraços a todos, Vinícius.

CAMINHONEIRO (Gentle on my mind) - John Hartford (versão de Roberto e Erasmo)

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais
Porque eu penso nela no caminho
Imagino seu carinho
E todo o bem que ela me faz
A saudade então aperta o peito
Ligo o rádio e dou um jeito
De espantar a solidão
Se é de dia eu ando mais veloz
E à noite todos os faróis
Iluminando a escuridão

Eu sei
'Tô correndo ao encontro dela
Coração 'tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
Do volante eu penso nela
Já pintei no pára-choque
Um coração e o nome dela

Já rodei o meu país inteiro
Como bom caminhoneiro
Peguei chuva e cerração
Quando chove o limpador desliza
Vai e vem no parabrisa
E bate igual, meu coração

Doido pelo doce do seu beijo
Olho cheio de desejo
Seu retrato no painel
É no acostamento dos seus braços
Que eu desligo meu cansaço
E me abasteço desse mel

Eu sei
'Tô correndo ao encontro dela
Coração 'tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
No volante eu penso nela
Já pintei no pára-choque
Um coração e o nome dela

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais
Olho o horizonte e vou em frente
'Tô com Deus e vou contente
Meu caminho eu sigo em paz

Eu sei
'Tô correndo ao encontro dela
Coração 'tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
No volante eu penso nela
Já pintei no pára-choque
Um coração e o nome dela

O nome dela…
O nome dela…
O nome dela…
O nome dela…

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - MAIS BALADAS



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música prossegue a enumerar todos os estilos musicais que passeiam por estes 50 anos de carreira. E hoje vamos falar um pouco mais da vertente musical citada na postagem anterior.

As BALADAS apareceram com muita força na década de 1970 e não saíram mais da safra de Roberto Carlos. O amor em seu começo, em seu lado mais romântico, no ápice da sua sensualidade e, às vezes, no fim de um relacionamento, tomaram uma boa dose da safra do repertório do cantor.

Mas, com o fim dos anos 70 e em boa parte dos anos 80, o acervo de Roberto Carlos trouxe uma grata peculiaridade - as canções ganharam, em suas letras e em suas interpretações - um tom mais jovial, mais descompromissado. O primeiro momento foi a canção que abre o LP de 1979, Na paz do seu sorriso. Viriam músicas como Não se afaste de mim e Amante à moda antiga, e a sensualidade veio de maneira mais explícita em músicas como Tudo para e No mesmo verão.

E, dentre elas, veio a canção que mostrou um novo momento de letra e música das baladas de Roberto Carlos. Numa coincidência total entre côncavo e convexo, Roberto deixava suas baladas cada vez mais quentes e em tons mais fortes.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em registro que foi para a parte interna do LP de 1977.

Abraços a todos, Vinícius.

O CÔNCAVO E O CONVEXO - Roberto e Erasmo

Nosso amor é demais e quando amor se faz
Tudo é bem mais bonito
Nele a gente se dá muito mais do que está
E o que não está escrito
Quando a gente se abraça, tanta coisa se passa
Que não dá pra falar
Nesse encontro perfeito, entre o seu e o meu peito
Nossa roupa não dá

Nosso amor é assim, pra você e pra mim
Como manda a receita
Nossas curvas se acham, nossas formas se encaixam
Na medida perfeita

Esse amor é pra nós a loucura que traz
Esse sonho de paz e é bonito demais
Quando a gente se beija, se ama e se esquece
Da vida lá fora
Cada parte de nós tem a forma ideal
Quando juntas estão, coincidência total
Do côncavo e convexo
Assim é nosso amor, no sexo

Esse amor é pra nós a loucura que traz
Esse sonho de paz e é bonito demais
Quando a gente se beija, se ama e se esquece
Da vida lá fora

Cada parte de nós tem a forma ideal
Quando juntas estão, coincidência total
Do côncavo e convexo
Assim é nosso amor, no sexo

domingo, 25 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - BALADAS




Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música segue enumerando os estilos que passaram pela obra de RC. Esta sequência mostra o quanto a obra do cantor é rica de histórias e de ritmos em seus 50 anos de música.

Claro que o amor sempre pontuou suas canções com Erasmo Carlos, mas a partir da década dhttp://www.blogger.com/img/blank.gife 1970 é que as BALADAS ficaram mais marcantes, e suas letras mais maduras.

O amor e a velocidade, e os ritmos acelerados de suas canções foram cedendo espaço a formas nem tão simples pra falar do amor. A introspecção do LP de 1972 trouxe esta virada, falando de histórias que passavam a fazer parte do maduro RC (a rotina de um pai de família em Quando as crianças saírem de férias) e que faziam parte de um passado que vive em tudo que sente agora (caso de O divã).

Em letra e música, Roberto passou a cantar os vários sentimentos amorosos. A tristeza de amores não correspondidos esteve presente nas amarguradas À distância... e Por amor, ambas de 1972. O amor perdido à distância de "A cigana", a falta de diálogo de Palavras, as duas de 1973 e o doloroso fim de um relacionamento, na magistral letra de Você, datada de 1974. O "balanço" de um fim de amor surge nos versos de Você em minha vida, do LP de 1976, e o reconhecimento de um amor que está no fim de Sinto muito, minha amiga, lançada em 1977.

O amor que independe da censura de Além do horizonte e o singelo flerte da letra de Olha, as duas canções de 1975. E sem pudor de exagerar, de expor com todas as forças o que sente, RC também pretender ser inesquecível em Não se esqueça de mim, de 1977.

