domingo, 19 de setembro de 2010

Roberto Carlos em capítulos - MEU BEM, MEU MAL


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em capítulos chega à década de 1990, recordando os momentos em que a obra de RC esteve na teledramaturgia nacional. E hoje, é a vez de falarmos na última novela de Cassiano Gabus Mendes para o horário nobre (ele ainda escreveria O mapa da mina, na faixa das 19h).



MEU BEM, MEU MAL estreou em 29 de outubro de 1990, num período crítico para a TV Globo (e já na época em que as novelas das 20h começavam às 20:30). A emissora ainda convivia com a grande concorrência de Pantanal na TV Manchete, e desde Rainha da sucata, de Silvio de Abreu, a faixa estava com sua audiência abalada pelo grande sucesso da concorrente.

Escalado para esta inglória batalha com o sucesso pantaneiro, Cassiano Gabus Mendes anunciou que não ia fazer nenhuma trama muito inventiva para o horário (provavelmente "recomendado" pela cúpula global, que não apostaria numa "novela de risco", uma nova Que rei sou eu?, em plena luta pela audiência). E para isto começou a contar a história de Dom Lázaro Venturini (ótima atuação de Lima Duarte), sócio majoritário da empresa Venturini Designers.



Ele é obrigado a conviver com Ricardo Miranda (vivido por José Mayer), que, além de representar 30 por cento das ações da empresa, foi amante de sua falecida esposa. Atualmente, Ricardo tem um caso secreto com Isadora Venturini (atuação extremamente criticada de Silvia Pfeifer, que se afastou das novelas por alguns anos depois dela), viúva do filho de Dom Lázaro e acionista da empresa.

Alguns anos antes, Ricardo arruinou a vida de Felipe (interpretado por Armando Bogus). A filha dele, Patrícia (vivida por Adriana Esteves), se envolve com Ricardo, mas acaba se apaixonando por ele. Mas outras pessoas também têm raiva de Ricardo e Isadora.

Berenice (papel de Nívea Maria), que quer vingar a filha Fernanda (feita pela atriz Lídia Brondi, afastada da TV há muitos anos), humilhada por Isadora quando namorava com o filho Marco Antônio (primeiro papel de Fábio Assunção). Para se vingar, entra em cena Doca (vivido por Cassiano Gabus Mendes), um rapaz pobre que se disfarça do nobre Eduardo Costabrava e se envolve com Vitória Venturini (feita por outra atriz atualmente afastada da TV, Lizandra Souto).

Mesmo com a trama tão intrigante, Cassiano conseguiu dar destaque para outros personagens. Guilherme Karam fez história com o mordomo Porfírio e suas declarações de amor à "Divina Magda", feita por Vera Zimmermann. A atriz Zilda Cardoso também teve momentos engraçadíssimos como Elza, a enfermeira de Dom Lázaro, em especial quando contracenava com Jorge Dória, que vivia Emílio.

O fogo da concorrência foi abrandado enquanto Meu bem, meu mal esteve no ar - durou até 18 de maio de 1991. Entretanto, sua sucessora daria muitas dores de cabeça à cúpula global. Detalhes a serem revelados nos próximos capítulos.

Roberto e Erasmo embalaram as cenas do "núcleo jovem" da novela. Através da voz de Léo Jaime, uma canção lançada por RC originalmente no LP de 1976, foi tema da personagem Jéssica, filha de Ricardo Miranda, que foi interpretada pela então iniciante atriz Mylla Christie.



Segue a letra! Na foto, Mylla e Françoise Fourton (que viveu Marcela), que disputavam o amor do personagem André (papel de Marcos Paulo).

Abraços a todos, Vinícius.

ILEGAL, IMORAL OU ENGORDA - Roberto e Erasmo

Vivo condenado a fazer o que não quero
De tão bem comportado às vezes eu me desespero
Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer
Que isso ou aquilo não se deve fazer
Restam meus botões, já não sei mais o que é certo

E como vou saber o que devo fazer
Que culpa tenho eu, me diga amigo meu
Será que tudo o que eu gosto
É ilegal, é imoral ou engorda

Há muito me perdi entre mil filosofias
Virei homem calado e até desconfiado
Procuro andar direito e ter os pés no chão
Mas certas coisas sempre me chamam a atenção
Cá com meus botões, bolas eu não sou de ferro

Paro pra pensar mas não posso mudar
Que culpa tenho eu me diga amigo meu
Será que tudo que eu gosto
É ilegal, é imoral ou engorda

Se eu conheço alguém num encontro casual
E tudo anda bem num bate-papo informal
Uma noite quente sugere desfrutar
No meu terraço a vista de frente pro mar
Mas a noite é uma criança, delícias no café da manhã

Então o que fazer, já não quero mais saber
Se como alguma coisa que não devo comer
Se tudo que eu gosto
É ilegal, é imoral ou engorda

Se tudo que eu gosto
É ilegal, é imoral ou engorda

Será que tudo que eu gosto
É ilegal, é imoral ou engorda...

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