domingo, 30 de agosto de 2009

Fora de catálogo - PENSAR EM VOCÊ



Olá, amigos.

Em seu penúltimo post, a série Fora de catálogo traz mais uma canção que foi cogitada no repertório de Roberto Carlos que não entrou em seu repertório.

A música de hoje é do cantor CHICO CÉSAR. E ele mesmo conta como aconteceu a história do envio da música a Roberto Carlos:

"Eu mandei uma música para o Roberto Carlos de encomenda. Eles me ligaram. Como é mesmo o nome do tecladista dele? Eu sempre esqueço. Um cara que toca teclado com ele. Ele ligou pra mim, O Roberto Carlos quer gravar uma música sua. Mande uma música pra ele. No começo, achei que fosse um trote. "Deixe o seu telefone que eu ligo de volta."

Eduardo Lages é o nome dele. Aí, liguei. "Eu queria falar com o Eduardo Lages! Aqui é o Chico César, você ligou pra mim pedindo música para o Roberto." "Ah! Liguei. Achei você um pouco estranho, como quem não está levando muita fé." "Eu não estava porque... sei lá, poderia ser uma brincadeira". "E aí, tem ou não tem música?" "Se não tem, a gente faz! Vou pensar".

Aí, pensei pra caralho, muito, mas não tinha. Um pouco inspirado na coisa do Roberto dos anos 70, compus Pensar em você, que é assim [canta] "É só pensar em você...". Tem umas partes que são muito a cara dele. [canta] "Um dia a chuva cai / E eu só penso em você..." Compus, assim, de sessão espírita. (...) Ele não gravou. Ela entra em uma longa lista de canções e autores que não foram gravados pelo Roberto. (...) Mas o simples fato do Roberto Carlos, através de terceiros, ligar pra mim, cogitar em gravar uma música minha, pra mim já é uma alegria, sacou?"



A música está presente no disco Mama Mundi, que Chico lançou em 2000, e recebeu também gravação de Daniela Mercury. A cantora foi uma das primeiras a investir no repertório dele, quando gravou À primeira vista. E também acertou ao cantar uma música que Roberto Carlos não gravou.

Segue a letra! Na foto, a intérprete de Chico, Daniela Mercury, e o que quase foi intérprete dele.

Abraços a todos, Vinícius.

PENSAR EM VOCÊ - Chico César

É só pensar em você
Que muda o dia
Minha alegria dá pra ver
Não dá pra esconder

Nem quero pensar se é certo querer
O que vou lhe dizer
Um beijo seu
E eu vou só pensar em você

Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
Em paz com o mundo e comigo

Se a chuva cai e o sol não sai
Penso em você
Vontade de viver mais
Em paz com o mundo e consigo...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Fora de catálogo - TORTURA DE AMOR



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo hoje apresenta mais uma canção que teria sido enviada para Roberto Carlos, mas ele não aceitou gravar. O compositor em questão está em evidência neste ano.

WALDICK SORIANO se tornou tema de um documentário dirigido por Patrícia Pillar. O cantor de Eu não sou cachorro não, falecido no ano passado, vai rasgar às telas de cinema.



Poucos sabem, mas uma de suas canções mais bem sucedidas chegou a ser cogitada no repertório de Roberto Carlos. Embora ela não esteja, o Brasil conheceu sua canção na voz de cantores como Fagner, Fafá de Belém e do grupo Laírton e Seus Teclados. Além de aparecer em vários discos de Waldick Soriano (como este que aparece acima, trazendo versões ao vivo de seu repertório). Uma verdadeira tortura de amor.

Segue a letra! Na foto, Waldick, na época da música mostrada hoje.

Abraços a todos, Vinícius.

TORTURA DE AMOR - Waldick Soriano

Hoje que a noite está calma
E que minh'alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora

Volta
Fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me desprezes
A noite é nossa
O meu amor pertence a ti

Hoje eu quero paz
Quero ternura em nossas vidas
Quero viver por toda a vida
Pensando em ti

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Fora de catálogo - ETERNAS ONDAS



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo chega a mais um post, apresentando músicas feitas para Roberto Carlos que não entraram em sua discografia. Como é o caso deste artista, que jamais foi gravado por RC.

