segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Palhaços e o rei - OS TRAPALHÕES (1979)



Olá, amigos.

A série Palhaços e o rei prossegue, querendo ver vocês todos sorrindo. Afinal, trata-se de uma sequência de postagens mostrando as participações de humoristas nos especiais de Roberto Carlos.

Hoje é o dia de rever um grupo que fez sorrir muitas gerações com seus programas - o quarteto formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Ou apenas OS TRAPALHÕES.

Eles surgiram no bloco de humor do Roberto Carlos Especial de 1979 (do qual já mostramos Jô Soares como Doutor Sardinha e Agildo Ribeiro como o Professor Pelóphitas). A cena começava com um homem de cabelos encaracolados, podia-se ver um pedaço do terno bege, e o espectador poderia esperar mais um número musical de RC. Até o momento em que ele se virava e revelava que era Didi, em mais uma de suas imitações. Vestido como Roberto, ele cantou um trecho de uma paródia de Os seus botões:

Os botão das carça
Que o Mussum usava
Era tão pequeno
Não abotoava

Quando as carça abriu
Foi uma festança
Todo mundo viu
A sua poupança


E depois, olhando para a câmera, perguntou: "Ô da poltrona, gostaram da imitação?". Roberto, que via atento o número de Didi, disse: "Mais ou menos, né, bicho? Não ficou tanto assim". Surpreso, Renato Aragão dá um recado à produção: "Aqui tem gente mais parecida com Roberto Carlos do que eu, mas pra me tirar daqui NEM MORTA!". E, ao ouvir como resposta que "o jovem mancebo" se chamava Roberto Carlos Braga, o comediante disse: "Mas então você deve imitar o Ricardo Braga, não o Roberto Carlos!".

Didi então pedia os documentos, mas a carteira de identidade de RC estava no bolso do Didi desde o ensaio. Espantado, o trapalhão gritava: "Ó aí gente, é o filho da dona Lady Laura!". E vinham os outros artistas do grupo Os Trapalhões falar com ele - "Meus sobrinhos Reco-Reco, Bolão e Azeitona". RC pedia a Didi para eles ajudarem os músicos brasileiros, tocando só música no programa. "Se falou, tá falido!".

O quarteto conversava com RC (e Mussum recomendar que se "o negócio estivesse de botar sutiã em cóbris, arrumava emprego na bateria da Mangueiris, pra ficar só no mé), e Didi em seguida cochichava alguma coisa com ele. Roberto respondia ao cochicho com um: "Não, tudo bem, mas vai com jeito...".

E agora, senhoras e senhores... Com vocês, Roberto Carlos e os Trapa Trapa em Café da manhã (com direito a parodiar o trecho em que RC citava a música Os seus botões no original do LP de 1978). Som na caixa, Empadinha!

Abraços a todos, Vinícius.

CAFÉ DA MANHÃ - Roberto, Erasmo e Os Trapa Trapa

A mamãe de mamãe
Quis fazer um programa a dois
Convidou o vovô e depois
O puxou pelos braços

E em seus abraços
Na desordem do quarto do hotel
Quis lembrar sua lua-de-mel
E o vovô se apagou

A mamãe de mamãe
Olha as chamas das velas acesas
E o vovô esfriando da mesa
E sorri disso tudo

Sem se importar
Se não era nem tempo nem hora
Quis viver o aqui e o agora
Só pensou mesmo em si

Pensando bem
A vovó ninguém pode culpar
Além do mais
Por que é que o vovô foi topar?

A mamãe de mamãe
Quis viver o seu último ouriço
E o vovô sem idade pra isso
Sempre foi cabeçudo

Agora é tarde
Já é noite e o dia termina
O vovô já bateu c'a botina
É melhor enterrar

Agora é tarde
Já é noite e o dia termina
O vovô já bateu c'a botina
É melhor enterrar
É melhor enterrar...

A vovó e os tios
Olham pro véião
Choram um choro solto
Jogam-se no chão

Parentes se abraçam
É tudo frescura
Enquanto o vovô
Faz outra loucura

sábado, 28 de novembro de 2009

Palhaços e o rei - AGILDO RIBEIRO (1979)



Olá, amigos.

A série Palhaços e o rei continua, trazendo os momentos em que RC contracenou com artistas do humor brasileiro. O encontro de hoje também fez parte do Roberto Carlos Especial de 1979.

Hoje é a vez de recordar o encontro com AGILDO RIBEIRO. Atualmente, ele faz participações no Zorra total, em sátiras políticas, como Babaluf (alusão a Paulo Maluf) e Rubro Chávez (paródia do presidente venezuelano Hugo Chávez).

Mas seu talento para imitar vem de longe. Tanto que, na década de 1980, quando o humorista Abelardo Barbosa passou por uma cirurgia e teve de se afastar do comando de seu Cassino do Chacrinha, Agildo o substituiu à altura, como o imitador "oficial" do Velho Guerreiro. Mas dentre seus quadros mais conhecidos (tanto no extinto humorístico Planeta dos homens, na TV Globo, ou em seu programa solo Cabaré do Barata, na extinta TV Manchete - o título se refere a seu sobrenome, Barata Ribeiro, família tradicional a ponto de dar nome a uma das avenidas mais importantes de Copacabana), há um personagem que prossegue vivo com o passar das décadas.

Trata-se do Professor Pelóphitas, homem que fazia comentários sobre diversos assuntos em pauta no Brasil, mas que às vezes se excedia em suas respostas. Para evitar maiores excessos, um mordomo que ficava de pé, estático ao lado dele, tocava uma campainha.

Mas, no Roberto Carlos Especial de 1979, em vez de a "Múmia Paralítica" (apelido que o Professor dava ao mordomo vivido por Pedro Farah), o Professor teve uma outra pessoa para fazer a função de mordomo que tocava a sineta. Senhoras e senhores, hoje é dia de rever o momento em que o Professor Pelóphidas dissertou sobre a Música Popular Brasileira.

Segue o encontro! Na foto (tirada diretamente da TV), Agildo Ribeiro acompanhado do "calhambeque de múmia".

Abraços a todos, Vinícius.

***
(A cena começa com o Professor Pelóphitas reclamando que a Múmia Paralítica ainda não chegou)

PELÓPHITAS - Essa Múmia não apareceu agora, com o assunto de hoje e já vai gravar!

