segunda-feira, 30 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 11



Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto mostra hoje mais um momento em que um artista ligado à Jovem Guarda homenageia Roberto Carlos com uma canção. Só que, ao contrário de Roberto, meu amigão e Barra limpa, a música de hoje não fala sobre RC.

A homenagem veio de um artista que trouxe ótimas contribuições pro repertório de Roberto. Trata-se de ANTÔNIO MARCOS, autor de E não vou mais deixar você tão só, Aventuras e Como vai você (as duas últimas em parceria com Mario Marcos).

Antônio Marcos dedicou a RC uma introspectiva canção sobre a solidão de quem navega pelo mar afora - provavelmente por saber que Roberto tem paixão por andar de barco. No primeiro Roberto Carlos Especial da história da TV Globo, em 1974, Antônio Marcos a interpretou, em uma cena muito bonita na qual Antônio e Roberto estavam num barco. Ao som da voz do primeiro, que cantou sobre gaivotas... para Roberto Carlos.

Segue a letra! Na foto, Antônio Marcos.

Abraços a todos, Vinícius.

GAIVOTAS (PARA ROBERTO CARLOS) - Antônio Marcos

Eu, quando saio pelo mar afora
Faço de conta que já vou embora
Mas apenas fico nas mentiras
Que matam por momento desventuras

Tantas gaivotas rodeando o barco
Como crianças rodeando adultos
Gaivotas e crianças se misturam
E fazem do meu barco a minha cama

Meu corpo balança sobre as águas
E o olhar se afoga no meu pranto
É que eu, bem distante lá da terra
Não compreendo gente que maltrata e erra

Minhas mágoas, tantas frustrações
Eu vou deixar neste mar, quando anoitecer
E lá em casa ninguém vai saber
Quando eu chegar, vou sorrir e adormecer

Quando eu paro o barco em águas mansas
Olho de repente pras alturas
E percebo, em meio a nuvens brancas
Uma gaivota calma e solitária

Ela deve estar olhando o mundo
E tomando conta das pessoas
Esta gaivota é importante
É pena que ela fique tão distante

Eu, perdido em tantos pensamentos
Me pergunto às vezes se ela sabe
Que o amor se perde por dinheiro
E o homem destrói no mundo inteiro

Mas lá em casa
Ninguém vai saber
Quando eu chegar
Vou sorrir e adormecer...

sábado, 28 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 10



Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto relembra mais uma canção feita explicitamente para Roberto Carlos. Assim como a Barra limpa de Martinha, esta música também foi feita por um artista da Jovem Guarda.

Trata-se de ED CARLOS, um menino abençoado que, depois de muito teimar, conseguiu com Roberto Carlos uma chance de ser cantor da Jovem Guarda. E, como se tornou um "afilhado musical" (assim como mais tarde também foram as cantoras Kátia e Gabriella) do Roberto, seu apelido jovem-guardista foi mesmo "Reizinho".

RC compôs algumas músicas para ele, caso de Edifício de carinho, em parceria com Tom Gomes. No ano de 1979, Ed Carlos lançou um compacto simples, trazendo numa das faixas uma canção feita pro Roberto. Uma forma de agradecimento pelo apoio recebido do cantor durante a fase do "iê-iê-iê".

Há muito tempo Ed não aparece, a última vez que teve destaque foi numa entrevista ao Programa do Jô, da TV Globo, na qual contou que é dono de restaurante.. Mas pode-se recordar o cantor no DVD e no CD Duetos, lançados no fim de 2006. Ele e outros cantores jovem-guardistas interpretam Jovens tardes de domingo. Era o cantor na companhia dos amigos da Jovem Guarda e de Roberto Carlos, seu amigão.

Segue a letra! Na foto, Ed Carlos.

Abraços a todos, Vinícius.

ROBERTO, MEU AMIGÃO - Ed Carlos, João da Praia e José Rizzo

Roberto
Meu amigão
Eu tenho seu nome
Guardado em meu coração

Foi você, meu amigo Roberto
Quem me ensinou
O caminho da paz verdadeira
O caminho do amor

Eu segui seus conselhos de perto
E posso falar
Que a vida melhora se a gente
Puder cantar

Esquecer a tristeza guardada
No fundo do peito
Ter amigos leais, de verdade
Amar do seu jeito

Roberto
Meu amigão
Eu tenho seu nome guardado
Em meu coração

Eu recordo que um dia
No clube aonde eu cantava
Eu ouvia garotas pedindo
A sua canção

No momento lembrei
Dos conselhos que você me dava
E cantei a canção do amigo
Com muita emoção

Você, meu amigo de fé
Meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos
E tantas jornadas

Roberto
Meu amigão
Eu tenho seu nome guardado
Em meu coração...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 9



Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto mostra hoje mais uma homenagem declarada em letra e música a Roberto Carlos. Desta vez, com uma reverência que vem da época da Jovem Guarda.

MARTINHA (o "queijinho de Minas" do movimento) escreveu uma canção pro Roberto ainda na época em que ele não havia recebido o título de "Rei". No decorrer das décadas, Martinha presentearia Roberto com duas canções para seu repertório - a triste Eu daria a minha vida, presente na compilação San Remo 68 e a ensolarada Tudo, gravada anos depois do fim da Jovem Guarda, no disco Amor sem limite (em 2000).

Outra música une os dois artistas: quando Martinha e Dedé (o até hoje percussionista da banda de RC) terminaram o namoro, Roberto e Erasmo escreveram As canções que você fez pra mim, lançada em 1968 no LP O inimitável. Em 1993, a canção se tornou faixa-título do tributo de Maria Bethânia à dupla e, recentemente, nome do programa diário que Roberto Carlos Segundo, ou Segundinho, ou Dudu Braga, filho de RC, faz na rádio Nativa FM do Rio de Janeiro e de São Paulo de 5 às 6 da manhã.

Mais do que uma canção pro Roberto, o "queijinho de Minas" faz um retrato de como as pessoas viam Roberto Carlos quatro décadas atrás. Uma época em que ele já era o rapaz que cantava pra juventude, mandando tudo pro inferno e contando do seu calhambeque a história do "splish splash", despertando a inveja da Candinha.

A música de Martinha faz alusão a Mexerico da Candinha, última faixa do lado B do LP Jovem Guarda, que RC lançou em 1965. Na época em que Roberto Carlos era conhecido como o Brasa ou também como... barra limpa.

Segue a letra! Na foto, Martinha e Roberto na década de 1980..

Abraços a todos, Vinícius.

