sexta-feira, 23 de maio de 2008

Casa, esquinas e quintais - 5




Olá, amigos.

A série Casa, esquinas e quintais continua a apresentar canções da discografia de Roberto Carlos que falam sobre objetos presentes em uma casa. E no post de hoje, enfim adentramos no lar das canções que RC escreveu (sozinho ou com Erasmo)e/ou somente interpretou.

A PORTA, abertura na parede que fica ao nível do solo ou de um pavimento aparece de maneira extensa na discografia de RC. Na metáfora presente na casa de portas abertas para a amizade de Amigo (de 1977) ou na porta entreaberta de um coração conquistado de forma inocente em Não se afaste de mim (de 1980). Também aparece como o objeto que proporciona a privacidade do casal, que, ao fechar a porta pode se amar como aparece nos versos de Porque a gente se ama (de 1990), Procura-se (esta, de Roberto Carlos e Ronaldo Bôscoli lançada em 1980) ou Quando a gente ama (gravada em 1994), dentre tantas outras canções sensuais.

Mas dentre estes vários sentidos que o olhar de compositor enxerga através da porta, certamente um dos mais comoventes é a espera pelo retorno da pessoa amada depois de um desentendimento amoroso. Seja para o momento de reconciliação sugerido em Perdoa (gravada em 1983) ou a ansiedade de ver o amor voltando para casa através da porta em Silêncio (música de Beto Surian lançada em 1994) e Pra ficar com você (canção de Mauro Motta e Carlos Colla para o disco de 1995).

A porta pode às vezes ser usada como a certeza de que o relacionamento chegou ao fim. E em uma briga é capaz dela surgir como argumento para uma pessoa se sobressair, mostrando que apesar da dissidência do momento, seu companheiro (ou sua companheira) ainda tem um sentimento muito grande.

Como mostra a terceira faixa do LP lançado por Roberto Carlos em 1988. Nos versos de Roberto e Erasmo, RC faz o desafio de que se ela disser que não o ama, vai ter de dizer isto mais de uma vez.


Segue a letra! Na foto, a parte interna da capa do LP de RC daquele ano. Um dado curioso: este registro foi usado como capa do disco Sonrie, que Roberto lançou para o mercado latino no início do ano seguinte.

Abraços a todos, Vinícius.

SE VOCÊ DISSER QUE NÃO ME AMA - Roberto e Erasmo

Se você disser que não me ama
Tem que me dizer mais de uma vez
Tem que me fazer acreditar
Em coisas que eu não quero ouvir

Tem que dizer tudo que eu detesto
Que não me suporta, que eu não presto
Tem que repetir por muitas vezes
Que não quer saber de mim

Tem que me dizer coisas horríveis
Inacreditáveis, impossíveis
Coisas que um homem não suporta
Ter que ouvir de uma mulher

Tem que me dizer que eu vá embora
Me botar daquela porta afora
E mesmo assim não sei se desse jeito
Em tudo isso vou acreditar

Tem que disfarçar o seu desejo
E não se excitar quando eu te beijo
Porque qualquer pequeno gesto seu
É um bom motivo pra eu ficar

Se você disser que não me ama
Tem que me dizer mais de uma vez...

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito, como estou gostando da série. É como o Roberto falou: "Quando a gente fecha a porta, tanta coisa se transforma..."

E essas canções citadas por você são demais, quem dera se ele as cantasse novamente!

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço!

Anônimo disse...

Diante dessa porta que se abriu... fiquei no dia que você partiu...

Fabiano Cavalcante
www.aplauso.zip.net

James Lima disse...

Rapaz, bicho. Arrasou, viu? Nossa Senhora, o homem procura todas as portas presentes nas obras do rei, para transcrevê-las pra nós. To adorando a série ! Demais!

Abraços
James
www.robertocarlos.vai.la

Anônimo disse...

Parabéns, Vinícius! Tantas "portas" que se abriram...fecharam. SE VOCÊ DISSER QUE NÃO ME AMA, é uma linda canção. No especial de 1988, ele aparece no palco, cantando essa música para "sua musa",(Gabriela Garcia), onde casais embalam-se ao som desse bolero. O final é lindíssimo: Ela declama a música a ele. É pra se apaixonar!
Um forte abraço,
Leda Martins.