(A câmera se distancia e aparece Roberto Carlos)

RC - Professor, o senhor podia aproveitar e falar da Música Popular Brasileira, que não é tocada, e do músico brasileiro que não tem onde tocar...

PELÓPHITAS (intrigado) - Engraçado, eu conheço esse menino de algum lugar... (a RC) Ah, é? Então você vai fazer um favor pra mim. Você vai ficar no lugar da Múmia, tá bem?

(RC concorda)

PELÓPHITAS - Pega lá aquela campainha horrorosa.

RC - Ah, tá legal (RC vai até a estante e pega a campainha)

PELÓPHITAS - Bem, meu rapaz... (vira-se para RC, e o acalma) Pode deixar, ela não morde não. (e começa a dissertar sobre o assunto, dirigindo-se aos telespectadores) Boa noite! Hoje eu vou falar da música brasileira... A música brasileira é igualzinho à Bruna Lombardi: é linda, tem violão, tem balanço, mas não se pode tocar ela.

(RC, como Múmia Paralítica, toca a campainha)

PELÓPHITAS (olha para RC e, a contragosto, se controla) - Bem... Pelo menos eu ainda não toquei, né? Pra se tocar mais a música brasileira tem que fazer igualzinho a esse menino, o Maluf, porque a Petrobrás também era intocável e ele tocou ela pra frente, né?

(RC toca a campainha - mas foge do script porque não segura o riso)

PELÓPHITAS (olha para RC e, a contragosto, se controla) - Eu sei, eu sei que Maluf tocando piano é uma coisa horrorosa! Quem tem que tocar música é músico brasileiro que tá parado. Ora, músico brasileiro parado vai morrer de fome porque não consegue tirar uma nota! (indignado) Tem músico que tá trabalhando no mercado por falta de mercado de trabalho.

(RC toca a campainha)

PELÓPHITAS (olha para RC e, a contragosto, se controla) - Do jeito que as coisas vão, qualquer dia os músicos vão entrar em greve. Não pra aumentar salário, mas pra aumentar trabalho!

(RC toca a campainha)

PELÓPHITAS (explode) - Pára com essa campainha, ô calhambeque de Múmia! Fica fazendo "bein, bein, bein, bein". (pára, olha RC) Engraçado, conheço esse garoto, já vi ele em alguma capa... Pra você, a minha gargalhada de desprezo!

(Em vez de dar sua gargalhada habitual, o Professor Pelóphitas abre a boca e cantarola um trecho de Detalhes. Roberto não consegue agüentar e começa a rir)

PELÓPHITAS (a RC) - Cadê o ovo? (e depois dirige-se aos telespectadores) Na próxima semana, eu falarei desse grande fenômeno brasileiro, esse campeoníssimo... ROBERTO CARLOS! (novamente fala seu bordão) Cadê o ovo?

RC (lamentando) - É, já vi que aqui também não vou conseguir grande coisa não...

(Roberto coloca a campainha na estante e vai saindo. A câmera mostra o rosto do Professor Pelóphitas e encerra o quadro)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Palhaços e o rei - JÔ SOARES (1979)



Olá, amigos.

A série Palhaços e o rei começa a enumerar alguns encontros de RC com humoristas de toda a televisão. E tudo começou no ano de 1979.

No ano em que o Roberto Carlos Especial reverenciou o circo eletrônico, o programa abriu espaço para alguns mestres do humor. O primeiro deles foi JÔ SOARES.

José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro e chegou a almejar a carreira de diplomata quando era criança. Mas logo acabou seguindo para a carreira humorística, mostrada no cinema (em participações nos filmes O homem do Sputnik, de Carlos Manga, e Vai que é mole, de J.B. Tanko) e na televisão.

Após participações em humorísticos consagrados, como Família Trapo (na TV Record) e os programas Faça humor, não faça guerra e Planeta dos homens, Jô conseguiu na década de 1980 ter seu programa fixo. Viva o gordo ficou por sete anos na grade de programação global - criando personagens memoráveis, como Capitão Gay, Francineide, Coronel Pantoja, Reizinho, e tantos outros.

Entretanto, o humorista queria mais, e sonhava ter um programa de entrevistas. E Silvio Santos resolveu atender o desejo dele. Em 1988, Jô mudou para o SBT e chegou a apresentar o humorístico Veja o gordo antes de ter seu programa Jô Soares onze e meia (que, apesar do nome, nunca começava às onze e meia da noite). Um dos entrevistados dele foi Roberto Carlos, no ano de 1995.

O programa ficou na emissora paulista até 1999. Em 2000, Jô retornou à TV Globo para apresentar de segunda a sexta seu Programa do Jô.

Em 1979, Roberto Carlos contracenou com Jô. Ou melhor, foi pedir uma ajuda ao Professor Sardinha.

Segue o diálogo! Na foto, Roberto Carlos no Jô Soares onze e meia.

*****
Doutor Sardinha está ao telefone, confirmando a resolução de um caso. Depois de desligar, fala para sua secretária.

SARDINHA - Dona Margarida, mande essa carta imediatamente! Não pode atrasar que o João vai se queixar.

DONA MARGARIDA - Perfeito. (e sai de cena)

(Doutor Sardinha levanta-se e vai até Roberto Carlos)

SARDINHA - Muito bem, o que é que o meu jovem deseja?

RC - Doutor Sardinha, eu queria falar sobre a Música Popular Brasileira.

SARDINHA - Mas como? A Música Popular Brasileira não está Música Popular Brasileirando mas comigo ela vai Música Popular Brasileirar! Qual é o problema? (vai andando, com RC o seguindo) O Jorge Ben não Jorge Benzeia?

RC - Benzeia!

SARDINHA - A Elis Regina não Regineia?

RC - Regineia!

SARDINHA - O Caetano Veloso não Veloseia?

RC - Veloseia!

SARDINHA - Então, comigo a Música Popular Brasileira vai Música Popular Brasileirar. O meu negócio é números. Agora, eu sou Sardinha, mas ninguém me pesca!

RC - Sim, mas o problema maior é que os músicos brasileiros estão parados!

SARDINHA - Ah, mas vão ter que andar. Comigo vai ter que andar, não é pra ficar parado coisa nenhuma. O músico brasileiro não tem que ficar parado, tem que ficar é na parada. E depois, uma coisa: a banda não bandeia?