BARRA LIMPA - Martinha

Eu sei que por aí
Anda um rapaz muito elegante
Ele é muito bacana
Mas um pouco extravagante

Tem uma cabeleira
Que é quase igual à minha
E ele é um assunto
Interessante pra Candinha

O seu sorriso é lindo
O seu olhar é tristonho
Os brotos quando o veem
Pensam estar vivendo um sonho

Camisa diferente
Enfeitada com rendinha
E a sua calça justa
É outro assunto pra Candinha

Mas ele é barra limpa
E não dá bola para nada
É louco no volante
E só anda em disparada

E quando alguém critica
Ele nem liga e vai embora
É mesmo barra limpa
Ele é uma brasa, mora!

Tem dois anéis enormes
Pra chamar mais atenção
E assim dia a dia
Ele conquista um coração

Tem mil carros bacanas
Mil garotas gamadinhas
E esse é outro assunto
Interessante pra Candinha

Mas ele é barra limpa
E não dá bola para nada
É louco no volante
E só anda em disparada

E quando alguém critica
Ele nem liga e vai embora
É mesmo barra limpa
Ele é uma brasa, mora!

terça-feira, 24 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 8



Olá, amigos.

No post de hoje, a série Aquela canção pro Roberto menciona mais um momento em que o pagode homenageou Roberto Carlos. E um momento no qual RC foi reverenciado pelos "reis do pagode".

A reverência aconteceu alguns meses antes de Roberto Carlos dar samba, no enredo que a Unidos do Cabuçu apresentou no carnaval carioca de 1987. Poucos devem se lembrar, mas a homenagem não se restringiu apenas ao espaço do sambódromo da Marquês de Sapucaí.

"E é das favelas que saem agora os pagodeiros para invadir os palcos de todo o Brasil, rumo aos continentes. É o Brasil se curtindo musicalmente...". Com estas palavras, Roberto anunciou a "invasão" dos grandes nomes do pagode em seu Roberto Carlos Especial daquele ano.

Os "reis do pagode", "dessa revolução musical maravilhosa", reverenciaram Roberto Carlos com um pagode feito de "reis" para "rei". E, assim, ele recebeu em seu programa o grupo Fundo de Quintal e os cantores Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Arlindo Cruz, Sombrinha e Almir Guineto, cantando um sonho. Um sonho no qual "o rei cantava pagode também".

E cantou, como vemos na letra abaixo. A foto foi tirada por este que vos escreve, da maneira mais amadora possível: pegando a câmera e fotografando a televisão - em especial para ressaltar as caricaturas que estão atrás, feitas, da esquerda para a direita por: Ique, Lan, Ramade e Chico Caruso. Um registro de mais uma daquelas canções feitas pro Roberto - fotográfico, para amenizar o fato de que não existe registro fonográfico.

Abraços a todos, Vinícius.

PAGODE DO REI - Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Sombrinha e Jovelina Pérola Negra

No tempo da Jovem Guarda foi rei
E até hoje não tem pra ninguém
Sonhei, sonhei
Que o rei cantava pagode também

Esse pagode
Ficou da melhor qualidade
Foi tão bom que esse sonho
Se tornou realidade

A galera bate palma
Fica toda agitada
Quando ouve o seu cantar
És o rei da Jovem Guarda

No tempo da Jovem Guarda foi rei...

Juro por Deus que não minto
Com sinceridade, sabe como é
Vi o rei Roberto Carlos
Cantando e sambando no pé

Vem, garota papo firme
Que hoje estou me aquecendo
Vai começar o pagode
Tu pode vir quente que eu estou fervendo
(mas eu sonhei...)

No tempo da Jovem Guarda foi rei...

Ontem, hoje ou amanhã
Será nosso rei eterno
Com gênio, carinhosamente
Mandar todo mundo pro inferno

Camarada Almir Guineto
Agora, a coisa vai mudar
Tu pega a guitarra, eu pego o cavaco
Cantando pagode pra gente versar

No tempo da Jovem Guarda foi rei...

Meu batalhão de pagodeiros
Meninos maneiros tão de parabéns
Convido o Roberto Carlos
Que canta um versinho também

(ROBERTO)
Foi tamanha emoção
Conhecer meus companheiros
Só tive satisfação
Versando com bons pagodeiros

domingo, 22 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 7



Olá, amigos.

A série Aquela canção do Roberto apresenta mais uma canção de uma geração recente da música brasileira que cita Roberto Carlos. Hoje, é a vez de falar de um estilo musical muito presente nas rádios na década de 1990.

O PAGODE teve sua ascensão em meados da década anterior, e trouxe a pulverização de grupos que cantavam o pagode mais ligado ao romantismo, com letras bem açucaradas. Dentre eles, veio o NEGRITUDE JÚNIOR, grupo paulista liderado por Netinho de Paula e responsável pelo sucesso de canções como Tanajura, Cohab City, Deixa acontecer e Que dure para sempre.

Muitos não devem se lembrar, mas um pouco antes do grupo se desfazer (com a saída de Netinho de Paula, que tentou carreira solo em disco e chegou a ter um quadro de televisão chamado Um dia de princesa), o Negritude Júnior fez uma leitura de Olha, de Roberto e Erasmo. Talvez por isto a ligação com RC tenha ficado tão grande.

A ponto de em seu disco Nosso ninho, incluir uma canção bem romântica que, dentre outras coisas, prometia ficar ao som do Roberto. Um dado curioso: um dos autores desta música é Lula Barboza, que no disco Pra sempre, de 2003, teve sua música História de amor (feita em parceria com Pedro Barezzi) gravada por Roberto Carlos.

Ao som do Roberto, este blogue traz mais uma letra da série Aquela canção pro Roberto. Na foto, o grupo Negritude Júnior.

Abraços a todos, Vinícius.

AO SOM DO ROBERTO - Lula Barboza e Álvaro Gomes

Se quer ficar tudo bem
Carinhos mais você tem
Meu coração tem também
Mas vai ter que me conquistar

Sou exigente no amor
Sem traição por favor
Sinceramente, paixão
Tenho muito pra dar

E vamos ver a lua de perto
Fazer amor ao som do Roberto
Contar estrelas no céu
Lua-de-mel

Sou exigente no amor
Eu sou movido a paixão
Mas quando amo é pra valer
Te dou meu coração louco de prazer

sexta-feira, 20 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 6



Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto apresenta uma canção que tem Roberto Carlos no título. E, assim como no post anterior, ela trouxe a interpretação de uma cantora de destaque no cenário musical brasileiro sobre versos de um compositor da "nova geração" que citam RC.

A cantora, é a imortal CÁSSIA ELLER. Ela, que em 1994 fez uma leitura de Parei na contramão no disco-tributo Rei, no mesmo ano iria participar do Roberto Carlos Especial. Além de mostrar ao público sua versão para a música de Roberto e Erasmo, ela ainda interpretou Lobo mau, num encontro histórico ao lado de Roberto, Erasmo, Barão Vermelho e Skank.

