segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - O ASTRO



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos apresenta hoje mais um capítulo da ligação entre Roberto Carlos e a teledramaturgia. E hoje está em destaque uma das novelas mais marcantes da história da TV Globo.

Em 6 de dezembro de 1977, a novela O ASTRO estreou no horário das 20h. Janete Clair contou a história de Herculano Quintanilha (vivido por Francisco Cuoco), homem que foi preso quando descobriram que ele, ao lado de Neco (interpretado por Flávio Migliaccio), tinha dado o golpe numa paróquia de uma cidade do interior. Anos depois, ele sai da prisão e passa a trabalhar como vidente numa churrascaria. Lá, ele reencontra o ex-cúmplice, e começa a persegui-lo para tentar destruir a vida de Neco.

Herculano também conhece Márcio (papel de Tony Ramos), um dos herdeiros de Salomão Hayala (o saudoso Dionísio Azevedo). Após abdicar da fortuna de seu pai - numa cena impactante, na qual ele se desfaz até de suas roupas para viver como seu santo de devoção, São Francisco de Assis (cena considerada o "primeiro nu frontal da teledramaturgia brasileira") - Márcio é convencido por Herculano a voltar-se para os negócios da família, e ao assumir a empresa leva o ex-guru para trabalharem juntos.



Herculano apaixona-se por Amanda (vivida por Dina Sfat), jovem herdeira da família Mello Assunção, que vive em crise no seu casamento com Samir (papel de Rubens de Falco). Herculano e Amanda se apaixonam, e ela nem desconfia que ele deixou na cidade do interior a mulher Doralice (interpretada por Cleyde Blota) e o filho Alan (vivido na primeira fase pelo menino Luis Carlos Niño, e mais tarde por Stepan Nercessian). Enquanto isto, o personagem de Tony Ramos se envolve com a humilde Lili (papel de Elizabeth Savalla), irmã de Neco. O elenco ainda trouxe Eloísa Mafalda, Ida Gomes, Heloísa Helena, Paulo Gonçalves, dentre outros.

Com esta trama principal, O astro tornou-se uma das novelas mais envolventes de Janete Clair. O Brasil parava para acompanhar ascensão repentina de Herculano Quintanilha, a disputa pelos negócios da família Hayala, e, principalmente, para solucionar o mistério da trama: "Quem matou Salomão Hayala?".



O personagem de Dionísio Azevedo morria no capítulo 42, e a investigação do crime durou até o último capítulo, exibido em 8 de julho de 1978. O assassino era Felipe Cerqueira (vivido por Edwin Luisi), o amante de Clô (papel de Tereza Rachel), ex-mulher de Salmomão. Felipe era viciado em drogas, e tinha sido humilhado pelo patriarca da família Hayala. Com a ajuda do cabeleireiro Henri (vivido por José Luiz Rodi), ele matou Salomão com uma coronhada. Janete Clair inspirou-se no caso de Cláudia Lessin Rodrigues. A jovem foi encontrada morta no mar do Leblon, e havia indícios de drogas e de abuso sexual. Os acusados pelo crime eram um toxicômano e um cabeleireiro.

A comoção popular com O astro foi tanta que trouxe dados curiosos. A cantora Maria Bethânia, que fazia uma temporada no Canecão, exigiu que em seu camarim tivesse uma televisão. Numa recepção em Brasília, oferecida pelo então Ministro das Relações Exteriores, Azeredo da Silveira, ao ex-Secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, durante a hora da novela o salão ficou vazio porque os convidados estavam assistindo a ela. E, no dia em que esteve na capital representando a classe artística, o diretor da novela, Daniel Filho, recebeu do presidente a pergunta "Quem matou Salomão Hayala?". Como resposta, Geisel ouviu: "Isso é segredo de Estado, e disso sei que vocês entendem".

A audiência da novela foi superior à das partidas da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Argentina - estima-se que teve média de 80% dos aparelhos ligados a cada capítulo. Dimensão que só mesmo a "Nossa Senhora das Oito" Janete Clair era capaz de trazer.

A trilha de O astro apresentou duas vertentes da obra de RC. De seu lado intérprete, a música Um jeito estúpido de te amar, na voz de Maria Bethânia. E de seu lado compositor, Marília Barbosa (que fazia o papel de Mara Célia na novela) fez sua leitura de uma canção lançada por Roberto Carlos três anos antes.

Segue a letra! Na foto, a capa do LP nacional de O astro.

Abraços a todos, Vinícius.

OLHA - Roberto e Erasmo

Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim

Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Olha, você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é pra valer

Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Olha, vem comigo, vem comigo aonde eu for
Seja minha amada, minha amante e meu amor

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