RC - Bandeia!

SARDINHA - A Sinfônica não sinfoniqueia?

RC - Sinfoniqueia!

SARDINHA - O Isaac Karabitchevsk não Isaac Karabitchevskeia?

RC (gaguejando) - Karabitchevskeia.

SARDINHA - Então! Comigo vai dar certo, porque meu negócio é números.

RC - O meu também, Doutor Sardinha... Música e letra, né?

SARDINHA - Então faz o seguinte: fica com a música e me manda as letras todas, por favor, meu amigo. Letra imobiliária, letra de câmbio, porque meu negócio é números. Inclusive, eu tive uma idéia pra você que é um jovem compositor realmente extraordinária, um tema maravilhoso que é o otimismo!

RC - E como é que é a letra?

SARDINHA - Não sei, aí você desenvolve, aí você vai desenvolvendo. Eu só tenho a idéia, o desenvolvimento é por sua conta...

RC - Tudo bem, Doutor Sardinha, mas o músico brasileiro não tem trabalho!

SARDINHA - Isso já é outro departamento! Aqui não é trabalho, aqui é Pla-ne-ja-men-to!

RC (se indignando) - Tudo bem, mas o músico não tem onde trabalhar, Doutor Sardinha!

SARDINHA - Bom, mas isso é só exportar os músicos, exporta o músico e vêm dólares em troca, dólares, dólares... Meu negócio é números, é números!

RC - Tudo bem, tudo bem, Doutor Sardinha (anda e olha pra câmera, lamentando) Já vi que aqui não arranjo nada mesmo. (sai)

(A câmera focaliza o Doutor Sardinha)

SARDINHA - Roberto! Roberto! Continua cantando, Roberto! E divisas, canta lá fora e divisas pra cá. Divisas pra cá, por favor, Roberto! Olha: CANTE QUE O JOÃO GARANTE!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Palhaços e o rei




Olá, amigos.

Este blogue passa hoje a contar em seus posts alguns dos encontros de Roberto Carlos com integrantes do bom humor brasileiro. Ele, que, como compositor, abriu espaço para canções mais satíricas (Vista a roupa, meu bem, de 1970, e I love you, de 1971), aproveitou seu espaço artístico anual para contracenar com estes artistas do riso. Artistas que em caras e bocas fazem uma platéia inteira sorrir, enxugar as lágrimas do cotidiano em nome da diversão. É a estreia da série Palhaços e reis.

Neste primeiro post, apresentamos um momento no qual RC deixou a alegoria de "Rei" e foi palhaço. esgata hoje um momento marcante da carreira de Roberto Carlos. Trata-se do show Palhaço, que RC fez no Canecão em 1979, e que emocionou várias platéias não só pelo repertório, mas também pela homenagem que o "Rei' fez aos palhaços. "O símbolo de um herói colorido. Cuja arma é o sorriso."

Roberto Carlos voltaria a usar o figurino de palhaço no seu especial de 1986 (época da foto), intitulado Um circo chamado Brasil. Era o retorno à fantasia que ajudou a mostrar suas armas - a música e o sorriso - e, graças ao depoimento de Ronaldo Bôscoli publicado na revista Manchete, nós (que somos muito novos e pagamos alguns preços por isto) que não pudemos presenciar, podemos "rever" mais um detalhe de uma vida, da vida de um "Rei":

"O show vai terminar. Roberto, de frente para o público, começa o corajoso ritual. Compõe, com elementos colocados em cena, seu próprio palhaço. Suas mãos não vacilam. Nenhum rictus na face. Canta O show já terminou. Uma discreta lágrima brota-lhe na face. Quase imperceptível. Termina o espetáculo. Aplausos e cortina engolem Roberto Carlos. Ele corre para o camarim. E desabafa no colo materno um pranto convulso."

E, agora, o Emoções de Roberto Carlos transcreve pra vocês o texto que Roberto Carlos lia antes de terminar o show. É bem verdade que "nas palavras existe sempre alguma coisa sem dizer", ele mesmo diz nos versos de O show já terminou, que ele canta em seguida. Mas creio que, no texto que segue (amparado pela escolha certeira da música), RC disse tudo, com a sinceridade que faz com que até hoje ele seja aclamado "Rei".

Segue este momento lindo!

Abraços a todos, Vinícius.

*****

SHOW "PALHAÇO"

Sou... mas quem não é? Sou e assumo! E só assim com cara de palhaço, descobri que os homens, antes de poluirem os ares e os mares, começaram a poluir as próprias palavras...

Cabeças muito encucadas fizeram do palhaço uma ofensa. "Seu palhaço!" Não é nada disso... Vocês sabem o que é realmente um palhaço? Cadê grandeza bastante pra tudo isso? Crises de palhaço todos nós temos! De repente, no Natal, a gente rouba uma verdade, veste um palhaço e acabou!

Eu já fui palhaço no meu ofício, vocês se lembram? "Vista a roupa, meu bem! Vista a roupa, meu bem! Vista a roupa, meu bem!"...

Eles sim. São e foram os grandes e heróicos palhaços atirando suas cores contra o preto e branco do cotidiano. Eu fui cavalo do meu rei, o Segundinho. Fui bobo da corte pra minha princesa Ana Paula. E num gesto de careta jogado ao acaso, minha filha Luciana aprendeu a rir...

Mas isso são apenas crises de palhaço. Quem sou eu pra ser palhaço mesmo? Mas eu preciso rolar a bola do mundo pra que ela se faça colorida pela primeira vez numa flor?

E um instante de palhaço dura exatamente uma eternidade! Um instante de palhaço dura exatamente uma eternidade! Exatamente uma eternidade...

Pra mim...

O show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu de nós
Uma verdade que insistimos em não ver
Não adianta mais
Chorar o amor que já tivemos
Existe em nosso olhar
Alguma coisa que não vemos
E nas palavras
Existe sempre alguma coisa sem dizer

E é bem melhor que seja assim
Você sabe tanto quanto eu
No nosso caso felicidade
Começa num adeus

Mas o show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu de nós
Uma verdade que insistimos
Em não ver

Nosso show já terminou

Nosso show já terminou...

domingo, 22 de novembro de 2009

Nosso Vasco campeão



Olá, amigos.