E, para falar de Roberto, Cássia cantou as palavras de NANDO REIS. No fim de 2006, o compositor relatou a experiência de ter ido pela primeira a vez a um show de RC. É este texto que apresentamos agora:

"Anteontem à noite fui ao show do Roberto Carlos. Sou seu fã desde pequeno e, por incrível que pareça, jamais havia assistido a um show seu. Devido à chuva e ao constante trânsito dessa cidade intransitável, quando cheguei o pano já havia subido. Do lado de fora do Credicard Hall ouvia os primeiros acordes da RC9, banda que acompanha o Rei desde os tempos da Jovem Guarda. Apressei o passo e ali nas escadas, antes mesmo de encontrar o meu lugar na platéia, pude ouvir um trecho da vinheta inicial, antes da entrada triunfal do artista. Como já é de costume, a primeira canção é Emoções.

Não sei há quantos anos, mas, pelo que reza a lenda, há muito tempo ele abre o show com essa música. Sua voz impecável, precisa e suave entoa os versos definitivos da canção-manifesto. Clássico. Eterno.

Durante uma hora e tanto, presenciei um desfile de melodias imortalizadas através dos discos sempre lançados no final do ano. Sentado na poltrona, vi uma espécie de resumo de minha própria vida sendo entoada pelo cantor, acompanhado por um coro de três mil e quinhentas vozes. Uma delas era de minha filha Sophia, estreante maravilhada tanto quanto eu. Com seu terno azul e cinto de fivelão destacado, Roberto cantou as canções que ele fez não só para mim, mas para cada um de nós. Reconhecer na voz do mundo aquilo que cala dentro de nós é a maior felicidade que um artista pode nos fazer alcançar.

Identificação sem espelho. Reconhecimento sem impressões digitais. Apenas pelo ar, apenas ao ver e respirar.

O fim do ano se aproxima com aquela velocidade que é sempre estonteante, quase preocupante. Como correu... o que aconteceu? Será que é uma impressão que revela o acúmulo da nossa cansada idade? Será que é a prova de que viver é também folhear as páginas invisíveis do tempo, e contá-las numa dúzia de meses? Acabou o show. Quase acabou o campeonato. O ano acabará mês que vem.

A sensação de conclusão é sempre satisfatória. Independentemente do resultado, poder fechar o segundo parênteses e olhar para os feitos como se estivessem afivelados dentro de um grupo nos permite pensar e olhar para o fruto dos esforços, numa perspectiva em ré. Para o que foi alcançado, o sorriso sereno e interno da gratificação. Para o que ficou faltando, o franzir da testa na preocupação. Mas é sempre bom olhar e reconhecer aquilo que é nosso feito, tem o nosso dedo, teve a nossa mão.

O campeonato acaba e os times vão se reestruturar. Na atual ciranda do mercado, chega a fatídica hora das listas de dispensas, das vendas para o exterior, das renovações de contratos. Os técnicos irão pedir reforços, a diretoria irá argumentar que não tem caixa para reforçar o plantel.

São poucos os times que manterão a base, menor ainda o número de jogadores que farão repetida uma escalação. A força da grana agirá de modo corrosivo e devastador. Quem der mais leva. E vai ficar a ver navios quem tiver sem nenhum tostão.

Foi-se o tempo em que o fim do ano era apenas o início das férias. Acabou-se o romantismo. Os procuradores, os empresários e os vigaristas estão salivando como hienas em busca de carne putrefata. Fecha-se a cortina do espetáculo, atrás do veludo escarlate está aberta a temporada das tenebrosas transações.

Ainda bem que há ainda a música de Roberto Carlos para não nos deixar esquecer uma majestosa lição: não há nada de conservador em ser fiel. Pelo contrário".

Fiel a Roberto Carlos, Nando Reis revelou, através da voz de Cássia Eller, que não é nenhum Roberto. Mas, às vezes, chega perto.

Segue a letra! Na foto, Cássia e Roberto no Roberto Carlos Especial de 1994.

Abraços a todos, Vinícius.

NENHUM ROBERTO - Nando Reis

Não quero nem saber aonde está você
Não que eu não saiba não
Não precisa me dizer que tudo pode acontecer
Não que eu não saiba não

Não sou nenhum Roberto, mas às vezes eu chego perto
Não que eu não saiba não
E que tudo é um mistério
O que me fez sorrir me faz tão sério
Não que eu não saiba não
O mesmo erro não se repetirá você verá

Não venha dizer pra mim
Dos erros do meu português ruim
Não que eu não saiba não
Não que eu não saiba não...

Não precisa me dizer, além do horizonte deve ter
Não que eu não saiba não
E que tudo é um mistério
O que me fez sorrir me fez tão sério
Não que eu não saiba não...

O mesmo erro não se repetirá
O mesmo erro não se repetirá você verá

quarta-feira, 18 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 5




Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto traz mais um momento no qual artistas da "nova geração" citam a obra de Roberto Carlos em uma canção. É RC valorizado pela música que não esquece seu passado.

Cantora que ficou conhecida do grande público quando fez parte da segunda edição do programa Fama, da TV Globo, ROBERTA SÁ é uma das cantoras mais bem sucedidas que começaram carreira lá. Alguns críticos musicais atribuem seu sucesso por ela optar por um estilo próprio, valorizando compositores bons que antes não eram lembrados no meio artístico.

Um deles é PEDRO LUÍS, líder do grupo PEDRO LUÍS E A PAREDE, que, mais tarde, se tornaria seu marido. Pedro Luís assina a canção interpretada por Roberta Sá que fala sobre Roberto Carlos.

Presente em seu primeiro álbum, intitulado Braseiro, Roberta Sá e Pedro Luís e a Parede cantam como as coisas estão quentes no braseiro. E, ao final, Pedro Luís cita coisas que gostaria de ter. Dentre elas, uma citada por Roberto Carlos em seu LP de 1974.

Segue a letra! Na foto, Roberta Sá.

Abraços a todos, Vinícius.

NO BRASEIRO - Pedro Luís

Mas tá um trem de doido, êta, confusão
Parece natural andar na contramão

Tão vendendo ingresso
Pra ver nego morrer no osso
Vou fechar a janela
Pra ver se não ouço
As mazelas dos outros

Mas tá um trem de doido, êta confusão
Parece natural andar na contramão

Tão vendendo ingresso
Pra ver nêgo morrer no osso
Vou fechar a janela
Pra ver se não ouço
As mazelas dos outros

Perdeu-se a moral e reina a falta de vergonha
Mania nacional é ver o outro se dar mal
O caso de polícia é corriqueiro, é todo dia
Felicidade é bom
Eu quero paz, justiça, alegria...