Mas, sem dúvida, os detalhes mais marcantes do repertório interpretado por Roberto Carlos seriam as canções eróticas. "Um pouco de ousadia, através de propostas cuidadosamente escolhidas numa canção de amor", RC falaria no show do Aterro em 2002.

São desta safra canções maravilhosas assinadas a quatro mãos, como Proposta, Seu corpo, Cavalgada... E a música com a qual encerra o post de hoje.

Como vocês puderam perceber, um dia não foi suficiente pra falar deste estilo de música de Roberto Carlos. Portanto, no próximo post, este blogue falará mais um pouco sobre as baladas do repertório real, agora num período mais descontraído, que retrata um amor recém-descoberto, que, entre côncavos e convexos, entre a cama e a mesa, nunca saiu de moda.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos agradecendo os aplausos no show Concerto.

Abraços a todos, Vinícius.

OS SEUS BOTÕES - Roberto e Erasmo

Os botões da blusa
Que você usava
E meio confusa
Desabotoava

Iam pouco a pouco
Me deixando ver
No meio de tudo
Um pouco de você

Nos lençóis macios
Amantes se dão
Travesseiros soltos
Roupas pelo chão

Braços que se abraçam
Bocas que murmuram
Palavras de amor
Enquanto se procuram

Chovia lá fora
E a capa pendurada
Assistia a tudo
Não dizia nada

E aquela blusa
Que você usava
Num canto qualquer
Tranquila esperava

Num canto qualquer
Tranquila esperava
Tranquila esperava...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - GOSPEL



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música mostra hoje uma das vertentes mais constantes em seu repertório. E poucos sabem, mas ela surgiu na mesma época do soul.

A diferença é que o GOSPEL acabou chegando às igrejas protestantes, onde são cantadas geralmente por vocais femininos, e acabaram deixando sua música com letra de temática religiosa. Tanto que os primeiros registros fonográfico de RC neste estilo trazem muita influência da música black americana.

Em Jesus Cristo e Todos estão surdos, o louvor vem mais em tom de protesto, em especial no último, onde Roberto declama boa parte da letra. Mais tarde, o gospel viria de outras formas - desde os cânticos de A montanha, e A guerra dos meninos, passando pela reflexão de Jesus Salvador, Quando eu quero falar com Deus e Estou aqui, e usando também elementos e imagens da Igreja Católica e passagens, como Nossa Senhora, Coração de Jesus, Apocalipse e O Terço.

Em uma destas canções, Roberto Carlos anunciou uma certeza. O LP de 1981 começava com a certeza de que "Ele está pra chegar".

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos acenando para o público.

Abraços a todos, Vinícius.

ELE ESTÁ PRA CHEGAR - Roberto e Erasmo

Se ilumine na luz das estrelas
Se aqueça nos raios do sol
Se refresque na chuva que cai
Sobre a sua cabeça
Agradeça e respire do ar
Se concentre diante do mar
Se procure e se encontre depressa
Ele está pra chegar

Não se pode negar os sentidos
Tão pouco tapar os ouvidos
Pra fugir das verdades
Que a própria consciência nos diz

Não adianta tentar se esconder
Nem tão pouco querer se enganar
Se procure, se encontre depressa
Ele está pra chegar
Ele está pra chegar

Vista-se no branco desse amor que vem do alto
Busque o céu dos seus pensamentos
Veja que a verdade e as palavras do profeta
Nunca se perderam nos ventos

Pare pra pensar
Pense muito bem
Olhe que esse dia já vem
Pare pra pensar
Pense muito bem
Olhe que esse dia já vem

Pare, pense
Olhe que esse dia já vem
Pare, pense
Olhe que esse dia já vem

Muito breve uma luz vai brilhar
Dessa luz Ele então surgirá
Se materializando ante os olhos
Surpresos do mundo

Não se pode fugir dessa Luz
Dessa força chamada Jesus
Se procure, se encontre depressa
Ele está pra chegar
Ele está pra chegar

Pare pra pensar
Pense muito bem
Olhe que esse dia já vem
Pare pra pensar
Pense muito bem
Olhe que esse dia já vem

Pare, pense
Olhe que esse dia já vem
Pare, pense
Olhe que esse dia já vem...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - SOUL




Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música prossegue, enumerando vários estilos que passeiam pela discografia do cantor. Em seus 50 anos de carreira, RC mostrou os mais variados ritmos, que fazem destoar a ideia de que ele seja repetitivo.

Quando a Jovem Guarda "envelheceu", Roberto enveredou por um caminho bem interessante, que ecoava na música americana. Trata-se do SOUL (palavra inglesa que, traduzida para nossa língua, significa "alma"). O estilo veio dos Estados Unidos, e passou pelo Brasil graças a três grandes divulgadores - a dupla Roberto e Erasmo e o cantor Tim Maia.

Segundo historiadores de música, o soul music surgiu entre os anos 50 e 60, em especial na música negra americana, com nomes como o grupo Isley Brothers e os cantores Ben E. King e Ray Charles. Roberto Carlos teve sua primeira incursão no estilo graças ao Ray - seu LP É proibido fumar termina com a versão de Unchain' my heart (em português, Desamarre meu coração), grande sucesso do cantor.

Mas o soul entraria na carreira de RC quatro anos depois, no LP O inimitável, com a raivosa interpretação de Se você pensa. O ápice da ligação de Roberto Carlos com este estilo veio em 1969, quando as 12 faixas trouxeram as várias maneiras de cantar o soul - desde a emotiva As flores do jardim da nossa casa, passando pelo desabafo de As curvas da Estrada de Santos e chegando à raiva de músicas como Sua estupidez e Nada vai me convencer.

A partir de 1970, viriam outras incursões no soul, como as interpretações de O astronauta (daquele ano) e Não adianta nada (de 1973). Só que, aos poucos, outra vertente da "música negra" faria parte de seu estilo de música. Isto é um assunto para o próximo post.

Em coletiva de 2005, Roberto Carlos relembraria sua ligação com o soul: "nós tentávamos fazer a música da maneira mais próxima que eles faziam lá fora, mas quando fomos ouvir, a gente passava bem longe". Interpretações como a da música de hoje, que Tim Maia escreveu por encomenda para RC gravar, podem tirar a dúvida do ouvinte para saber se é ou não modéstia de Roberto esta declaração.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos interpretando a música de hoje no filme Roberto Carlos e o diamante cor-de-rosa.

Abraços a todos, Vinícius.

NÃO VOU FICAR - Tim Maia

Há muito tempo eu vivi calado
Mas agora resolvi falar
Chegou a hora, tem que ser agora
E com você não posso mais ficar
Não vou ficar, não (não, não)
Não posso mais ficar, não, não, não
Não posso mais ficar, não
Toda verdade deve ser falada
E não vale nada se enganar
Não tem mais jeito, tudo está desfeito
E com você não posso mais ficar
Não vou ficar, não (não, não)
Não posso mais ficar, não, não, não(Não, não)
Não posso mais ficar não

Pensando bem
Não vale a pena
Ficar tentando em vão
O nosso amor não tem mais condição
Não, não, não, não, não, não, não

Por isso resolvi agora
Lhe deixar de fora do meu coração
Com você não dá mais certo e ficar sozinho
É minha solução, é solução sim (ah, ah)
Não tem mais solução, não, não, não

Não tem mais solução, não...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - IÊ-IÊ-IÊ



Olá, amigos.

Depois de mostrarmos a fase bossa-novista de Roberto Carlos, a série Roberto Carlos, um estilo de música recorda os acordes do IÊ-IÊ-IÊ. Influenciados pelos quatro rapazes de Liverpool, os inesquecíveis Beatles, os jovens brasileiros começaram a imitar seu estilo de cantar, suas roupas, e chegaram às canções.

"E tudo isso era um todo. Um todo chamado Jovem Guarda" - afirmou Roberto Carlos em seu especial de 1983. Em 24 de agosto de 1965, estrearia o programa que batizava este movimento, e trazia a "versão brasileira" do iê-iê-iê.

"Os Beatles cantavam Yesterday, e Erasmo Carlos cantava a Gatinha manhosa. Os Beatles cantavam Help e a Jovem Guarda fazia sua Festa de arromba.", RC relembrou num show de 1998. Nesta época, era comum canções dos Beatles receberem versões, mas, curiosamente, Roberto não foi autor, nem gravou nenhuma delas. Somente em 1984 ele faria a versão de And I love her, de Lennon e McCartney, que receberia o título de Eu te amo.

Até hoje, Roberto Carlos se lembra com saudade do tempo que passou, das jovens e intensas tardes de domingo e de todos os dias das semanas jovem-guardistas. Mas o tempo do "iê-iê-iê" passou, desgastado pela superexposição na mídia e pela insistência intelectualóide de que se tratava de um ritmo em letra e música alienante.

A música escolhida para retratar o "iê-iê-iê" de Roberto Carlos mostra o pensamento da época, um período em que os cabeludos topavam qualquer parada. Até mesmo brigar por uma garota.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em seu estilo "iê-iê-iê".

Abraços a todos, Vinícius.

OS SETE CABELUDOS - Roberto e Erasmo

Tudo começou quando Lili foi à esquina
E a turma de outra rua se empolgou com a menina
Lili meio sem jeito, sorriu alegremente
Mas viu que os olhares eram bem diferentes

Um cara esquisito
Seu braço segurou
E um beijo da Lili
O atrevido roubou

Vinha o meu carro
Em doida disparada
Com sete cabeludos
Pra topar qualquer parada

Foi quando, de repente, a cena eu avistei
E o freio do carango bruscamente eu pisei
Sem mesmo abrir as portas e sem botar as mãos
Pulamos todos os sete para entrar em ação

Brigamos muito tempo, rasgamos nossa roupa
Fugimos da polícia que já vinha feito louca
Porém, maldita a hora que eu fui olhar pra trás
A cena que eu vi não esqueço nunca mais

Lili toda contente na esquina conversava
Com o cara esquisito que há pouco lhe beijava
Estava indiferente àquela confusão
Lili era bonita, mas não tinha coração

Então juramos todos os sete
Palavra de rapaz
Que por garota alguma
Não brigamos nunca mais

Que por garota alguma
Não brigamos nunca mais...

Que por garota alguma não brigamos nunca mais
Que por garota alguma não brigamos nunca mais...

sábado, 17 de outubro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - BOSSA NOVA



A partir deste instante, começamos uma nova série neste blogue. Roberto Carlos, um estilo de música mostrará a versatilidade de RC, e como neste quase meio século de carreira sua obra passou por vários ritmos.

Soul, country, balada, valsa, forró. Roberto Carlos passou por estes vários estilos, mas sempre adaptando cada um deles à sua maneira de interpretar. Começamos com o estilo de início de carreira de Roberto Carlos - a BOSSA NOVA.