Com este post, o blogue Emoções de Roberto Carlos celebra a felicidade que RC e vários outros que torcem pelo mesmo time que ele tiveram ontem. Logo após a partida com a Portuguesa (em que o time paulista venceu por 1 a 0), o Vasco ergueu a taça de campeão brasileiro da Série B em 2009.

"Eu sou Vasco, todo mundo sabe! Meu time está se recuperando e vocês vão ver: em breve vai estar do jeito que a gente quer”. E, com três rodadas de antecedência, o Vasco retornou à elite do futebol brasileiro, com uma vitória por 2 a 1 sobre o América do Rio Grande do Norte (gols de Élton e Alex Teixeira, com Lúcio descontando).



Mesmo com as burocracias do estádio (que não queria dar permissão aos jogadores vascaínos que não estavam em campo na partida), os jogadores ergueram a taça e deram a volta olímpica. Mais uma vez, os vascaínos puderam gritar "é campeão", coisa que aconteceu durante 117 vezes nos 111 anos de clube.



Mais do que a conquista depois de seis anos sem títulos, o título da Série B é a prova de uma ressurreição digna para um clube que passou por tantos problemas nos últimos anos. Um prêmio para o ex-jogador (também Roberto) Dinamite, que aceitou o desafio de pegar um clube em frangalhos financeira e moralmente para erguê-lo novamente numa competição difícil.



A partir de 9 de maio de 2009, o Vasco iniciou sua empreitada na Série B do Campeonato Brasileiro, em São Januário, diante do Brasiliense. O gol de Rodrigo Pimpão selou a primeira de muitas vitórias vascaínas na competição.



Além de resultados dentro de campo, a torcida foi uma grande parceira dos jogadores, comparecendo em qualquer lugar que o Vasco ia jogar e, graças à diretoria, levando casa cheia também no Maracanã. Nas partidas contra Ipatinga (goleada por 4 a 0 um dia antes de o clube completar 111 anos de existência) e Bahia, o Vasco levou mais de 79 mil pessoas, todas apoiando o clube neste momento difícil.



E nem tudo foram flores no caminho vascaíno. Após a eliminação injusta para o Corínthians na Copa do Brasil, o Vasco teve uma incômoda sequência de empates no mês de junho, e chegou a ficar em oitavo lugar na competição. Mas, graças ao empenho do técnico Dorival Júnior e à liderança do capitão Carlos Alberto, a caravela retornou seu rumo ao título.



O Vasco encerrará sua participação no Campeonato Brasileiro da Série B no próximo sábado, dia 28 de novembro, contra o Ipatinga, no Ipatingão. Mas em 37 partidas, já traz uma campanha sensacional: 22 vitórias, 10 empates e cinco derrotas. Eis a trajetória cruzmaltina na competição:

PRIMEIRO TURNO



1 x 0 Brasiliense (Rodrigo Pimpão)

2 x 0 Ceará (Ramon e Léo Lima)

3 x 0 Atlético-GO (Élton, Edgar e Ramon)

1 x 3 Paraná (Edgar)

0 x 0 São Caetano

0 x 0 Guarani

0 x 0 Duque de Caxias

1 x 1 Figueirense (Carlos Alberto)

0 x 0 Bragantino

3 x 0 Ponte Preta (Élton - 2 e Robinho)

2 x 0 Vila Nova (Fágner e Élton)

3 x 0 ABC (Souza, Adriano e Élton)

1 x 2 Bahia (Alex Teixeira)

2 x 1 Fortaleza (Alex Teixeira e Adriano)

2 x 1 Juventude (Carlos Alberto e Souza)

3 x 0 Campinense (Carlos Alberto, Gian Mariano e Élton)

2 x 2 América-RN (Élton e Adriano)

3 x 1 Portuguesa (Gian Mariano, Adriano e Élton)

4 x 0 Ipatinga (Alex Teixeira - 2, Carlos Alberto e Élton)


SEGUNDO TURNO



1 x 0 Brasiliense (Ramon)

0 x 2 Ceará

2 x 2 Atlético-GO (Carlos Alberto e Élton)

2 x 1 Paraná (Élton e Robinho)

1 x 0 São Caetano (Élton)

1 x 0 Guarani (Élton)

1 x 0 Duque de Caxias (Carlos Alberto)

1 x 2 Figueirense (Nílton)

0 x 0 Bragantino

1 x 1 Ponte Preta (Carlos Alberto)

4 x 1 Vila Nova (Nílton, Amaral, Titi e Élton)

3 x 2 ABC (Fernando, Carlos Alberto e Fumagalli)

2 x 1 Bahia (Fagner e Élton)

1 x 1 Fortaleza (Paulo Sérgio)

2 x 1 Juventude (Adriano e Carlos Alberto)

1 x 0 Campinense (Élton)

2 x 1 América-RN (Élton e Alex Teixeira)

0 x 1 Portuguesa

Em 1998, Roberto Carlos escreveu com Erasmo Carlos uma música dedicada ao Clube de Regatas Vasco da Gama. Erasmo e seu filho, Gugu Esteves, gravaram a canção para a compilação Vasco da Gama - 100 anos de sucesso. E cantaram por nosso Vasco, campeão!

Segue a letra. Na foto, Roberto Carlos com a camisa do Vasco, em registro do cruzeiro de RC no início de 2009.

Abraços a todos, Vinícius.

NOSSO VASCO CAMPEÃO - Roberto e Erasmo

Que bonito é
O início da constelação
De estrelas amarelas
Da bandeira do Vascão...

Sai da frente que o nosso Vasco vai passar
Grande como é sua torcida
Unida pra fazer seu time campeão
Mas que emoção

Nas águas da vitória vou nadar
E no Maracanã vou festejar
Cruz de Malta no peito do Almirante
Fé em Deus, nosso eterno comandante

Obrigado
A bola vai rolar
O bicho vai pegar
E a rede balançar

Encantado
Com essa multidão
Em preto e branco
E a Cruz de Malta no lugar do coração...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - FORRÓ



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música chega a seu último post hoje. E trazendo um estilo bem corriqueiro no cenário musical brasileiro.

O FORRÓ é uma dança tipicamente nordestina, e também é conhecido como forrobodó, arrasta-pé, baião, xaxado e quadrilha. Todos eles definem uma dança levemente sensual, conhecida por sua festa constante.