Moramos no braseiro
A coisa aqui tá quente
O ano inteiro eu corro atrás
Não sei de que exatamente

Perdeu-se a moral
E reina a falta de vergonha
Mania nacional
É ver o outro se dar mal

O caso de polícia é corriqueiro
É todo dia
Felicidade é bom
Eu quero paz, justiça, alegria...

Quero justiça, alegria e quero paz
Mas com direitos iguais, como já disse Tosh
E quero mais que um milhão de amigos do RC
Ser como Luís e suas maravilhas do mundo, quero comer

Quero me esconder debaixo da saia da minha amada
Como Martinho da Vila, em ancestral batucada
Eu quero é botar eu bloco na rua, qual Sampaio
Quero o sossego de Tim Maia olhando um céu azul de maio

Eu quero é mel, como cantou Melodia
Quero enrolar-me em teus cabelos
Como disse Wando à moça um dia
Quero ficar no teu corpo, como Chico em Tatuagem

E quero morrer com os bambas de Ataulfo bem mais tarde
Só que bem mais tarde
Eu quero ir pra ver Irene rir, como escreveu Veloso...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 4


Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto traz neste e no próximo post canções de atuais talentos da Música Brasileira que citam obras de Roberto Carlos. No caso de hoje, para uma ocasião bem especial: na letra que reúne as várias mulheres cantadas no cenário mundial da música.

O responsável pela reunião das musas foi o pernambucano LENINE, que já tem grandes contribuições para nossa música. De Adoniram a Chico Buarque, de Tom Jobim a Tonico e Tinoco, de Michael Jackson a Alceu Valença. Incluindo as cantadas por Roberto e Erasmo.

Em uma grande declaração de amor, Lenine afirma que nem todas as mulheres da música são iguais à musa que inspira esta canção. Nem mesmo as que fazem parte da safra de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Afinal, trata-se de uma mulher que é "todas elas juntas num só ser".

Segue a letra! Na foto, Lenine.

Abraços a todos, Vinícius.

TODAS ELAS JUNTAS NUM SÓ SER - Lenine e Carlos Rennó

Não canto mais Bebete nem Domingas nem Xica nem Tereza, de Ben Jor
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil
Nem Ana nem Luiza, do maior
Já não homenageio Januária, Joana, Ana, Bárbara, de Chico
Nem Yoko, a nipônica de Lennon
Nem a Cabocla, de Tinoco e de Tonico

Nem a Tigresa nem a Vera gata, nem a Branquinha, de Caetano
Nem mesmo a Linda flor de Luis Gonzaga, Rosinha, do sertão pernambucano
Nem Risaflora, a flor de Chico Sciene, nenhuma continua nos meus planos
Nem Kátia Flávia de Fausto Fawcett, nem Anna Júlia do Los Hermanos

Só você, hoje eu canto só você
Só você, que eu quero porque quero por querer...

Não canto de Melô, Pérola negra, de Brown e Herbert, nem Uma brasileira
De Ari, nem a Baiana nem Maria, nem a Iaiá também, nem a Faceira
De Dorival, nem Dora nem Marina, nem a Morena de Itapoã
De Vina, a Garota de Ipanema, nem Iracema, de Adoniran

De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda, de Michael Jackson, nem a Billie Jean
De Jimi Hendrix, nem a doce Angel, nem Ângela nem Lígia, de Jobim
Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz, das doze musas de Edu e Chico
até das trinta Leilas de Donato, e da Layla, de Clapton, eu abdico

Só você, canto e toco só você
Só você, que nem você, ninguém mais pode haver...

Nem a Namoradinha de um amigo e nem a Amada amante de Roberto
E nem Michelle-ma-belle, do Beatle Paul,
Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto e nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg
Nem, de Totó , na Malafemmená, Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho
Nem a Mulata, mulatinha de Lalá

E nem a Carioca de Vinícius, e nem a Tropicana de Alceu
E nem a Escurinha de Geraldo, e nem a Pastorinha de Noel
E nem a Namorada de Carlinhos e nem a Superstar do Tremendão
E nem a Malaguenha de Lecuona e nem a Popozuda do Tigrão

Só você,hoje elejo e elogio só você,
Só você,que nem você, não há nem quem nem quê...

De Heroldo Lobo com Wilson Batista,de Mário Lago e Ataufo Alves
Não canto nem Emília nem Amélia, nenhuma tem meus vivas e meus salves
E Angie do Stone Mike Jagger, nem Roxanne, de Sting, do Police
E nem a Mina do Mamona Dinho, e nem as mina - pá - do mano Xis

Loira de Hervê e loira do É o Tchan, Lôra de Gabriel o Pensador
Laura de Mercer, Laura de Braguinha, Laura de Daniel, o trovador
Ana do Rei e Ana de Djavan, Ana do outro rei, e do baião
Nenhuma delas hoje cantarei, só outra reina no meu coração

Só você. Rainha aqui é só você,
Só você, a musa dentre as musas de A a Z

Se um dia me surgisse uma moça, dessas que com seus dotes e seus dons
inspiram parte dos compositores, na arte das palavras e dos sons
Tal como Madelleine, de Jacques Brel,ou como Madalena, de Martinho
Ou Mabellene e a Sixteen de Chuck Berry, ou a Manequim do tímido Paulinho

Ou como, de Caymmi, a Moça prosa e a musa inspiradora Doralice
Se me surgisse uma moça dessas, confesso que eu talvez não resistisse
Mas, veja bem, meu bem, minha querida:
Isso seria só por uma vez
uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas
Mas não mais que três

Só você...
Mais que tudo é só você
Só você...
As coisas mais queridas você é

Você pra mim é o sol da minha noite, é como a Rosa, luz de Pixinguinha
É como a estrela pura aparecida, a estrela a refulgir, do Poetinha
Você, oh, flor, é como a nuvem calma no céu da alma de Luiz Vieira
Você é como a luz do sol da vida de Stevie Wonder, oh, minha parceira

Você é para mim o meu amor,crescendo como mato em campos vastos
Mais que a Gatinha pro Erasmo Carlos
Mais que a Cigana pra Ronaldo Bastos
Mais que a Divina dama pro Cartola
Que a Donna para Ventadorn, Bernart
Que a Honey baby para Waly Salomão
E a Funny valentine pra Lorenz Hart

Só você
Mais que tudo e todas, só você
Só você
Que é todas elas juntas num só ser...

sábado, 14 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 3



Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto recorda uma citação que Roberto Carlos recebeu de um artista considerado "maldito" na Música Popular Brasileira. Graças a exemplos como o apresentado hoje, percebe-se que artistas de todos os ritmos, todos os acordes e todos os sons do Brasil trazem alusão a RC.

Roberto Carlos também foi lembrado por ITAMAR ASSUMPÇÃO, compositor, arranjador, instrumentista e produtor musical paulista, que começou a ter destaque no ano de 1975, quando venceu o Festival de Campinas com a música Luzia. No mesmo ano, ele apresentou a música Nego Dito no Festival Feira da Vila, em Vila Madalena, bairro da cidade de São Paulo.

Itamar seria mais lembrado por sua participação no movimento "vanguarda paulistana", que teve seu berço no Teatro Lira Paulistana. De lá, também surgiram o músico Arrigo Barnabé e a banda Sabor de veneno. As letras com forte crítica e as canções de pouco apelo comercial caracterizaram sua obra, num estilo que misturava reggae, samba, funk e rock.

São de sua autoria as músicas Canto em qualquer canto, que recebeu gravação de Mônica Salmaso, Código de acesso, que foi interpretada por Zélia Duncan e Aprendiz de feiticeiro, canção que teve destaque na voz de Cássia Eller. Assumpção saiu de cena para brilhar em um palco muito mais iluminado no ano de 2003, deixando oito LPs (quatro na década de 1980, em que cantou com acompanhamento da banda Iscas de Polícia, e quatro nos anos 90, quando passou a cantar acompanhado pelo grupo Orquídeas do Brasil). Todos foram lançados de forma independente, e dentre eles destacam-se os três volumes de Bicho de sete cabeças e Ataulfo Alves por Itamar Assumpção (que lhe rendeu o prêmio de melhor disco do ano de 1996 pela Associação Paulista de Críticos de Arte).

Mas a canção em que Itamar Assumpção fala de Roberto Carlos veio num disco póstumo, lançado no ano seguinte ao seu falecimento. Vasconcelos e Assumpção - isso vai dar repercussão trouxe Itamar interpretando sete composições de sua autoria, gravadas com o acompanhamento do percussionista Naná Vasconcellos.

E a nossa série Aquela canção pro Roberto mostra hoje um sujeito avisando para a mulher que quer se casar com ele sobre a dificuldade que é um casamento. Ainda mais porque ele não é Roberto Carlos - como falam os versos bem humorados de Itamar Assumpção.

Segue a letra! Na foto, Itamar Assumpção.

Abraços a todos, Vinícius.

LEONOR - Itamar Assumpção

Devagar com esse andor, Leonor
Casamento é muito caro
Sou compositor, cantor, também sou autor
Falo mais de flor que dor, Leonor
Mas não sou Roberto Carlos

Não tenho carro de boi, Leonor
Nem outro tipo de carro
Meu cachê é um horror, Leonor
Não sobra nem pro cigarro

Não tenho nem gravador, Leonor
Meu São Benedito é de barro
Meu menu é feijão com arroz
Que divido com mais dois, Leonor

Quando não falta trabalho
Viver somente de amor, Leonor
É tão lindo quanto precário
Tem que morar de favor, Leonor
Lá no bairro do Calvário

O que eu tinha de valor, Leonor
Dois gatos, três agasalhos
Cachecol de lã, gibis do Tarzan
Gibis de terror, cobertor
Quatro jogos de baralho

Um macacão furta-cor, Leonor
Uma colcha de retalhos
O que não está no penhor, Leonor
Foi pra casa do Carvalho

Foi pra casa do Carvalho...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 2


Olá, amigos.

A série Aquela canção pro Roberto chega a mais um movimento da Música Popular Brasileira que cita Roberto Carlos. Depois da Jovem Guarda, o movimento Tropicalista também trouxe em letra e música uma alusão a RC.

Influenciado pelo movimento antropofágico, pela cultura pop e pelo concretismo, o Tropicalismo passou a ter destaque no final da década de 1960, com as canções Alegria, alegria (de Caetano Veloso), Domingo no parque (de Gilberto Gil) e São, São Paulo (de Tom Zé) nos festivais de Música Popular Brasileira. Embora alguns dissessem que a Tropicália seria um movimento que iria tornar obsoleto toda a música feita no Brasil anteriormente, o LP Tropicália ou Panis et circensis desmentiu esta ideia.

A canção-símbolo que abre a faixa do disco, Tropicália, traz um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha e enaltece a Bossa Nova e a Jovem Guarda (movimentos estrategicamente considerados opostos, de acordo com o recalque da mídia da época) - "viva a bossa" e "que tudo mais vá pro inferno". Além da crítica política, no disco houve espaço para recordar um artista de décadas anteriores da MPB - Vicente Celestino, presente na comovente interpretação de Caetano Veloso para a letra emocionante de Coração materno.

Como "antropofágico" que sempre foi, Caetano Veloso usou o nome de Roberto Carlos num bom conselho que deve ser seguido até hoje por ouvintes da boa música - ainda mais depois do ano passado, quando Roberto e Caetano se uniram para cantar Bossa Nova no show que virou o disco e o DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso - E a música de Tom Jobim. Na gravação originalmente escrita para Maria Bethânia gravar, mas cuja interpretação foi mesmo para a voz de Gal Costa, o baiano faz uma recomendação a aqueles que ainda insistem em não ouvir a obra do capixaba "a quem chamamos de Rei" (como disse o próprio Caetano no Roberto Carlos Especial de 1992). Pena que é ainda assim, eu sei que é assim, que as pessoas ainda não querem aceitar o conselho de Caetano, nesta canção maravilhosa interpretada por Gal e com participação de Caetano Veloso interpretando Diana.

Segue a letra! Na foto, um momento de um dos shows que RC fez no Projeto Emoções Pra Sempre em Alto Mar de 2007, dividindo os vocais com Gal Costa em Sua estupidez, número do "Roberto Carlos Especial" de 1997 e relembrado no CD e no DVD Duetos, lançado no ano de 2006.

Abraços a todos, Vinícius.

BABY - Caetano Veloso

Você
Precisa saber da piscina
Da margarina
Da Carolina
Da gasolina
Você
Precisa saber de mim

Baby, baby
Eu sei que é assim
Baby, baby
Eu sei que é assim

Você
Precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir
Aquela canção do Roberto

Baby, baby
Há quanto tempo
Baby, baby
Há quanto tempo

Você
Precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais...

Não sei
Comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa, você precisa

Não sei...
Leia na minha camisa
Baby, baby, I love you
Baby, baby, I love you

Baby
Please stay by me, Diana
Baby...

terça-feira, 10 de março de 2009

Aquela canção pro Roberto - 1



Olá, amigos.

Dando início às comemorações pelos 50 anos de carreira de Roberto Carlos, este blogue traz a partir de hoje uma lista de canções da Música Popular Brasileira que citam RC em sua letra - algumas delas, inclusive, foram feitas em homenagem a ele. Trata-se da série Aquela canção pro Roberto.