Segundo pesquisadores da Música Popular Brasileira, a Bossa Nova nasceu em 1958, num inspirado momento que nasceu durante encontros da classe média carioca. Jovens se reuniam em residências na Zona Sul do Rio de Janeiro para discutir, ouvir e fazer música. O grupo de mais destaque foi o que frequentava a casa da família Leão, em Copacabana, onde morava a então adolescente Nara Leão, que recebia amigos como Carlos Lyra e Roberto Menescal.



Depois destes primeiros passos, que culminaram num show com as presenças de Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça no Clube Hebraica ao final de 1957, o ano de 1958 traria o surgimento do responsável por este divisor de águas da música tupiniquim. Depois de participar como violonista de três faixas do LP Canção do amor demais, de Elizeth Cardoso, JOÃO GILBERTO se aventurou como intérprete solo, lançando um compacto com as músicas Chega de saudade (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Bim-Bom (do próprio João).



No ano de 1959, João Gilberto emocionaria ouvintes e músicos brasileiros, consolidando a nova batida criada para a MPB, com seu LP Chega de saudade (até hoje inédito em CD, em função de burocracias de gravadoras). E proporcionaria a ascensão de outros grandes artistas, como Aloysio de Oliveira, Baden Powell, João Donato, Wanda Sá, Sérgio Ricardo, Francis Hime, Luiz Eça, e, em especial, uma dupla que aliava excelentes acordes com versos primorosos.

O maestro ANTÔNIO CARLOS JOBIM e o poeta e ex-diplomata VINÍCIUS DE MORAES foram os compositores da trilha musical por onde o cancioneiro brasileiro andou a partir do ano de 1958. Em composições feitas entre eles (inúmeras, marcantes, mas, certamente, a mais associada à Bossa Nova é uma das mais tocadas no mundo: Garota de Ipanema), sozinhos ou com outros parceiros, a Música Popular Brasileira é grata a esta dupla.

Considerada uma forma diferente de tocar samba, e justamente por isso criticada pela influência do jazz, a Bossa Nova se tornou um dos estilos de música do Brasil mais reverenciados mundo afora. E os artistas bossa-novistas adentraram no cenário do país em um contexto muito favorável.



O Brasil vivia um momento de euforia em todos os campos. Na política, a gestão de Juscelino Kubistcheck prosperava o país com seu "desenvolvimentismo" (que culminou na inauguração da nova capital, Brasília, dois anos depois). E no esporte, a Seleção Brasileira de Futebol sagrou-se vencedora da Copa do Mundo, com o escrete formado por Pelé, Garrincha, Zagallo e Didi derrotando a anfitriã seleção da Suécia pelo placar de 5 a 2. Foi um tempo definido por historiadores como os "anos dourados".

Em meio à revolução musical feita através da batida de violão, um músico capixaba chamado Roberto Carlos seguia no Rio de Janeiro tentando a sorte em programas de calouros. Em 1959, aos 18 anos, RC conheceu o empresário Carlos Imperial, homem que o tornou seu pupilo. Depois de apresentá-lo no programa Clube do rock, Imperial viu que a "nova onda" era a Bossa Nova, e tentou emplacar Roberto no cenário bossa-novista (que RC já cantava nas boates Plaza e Bolero).

As gravações de seu primeiro compacto - João e Maria e Fora do tom - traçam esta influência. O jeito de imitador de João ainda esteve em outras gravações, como Brotinho sem juízo e Canção do amor nenhum.

Mas, percebendo que vida de imitador era curta, RC logo se desvencilharia da ideia de ser uma cópia de João Gilberto, e passaria a cantar um outro estilo de música. Mas isto é assunto para o próximo post.



Roberto Carlos voltaria ao repertório da Bossa Nova somente num momento bem simbólico - em 2008, para comemorar o cinquentenário deste estilo musical que ensinou o Brasil a ser desafinado, ele e Caetano Veloso se reuniram no show que virou disco e DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso - E a música de Tom Jobim.

Mas em meio a tanta bossa, Roberto Carlos traz um dado curioso. No LP de 1963, em meio à história do Splish splash e de Parei na contramão, Roberto ainda abriria espaço para a Bossa Nova. Numa canção deliciosa, feita em parceria com Erasmo, RC passeia por um estilo considerado desafinado, mas que a saudade não chega desde que a onda se ergueu no mar. Sim, fundamental é mesmo o amor, mas, como disseram Roberto e Erasmo, é preciso ser assim pra se fazer feliz.

Segue a letra! Na foto, um Roberto Carlos em pose bossa-novista.

Abraços a todos, Vinícius.

É PRECISO SER ASSIM - Roberto e Erasmo

Se você está achando isso muito ruim
Sinto até que o nosso amor está chegando ao fim
Fica triste e de repente faz pensar assim
Que você, meu bem, já não gosta tanto de mim
Alguém quando gosta de alguém
Vê em tudo o bem, o bem do amor
Esquece que o mal existe
A tristeza é triste, não pensa na dor

Se você está achando isso muito ruim
Sinto que você meu bem precisa entender
Que a gente quando sente alguma coisa diz
É preciso ser assim pra se sentir feliz

Se você está achando isso muito ruim
Sinto até que o nosso amor está chegando ao fim
Fica triste e de repente faz pensar assim
Que você, meu bem, já não gosta tanto de mim

Alguém quando gosta de alguém
Vê em tudo o bem, o bem do amor
Esquece que o mal existe
A tristeza é triste, não pensa na dor

Se você está achando isso muito ruim
Acho que você, meu bem precisa entender
Que a gente quando sente alguma coisa diz
É preciso ser assim pra se sentir feliz

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Viver a vida



Olá, amigos.

Como todos os órgãos de imprensa anunciaram exaustivamente, Roberto Carlos apresentou no mês passado uma música inédita. A música chegou somente hoje nas rádios, e já pode ser escutada na íntegra por todos os ouvintes de RC. A mulher que eu amo foi lançada em data e hora bem especiais: de segunda a sábado, às 21h, na programação da TV Globo. RC interpreta uma das músicas da trilha de Viver a vida, novela assinada por Manoel Carlos.

Mais uma vez as páginas da dramaturgia estão abertas para as venturas e desventuras dos moradores do Leblon, e sempre capitaneada por uma Helena. A Helena desta trama é feita por Taís Araújo - a primeira atriz negra a fazer uma personagem principal de Manoel Carlos. Ela é uma modelo que se envolve com o empresário Marcos, novamente um galã vivido por José Mayer.

Mas, além dos ciúmes da ex-mulher dele, Teresa (ótima atuação de Lília Cabral), a protagonista tem de conviver com a ira da filha, Luciana (vivida por Alinne Moraes), também modelo, uma moça mimada e que tem inveja do sucesso de Helena. Luciana é namorada do certinho Jorge, um arquiteto centrado em sua carreira e que reclama do estilo mais tranquilo do seu gêmeo Miguel (ambos feitos por Mateus Solano). Miguel convive com os problemas da namorada, Renata (vivida por Bárbara Paz), uma aspirante a atriz obcecada por magreza e que tem um grande distúrbio: substituir refeições por bebida alcoólica.

Além das tramas no Leblon, Viver a vida passeia também por Búzios, onde mora a família de Helena e também vivem outros personagens. Uma delas é Dora (vivida por Giovanna Antonelli), uma mulher que tem uma filha controladora (estreia de Klara Castanho). A personagem de Giovanna Antonelli vai disputar o amor de Marcos com Helena. No elenco, ainda estão nomes como Natália do Valle, Letícia Spiller, Daniele Suzuki, Christine Fernandes e Camila Morgado.

Roberto Carlos é a voz escolhida para embalar o casal principal, Marcos e Helena. RC ligou para o autor Manoel Carlos e contou que gostaria de gravar uma música especialmente para a novela. Segundo o jornal Extra, o diretor Jayme Monjardim teve acesso a seis canções inéditas, mas preferiu a que está agora no ar.

Não é a primeira vez que RC lança uma música numa novela antes de ela ir para seu disco. Em 1997, Abrázame así foi lançada primeiramente na novela Por amor, do próprio Manoel Carlos. Em 2005, as músicas A volta e Índia chegaram antes de dezembro, nas novelas América, de Glória Perez, e Alma gêmea, de Walcyr Carrasco, respectivamente.

E no ano em que comemora seus 50 anos de carreira, o "noveleiro" Roberto Carlos entrega aos telespectadores uma música inédita, e de sua autoria. Porque, mesmo na ficção, todo homem gosta de falar sobre a mulher que ama.

Segue a letra! Na foto, o logotipo da novela Viver a vida.

Abraços a todos, Vinícius.

A MULHER QUE EU AMO - Roberto Carlos

A mulher que eu amo
Tem a pele morena
É bonita, é pequena
E me ama também

A mulher que eu amo
Tem tudo que eu quero
E até mais do que espero
Encontrar em alguém

A mulher que eu amo
Tem um lindo sorriso
É tudo que eu preciso
Pra minha alegria

A mulher que eu amo
Tem nos olhos a calma
ilumina minh'alma
É o sol do meu dia

Tem a luz das estrelas
E a beleza da flor
Ela é minha vida
Ela é o meu amor

A mulher que eu amo
É o ar que eu respiro
E nela eu me inspiro
Pra falar de amor

Quando vem pra mim
É suave como a brisa
E o chão que ela pisa
Se enche de flor

A mulher que eu amo
Enfeita minha vida
Meus sonhos realiza
Me faz tanto bem

Seu amor é pra mim
O que há de mais lindo
se ela está sorrindo
Eu sorrio também

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - IVETE SANGALO



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos chega hoje ao seu último post. Foram 20 textos enumerando as mulheres que interpretaram a obra de RC no tributo que fez parte da comemoração pelos 50 anos de carreira do cantor. O show se tornou um disco duplo e está previsto o lançamento de um DVD.

A cantora escolhida para encerrar o disco recentemente teve um grande acontecimento em sua vida: o nascimento de seu primeiro bebê. Mas, meses antes do parto, IVETE SANGALO foi encarregada de ser mais uma das cantoras a interpretar Roberto Carlos.

A cantora de Juazeiro começou sua carreira solo em 1983 e também foi backing vocal, até que em 1993 começou a ter destaque no cenário musical - como vocalista da Banda Eva. Foram seis discos e muito sucesso no carnaval baiano, até que em 1999 ela decidiu sair da banda.

Nesta nova fase, ela passou a mesclar o repertório de axé com músicas românticas, como A lua q eu t dei e o sucesso Se eu não te amasse tanto assim. Só que ela continua muito associada ao carnaval baiano, com sucessos como Poeira, Carro velho e Festa - a última se tornou "tema" do quinto título da Copa do Mundo da Seleção Brasileira, em 2002.