Curiosamente, há duas versões para o surgimento desta expressão. A mais comum é do estudioso Câmara Cascudo, de que ela é uma redução do termo "forrobodó". A segunda é de que ela seria um aportuguesamento de "for all", expressão muito usada por engenheiros pernambucanos quando faziam bailes abertos a todo o público.

Segundo pesquisadores da Música Popular Brasileiro, o primeiro forró veio em 1912, quando Chiquinha Gonzaga escreveu Forrobodó. Mas ele ficaria difundido com o passar do século XX, desde os grandes João do Vale, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga até os consagrados Elba Ramalho, Alceu Valença, Genival Lacerda e Dominguinhos.

E Dominguinhos ajudou Roberto Carlos a passear pela praia do forró. Em 1998, ele participou com sua sanfona no baile da fazenda proposto por RC. O bailado foi tanto que em 2005 o cantor regravou a canção - desta vez num ritmo mais puxado para o country.

Segue a letra! Na foto, Roberto em 1998.

Abraços a todos, Vinícius.

O BAILE DA FAZENDA - Roberto e Erasmo

O baile vai correndo solto a noite inteira
Começa cedo e não tem hora pra acabar
Gente dançando só pelo prazer da dança
E outros só pelo prazer de se abraçar
O povo todo se diverte nessa festa
Que vai até o outro dia clarear
Quem já chegou acerta o passo nessa dança
Quem não chegou aperta o passo pra chegar

Casais dão passos soltos no salão inteiro
E um casalzinho quase não sai do lugar
Que tal o baile?
Alguém pergunta, eles respondem
O baile é bom, mas bom também é namorar

Quanta alegria está no rosto dessa gente
Que esquece tudo e não vê o tempo passar
Na madrugada o sanfoneiro toca forte
O baile esquenta e o povo começa a cantar

Ai, ai, ai,
Ai, ai, ai,
A madrugada que passou não volta mais
Ai, ai, ai,
Ai, ai, ai,
A madrugada que passou não volta mais

Tem sempre alguém de longe olhando alguém que ama
Há muito tempo e nunca pode lhe falar
Tira pra dança e par constante a noite inteira
Depois do baile estão falando em se casar

O sol nascendo e o sanfoneiro continua
O baile acaba e ele não pára de tocar
Sai pela porta e todo mundo vai seguindo
E pela estrada o povo todo a cantar

Ai, ai, ai,
Ai, ai, ai,
A madrugada que passou não volta mais
Ai, ai, ai,
Ai, ai, ai,
A madrugada que passou não volta mais...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - RAP



Olá, amigos.

No penúltimo post de sua série, Roberto Carlos, um estilo de música traz mais um ritmo que passou pela obra de RC. E, depois do soul e do gospel, este blogue fala sobre outro gênero musical internacional.

O RAP é a sigla de Rhytm and Poetry, um estilo que mistura música e rimas (em geral, de maneira improvisadas) difundido na cultura Hip Hop. Criado originalmente na Jamaica, ele passou a fazer sucesso na década de 1970.

Mas, das ruas o rap foi para o comércio musical, e apresentou artistas como Kanye West, Ice Cub e os mais recentes Eminem e 50 Cent. No Brasil, os rappers surgiram através de bandas como Racionais MC'S e artistas como Sabotage, BNegão, Negra Li, Marcelo D2 e Gabriel, O Pensador.

Diante de tanta movimentação neste cenário, Roberto Carlos resolveu participar desta "festa da música tupiniquim". Feito originalmente para o disco Pra sempre, seu rap acabou saindo em 2002, como bônus inédito do disco que reuniu números do show do Aterro do Flamengo. Mais de 40 anos depois de Susie, Roberto voltava ao estilo musical, com uma música reflexiva sobre nós, os Seres Humanos.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em 2002.

Abraços a todos, Vinícius.

SERES HUMANOS - Roberto e Erasmo

Que negócio é esse de que somos culpados
De tudo que há de errado sobre a face da terra
Que negócio é esse de que nós não temos
Os devidos cuidados com o mundo em que vivemos
Fazemos quase tudo por necessidade
Vivemos em busca da felicidade
Somos Seres Humanos
Só queremos a vida mais linda
Não somos perfeitos
Ainda

Afinal nem sabemos porque aqui estamos
E mesmo sem saber seguindo em frente vamos
Vencemos obstáculos todos os dias
Em busca do pão e de alguma alegria
Não podemos ser julgados pela minoria
Nós somos do bem e o bem é a maioria

Somos Seres Humanos
Só queremos a vida mais linda
Não somos perfeitos
Ainda


Só quero a verdade
Nada mais que a verdade
Não adianta me dizer
Coisas que não fazem sentido
Que tal olhar as coisas que a gente tem conseguido
E o mundo hoje é bem melhor
Do que há muito tempo atrás
E as mudanças desse mundo
O Ser Humano é que faz

Estamos sempre em busca de uma solução
Queríamos voar, fizemos o avião
O telefone, o rádio, a luz elétrica
A televisão, o computador, progressos na engenharia genética
Maravilhas da ciência prolongando a vida
Nós temos amor, ninguém duvida

Somos Seres Humanos
Só queremos a vida mais linda
Não somos perfeitos
Ainda

Mas que negócio é esse de que somos culpados
De tudo que há de errado sobre a face da terra
Buscamos apoio nas religiões
E procuramos verdades em suposições
Católicos, judeus, espíritas e ateus
Somos maravilhosos
Afinal somos filhos de Deus

Somos Seres Humanos
Só queremos a vida mais linda
Não somos perfeitos
Ainda

Só quero a verdade
Nada mais que a verdade...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - VALSA



Olá, amigos.

Em seus últimos posts, a série Roberto Carlos, um estilo de música traz uma incursão num estilo mais clássico da safra da música popular. Trata-se da VALSA.

A valsa começou a fazer parte dos salões no século XIX, e se caracterizou por ser o primeiro a dançar com pares enlaçados. A canção mais conhecida deste gênero musical, sem dúvida, é Danúbio azul, tocada em 11 em cada 10 festas de 15 anos no mundo todo.

