Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo - 4

Olá, amigos.

A série Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo continua na década de 1960 do repertório escrito e interpretado por Roberto Carlos. As canções mostradas aqui trazem em sua letra ou em seu tema a velocidade e/ou os veículos que atravessaram a obra de RC.

Já convivendo com situações de quem tem um carango para correr, Roberto cantava para a juventude, num fôlego de quem se via diante de amores pelos carros e pelos "brotos" que o acompanhavam no início de sua carreira. E até tinha espaço para novas linguagens em suas canções com Erasmo Carlos.

É o caso da quarta faixa do lado A de seu LP Roberto Carlos canta para a juventude, lançado em maio de 1965. Nela, RC relata um momento digno de história em quadrinhos, no qual um grupo de "sete cabeludos" (sete dos muitos cabeludos que teriam destaque naquele ano graças à Jovem Guarda) se mostraram defensores dos brotinhos em perigo. Roberto seguiria este estilo como intérprete em músicas de Getúlio Côrtes - Pega ladrão (do LP Jovem Guarda, de 1965), O gênio (de seu LP de 1966) e O sósia (de Roberto Carlos em ritmo de aventura, seu LP de 1967).

Mas tudo começou mesmo quando Lili foi à esquina. E o carro em toda disparada continuava, com Roberto Carlos seguindo sua estrada musical, entrando em ação nos vários cruzamentos de letras com músicas.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em um registro da década de 1960.

Abraços a todos, Vinícius.

OS SETE CABELUDOS - Roberto e Erasmo

Tudo começou quando Lili foi à esquina
E a turma de outra rua se empolgou com a menina
Lili meio sem jeito, sorriu alegremente
Mas viu que os olhares eram bem diferentes

Um cara esquisito, seu braço segurou
E um beijo da Lili o atrevido roubou
Vinha o meu carro em doida disparada
Com sete cabeludos pra topar qualquer parada

Foi quando, de repente, a cena eu avistei
E o freio do carango bruscamente eu pisei
Sem mesmo abrir as portas e sem botar as mãos
Pulamos todos os sete para entrar em ação

Brigamos muito tempo, rasgamos nossa roupa
Fugimos da polícia que já vinha feito louca
Porém, maldita a hora que eu fui olhar pra trás
A cena que eu vi não esqueço nunca mais

Lili toda contente na esquina conversava
Com o cara esquisito que há pouco lhe beijava
Estava indiferente àquela confusão
Lili era bonita, mas não tinha coração

Então juramos todos os sete
Palavra de rapaz
Que por garota alguma
Não brigamos nunca mais

Que por garota alguma não brigamos nunca mais...
Que por garota alguma não brigamos nunca mais...