O primeiro post data de exatamente 42 anos atrás. No ano seguinte à interpretação de RC para É papo firme, de Renato Correia e Donaldson Gonçalves, Carlos Imperial e Eduardo Araújo escreveram uma canção feita pela garota "avançadinha" que o Roberto falou.

A canção foi o maior sucesso de Anabel Fraracchio, mais conhecida na Jovem Guarda como WALDIRENE. Depois de se apresentar em clubes na sua cidade natal, São Paulo, e até mesmo no Programa Silvio Santos (na época, exibido na TV Globo), ela foi lançada por Ademar Dutra como "a mais promissora artista da safra da Jovem Guarda".

Seu primeiro compacto trouxe uma gravação de Eu te amo, tu me amas. Mas seria em seu segundo compacto que viria seu sucesso eterno - quando a "garota papo-firme" foi convidada por Roberto Carlos para participar do Jovem Guarda. Ainda vieram algumas gravações, como Vem quente que eu estou fervendo (sucesso também na voz de Erasmo Carlos, Dó ré mi e Torta de morangos.

Depois do fim do Jovem Guarda, Waldirene gravou um LP em 1970, e passou a cantar um repertório romântico. Mas, como boa parte dos artistas das "jovens tardes de domingo", só seria lembrada mesmo em datas ou eventos que celebram o aniversário do "iê-iê-iê".

Na última faixa do CD e do DVD Duetos, lançado por Roberto Carlos no fim de 2006, ela é uma das intérpretes da última faixa - Jovens tardes de domingo, encontro exibido no Roberto Carlos Especial de 1985. Ainda em 2006, Waldirene participou do programa Rei Majestade, apresentado por Silvio Santos no SBT, no qual cantou a música Alma gêmea.

E na voz dela veio a primeira música que cita Roberto Carlos. Há 40 anos, Waldirene foi a musa de uma daquelas canções pro Roberto.

Segue a letra! Na foto, Waldirene na época da Jovem Guarda.

Abraços a todos, Vinícius.

GAROTA DO ROBERTO - Carlos Imperial e Eduardo Araújo

Sou a garota papo-firme
Que o Roberto falou
Dirijo em disparada
Pois eu sou um amor

Sou a garota que eles pensam
Que vão conquistar
Pois já pensei
E nem bola vou dar

Sou a garota papo-firme
Que o Roberto falou
Estou por aí
Dentro da onda
E essa turma de cabeludos
Só pensa em cantar
Não pensa em se casar

Se tenho mil razões pra ser assim
A mini saia fica bem em mim
Eu vou deixar a turma toda louca
A turma toda com àgua na boca

Sou a garota papo -firme
Que o Roberto falou
Por isso sou um amor

Por isso sou um amor...

domingo, 8 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher



Olá, amigos.

Este homem que vos escreve hoje segue o exemplo do homenageado do blogue para render todas as felicidades à mulher. Que é mãe, que é amiga, que é pequena, que é gordinha, que usa óculos, que tem 40, que se chama Ana, Laura, Rosinha, Rosita... E que, através de Roberto Carlos, nós, homens, tentamos cuidar delas em letra e música.

Afinal, todo homem que sabe o que quer sabe der e querer da mulher. E o que fazer se a gente tem tanto pra lhes falar, mas com palavras não sabemos dizer? Nos restaria pedir para apertar a mão, dizer que este caminho é a solução pra ser só minha mulher.

A mulher que é a menina apaixonada pelo poeta, e apaixonante por ensinar o que ainda não sabemos. A mulher que em um momento especialíssimo prepara outra pessoa e faz o tempo parar pra olhar para aquela barriga - coisas da vida que é amiga da arte.

A beleza, que vem da mulher que se vê no meu (e no nosso) país e no jeito provocante e sensual, com tudo que se espera de uma mulher ideal. Da mulher que pode aparecer de um jeito tão forte que parece obsessão, ou de um amor sem limite que é bom de contar, num papo de esquina ou numa conversa depois de arrastar uma cadeira.

O parceiro de Roberto Carlos disse que era um absurdo dizer que a mulher é o sexo frágil (esta canção Erasmo assinou com sua então esposa, Narinha). A alma de artista mostra que, na verdade, elas deixam a gente pensar que somos comandantes de seus corações. São elas que procuramos, pra sempre, querendo momentos alucinantes, afagos, carinhos.

Carinho de mãe, que carrega no colo e faça dormir. Carinho da amiga, com quem a gente pode contar e pra quem se estende a mão em momentos difíceis.

Às amadas e amantes mulheres, este que vos escreve agradece pelo dia de hoje. Sem receio de estar antiquado, afinal, já foi dito certa vez que o amor não sai de moda - como na canção que abre o LP de 1983.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos jogando uma rosa. Que é um bom presente para o dia de hoje, por sinal.

Abraços a todos, e um FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER, Vinícius.

O AMOR É A MODA - Roberto e Erasmo

Se o amor está fora de moda
Eu estou tanto ou quanto antiquado
Por amar e sentir certas coisas
Por que às vezes se diz que é quadrado

O ciúme me causa problemas
E eu às vezes não posso conter
Reações de um machismo ridículo
Que nem sempre consigo esconder

Olha, tudo é questão de momento
Homem que tem sentimento
Briga por tudo que quer
Ama, independente da moda
Macho, mas não se incomoda
De ser um doce com sua mulher

Mas o amor está sempre na moda
Não me deixam mentir os casais
Pelos cantos escuros das ruas
E entre quatro paredes bem mais

Sei que muitos se querem bastante
E que outros se amam demais
Meu amor por você é tão grande
E essa moda é a gente que faz

Olha, tudo é questão de momento
Homem que tem sentimento
Briga por tudo que quer
Ama, independente da moda
Macho, mas não se incomoda
De ser um doce com sua mulher

O amor está sempre na moda
Não me deixam mentir os casais
Pelos cantos escuros das ruas
E entre quatro paredes bem mais...

quinta-feira, 5 de março de 2009

Três irmãs



Olá, amigos.

O Emoções de Roberto Carlos apresenta hoje mais um momento no qual a obra de Roberto Carlos foi incluída na trilha de uma novela. O dado curioso é que, ao contrário do habitual na parte musical das tramas da TV Globo, esta canção surgiu como fundo musical somente no decorrer da novela.

Roberto Carlos já estava presente na novela Três irmãs (que ocupa a faixa das 19h da emissora) como intérprete. Através da voz de Liah, a música E não vou mais deixar você tão só, de Antônio Marcos e lançada originalmente por RC em seu disco O inimitável era o tema de Gregg, personagem vivido por Rodrigo Hilbert. Abaixo, o post no qual este blogue apresentou a canção:

http://emocoesrc.blogspot.com/2008/11/roberto-carlos-intrprete-trs-irms.html

Passados seis meses de sua trama, a novela de Antônio Calmon vem patinando na audiência. Com tramas cada vez mais mirabolantes, a história vem se perdendo, ainda mais com o constante entra-e-sai de personagens. O promissor trio Vidigal, Chuchu e Valquíria (Luiz Gustavo, Otávio Augusto e Graziella Moretto, respectivamente) saiu da novela, segundo os jornais, porque os atores colocavam muitos "cacos", o que irritava o dramaturgo.