No Brasil, a valsa mais conhecida é Rosa, assinada por Pixinguinha. Mas Roberto Carlos e Erasmo Carlos também passearam por este ritmo em dois momentos. No primeiro, em 1969, com Oh, meu imenso amor. E a segunda abriu o LP de 1974. Curiosamente, RC começava seu disco cantando uma despedida.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos na década de 1970.

Abraços a todos, Vinícius.

DESPEDIDA - Roberto e Erasmo

Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de você

Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeus...

sábado, 14 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - TANGO



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música, continua a passear por ritmos musicais internacionais. E agora é a vez de mais um acervo da América Latina.

Influenciado pela milonga, pela habanera e por melodias populares na Europa, o TANGO passou a ter destaque no subúrbio de Buenos Aires nos últimos anos do século XIX. Mas foi no início do século XX que o tango ganhou maiores dimensões no universo musical, através do nome de CARLOS GARDEL.

Em seus primeiros momentos artísticos, Gardel se apresentava com o nome de El Morocho, nos prostíbulos e nos subúrbios da capital argentina. Somente a partir de 1917 suas canções ganhariam destaque, a partir do registro fonográfico Mi noche triste.

Começava a ascensão de um artista que apresentou vários clássicos deste estilo - casos de Por una cabeza, Amores de estudiante e Mi Buenos Aires querido. Um dado curioso: embora seja associado à Argentina, Gardel não é argentino de nascimento. Biógrafos também não sabem dizer ao certo o local onde o cantor nasceu - alguns documentos afirmam que ele tenha nascido no Uruguai, na região de Tacuarembó, enquanto outros registros apontam que foi em Toulouse, na França. Sempre que questionado sobre sua origem, ele dizia: "Nasci em Buenos Aires, aos dois anos e meio de idade".

Lançada por Gardel originalmente em 1935 (ano em que um desastre de avião em Medellín, na Colômbia, encerrou bruscamente a carreira de um dos maiores expoentes do tango), esta canção foi escrita em parceria com o brasileiro Alfredo Le Pera. Ela também foi a primeira música em castelhano incluída num LP brasileiro de Roberto Carlos.

Segue a letra! Na foto, Roberto em show na década de 1970.

Abraços a todos, Vinícius.

EL DÍA QUE ME QUIERAS - Carlos Gardel e Alfredo Le Pera

Acaricia mi ensueño
El suave murmullo de tu suspirar
Como rie la vida
Si tus ojos negros me quierem mirar

Y si es mio el amparo
De tu risa leve, es como un cantar
Ella aquieta mi herida
Todo, todo se olvida

El día que me quieras
La rosa que engalana
Se vestirá de fiesta
Con su mejor color

Al viento las campanas
Dirán que ya eres mia
Y locas las fontanas
Se contarán tu amor

La noche que me quieras
Desde el azul del cielo
Las estrellas celosas
Nos mirarán pasar

Y un rayo misterioso
Hará nido en tu pelo
Luciérnaga curiosa
Que verá que eres mi consuelo...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - SALSA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música prossegue a contar todos os estilos musicais que fazem parte da safra de RC. E hoje, mostramos mais um ritmo internacional que passou por aqui.

Surgida em Cuba durante a década de 1960, a SALSA foi influenciada pelo ritmo do mambo (muito popular na década anterior), mas adicionando características de ritmos afro-caribenhos. Além do mambo, tem traços da rumba e do son motuno de Cuba, do calipso de Trinidad e Tobago, do merengue da República Dominicana e da cumbia colombiana. Há também influências do rock americano e do reggae da Jamaica.

Tudo temperado para formar boa música e uma sonoridade que colocasse uma mistura de ritmos com sabor "latino-americano". Daí decidiram colocar este nome, que, na língua castelhana, significa "tempero". A salsa teve seus primeiros passos em Nova Iorque e seguiu para países de língua espanhola - seus expoentes são Frankie Ruiz, Celia Cruz e, em especial, Tito Puente.

Com o decorrer das décadas, a salsa foi se tornando mais popular, o que para muitos foi definido como uma traição ao movimento - o ritmo, que era das ruas, foi reduzido a características meramente comerciais. Também ganhou destaque a "salsa erótica", vista por críticos musicais como machistas. Atualmente, destacam-se como artistas do gênero a orquestra Guayacán, o grupo Niche e o cantor Joe Arroyo, todos da Colômbia, além do surgimento do estilo "salsa y merengue" - popularizado na década de 1990, num fenômeno que chegou até o Brasil graças à novela Salsa e merengue, de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, que a TV Globo exibiu em 1997 no horário das 19h. Nesta época, o ex-Menudo Ricky Martin era o grande expoente.

Roberto Carlos navegou no estilo da salsa numa canção muito peculiar. Para seu LP de 1992, RC decidiu escrever com Erasmo uma homenagem às mulheres de baixa estatura. Em seu especial daquele ano, Roberto confessou que achava que ia escrever para uma minoria, mas uma pesquisa comprovou que na época havia "mais de 20 milhões de mulheres abaixo de 1,60m" no Brasil.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos apresentando a canção, que vem fazendo parte de seus shows atualmente.

Abraços a todos, Vinícius.

MULHER PEQUENA - Roberto e Erasmo

Quando uma mulher pequena
Vem falar no meu ouvido
O meu coração dispara
Chega até a fazer ruído

Fica na ponta dos pés
Se pendura como louca
Olha o céu e fecha os olhos
Pra ganhar beijo na boca

Depois do beijo na boca
Sua mão leve desliza
Pelos pelos do meu peito
Dentro da minha camisa

Quando a coisa fica quente
Ai, essa mulher me usa
Quero só que se arrebente
Algum botão da sua blusa

Não há roupa que se aguente
E nenhum botão que dure
Esse amor que a gente sente
Não há nada que segure

Gosto de você, pequena
Esse beijo me alucina
Coisa de mulher gostosa
Com um jeito de menina

Ai, ai, ai...
Ai, essa voz doce e serena
Essa coisa delicada
Coisa de mulher pequena

Ai, ai, ai...
Ai, essa voz doce e serena
O meu coração dispara
Por você, mulher pequena...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - CARNAVALITO


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música continua a mostrar estilos musicais que fazem parte do repertório dele. E, hoje, mais uma vez trazemos uma peculiaridade do exterior.