Zé Ramalho é conhecido por fazer canções com ritmos nordestinos e também trazer letras com certo misticisimo, caso de Avohai. E, em meados da década de 1980, ele apresentou uma canção que discorria sobre um tema religioso. Mas, assim como Se eu quiser falar com Deus, RC não a gravou, provavelmente por discordar do ponto de vista desta canção.



Zé a incluiria em seu LP De gosto, de água e de amigos, lançado em 1985. Curiosamente, outra canção de caráter místico faria sucesso no repertório deste ano: a canção Mistérios da meia-noite, feita para ser tema do Professor Astromar, personagem de Rui Rezende na novela Roque Santeiro, da TV Globo.

Curiosamente, no ano seguinte RC falaria sobre este tema, na música Apocalipse, que abriu seu LP em 1986. Era sua maneira de falar sobre as "eternas ondas" abordadas por Zé Ramalho.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos ao lado de Zé Ramalho, quando o cantor ainda tinha o conjunto Zé Ramalho e Os 4 Loucos, na Paraíba.

Abraços a todos, Vinícius.

ETERNAS ONDAS - Zé Ramalho

Quanto tempo temos antes de voltarem
Aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio
Tão furioso

Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais

Devorando árvores, pensamentos
Seguindo a linha
Do que foi escrito pelo mesmo lábio
Tão furioso

E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar

E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fora de catálogo - PELE



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo continua enumerando uma safra de canções que foram enviadas a Roberto Carlos, mas que ele acabou recusando. E hoje, mais uma vez a sequência de canções traz uma de autoria de Caetano Veloso.

Da mesma época de Ela e eu, a música de hoje traz uma história curiosa. Consta que, assim que ouviu esta música e soube que tinha sido escrita para Roberto Carlos, a "mana" de Caetano, Maria Bethânia, torceu para que RC a recusasse. E deu certo.



Com a recusa de Roberto, Bethânia pôde gravá-la em seu LP Talismã. Sua interpretação deu tons muito fortes à "pele" descrita na obra de Caetano Veloso.

Segue a letra! Na foto, Caetano e Roberto Carlos em um dos ensaios do show de Bossa Nova que virou o disco e DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso - E a música de Tom Jobim no ano passado.

Abraços a todos, Vinícius.

PELE - Caetano Veloso

Deus deseja que a tua doçura
Que também é a dele
Se revele, mais pura, na tua pele

E que eu pouse a tua mão sobre o teu colo
Lua na noite escura
E a brancura do polo
Se descongele

Essa pele de criança
Essa rima pra esperança
Tão antiga e nova
Que põe tudo à prova

Esse repouso, essa dança
Que me impele, que me lança
No meio da vida
Pra uma outra trova

Pele, pétala calma
Pele, parte mais clara da alma
Que o mistério se desvele

E outra vez mistério seja
Sobre tua pele
É o que Deus deseja

Tua pele luminosa
Madrepérola animada
Mensagem da rosa
Enfim decifrada...

sábado, 22 de agosto de 2009

Fora de catálogo - ELA E EU



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo traz mais uma canção feita para Roberto Carlos gravar, mas que não foi incluída em seu repertório. E o autor de hoje é um artista que está presente em vários momentos de sua discografia.

A parceria entre Roberto Carlos e Caetano Veloso já era bem intensa, tanto pelo episódio da visita de RC ao baiano em Londres quanto pelas gravações das músicas Como dois e dois, Muito romântico e Força estranha. Entretanto, a canção de hoje acabou não sendo aceita na obra do intérprete Roberto Carlos.



Em 1979, Maria Bethânia a gravaria para seu LP Mel, numa belíssima interpretação. Provavelmente, Roberto recusou a música por causa de sua letra um tanto quanto histriônica. Tipicamente Caetano Veloso...

Segue a letra! Na foto, Caetano Veloso e Roberto Carlos em encontro na época da música de hoje.

Abraços a todos, Vinícius.