Outra baixa na novela foi a atriz Solange Couto. Após uma isquemia, ela ficou alguns meses sem poder gravar, e só voltou recentemente. Enquanto isto, a "rixa" entre Jacaré e Genaro (interpretados, respectivamente, por Aílton Graça e Otávio Müller) não teve muita função, e o autor criou um romance com tom cômico entre o personagem de nome italiano e a vilã Violeta Áquila.

A personagem de Vera Holtz também perdeu o posto de grande vilã, primeiro com a entrada de John Herbert (no papel do corrupto Excelência) e, em seguida, com a mudança de caráter do personagem Xande. A aposta em mudar o caráter do "bonzinho" Alexandre para um homem ressentido e manipulador também foi um erro, em especial pela péssima atuação de Dudu Azevedo.

Outro ator que teve de se afastar por um tempo da novela foi Marcello Novaes. Ele foi agredido em uma boate por um pitboy, e precisou fazer plástica para voltar a ter o rosto em bom estado. Antônio Calmon criou um acidente para Sandro.

Depois de começar a trama fazendo um mau caráter, Bruno Garcia viu seu personagem Galvão se tornar um "malvado arrependido" e ganhar toques cômicos - no mesmo molde de seus recentes personagens (Ben Silver em Bang bang e Juan em Pé na jaca). Após um breve afastamento, o ator Aloísio de Abreu retornou à novela com seu personagem, Nelson Santana, assumindo sua homossexualidade. O "par" com o personagem Adamastor Pamplona (que é feito por Carlos Loffler) rende algumas boas risadas. Também entrou em cena o ator Cássio Gabus Mendes, na pele do marqueteiro pilantra Baby.

Em meio a toda esta trama, o casal principal interpretado por Marcos Palmeira e Cláudia Abreu também não está isento da "crise" na trama de Três irmãs. Seus personagens, Bento e Dora, estão cada vez mais apagados, e vivendo em função das demais tramas ambientadas em Caramirim.

A parte "espírita" da novela também entrou em uma fase de confusão. Inicialmente, José Wilker estava escalado para fazer o papel de Augusto, finado marido da batalhadora Virgínia (vivida por Ana Rosa) e pai das "três irmãs" Dora, Alma e Suzana. Mas, no decorrer da trama, ele apareceu na cidade de Caramirim como o dono de antiquário Lázaro. Agora, Virgínia desvendou o mistério absurdo: Lázaro nada mais era que uma breve reencarnação de Augusto.

A doutora Alma (interpretada por Giovanna Antonelli) também começou a ter dons espíritas. Além de premonições, agora ela tem o poder de se "transportar", ou trocar de corpo com outra pessoa. Seu caso mal resolvido com o surfista Gregg também ganhou um novo obstáculo - a entrada de Soninha (participação de Emanuelle Araújo, que passou a ter prestígio na TV Globo depois do sucesso como Manu em A favorita), uma ex-namorada do rapaz, que irá disputar o amor dele com Alma.

Assim como aconteceu com E não vou mais deixar você tão só, novamente a canção da safra de Roberto Carlos faz parte da trilha de Alma e Gregg. Lançada originalmente por Erasmo Carlos no LP Sonhos e memórias, 1941/1972, a música recebeu nova gravação de Marina Machado. Afilhada musical de Milton Nascimento, a cantora conseguiu emplacar uma canção na novela das 19h para pedir a Alma e Gregg cortem os grilos.

Segue a letra! Na foto, Giovanna Antonelli e Rodrigo Hilbert em cena de Três irmãs.

Abraços a todos, Vinícius.

GRILOS - Roberto e Erasmo

Se você passar daquela porta
Você vai ver
Como é que são as coisas
Como é que estão as coisas

Sei que o mundo pesa muitos quilos
Não leve a mal se eu lhe pedir
Para cortar os grilos
Pra cortar os grilos...

Pra cortar os grilos...
Pra cortar os grilos...

Aí, então, você vai se convencer
Que se o mundo pesa
Não vai ser de reza
Que você vai viver

Descanse um pouco
E amanheça aqui comigo
Sou seu amigo, você vai ver...
Sou seu amigo, você vai ver...

terça-feira, 3 de março de 2009

O apocalipse segundo Domingos Oliveira



Olá, amigos.

Hoje este blogue apresenta mais uma ligação de Roberto Carlos com a dramaturgia brasileira. Desta vez, mostrando a desventura de um autor muito ligado a comédias românticas por um tema bíblico.

Em O apocalipse segundo Domingos Oliveira, o dramaturgo e diretor teatral que faz uma metalinguagem ao citar seu próprio nome no título do espetáculo cria, ao seu modo, o momento do apocalipse. Depois de peças que se tornaram filmes, como Amores, Separações e Confissões de mulheres de 40 (que no cinema se tornou Feminices), Domingos adentrou em um novo momento de sua trajetória teatral.

Desde o final do ano passado, ele realizou workshops para recrutar atores que aceitassem a árdua missão de viver teatro em todas as suas etapas (e até atuar em outras funções, como iluminador, assessoria de imprensa e assistência de direção). Assim nasceu o Grupo Fúria (que, além deste espetáculo em Ipanema, apresenta às quartas-feiras o projeto Quarta Fúria, no Canequinho, bar que é anexo à casa de espetáculos Canecão), com 56 atores nesta epopeia teatral.

Este "apocalipse teatral" traz de sexta a domingo (sexta e sábado às 21h e domingo às 20h, sendo que sexta o ingresso custa R$ 20,00 e nos outros dias, está a R$ 30,00) apresenta Deus em depressão, diante de todas as coisas que estão acontecendo na humanidade. Por isto, Ele decide fazer o juízo final. Passeiam pelo palco do Laura Alvim personagens como Eros (o deus do amor), a Morte e Mefisto (o diabo), além de alegorias curiosas como os grupos da Fidelidade, dos Intelectuais, dos Inocentes.

Num elenco recheado de atores praticamente desconhecidos, a atriz que tem um pouco mais de destaque na mídia televisiva é Sophie Charlotte. Ela, que apareceu na televisão quando fez a mocinha Angelina na temporada de Malhação do ano passado, encarna a assistente de Deus no espetáculo de Domingos Oliveira.