No ano de 2007, veio mais um grande momento da carreira. Seus 35 anos de vida foram comemorados na Praia de Copacabana, num show que se tornou disco e DVD e ganhou os troféus de Melhor CD e Melhor Show no Prêmio Multishow.



Ivete Sangalo e Roberto Carlos emocionaram o Brasil no ano de 2004. No trigésimo Roberto Carlos Especial, os dois interpretaram uma música do repertório de Ivete, mas que, segundo RC, ao ouvir ele chorava muito. Era Se eu não te amasse tanto assim, canção de Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle (este, compositor constante de RC), que estourou em 2000, meses depois da morte de Maria Rita. No programa, os dois cantaram Além do horizonte e a cantora interpretou Faz tempo.

Depois de tantos momentos bonitos, Ivete Sangalo foi designada para cantar duas canções. A primeira foi Os seus botões (que não está no disco). E a segunda foi a música que encerrou as participações das cantoras em Elas cantam Roberto Carlos. Uma das músicas mais doces da parceria de Roberto e Erasmo, e que merecia estar presente neste tributo.



Segue a letra! Na foto, Ivete Sangalo com seu bebê na barriga, durante o show Elas cantam Roberto Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

OLHA - Roberto e Erasmo

Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim
Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor...

domingo, 11 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - ANA CAROLINA



Olá, amigos.

Em seu penúltimo post, a série Elas cantam Roberto Carlos traz a décima-nona cantora que passou pelo palco do Municipal de São Paulo. Em maio, 20 cantoras se reuniram para interpretar músicas do repertório de RC. O evento se tornou um disco duplo e está previsto o lançamento também de um DVD.

ANA CAROLINA lançou seu primeiro disco em 1999, depois que a canção Garganta fez parte da trilha musical da novela Andando nas nuvens (exibida às 19h da TV Globo). O disco, que trazia releituras de músicas como Alguém me disse, Retrato em branco e preto e Beatriz, foi o início de uma trajetória muito bem sucedida.

Nos discos seguintes, vieram outros sucessos, como Encostar na tua, Tô saindo, Ela é bamba e Pra rua me levar. Ao todo, sua discografia traz cinco álbuns, dentre eles Ana e Jorge (registro de um show ao lado do cantor Seu Jorge) e o disco duplo Dois quartos - no qual trouxe somente canções inéditas.



No tributo a Roberto Carlos, Ana Carolina foi uma das cantoras mais aplaudidas. Sua voz valorizou ainda mais uma canção de Caetano Veloso que parece feita sob medida para a carreira de RC.

Segue a letra! Na foto, Ana Carolina no show do Theatro Municipal.

Abraços a todos, Vinícius.

FORÇA ESTRANHA - Caetano Veloso

Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
E eu nunca passei
Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada
Que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos
Na fronte do artista
O tempo não pára, e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada
É o pé e é o chão

Eu vi muitos homens brigando
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
É o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada, é o sol

Por isso a força me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz, essa voz tamanha...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - NANA CAYMMI



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos traz mais uma cantora que interpretou Roberto Carlos no tributo que aconteceu em maio no Municipal de São Paulo. O show se tornou um disco duplo e em breve será um DVD, mais um acontecimento pelos 50 anos de carreira de RC.

NANA CAYMMI é o nome artístico de Dinahir Tostes Caymmi, cantora que tem uma família bem musical - é filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stela Maris e irmã de Danilo e Dori. Seu primeiro registro fonográfico veio aos 19 anos, no LP de seu pai. Ela participou da gravação de Acalanto em 1960, música que Caymmi escreveu para ela - em 1972, Roberto Carlos faria uma leitura desta música em seu LP.

Após alguns anos morando na Venezuela (acompanhando o médico Gilberto Paoli, seu primeiro marido, pai dos seus filhos Stella, Teresa e Denise Maria), onde gravou seu LP Nana, com arranjos de Oscar Castro Neves em 1963. No ano seguinte, veio mais uma reunião musical da família Caymmi em registro fonográfico: Caymmi visita Tom e leva seus filhos Nana, Dori e Danilo.

Um ano depois de seu retorno ao Brasil (ao se separar do seu marido), Nana defendeu a venchttp://www.blogger.com/img/blank.gifedora do I Festival Internacional da Canção - Saveiros, de Nelson Motta e Dori Caymmi. Também participou durante um ano do programa Ensaio geral, na TV Record, ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tuca, Toquinho e Maria Bethânia.

10 anos depois de sua participação ao lado da família, Nana voltou a lançar um disco. E ainda viriam outros quatro na década de 1970, e oito na década de 1980 (um deles com César Camargo Mariano e outros dois na companhia dos irmãos Danilo e Dori Caymmi).

Nos anos 90, viria uma curiosidade. Nana Caymmi emplacaria muitas músicas em trilhas de novelas da TV Globo. Novelas como Fascinação (do SBT) e Suave veneno (da TV Globo), além da minissérie Hilda Furacão tiveram como temas de abertura músicas gravadas por Nana Caymmi - na ordem, Fascinação, Suave veneno e Resposta ao tempo.



A teledramaturgia mostrou por duas vezes o encontro de Nana Caymmi com Roberto Carlos. Na novela Pecado capital (exibida às 18h em 1999 na TV Globo) e neste 2009 na novela Caminho das Índias, o dueto de Nana com Erasmo Carlos para Não se esqueça de mim esteve na trilha musical. Ambas as novelas são assinadas por Glória Perez (a primeira é uma adaptação de texto original de Janete Clair).