ELA E EU - Caetano Veloso

Há flores de cores concentradas
Ondas queimam rochas com seu sal
Vibrações do sol no pó da estrada
Muita coisa, quase nada
Cataclismas, carnaval

Há muitos planetas habitados
E o vazio da imensidão do céu
Bem e mal e boca e mel
E essa voz que Deus me deu
Mas nada é igual a ela e eu

Lágrimas encharcam minha cara
Vivo a força rara desta dor
Clara como o sol que tudo anima
Como a própria perfeição da rima para amor

Outro homem poderá banhar-se
Na luz que com essa mulher cresceu
Muito momento que nasce
Muito tempo que morreu
Mas nada é igual a ela e eu

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Fora de catálogo - GILDA



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo apresenta mais uma canção entregue para Roberto Carlos, mas que ficou fora de sua discografia. E, desta vez, com mais um encontro entre artistas da Música Popular Brasileira que não chegaram à voz de RC.

No ano de 1979, após um show de Roberto Carlos no Canecão, Vinícius de Moraes foi ao camarim e surgiu a ideia de ele gravar uma música sua. A gravação foi confirmada pelo próprio "Poetinha", que disse em uma entrevista: "É verdade sim. Ele canta tão bonitinho, né? Ele é tão romântico... Aí o Toquinho e eu fizemos uma música que é bem a cara dele, é uma valsa... Se der certo e ele gravar, vai ser ótimo".



A valsa acabou não sendo gravada por RC. Os autores Toquinho e Vinícius de Moraes acabariam a interpretando no LP Um pouco de ilusão, lançado no ano seguinte. Este seria o último disco lançado por Vinícius - em dezembro de 1980, o poeta diplomata encerrou sua carreira aqui na Terra.

Mais uma parceria de Roberto Carlos com a Música Popular Brasileira que ficou só na expectativa. E menos uma mulher a ser cantada na obra de RC.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos no camarim de um show antológico que reuniu Tom Jobim, Miúcha, Toquinho e Vinícius de Moraes.

Abraços a todos, Vinícius.

GILDA - Toquinho e Vinícius de Moraes

Nos abismos do infinito
Uma estrela apareceu
E da terra ouviu-se um grito
Gilda, Gilda...

Era eu, maravilhado
Ante a sua aparição
Que aos poucos fui levado
nos véus do bailado

Pela imensidão
Aos caprichos do seu rastro
Como um pobre astro

Morto de paixão
Gilda, Gilda Gilda e eu...
Gilda, Gilda Gilda e eu...

E depois, nós dois unidos
Como Eurídice e Orfeu
Fomos sendo conduzidos Gilda e eu
Pelas mágicas esferas
Que se perdem pelo céu
Em demanda de outras eras
Velhas prima........veras
Que o tempo esqueceu
Pelo espaço que nos leva
Pela imensa treva
Para as mãos de Deus Gilda, Gilda Gilda e eu
Gilda, Gilda Gilda e eu.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Fora de catálogo - ÂNGELA



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo apresenta mais uma canção que poderia estar no repertório de RC, se ele não tivesse vetado. Hoje, é a vez de mais uma mulher de Tom Jobim.

Em 1976, anos antes de Luiza, Antônio Carlos Jobim apresentou outra mulher de sua autoria a Roberto Carlos. Mas o receio dele a gravar músicas do maestro soberano o fez deixar de lado a chance de gravá-lo.



No ano de 1981, a música entraria no LP Edu & Tom, Tom & Edu, que Tom Jobim fez em parceria com Edu Lobo. E, em 1987, finalmente chegaria à voz de Roberto Carlos - mas nos palcos.

Após muito tempo, Ronaldo Bôscoli o convenceu a interpretar mulheres do Tom no show Detalhes. Num pout-pourri, RC cantou Ana Luiza, Lígia e a mulher apresentada no final do post.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos e Tom Jobim com suas respectivas mulheres na época: Myriam Rios e Ana Lontra Jobim.

ÂNGELA - Tom Jobim

Ângela
Porque tão triste assim
Agora
E tudo quanto existe
Chora

Teu rosto na janela
Daquele avião
Lá embaixo
A terra é um mapa
Que agora
Uma nuvem tapa
Não tentes evitar a dor

Misteriosamente
Está tão diferente Ângela
A face singular de Ângela
Enquanto nos surpreende o amor
Oh Ângela

Súbito
Eu vejo em minha frente Ângela
Misteriosamente Ângela
Enquanto nos surpreende o amor
Oh Ângela

*****

POST EXTRA



Outra música de Tom que Roberto Carlos não quis gravar originalmente chegou a uma versão fonográfica no ano de 2008. De acordo com o livro A era dos festivais, escrito por Zuza Homem de Mello, Roberto era o intérprete escolhido por Tom para defender a música Vou te contar na I Bienal do Samba, em 1968. Entretanto, o dia em que ele defenderia era 12 de maio, em que ele desembarcava de Nova Iorque com a esposa Nice da viagem de lua-de-mel.

Como não teria tempo para preparar sua interpretação, a apresentação foi transferida do primeiro para o terceiro dia da eliminatória. Mesmo assim, RC não se apresentou, e acabou perdendo a oportunidade de disputar a Bienal do Samba e de ser o primeiro a gravar o que viria a ser um dos clássicos da Música Popular Brasileira.

Roberto cantaria esta música no especial de 1977. Num número histórico, esta canção fazia parte de um pot-pourri na qual RC interpretava também Ponteio, Travessia e Asa Branca. Mas estaria para sempre registrada no encontro bossa-novista de RC e Caetano Veloso a partir do ano de 2008.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos e Caetano Veloso.

Abraços a todos, Vinícius.

WAVE - Tom Jobim

Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossivel ser feliz sozinho

O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas
Que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho a brisa e me diz
É impossivel ser feliz sozinho

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade

Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver...

domingo, 16 de agosto de 2009

Fora de catálogo - LUIZA



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo prossegue a apresentar músicas que chegaram a ser cogitadas na voz de Roberto Carlos, mas que não entraram em sua discografia. Hoje, a safra chega a outro grande compositor da Música Popular Brasileira.

Bem antes do show de Roberto Carlos e Caetano Veloso em homenagem ao maestro soberano, TOM JOBIM. Na década de 1980, RC cogitou gravar uma bela canção dele. Mas, sua superstição impediu a gravação dela.



Escrita originalmente para a novela Brilhante (exibida no horário das 20h da TV Globo em 1981), esta mulher de Tom deixou de ser gravada por um de seus versos. O próprio Tom a interpretou na abertura da novela de Gilberto Braga. E a frase "vem, me exorciza" exorcizou a Luiza de Tom Jobim.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos, Tom Jobim e Maria Bethânia no especial de 1981. Curiosamente, Tom interpretou a canção que segue abaixo.

Abraços a todos, Vinícius.

LUIZA - Tom Jobim

Rua
Espada nua
Bóia no céu
Imensa e amarela

Tão redonda lua
Como flutua
Vem navegando
O azul do firmamento

E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção
Que eu fiz pra te esquecer, Luiza

Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado, um aprendiz do teu amor
Acorda, amor, que eu sei que embaixo desta neve
Mora um coração

Vem cá, Luíza
Me dá tua mão
O teu desejo
É sempre o meu desejo

Vem, me exorciza
Me dá tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo

E um raio de sol nos teus cabelos
Como um brilhante
Que partindo à luz explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores

Que eu guardei somente
Pra te dar, Luiza
Luiza, Luiza...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fora de catálogo - TANTAS PALAVRAS



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo segue apresentando canções que chegaram a ser anunciadas que seriam gravadas por Roberto Carlos, mas que acabaram não entrando em seu repertório. A música de hoje também é da safra assinada por Chico Buarque.

Entretanto, ao contrário de Minha história e Cálice, Chico escreveu esta música sob encomenda do próprio RC. O anúncio da interpretação de Roberto para ela foi anunciada por Dominguinhos (parceiro de Chico Buarque) no programa Conexão Roberto D'Ávila, em 1983.

Segundo o sanfoneiro, Roberto teria levado a fita para os Estados Unidos - país no qual ele gravava seus discos anuais. Entretanto, ao retornar para o Brasil, a música não estava presente em seu LP. Ele teria dito apenas que a canção "não dava para ele".



Chico Buarque acabou gravando-a para a trilha musical da novela Sabor de mel, assinada por Jorge Andrade e exibida entre abril e julho na TV Bandeirantes. Um dado curioso: dentre as músicas que embalavam a trama, estava também Emoções, interpretada por Marina Lima.



No ano de 1984, Chico a colocaria em seu LP, mas com uma letra diferente da escrita para Roberto Carlos gravar. Ao lado dela, no repertório estavam canções como Pelas tabelas, Brejo da cruz e Samba do grande amor.

Seguem as letras! Na foto, Chico Buarque e Roberto Carlos no ano de 1993, em foto para a revista Manchete.

Abraços a todos, Vinícius.

TANTAS PALAVRAS - Chico Buarque e Dominguinhos

(versão feita para Roberto Carlos gravar)

Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais
Jamais

Tantas palavras
Que ela falava
Ditas de novo
Não são iguais

Mesmo a palavra não
Não era bem assim
E quando estava no calor da paixão
Ela falava, ai de mim
Ai de mim

Numa canção feroz
Nós inventamos palavras sem voz
Palavras ocas
Que nem nossas bocas
Ou fora de si

Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou frenesi
Frenesi

Nossas palavras
Que se cruzavam
Já não parecem
Mais casais

Hoje andam tortas
Feito uma jura
Que quer voltar atrás

Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi
Perdi

Palavras tontas
Essas palavras
Quem falou
Não está mais aqui

*****

(versão do LP de 1984 de Chico Buarque)

Tantas palavras
Que eu conhecia
Só por ouvir falar
Falar

Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar

Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
"Give me a kiss, darling"
"Play it again"

Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si

Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini

Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz

Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi
Perdi

Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou
Não está mais aqui

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fora de catálogo - MINHA HISTÓRIA



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo apresenta hoje mais uma canção que faria parte do repertório de Roberto Carlos, mas que acabou não fazendo parte dele. Mas, ao contrário das mostradas anteriormente, esta música não foi escrita especialmente para RC.

Numa reportagem sobre o LP de 1971, surgiu na imprensa a notícia de que ela faria parte do disco. O repórter acertou ao anunciar a inclusão de Como dois e dois, música de Caetano Veloso. Mas uma canção escrita por Chico (a partir de versão da canção Gesubambino, de Dalla e Pallotino) ficou de fora do LP.

Assim como Se eu quiser falar com Deus, bela canção de Gilberto Gil, esta música mostra uma análise diferente de Jesus. Notem pela letra que o narrador fala que seu pai (possivelmente, o José) "falava, cheirava e gostava de mar". Sua mãe (indica-se que seja Maria) ninava o filho "cantando cantigas de cabaré". E ao fim da música, a pessoa dizia sobre os ladrões e as amantes, seus colegas de copo e de cruz, que o conheciam pelo nome de Menino Jesus.

Um fato curioso é sobre o título desta música em português. Originalmente, Chico a batizaria de Menino Jesus (tradução do título original), mas a censura vetou. Só restou a ele colocar o nome de Minha história.



A música fez parte de seu LP Construção, na qual teve a primorosa faixa-título e as canções de protesto Deus lhe pague, Cordão e Samba de Orly. Além de ter a música de hoje que, certamente, ficaria linda na voz de Roberto Carlos. Mas, por sua letra, dá para entender o motivo dele não ter gravado.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Chico na década de 1960.

Abraços a todos, Vinícius

MINHA HISTÓRIA (Gesubambino) - Dalla e Palotino (com versão de Chico Buarque)

Ele vinha sem muita conversa
Sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava
E gostava de mar

Sei que tinha tatuagem no braço
E dourado no dente
E minha mãe
Se entregou a esse homem
Perdidamente

Ele assim como veio partiu
Não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar
Cada dia mais longe

Esperando, parada, pregada
Na pedra do porto
Com seu único velho vestido
Cada dia mais curto

Quando enfim eu nasci
Minha mãe
Embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim
Uma espécie de santo

Mas por não se lembrar de acalantos
A pobre mulher
Me ninava
Cantando cantigas de cabaré

Minha mãe não tardou
A alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais
Que uma simples criança

E não sei bem se por ironia
Ou se por amor
Resolveu me chamar
Com o nome do Nosso Senhor

Minha história é esse nome
Que ainda hoje carrego comigo
Quando vou bar em bar
Viro a mesa, berro, bebo e brigo

Os ladrões e as amantes
Meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome
De Menino Jesus

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fora de catálogo - CÁLICE



Olá, amigos.

A série Fora de catálogo chega ao seu segundo post, mostrando canções que foram cogitadas para a safra de intérprete de Roberto Carlos, mas, ao final, não entraram em seu repertório. A canção de hoje tornaria ainda mais pleno o LP no qual ela estaria.

Em 1978, Roberto Carlos lançou um disco trazendo belas canções de sua parceria com Erasmo Carlos - , Lady Laura, Café da manhã, Música suave, dentre outras. Caetano Veloso esteve presente com a música Força estranha. E, na canção que teria sido retirada do repertório, RC encontraria-se com uma música de Chico Buarque e Gilberto Gil.



Os dois a interpretaram originalmente no festival Phono 73. Este evento foi realizado pela Phonogram (atual Universal), na qual durante dois dias a gravadora reuniu seu vasto elenco em apresentações no Ibirapuera. A organização estipulou que cada participante cantasse um número solo e, em seguida, fizesse um número com outro artista. Foi assim que o palco paulistano trouxe encontros de Toquinho e Vinícius, Wanderléa e Erasmo Carlos e o polêmico dueto de Caetano Veloso com Odair José (os dois interpretaram, sob vaias, Eu vou tirar você desse lugar).

Chico Buarque e Gilberto Gil apresentariam a música mostrada hoje. No entanto, às vésperas do show, a letra foi censurada. Como forma de protesto, os dois decidiram cantar a música, mas improvisando uma letra. Todos os microfones foram desligados, e só restou a Chico lamentar com um: "vamos ao que pode". Em seguida, ele interpretou, ao lado do conjunto MPB-4, a música Baioque.

Perguntado pela revista Manchete em 1977 se gravaria Chico Buarque um dia, Roberto respondeu: "Claro. Desde que a música que ele tenha criado seja feita para eu cantar. Sabe por que, bicho? Em primeiro lugar meu público – dependendo da música – até desconfiaria de mim. Eu próprio desconfiaria de mim. É muito desonesto descolar ideologias. Cada qual deve viver o seu caminho. Acredito que – entre outras coisas – o meu público é fiel a mim porque eu jamais menti para ele".

No ano seguinte, RC confessou em entrevista que pela primeira vez teve coragem de gravar uma música de Chico. A ideia da gravação surgiu após um encontro casual entre os dois grande ídolos no saguão de um hotel, e Roberto afirmou: "Pela primeira vez, tive coragem de gravar uma canção de Chico Buarque. Suas letras são muito fortes, e apesar de eu não querer ir tão longe quanto ele, acho que consegui dar meu toque pessoal na interpretação!".

No fim de 1978, a música não chegou ao disco de Roberto Carlos. A razão mais plausível é de que o cantor não se sentira à vontade de, no mesmo disco em que faz um tributo à sua mãe, gravar uma música que dentre os versos traz: "de que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra". Também há as possibilidades de represálias da censura ou o fato de ela não ser uma música inédita, feita sob medida para Roberto Carlos.



Chico Buarque a incluiu em seu LP do mesmo ano - também com 11 músicas, como foi o disco de Roberto Carlos. Especula-se que ele teria incluído Cálice às pressas. A belíssima gravação traz a participação do cantor Milton Nascimento e do conjunto vocal MPB-4. Ao contrário de boa parte das músicas da série Fora de catálogo, esta canção tem uma gravação de Roberto Carlos presente nos arquivos da Sony Music.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Chico no Roberto Carlos Especial de 1993. Neste programa, RC falou de sua vontade em gravar músicas do compositor, e Chico Buarque o alfinetou, dizendo que o cantor "já esteve na bica de gravar".

Abraços a todos, Vinícius.

CÁLICE - Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta

De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado

Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda (cálice!)
De muito usada a faca já não corta (cálice!)
Como é difícil, pai, abrir a porta (cálice!)
Essa palavra presa na garganta (cálice!)

Esse pileque homérico no mundo (cálice!)
De que adianta ter boa vontade (cálice!)
Mesmo calado o peito, resta a cuca (cálice!)
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice...
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (cálice!)
Nem seja a vida um fato consumado (cálice!)
Quero inventar o meu próprio pecado (cálice!)
Quero morrer do meu próprio veneno (pai, cálice!)

Quero perder de vez tua cabeça (cálice!)
Minha cabeça perder teu juízo (cálice!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (cálice!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (cálice!)

sábado, 8 de agosto de 2009

Fora de catálogo - SE EU QUISER FALAR COM DEUS



Olá, amigos.

Neste retorno das férias, o Emoções de Roberto Carlos apresenta uma série com curiosidades musicais de RC. No ano em que Roberto completa 50 anos de carreira, a partir do post de hoje mostramos canções que não entraram em seu repertório.

A série Fora de catálogo mostra músicas que foram noticiadas que estariam na voz dele, mas que ao final não constaram em sua lista. E este repertório começa com a canção mais conhecida desta lista.

Em 1980, Gilberto Gil atendeu a um pedido de Roberto e encaminhou a ele uma canção. Entretanto, a abordagem sobre religiosidade do compositor baiano não agradou Roberto, que preferiu não gravá-la.

Em entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto, Caetano Veloso afirmou que desde que a ouviu pela primeira vez teve a certeza de que Gil escreveu esta música para Roberto Carlos não gravar. Caetano definiu a música como "dura para a gente cantar", tamanha a forma como ele definiu sua maneira de falar com Deus.



Gil acabaria lançando a canção em seu LP A gente precisa ver o luar. Além da faixa-título e de Se eu quiser falar com Deus, o disco de 1981 trouxe as canções Palco e Pela lente do amor - esta última, tema do seriado Amizade colorida, da TV Globo.



Entretanto, a gravação mais famosa desta música viria no mesmo ano do "não" de Roberto Carlos. Em uma de suas últimas gravações, Elis Regina faria majestosa interpretação para a canção que RC não gravou. Mas o autor diz que foi só uma coincidência:

"Eu tinha feito pra ele. Se ele tivesse gravado, eu não sei se teria gravado tão de imediato. Em geral, não tenho o hábito de gravar as músicas que faço para outros".

No livro Todas as letras, de 1996, Gil falaria novamente sobre o episódio: "O que chegou a mim como tendo sido a reação dele, Roberto Carlos, foi que ele disse que aquela não era a idéia de Deus que ele tem, o "Deus desconhecido". Ali, a configuração não é a de um Deus nítido, com um perfil claro, definido".

15 anos depois de Se eu quiser falar com Deus, RC mostrou em seu LP a música Quando quero falar com Deus, na qual diz a definitiva frase: "Quando eu quero falar com Deus, eu apenas falo". De fato, a fé para ele é mais simples do que os meandros encontrados por Gilberto Gil nesta frase.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Gil na década de 1960.

Abraços a todos, Vinícius.

SE EU QUISER FALAR COM DEUS - Gilberto Gil

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou

Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho

Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada

Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar...

sábado, 1 de agosto de 2009

50 anos de emoções - 2009



Olá, amigos.

Hoje, chegamos à última parada da série 50 anos de emoções. Foram 50 anos revistos em 50 posts, no qual mostramos a trajetória do mundo e o caminho de Roberto Carlos em cada ano de sua carreira cinquentenária.



O ano de 2009 entrou para a história dos Estados Unidos: pela primeira vez, a Casa Branca abriu suas portas para um presidente negro. Barack Obama assumiu a presidência dos Estados Unidos, com o slogan "Yes, we can!".

A Europa passou pela "crise do gás", em virtude do boicote ao fornecimento de gás na Ucrânia e na Rússia. Os motivos foram os desacordos comerciais na tarifa de trânsito de gás, que, mais tarde, passou por todo o continente europeu.

A Venezuela disse "sim" à reeleição ilimitada de todos os ocupantes de cargos públicos no país - dentre eles, a presidência da República. Em virtude disto, foi viabilizada a candidatura de Hugo Chávez ao cargo na eleição de 2012.



Mahmoud Ahmadinejad foi eleito presidente do Irã, mas sob fortes protestos populares. Uma supeita de fraude instaurou manifestos divulgados pela Internet e se disseminou pelo mundo. No Brasil, grupos protestaram quando foi divulgada uma visita dele ao país.

O Voo Yemenia 626 caiu no Oceano Índico, próximo a Comores, com 153 pessoas a bordo. Uma criança foi a única sobrevivente.

As pessoas do Voo Air France 447 não tiveram a mesma sorte. O avião partia do Rio de Janeiro rumo a Paris, e levava muitos brasileiros e franceses quando caiu perto do arquipélago São Pedro e São Paulo. Das 228 presentes no avião, foram achadas 51 até o momento.



O Brasil passou a conviver com uma pandemia que assola o mundo. O vírus H1N1 - conhecido popularmente como gripe suína - veio dos países latinos e já causou mortes, principalmente nas cidades que fazem fronteira com a Argentina (onde já chegou ao nível de emergência sanitária).

O futebol brasileiro mais uma vez esbarrou numa equipe estrangeira em final da Taça Libertadores da América. Desta vez, o Cruzeiro chegou a empatar em 0 a 0 na Argentina, mas no Mineirão foi derrotado pelo Estudiantes por 2 a 1.

O Corínthians chegou ao seu terceiro título da Copa do Brasil, diante do Internacional. Depois de vencer por 3 a 1 no Pacaembu, o time empatou em 2 a 2 no Beira-Rio. Foi o terceiro título em um ano e meio - antes, vieram o Brasileiro da Série B e o Campeonato Paulista.

Roberto Carlos chegou aos seus 50 anos de carreira cercado de muita música. As comemorações começaram no dia 19 de abril de 2009, com um show em sua terra natal, Cachoeiro. Com o seguinte repertório:



Abertura
Emoções
Além do horizonte
Amor Perfeito
Eu te amo, te amo, te amo
Detalhes
Outra vez
Meu pequeno Cachoeiro
Aquela casa simples / Meu querido, meu velho, meu amigo / Lady Laura
Nossa Senhora
Caminhoneiro
Olha / Canzone per te / Do fundo do meu coração / Alô
Como é grande o meu amor por você
Proposta
Cavalgada
É proibido fumar / Namoradinha de um amigo meu / Quando / E por isso estou aqui / Jovens tardes de domingo / Emoções
É preciso saber viver
Jesus Cristo




Roberto também fez uma participação no humorístico A grande família, contracenando com a família Silva. Além de se apresentar no programa Caldeirão do Huck, foi ao ar um Globo repórter sobre sua trajetória.



Em São Paulo, o tributo Elas cantam Roberto reuniu cantoras de todos os repertórios musicais brasileiros interpretando músicas de seu repertório. Os tributos se estenderão à Rock Simphony, ainda em 2009, e à homenagem de sertanejos, prevista para o ano que vem.

E no dia 11 de julho, o Maracanã abriu suas portas para o show mais emocionante de Roberto Carlos. Do jeito que este que vos escreve contou alguns posts atrás.

Olhando pelo espelho, na distância tem muita história pra contar. De um mundo que poderia parecer distante, mas que ficou próximo de cada um dos amigos. Do um milhão de amigos iniciais, mas que se multiplicaram nestes 50 anos de carreira.

Não há outra música que não esta para encerrar a série. Na foto, Roberto Carlos no Maracanã.

Abraços a todos, Vinícius.

EMOÇÕES - Roberto e Erasmo

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções sentindo

São tantas já vividas
São momentos que eu não esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti, partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar, sorrindo

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar

Se chorei
Ou se sofri
O importante
É que emoções eu vivi

São tantas já vividas
São momentos que eu não esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui

Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo

Em paz com a vida
E o que ela me traz
Na fé que me faz
Otimista demais

Se chorei
Ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

*****

P.S.:

O blogue Emoções de Roberto Carlos tem um descanso de meio de ano por alguns dias. Voltamos no dia 8 de agosto.