O diretor faria originalmente o papel principal, mas, segundo ele, o ator Mateus Souza se destacou tanto nos ensaios que mereceu interpretar o papel do Todo-Poderoso. A Domingos coube então o papel do Poeta (na verdade, uma alegoria de como ele é realmente), numa participação afetiva que entregou para ele mesmo.

Autor de tantas músicas religiosas, Roberto Carlos aparece na trilha deste O apocalipse segundo Domingos Oliveira (que fica em cartaz, a princípio, até o fim de março). No início da peça, a canção religiosa presente em seu LP de 1972 sublinha a entrada em cena dos três atores que representam Eros, o deus do amor.

Segue a letra! Na foto, as duas atrizes que fazem as assistentes de Deus (Sophie Charlotte é a atriz da direita) e, no meio, Domingos Oliveira com o "Deus" Mateus Souza.

Abraços a todos, Vinícius.

A MONTANHA - Roberto e Erasmo

Eu vou seguir uma luz lá no alto
Eu vou ouvir uma voz que me chama
Eu vou subir a montanha e ficar
Bem mais perto de Deus e rezar

Eu vou gritar para o mundo me ouvir e acompanhar
Toda a minha escalada e ajudar
A mostrar como é
O meu grito de amor e de fé

Eu vou pedir que as estrelas não parem de brilhar
E as crianças não deixem de sorrir
E que os homens jamais
Se esqueçam de agradecer

Por isso eu digo:
Obrigado, Senhor, por mais um dia
Obrigado, Senhor, que eu posso ver
Que seria de mim
Sem a fé que eu tenho em Você?

Por mais que eu sofra
Obrigado, Senhor, mesmo que eu chore
Obrigado, Senhor, por eu saber
Que tudo isso me mostra
O caminho que leva a Você

Mais uma vez
Obrigado, Senhor, por outro dia
Obrigado, Senhor, que o sol nasceu
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Por isso eu digo
Obrigado, Senhor, pelas estrelas
Obrigado, Senhor, pelo sorriso
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Mais uma vez
Obrigado, Senhor, por um novo dia
Obrigado, Senhor, pela esperança
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Por isso eu digo
Obrigado, Senhor, pelo sorriso
Obrigado, senhor, pelo perdão
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor

Mais uma vez
Obrigado, senhor, pela natureza
Obrigado, Senhor, por tudo isso
Obrigado, Senhor
Agradeço, obrigado, Senhor...

domingo, 1 de março de 2009

EXALTA REI!



Olá, amigos.

Depois de mostramos a presença de Roberto Carlos na Marquês de Sapucaí, hoje este blogue recorda outro momento lindo vivido neste carnaval que passou pelo final de fevereiro. Além da presença na avenida, RC apareceu também no carnaval de rua.

No dia 4 de fevereiro, a minha amiga Gisele me mandou um e-mail pedindo ajuda para formar um bloco de carnaval cantando só músicas do Roberto em ritmo de carnaval. Como um filho azul e branco não foge à luta, aderi ao movimento, dando uma ajudinha aqui e ali no repertório. O resto do povo foi se organizando, fazendo folder, procurando fantasias, ensaiando as canções e no dia 23 de fevereiro, às 16h, o Cassino da Urca assistiu ao início da passagem do bloco.

Era o EXALTA REI. Lá estavam reunidos vários covers do Roberto e alguns personagens cantados por ele - o negro gato, algumas Nossas Senhoras, um ou outro Jesus Cristo, um sujeito com uma peruca grande e a placa "um outro cabeludo". Todos entoando canções como Se você pensa, Todos estão surdos, Jesus Cristo, Eu sou terrível e Amigo.

Percorremos o trajeto, e a próxima parada foi a frente do prédio no qual Roberto mora na Urca. A música agora era Como é grande o meu amor por você, em ritmo de marcha-rancho. Apareceram algumas cabecinhas no andar que RC mora. Uma era da Carminha, outra de alguma pessoa que trabalha na casa dele, e também... ROBERTO CARLOS!

Ele olhou por alguns instantes, e depois saiu da varanda. A moça que trabalha lá fez sinal de que ele ia descer. Mais alguns minutos, o porteiro do prédio afasta alguns vasos de planta que ficam numa espécie de play. Era porque um rei ia chegar.

Roberto Carlos apareceu na varanda, para delírio daquelas pessoas que estavam lá brincando carnaval através da música dele. O coro era uma brincadeira com a introdução de Amigo, insistindo em dizer "não para, não para, não para". Depois, o povo em uníssono gritava "rei, rei". Ele acenava, agradecia, recebia presentes, chegou a falar "eu comecei a ouvir vocês desde lá".

A Gigi estava com o estandarte do bloco e, com dificuldade, conseguiu que ele chegasse às mãos do Roberto. RC olhou e deu um beijo, visivelmente emocionado com aquela homenagem em plena folia de carnaval. Justo ele, tão associado à reclusão, lá presente em meio ao evento que mais atrai multidões.

Logo depois que ele saiu, Gigi me abraçou, dizendo: "eu falei com o Roberto Carlos". E insistia: "meu coração tá batendo muito forte, agora eu entendi porque você gosta tanto...". O Exalta Rei repercutiu em várias páginas eletrônicas e nos jornais do dia seguinte, além de fazer parte da lista de notícias do Jornal Nacional na segunda-feira de carnaval.

Um bloco que tive o prazer de acompanhar (mesmo que um pouco longe) o surgimento, desde a ideia inicial até o processo todo antes de ir para a folia. Repercussão coroada pelo povo que brincava nas ruas da Urca, e abençoada pelo próprio Roberto Carlos, que escreveu a seguinte mensagem em sua página oficial:

"Muito obrigado a todos os componentes do bloco Exalta Rei por essa homenagem tão bonita.
Vocês me deram uma alegria muito grande.
Que coisa maravilhosa! Fiquei emocionado com tanto carinho e com tanto amor.
É uma das homenagens mais bonitas que eu tenho recebido.
Muito mas muito obrigado mesmo.
Um beijo pra todos."
Roberto Carlos

Este que vos escreve é que agradece, Roberto. Como o amigo de fé e irmão camarada que estava lá na rua cantando "não para, não para, não para, não pode parar...". E depois cantou a canção que abre o LP de 1977 a um amigo que aderiu ao movimento carnavalesco para cantar pra você.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos com o estandarte do Exalta Rei.

Abraços a todos, Vinícius.

AMIGO - Roberto e Erasmo

Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada

Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo

P.S.: hoje a cidade do Rio de Janeiro completa mais um ano de sua fundação. Este blogue já homenageou-a no tempo em que era o Flogão Emoções de Roberto Carlos. Reproduzimos o post quando o endereço passou a fazer parte da Blogspot. Aí está a homenagem à Cidade Maravilhosa:

http://emocoesrc.blogspot.com/2008/04/as-cidades-de-roberto-carlos-rio-de.html