Na cidade de Quebrada, localizada na região sul da Argentina, o mês de janeiro é destinado a "el Humauaca", o carnaval argentino - EL CARNAVALITO. Nesta festa "quebradeña", tocam-se instrumentos típicos, como "erke, charango y bombo", e o desfile das "cholitas", camponesas que usam saia e chapéu tradicionais.

Em seu LP de 1975, Roberto Carlos expôs suas veias abertas para a América Latina, e celebrou o "carnavalito" argentino com uma gravação primorosa. A faixa foi gravada na Argentina, e contou com a participação de músicos do folclore de lá. No especial de 1977 ele interpretaria a canção novamente, numa parte em que ele falou sobre a América do Sul e também cantou El día que me quieras e América, América.

A latinidade na obra de Roberto Carlos mostra como seu estilo de música ultrapassa fronteiras. O próximo trabalho voltado para a América Latina renderia o Grammy Latino. Mas isso é um assunto pra um dos próximos posts.

Segue a letra! Na foto, Roberto cantando esta música em seu especial de 1977.

Abraços a todos, Vinícius.

EL HUMAUAQUEÑO - Zaldivar

Llegando está el carnaval
Quebradeño, mi cholitay
Llegando está el carnaval
Quebradeño, mi cholitay

Fiesta de la Quebrada
Humauaqueña para cantar
Erke, charango y bombo
Carnavalito para bailar

Quebradeño
Humauaqueñito
Quebradeño
Humauaqueñito

Fiesta de la Quebrada
Humauaqueña para cantar
Erke, charango y bombo
Carnavalito para bailar

Quebradeño
Humauaqueñito
Quebradeño
Humauaqueñito

Fiesta de la Quebrada
Humauaqueña para cantar
Erke, charango y bombo
Carnavalito para bailar

domingo, 8 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - FADO


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música começa hoje a peregrinar por ritmos de outros países. O primeiro lugar mostrado é Portugal.

O cantor, ó pá, também colocou em seu repertório um estilo português. Trata-se do FADO. Muito ainda se especula sobre o surgimento deste tipo de música em Portugal. O mais provável é que, no início do século XIX tenham surgido a partir do cântico dos mouros que moravam no bairro Mouraria, em Lisboa após a reconquista cristã. A melancolia das cantigas se assemelha com o fado.

A palavra fado vem do latim "fadum" e significa destino. Seus temas recorrentes são a saudade, a nostalgia, o ciúme, ou histórias do dia-a-dia. Em Coimbra, o estilo é exclusivamente cantado por homens, e é ligado às tradições acadêmicas da Universidade de Coimbra. No ano de 1965, no LP Jovem Guarda, Roberto interpretaria Coimbra, que louva a cidade e a faculdade de lá.

Em Lisboa, o fado é cantado tanto por homens quanto por mulheres, em casas de fado da Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Mandragoa. As canções revelam tristezas, mágoas e ironia. Além de ter representantes como Alfredo Marceneiro, Nuno da Câmara Pereira e, atualmente, Dulce Pontes, o expoente do fado foi Amália Rodrigues.

No ano de 1989, Roberto Carlos incluiria em seu repertório um fado conhecidíssimo em Portugal, consagrado pela voz de Amália Rodrigues. No Brasil, Nelson Gonçalves e Leila Pinheiro também fizeram gravações desta música. No especial daquele ano, Roberto afirmou que "gosta de tudo de Portugal, em especial do carinho português". E do que mais ele gosta, nem às paredes confessa.

Segue a letra! Na foto, uma montagem feita pelo blogue Rey Roberto Carlos, do meu amigo Felipe Moura, em homenagem a Portugal.

Abraços a todos, Vinícius.

NEM ÀS PAREDES CONFESSO - Maximiano de Souza, Francisco Trindade e Artur Ribeiro

Não queiras gostar de mim
Sem que eu te peça
Nem me dês nada que ao fim
Eu não mereça
Vê se me deitas depois
Culpas no rosto
Isto é sincero porque não quero
Dar-te um desgosto

De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E nem aposto
Que não gosto de ninguém

Podes rogar, podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso

Quem sabe se te esqueci
Ou se te quero
Quem sabe até se é por ti
Por quem espero

Se eu gosto ou não, afinal
Isso é comigo
Mesmo que penses que me convences
Nada te digo

De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E nem aposto
Que não gosto de ninguém

Podes rogar, podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso

De quem eu gosto
Nem às paredes confesso
E nem aposto
Que não gosto de ninguém

Podes rogar, podes chorar
Podes sorrir também
De quem eu gosto
Nem às paredes confesso

De quem eu gosto
Nem às paredes confesso

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - GUARÂNIA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos, um estilo de música traz hoje uma incursão de Roberto num estilo mais "antigo" da Música Popular Brasileira. Mas, apesar de seu tradicionalismo, esta vertente é mais ou menos recente na obra de Roberto Carlos.

Estudiosos afirmam que a GUARÂNIA foi introduzida na Música Popular Brasileira graças a um trabalho de pesquisa realizado por Raul Torres, Nhô Pai, Ariovaldo Pires e Mario Zan. Estilo de origem paraguaia, com andamento lento e geralmente em tom menor, a guarânia foi muito usada na música sertaneja a partir da década de 1940.

Outra versão sobre a chegada da guarânia no cancioneiro daqui mostra que ela teria sido introduzida por paraguaios vindos para o Brasil durante o Ciclo da Erva Mate, em especial na divisa com o Mato Grosso do Sul. A idéia fica mais forte numa análise das canções folclóricas deste estado, que trazem uma batida semelhante à da guarânia.

Apesar dos sertanejos já adequarem o ritmo à sua maneira de cantar desde a década anterior, foi a partir de 1951 que a guarânia se tornou popular. Os responsáveis são a dupla Cascatinha e Inhana, que lançaram um compacto histórico. No lado B, trazia Meu primeiro amor, versão de Lejanias. E no lado A, outra versão de música paraguaia também a cargo do autor José Fortuna.

Além de gravá-la, Roberto ainda usou o disco de 2005 para divulgar uma guarânia escrita em parceria com Erasmo. Arrasta uma cadeira mostra a história de amigos que falam de vontade, de saudade e de mulher num ritmo bem próximo do sertão sul-matogrossense.

A canção com a qual encerro este tópico seria gravada por Gal Costa e também por Chitãozinho & Xororó (num encontro musical com Ângela Maria), mas a gravação de RC é de arrepiar e até serviu pra falar de almas gêmeas de uma novela global.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em registro para a contracapa do disco de 2005.