É esta música que Nana Caymmi cantou, sozinha, no palco do Municipal. Gravada originalmente em 1977, ela ficou novamente inesquecível no tributo Elas cantam Roberto.

Segue a letra! Na foto, Nana durante o show.

Abraços a todos, Vinícius.

NÃO SE ESQUEÇA DE MIM - Roberto e Erasmo

Onde você estiver não se esqueça de mim
Com quem você estiver não se esqueça de mim
Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim

Onde você estiver não se esqueça de mim
Mesmo que exista outro amor que te faça feliz
Se resta em sua lembrança um pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver não se esqueça de mim

Eu quero apenas estar no seu pensamento
Por um momento pensar que você pensa em mim

Onde você estiver não se esqueça de mim
Quando você se lembrar não se esqueça que eu
Que eu não consigo apagar você da minha vida
Onde você estiver não se esqueça de mim
Não se esqueça de mim, não se esqueça de mim...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - CLÁUDIA LEITTE



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos continua a enumerar as 20 cantoras que participaram deste tributo que RC recebeu em maio, no Theatro Municipal de São Paulo. O show virou um disco duplo e está previsto de ser lançado também em DVD.

No post de hoje, é a vez de falar sobre uma das cantoras de maior sucesso atualmente. Embora seja natural de Niterói, CLÁUDIA LEITTE teve destaque no cenário da música baiana. Criada em Salvador, ela trabalhou como back-vocal do cantor Nando Borges e fez parte da Cia. do Pagode. Mas seria conhecida do público a partir de 2001, quando se tornou a vocalista do grupo Babado Novo.

Entre 2001 e 2007, o conjunto baiano colecionou sucessos como Bola de sabão, Safado, cachorro, sem vergonha, Abra aí e Doce paixão. E proporcionou à Cláudia Leitte seu primeiro grande encontro com Roberto Carlos.



"Ela vem de muitos sucessos. Vem, Claudinha Leitte!". Assim RC a chamou para dividir com ele o palco em seu Roberto Carlos Especial de 2005. No programa, os dois interpretaram um sucesso em comum em suas carreiras: Amor perfeito, música de Michael Sullivan, Paulo Massadas, Robson Jorge e Lincoln Olivetti.

A partir de 2008, Cláudia Leitte passou a seguir uma carreira solo, e começou muito bem sua nova fase artística. Um milhão de pessoas foram à Praia de Copacabana para assistir a uma apresentação da cantora. Este show se tornou um DVD - no qual recebeu convidados como Gabriel, O Pensador, Daniela Mercury, Carlinhos Brown e Wando.

Em 2009, ela voltou a se encontrar com Roberto Carlos. E, assim como no Roberto Carlos Especial de 2005, no show Elas cantam Roberto Cláudia Leitte recorreu ao lado de intérprete do cantor. Ela releu uma canção de Maurício Duboc e Carlos Colla, que RC gravou no ano de 1977.

Segue a letra! Na foto, Cláudia Leitte e Roberto Carlos no número final de Elas cantam Roberto.

Abraços a todos, Vinícius.

FALANDO SÉRIO - Maurício Duboc e Carlos Colla

Falando sério
É bem melhor você parar com essas coisas
De olhar pra mim com olhos de promessas
Depois sorrir como quem nada quer

Você não sabe
Mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez
E tenho medo de fazer planos
De tentar e sofrer outra vez

Falando sério
Eu não queria ter você por um programa
E apenas ser mais um na sua cama
Por uma noite apenas e nada mais

Falando sério
Entre nós dois tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira pra me arrepender...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - ADRIANA CALCANHOTTO



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos continua a apresentar as cantoras que estiveram presentes no tributo a RC. Foram 22 cantoras interpretando músicas da safra de Roberto Carlos.

ADRIANA CALCANHOTTO lançou seu primeiro LP em 1990 - Enguiço. Mas seu primeiro grande sucesso nacional veio em 1992, quando Mentiras fez parte da trilha da novela Renascer, da TV Globo.

Apesar dos muitos sucessos, como Vambora, Depois de ter você, Mais feliz, Marinheiro e Marítimo, Adriana lançou somente sete discos nestes cerca de 20 anos de carreira. No entanto, ela participou de muitos projetos de cinema (como no filme Doces poderes) e da televisão, fazendo uma das músicas da novela Belíssima. Seu trabalho mais recente é direcionado para crianças - Partimpim, reverenciado por crítica e público.

Adriana Calcanhotto recorreu à música de Roberto Carlos logo em uma das faixas de seu primeiro LP - em Enguiço, ela fez uma leitura irreverente de Caminhoneiro. No disco Marítimo, ela interpretou Por isso corro demais. No ano de 2007, Adriana e Erasmo voltaram a cantar músicas da dupla no disco Erasmo Carlos convida - Volume II, cantando Ilegal, imoral ou engorda.


A música interpretada no show Elas cantam Roberto Carlos já tinha sido cantada por Adriana alguns anos antes. Em 1996, ela participou do disco É preciso saber viver, de Erasmo Carlos. Erasmo e ela interpretaram uma música lançada originalmente por RC em 1986 (suprimindo uma estrofe).

Segue a letra! Na foto, Adriana Calcanhotto durante o show Elas cantam Roberto Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO - Roberto e Erasmo

Eu, cada vez que vi você chegar,
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido, eu disse nunca mais
Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo quando eu sei
Cada volta sua o que me faz

Vi todo o meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não volte nunca pra mim

Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais...

Eu, toda vez que vi você voltar,
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez falei que sim
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais...

Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que sim
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim

Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim...

sábado, 3 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - MART'NÁLIA



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos traz mais uma das divas da Música Popular Brasileira que esteve no palco do Teatro Municipal de São Paulo. Foram 22 cantoras que mostraram suas interpretações para a safra de RC.

MART'NÁLIA foi mais um momento do samba no show em homenagem a RC. Depois de começar a carreira como vocal nos shows de seu pai, o sambista Martinho da Vila, ela lançou seu primeiro disco em 1987.

Seu repertório traz espaço para grandes sambas, de compositores como Candeia, Noel Rosa, Monarco e Ary Barroso, além de músicas de sua autoria, como Chega, Benditas e Cabide. Recentemente, ela se destacou por uma interpretação interessantíssima para Don't worry, be happy, de Bob Marley. A música fez tanto sucesso que se tornou a abertura da novela Três irmãs.

Mart'nália trouxe ao palco uma canção não muito conhecida da safra de Roberto e Erasmo. Lançado originalmente no LP de 1989, este sambinha de dor-de-cotovelo ficou irresistível na sua interpretação.

Segue a letra! Na foto, Mart'nália no Elas cantam Roberto Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

SÓ VOCÊ NÃO SABE - Roberto e Erasmo

O meu sofrimento não tem fim
Só você não vê que eu vivo assim
Não se importa com meu sentimento
Minha tristeza, o meu lamento

Mesmo que eu não fale do que sinto
Todo mundo sabe
Só você não sabe
Só você não sabe

Tenho andado triste
(Mas você não sabe)
Tenho andado só
(Só que você não sabe)

E chorado tanto
(Mas você não sabe)
Vivo pelos cantos
(Mas você não sabe)

Ai! Amor, tanta falta você me faz
Que no peito não cabe
(Mas você não sabe)
Só você não sabe

Os amigos dizem que eu mudei
Me perguntam onde é que eu deixei
Meu sorriso e toda alegria que eu tive um dia
Que eu tive um dia

Mas essa saudade em minha vida
Os amigos sabem
(Todo mundo sabe)
Só você não sabe

Ando abandonado (mas você não sabe)
Sofrendo calado (mas você não sabe)
Vivo desse jeito (mas você não sabe)
Sem dormir direito (só você não sabe)

Ai! Amor, é demais tanta solidão
O meu peito é que sabe
(Todo mundo sabe)
Só você não sabe

Quando chego em casa (só você não sabe)
Fico só no quarto (mas você não sabe)
Falo com as paredes (e você não sabe)
E com seu retrato (mas você não sabe)

Ai! Amor, desse jeito eu não sou feliz
`Tô sofrendo tanto
(Mas você não sabe)
Só você não sabe

Uma coisa é certa (e você bem sabe)
Mesmo não dizendo (mas eu sei que sabe)
Que eu te amo tanto (sei que você sabe)
Sei que sabe quanto (e finge que não sabe)

Vem amor, sempre existe uma solução
Eu `tô te esperando
(Todo mundo sabe)
Só você não sabe

Vem amor, sempre existe uma solução
Eu `tô te esperando
(Todo mundo sabe)
Só você não sabe

Vou sair dizendo (que você não sabe)
Que a felicidade (que você não sabe)
Vive bem mais perto (do que você sabe)
Sou a pessoa certa (e você bem sabe)

Ai! Amor, seu lugar no meu coração
`Tá desocupado
(Todo mundo sabe)
Só você não sabe...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Elas cantam Roberto Carlos - SANDY



Olá, amigos.

A série Elas cantam Roberto Carlos segue contando um pouco mais de cada uma das 20 cantoras que interpretaram RC no tributo do Teatro Municipal de São Paulo. O show gravado em maio chegou às lojas no início do mês passado.

SANDY começou sua carreira bem cedo, como era de se esperar - afinal, ela é filha do cantor Xororó e sobrinha de Chitãozinho. Quando tinha seis anos de idade, ela se apresentou pela primeira vez, no programa Som Brasil, da TV Globo. Sandy e seu irmão Júnior (com cinco anos) cantaram Maria Chiquinha.

Dois anos depois, veio o primeiro de 15 discos da dupla Sandy & Júnior. Após vários sucessos e até terem um programa semanal na TV Globo, cada um seguiu seu caminho. Mas, neste meio tempo, Sandy se apresentou em alguns shows especiais, fazendo leituras interessantes para Fascinação e Bachianas Brasileiras número 5, além de protagonizar uma novela da TV Globo - Estrela guia, exibida no horário das 18h.



Sandy & Júnior se apresentaram no Roberto Carlos Especial de 1993. Os dois cantaram a música Splish splash, tendo ao fundo o balé infantil Grupo Racinha. E em Elas cantam Roberto, Sandy interpretou uma música lançada no LP O inimitável, de 1968. E RC estava lá ouvindo as divas cantando as canções que ele fez para todos.

Segue a letra! Na foto, Sandy em Elas cantam Roberto Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM - Roberto e Erasmo

Hoje eu ouço as canções que você fez pra mim
Não sei por que razão tudo mudou assim
Ficaram as canções e você não ficou

Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você já nem se lembra mais

É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste

Quantas vezes você disse que me amava tanto
Quantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui...

*****

Hoje lanço meu Diário de um salafrário em Vitória. Mais um momento de emoção para este que vos escreve.