sábado, 1 de maio de 2010

Emoções Sertanejas - TINOCO



Olá, amigos.

O Emoções Sertanejas teve como momento especial o encontro de Roberto Carlos com um pioneiro da música sertaneja. Foram 110 anos de carreira reunidos no palco do Ibirapuera.

Afinal, ao lado dos 50 anos de carreira de RC, estiveram os 60 anos de carreira de José Perez, o TINOCO. Paulista de Botucatu, Tinoco iniciou carreira ao lado do seu irmão José, e fizeram a dupla Tonico e Tinoco. Os dois tiveram destaque em programas de calouros na década de 1940, e logo foram contratados pela Rádio Tupi.

Tonico e Tinoco gravaram seu primeiro compacto em 1944, que tinha a música Inveis de me agradecê. Vieram outros compactos, que fizeram com que a dupla abrisse um escritório e fizesse shows diários em circos.

No ano de 1950, os dois cantaram na inauguração da TV Tupi, onde tiveram o programa Festa na roça. Sete anos depois, lançariam aquele que é considerado o primeiro LP sertanejo: Tonico e Tinoco com suas modas sertanejas.

A versatilidade de Tonico e Tinoco foi tanta que eles fizeram shows em circos, casas de espetáculos, fizeram trilhas de filmes como Obrigado a matar, Luar do sertão e Menino do jornaleiro e tiveram vários programas de televisão, como Beira da tuia. Tonico escreveu o livro Vila do riacho: 22 contos sertanejos.

Foram 40 mil shows pelo país afora, até 1994, ano em que Tonico faleceu. Ao lado de Tinoco, deixou mais de 1.200 músicas, 75 LPs e 211 compactos. Uma vida de emoções sertanejas, que traz um dado curioso: Tonico e Tinoco passaram anos sem gravar LPs porque não admitiam a inclusão de guitarras elétricas em suas músicas.

Detalhes de uma vida que fizeram parte da homenagem a Roberto Carlos. Roberto entregou a Tinoco uma placa em homenagem à carreira do cantor, num momento marcado por muitas emoções. Emoções como em uma das modas de viola que Tonico e Tinoco cantaram durante sua carreira.

Segue a letra! Na foto, Tinoco e Roberto Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

CHICO MINEIRO - Tonico e Francisco Ribeiro

Cada vez que me alembro
Do amigo Chico Mineiro
Das viage que nois fazia
Era ele meu companheiro

Sinto uma tristeza
Uma vontade de chorar
Alembrando daqueles tempos
Que não hai mais de voltar

Apesar de ser patrão
Eu tinha no coração
O amigo Chico Mineiro

Caboclo bom decidido
Na viola era delorido
E era o peão dos boiadeiro

Hoje porém com tristeza
Recordando das proeza
Da nossa viage motin

Viajemo mais de dez anos
Vendendo boiada e comprando
Por esse rincão sem-fim
Caboco de nada temia.

Mas porém, chegou o dia
que Chico apartou-se de mim

Fizemo a urtima viage
Foi lá pro sertão de Goiás
Fui eu e o Chico Mineiro
Também foi um capatai

Viajemo muitos dia
Pra chega em Ouro Fino
Aonde noi passemo a noite
Numa festa do Divino

A festa tava tão boa
Mas ante não tivesse ido
O Chico foi baleado
Por um home desconhecido

Larguei de compra boiada
Mataram meu cumpanheiro
Acabou o som da viola
Acabou seu Chico Mineiro

Despoi daquela tragédia
fiquei mais aborrecido
Não sabia da nossa amizade
Porque nós dois era unido

Quando eu vi os seus documentos
Me cortou meu coração
Vim sabê que o Chico Mineiro
Era meu ligítimo irmão...

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