Abraços a todos, Vinícius.

ÍNDIA - Manuel Ortiz Guerrero e Jose Assunción Flores (versão de José Fortuna)

Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como a noite que não tem luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena, tua boca pequena
Eu quero beijar

Índia, sangue tupi
Tem o cheiro da flor
Vem, que eu quero te dar
Todo meu grande amor

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-lhe adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia , levarei saudade da felicidade
Que você me deu

Índia, a tua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Flor do meu Paraguai

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - PAGODE


Olá, amigos.

Depois do samba, hoje a série Roberto Carlos - um estilo de música mostra mais uma moda disseminada numa época, e com a qual RC dialogou a partir do fim da década de 1980. O ritmo do PAGODE também faz parte dos vários estilos de música do cantor, bem antes de sua deturpação e da proliferação de atrocidades musicais que marcariam negativamente a década de 1990 - só pra contrariar nossos ouvidos, lamentavelmente.

Seguindo a vertente trilhada por cantores como Alcione e Agepê, Roberto e Erasmo escreveram pagodes na segunda metade da década de 1980 - Pelas esquinas da nossa casa (1985), Só você não sabe (1989) e a canção mostrada hoje, tirada do LP de 1987 (a foto é da contracapa deste disco). Na década seguinte, Roberto Carlos daria espaço novamente a este estilo, com a participação do grupo Só pra contrariar no especial de 1997 (interpretando Amigo) e numa das faixas do disco de 1998 - a canção escrita por Eduardo Lages e Paulo Sérgio Valle, intitulada "Vê se volta pra mim".

Uma destas canções apareceu no ano de 1987. Bem nos moldes da safra de Agepê, Roberto cantava docemente sobre os detalhes de um amor que "antigamente era assim".

Segue a letra! Na foto, RC na contracapa do LP daquele ano.

Abraços a todos, Vinícius.

ANTIGAMENTE ERA ASSIM - Roberto e Erasmo

Antigamente era assim
Você gostava de mim
E tudo você fazia
Pelo prazer de agradar

Mas hoje eu vejo em você
Que tudo aquilo passou
Me faz sofrer sem saber
Que o meu amor não mudou

Você não sabe o que é
A ansiedade no olhar
O tempo todo na espera
Do telefone tocar

Me diz, amor, de uma vez
O que afinal você quer
Mas só não faça de mim
Um objeto qualquer

Você não sabe o que eu sinto
Você não sebe o que eu choro
No meu silêncio não minto
Sua presença eu imploro

Por que você não me fala
Por que não diz o que sente
Por que você não encara
Quando eu te falo da gente

Lembro nós dois no passado
Antigamente era assim
Você gostava, de fato,
De mim

De mim
De mim
Gostava, de fato,
De mim

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Roberto Carlos, um estilo de música - SAMBA


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos - um estilo de música traz agora a incursão de RC num estilo bem brasileiro. O ritmo de SAMBA também faz parte do repertório de Roberto, e não se restringe à inclusão de Aquarela do Brasil em seus shows - e também em seus especiais, como o de 1986, no qual cantou a música com Gal Costa, e o de 1996, em que cantou a música com Martinho da Vila.

A parceria de Roberto e Erasmo rendeu um belíssimo samba gravado por Erasmo Carlos em seu disco Carlos, Erasmo, de 1971 - Cachaça mecânica. 15 anos depois, RC voltaria a esta vertente musical.

Aproveitando a felicidade que teria no carnaval de 1987, ano em que foi o tema da Unidos do Cabuçu (com o enredo "Roberto Carlos no reino da fantasia"), o "Rei" se rendeu ao samba e subiu o morro para compor uma música para seu LP de 1986. Numa prévia de sua passagem pela Sapucaí, Roberto reuniu nomes como o percussionista Marçalzinho para guiarem sua passagem pelo samba.

Sempre buscando diálogo com todos os ritmos e todas as vertentes, Roberto Carlos convidou para o especial de 1986 os cantores Arlindo Cruz, Sombrinha, Almir Guineto, Jovelina Pérola Negra e Zeca Pagodinho e o grupo Fundo de Quintal, que escreveram Pagode do Rei, canção na qual narravam o sonho de o "Rei" cantar pagode também. Pois é, e o Rei ainda cantaria pagode no seu repertório, mais este já é um assunto para o próximo post.

A canção que marca a incursão de Roberto Carlos em mais um de seus muitos estilos de música é a primeira do lado B do LP de 1986. Nela, Roberto e Erasmo narram a história de um homem que se rendeu ao samba no pé de uma passista do morro. No especial de 1987, Roberto cantaria esta música acompanhado pela bateria da escola de samba Unidos do Cabuçu.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos com "os reis do pagode" no especial de 1986.

Abraços a todos, Vinícius.

NÊGA - Roberto e Erasmo

Fiquei o tempo todo olhando o sorriso dela
Aquele seu balanço e toda a beleza dela
Juntei o meu carinho com o chamego dela
Gosto dela
Mudei o meu caminho só pra encontrar com ela
Mudei a minha vida só pra ficar com ela
Juntei minha vontade com a vontade dela
Gosto dela, gosto dela

Eu fui ver o samba lá no morro
Ela apareceu, enlouqueci
Quando ela sambou pedi socorro
Quando ela sorriu eu descobri: tô na dela, gosto dela

Nêga
A tristeza logo passa
Chega
Vem correndo, vem, me abraça

Olha
Satisfaz o meu desejo
Molha
Minha boca nesse beijo

Agora o meu balanço tá no balanço dela
Juntei minha viola com o pandeiro dela
Troquei a minha solidão pelo abraço dela
Gosto dela, gosto dela
(Gosto dela, gosto dela)

Nêga
A tristeza logo passa
Chega
Vem correndo, vem, me abraça

Olha
Satisfaz o meu desejo
Molha
Minha boca nesse beijo

Agora o meu balanço 'tá no balanço dela
Juntei minha viola com o pandeiro dela
Troquei a minha solidão pelo abraço dela
Gosto dela

Fiquei o tempo todo olhando o sorriso dela
Naquele seu balanço, toda a beleza dela
Juntei o meu carinho com o chamego dela
Gosto dela