segunda-feira, 2 de junho de 2008

Casa, esquinas e quintais - 10




Olá, amigos.

A série Casa, esquinas e quintais chega ao seu décimo post, e continua a apresentar canções da discografia de Roberto Carlos que mostram partes de um lar. Depois de passarmos por todo o resto da casa, hoje a safra de Roberto e Erasmo chega ao lugar mais íntimo do lar.

O QUARTO, cômodo usado para dormir, aparece no repertório de RC como cenário de momentos amorosos intensos, ainda mais fortes nas palavras escritas e cantadas pelo artista que dedicou boa parte de sua discografia a falar de sensualidade. Em um romance, as esquinas de casa têm como destino certo o quarto do casal.

É lá, no palácio do quarto que o amor domina graças à presença da amada declarada, a Primeira dama (canção do LP de 1991), em carícias de cama e mesa que adentram a madrugada para, no dia seguinte, vê-la despertar e amá-la na manhã, como dizem os versos de Café da manhã (do LP de 1978). Entretanto, o quarto também serve como amparo para esconder a tristeza, muitas vezes causada por um fim de relacionamento.

Em Se eu partir (canção escrita por Fred Jorge e lançada em 1971), a certeza de que virá o vazio após o término do relacionamento será expresso no frio e no silêncio do quarto. Na emblemática Detalhes (canção que abre o LP do mesmo 1971), o quarto silencioso vai ser o lugar no qual a pessoa, antes de dormir, procurará o retrato de quem antes era sinônimo de calor. Já em Amanheceu (de Benito di Paula, lançada por Roberto em 1975), o sol refletido no quarto trará momentos instantâneos de sonho - mas, como é cantado nos versos seguintes, o céu novamente se fecha para mostrar a fria realidade.

Responsável por uma safra de canções cercadas de erotismo (Proposta, Seu corpo, Cavalgada, dentre outras) vividas num lugar que permite intimidade, Roberto Carlos reafirmou a certeza de que o grande amor vai além dos limites de um ser. E em alguns casos, ultrapassa os limites do cômodo mais íntimo da casa, como conta uma das canções lançadas no LP de 1981.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em estúdio, em foto do início da década de 1980.

Abraços a todos, Vinícius.

TUDO PÁRA - Roberto e Erasmo

Quando a gente fecha a porta tanta coisa se transforma
Tudo é muito mais bonito nessa hora
Entre os beijos que trocamos pouco a pouco nós deixamos
Nossas roupas espalhadas pelo chão

E é tão grande o amor que a gente faz
Que em nosso quarto já não cabe mais
Pelas frestas da janela se derrama pela rua
E provoca inexplicáveis emoções

Tudo pára quando a gente faz amor
Tudo pára quando a gente faz amor
Porque alguma coisa linda invade os corações lá fora
Tudo pára quando a gente faz amor

As pessoas se sorriem e se falam
Se entendem e se calam no fascínio desse instante
Passarinhos fazem festa nos seus ninhos
No momento em que sozinhos somos muito mais amantes

E é tão grande o amor que a gente faz
Que pelas ruas já não cabe mais
Se eleva pelos ares, toma conta da cidade
E felicidade é tudo que se vê

Os sinais se abrem mas ninguém tem pressa
E o carteiro, olhando o céu, esquece até da carta expressa
Silenciam-se as buzinas, os casais fecham cortinas
E o mar se faz mais calmo por nós dois

E é tão grande o amor que a gente faz
Que até os absurdos são reais
Pára o bairro e a cidade nessa hora tão feliz
E é tanto amor que pára até o país

Tudo pára quando a gente faz amor
Tudo pára quando a gente faz amor
Porque alguma coisa linda invade os corações lá fora
Tudo pára quando a gente faz amor...

P.S.: a partir do próximo post, a série Casa, esquinas e quintais começa a apresentar músicas que falam sobre objetos muito comuns em todos os lares.

3 comentários:

James Lima disse...

UAU, Vinícius !!! Arrebentou !!! O quarto realmente foi muitas vezes citado na obra de Roberto Carlos. E a foto, das gravações de 1980, com o tremendão, também está bárbara.

Abraços e obrigado pela visita no RC BRAGA
Dia 05 sai matéria nova.

Abraços

Anônimo disse...

Uma bela matéria! Década de 80; uma década romântica com "quartos" em suas letras.
Adoro as canções do Roberto Carlos.
Beijos.
Leda Martins.

Anônimo disse...

Realmente esses detalhes tão pequenos da obra do Roberto nos fascinam cada vez mais! O quarto é sempre muito citado como templo do amor!

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço!