sexta-feira, 9 de maio de 2008

Todos os novos rumos de Roberto Carlos



Olá, amigos.

Depois de ter lançado o perfume Emoções (desde o início deste mês, a Racco vem divulgando a propaganda do novo cheiro de amor espalhado no ar por Roberto Carlos), RC agora promete usar seu nome para comercializar outro produto. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ele está em negociações com uma montadora de carros japonesa para lançar uma linha de veículos, provisoriamente batizada de RC.

A velocidade é um tema recorrente nas canções escritas por Roberto Carlos (sozinho ou com Erasmo)ou interpretadas por ele. Foi através dela que Parei na contramão o colocou rumo às paradas no ano de 1963. No ano seguinte, O calhambeque ganharia as ruas e as rádios de todo o país, nesta versão de Road Hog assinada por Erasmo.

E Roberto ficaria mais veloz em 1967, ano de lançamento do LP de seu filme Roberto Carlos em ritmo de aventura, que além de Eu sou terrível (canção que selou o retorno do cruzamento das estradas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos após cerca de um ano em que mal entendidos fizeram com que tomassem rumos diferentes) trouxe a romântica Por isso corro demais (assinada apenas por Roberto Carlos).

Mas vinham novos tempos, acabava-se a inocência da Jovem Guarda, e a associação de carros a brotos e a situações típicas da jovialidade de sua obra ia ficando para trás, era apenas uma lembrança vista pelo retrovisor. Chegou a vez das letras se debruçarem sobre os momentos que a velocidade era uma válvula de escape para esquecer amores perdidos e momentos de solidão - As curvas da Estrada de Santos e A 200 km por hora, respectivamente de 1969 e 1970, dois anos de um Roberto Carlos mais veloz e mais furioso. Décadas depois destes desabafos nos moldes do soul, a dor-de-cotovelo e sua tentativa de amenizá-la a quatro rodas voltaria em ritmo neo-sertanejo, através de Todas as manhãs, de 1991.

Em sua estrada musical, Roberto teve a convivência com pessoas que têm o carro como seu instrumento de trabalho, e a estrada como escritório de cada dia. Duas classes trabalhadoras passaram por seu cancioneiro: os caminhoneiros, nas canções Caminhoneiro, de 1984, e O velho caminhoneiro, de 1993, e os motoristas de táxi, na música O taxista, de 1994.

E revendo a Jovem Guarda pelo espelho na distância se perder, no ano de 2003 Roberto decidiu novamente encontrar os velhos tempos e belos dias vividos no período "jovem-guardista" através de letra e música. Se no LP É proibido fumar, de 1964, O calhambeque era priorizado em detrimento de um Cadillac, no disco Pra sempre, de 2003, a música O Cadillac homenageava o carro de 1960, deixando o Calhambeque apenas como citação. Atualmente, em seus shows Roberto canta um pout-pourri dedicado às canções de velocidade, apresentando todos os rumos de sua carreira.

Em uma vida musical com tantas citações à velocidade, por estradas com carros, carrões, Cadillacs, calhambeques (desde a lambreta de Susie), RC promete recordar o tempo que vivia a 200 km por hora lançando, até o fim do ano, a linha de carros RC. Uma linha condizente com o artista que é terrível e anda sempre numa caranga que é máquina quente, como já disse no início de seu filme Roberto Carlos em ritmo de aventura.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos no show que fez em 12 de junho do ano passado na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro. A foto (feita por este que vos escreve) é do momento em que cantou a música O calhambeque.

Abraços a todos, Vinícius.

EU SOU TERRÍVEL - Roberto e Erasmo

Eu sou terrível
E é bom parar
De desse jeito
Me provocar

Você não sabe
De onde eu venho
O que eu sou
E o que tenho

Eu sou terrível
Vou lhe dizer
Que ponho mesmo
Pra derreter

Estou com a razão no que digo
Não tenho medo nem do perigo
Minha caranga é máquina quente

Eu sou terrível
Vou lhe contar
Não vai ser mole
Me acompanhar

Garota que andar do meu lado
Vai ver que ando mesmo apressado
Minha caranga é máquina quente
Eu sou terrível, eu sou terrível

Eu sou terrível...

4 comentários:

Anônimo disse...

Ele hoje não tem somente UM CAMINHO; percorreu a ESTRADA DE SANTOS e Correu Demais para encontrar seu amor.
Novos rumos...novos caminhos, cheios de sucesso com certeza.
Leda Martins.

Anônimo disse...

Esta matéria que o nosso amigo Vinícius aqui nos trouxe trata dos "novos rumos de Roberto Carlos" mas também dos "outros seus rumos", ou melhor, de "todos os seus rumos".
E a tendência destes rumos, que já vem do passado, é sempre a mesma: os carros, a condução, a velocidade.
Assim não é por acaso que Roberto Carlos vai agora lançar uma linha de veículos!...
Parabéns, amigo, gostei.
Um grande abraço

James Lima disse...

Essa matéria tá demais, Vinícius. Super bem trabalhada, bem desenvolvida.

Parabéns

Anônimo disse...

Bela matéria homem, parabéns! Torço pra que nesses novos rumos do rei, sejamos presenteados com algum cd ou dvd, porque andamos saudosos desse produto que o rei faz melhor que ninguém!

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço!