quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Palhaços e o rei - JÔ SOARES (1979)



Olá, amigos.

A série Palhaços e o rei começa a enumerar alguns encontros de RC com humoristas de toda a televisão. E tudo começou no ano de 1979.

No ano em que o Roberto Carlos Especial reverenciou o circo eletrônico, o programa abriu espaço para alguns mestres do humor. O primeiro deles foi JÔ SOARES.

José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro e chegou a almejar a carreira de diplomata quando era criança. Mas logo acabou seguindo para a carreira humorística, mostrada no cinema (em participações nos filmes O homem do Sputnik, de Carlos Manga, e Vai que é mole, de J.B. Tanko) e na televisão.

Após participações em humorísticos consagrados, como Família Trapo (na TV Record) e os programas Faça humor, não faça guerra e Planeta dos homens, Jô conseguiu na década de 1980 ter seu programa fixo. Viva o gordo ficou por sete anos na grade de programação global - criando personagens memoráveis, como Capitão Gay, Francineide, Coronel Pantoja, Reizinho, e tantos outros.

Entretanto, o humorista queria mais, e sonhava ter um programa de entrevistas. E Silvio Santos resolveu atender o desejo dele. Em 1988, Jô mudou para o SBT e chegou a apresentar o humorístico Veja o gordo antes de ter seu programa Jô Soares onze e meia (que, apesar do nome, nunca começava às onze e meia da noite). Um dos entrevistados dele foi Roberto Carlos, no ano de 1995.

O programa ficou na emissora paulista até 1999. Em 2000, Jô retornou à TV Globo para apresentar de segunda a sexta seu Programa do Jô.

Em 1979, Roberto Carlos contracenou com Jô. Ou melhor, foi pedir uma ajuda ao Professor Sardinha.

Segue o diálogo! Na foto, Roberto Carlos no Jô Soares onze e meia.

*****
Doutor Sardinha está ao telefone, confirmando a resolução de um caso. Depois de desligar, fala para sua secretária.

SARDINHA - Dona Margarida, mande essa carta imediatamente! Não pode atrasar que o João vai se queixar.

DONA MARGARIDA - Perfeito. (e sai de cena)

(Doutor Sardinha levanta-se e vai até Roberto Carlos)

SARDINHA - Muito bem, o que é que o meu jovem deseja?

RC - Doutor Sardinha, eu queria falar sobre a Música Popular Brasileira.

SARDINHA - Mas como? A Música Popular Brasileira não está Música Popular Brasileirando mas comigo ela vai Música Popular Brasileirar! Qual é o problema? (vai andando, com RC o seguindo) O Jorge Ben não Jorge Benzeia?

RC - Benzeia!

SARDINHA - A Elis Regina não Regineia?

RC - Regineia!

SARDINHA - O Caetano Veloso não Veloseia?

RC - Veloseia!

SARDINHA - Então, comigo a Música Popular Brasileira vai Música Popular Brasileirar. O meu negócio é números. Agora, eu sou Sardinha, mas ninguém me pesca!

RC - Sim, mas o problema maior é que os músicos brasileiros estão parados!

SARDINHA - Ah, mas vão ter que andar. Comigo vai ter que andar, não é pra ficar parado coisa nenhuma. O músico brasileiro não tem que ficar parado, tem que ficar é na parada. E depois, uma coisa: a banda não bandeia?

RC - Bandeia!

SARDINHA - A Sinfônica não sinfoniqueia?

RC - Sinfoniqueia!

SARDINHA - O Isaac Karabitchevsk não Isaac Karabitchevskeia?

RC (gaguejando) - Karabitchevskeia.

SARDINHA - Então! Comigo vai dar certo, porque meu negócio é números.

RC - O meu também, Doutor Sardinha... Música e letra, né?

SARDINHA - Então faz o seguinte: fica com a música e me manda as letras todas, por favor, meu amigo. Letra imobiliária, letra de câmbio, porque meu negócio é números. Inclusive, eu tive uma idéia pra você que é um jovem compositor realmente extraordinária, um tema maravilhoso que é o otimismo!

RC - E como é que é a letra?

SARDINHA - Não sei, aí você desenvolve, aí você vai desenvolvendo. Eu só tenho a idéia, o desenvolvimento é por sua conta...

RC - Tudo bem, Doutor Sardinha, mas o músico brasileiro não tem trabalho!

SARDINHA - Isso já é outro departamento! Aqui não é trabalho, aqui é Pla-ne-ja-men-to!

RC (se indignando) - Tudo bem, mas o músico não tem onde trabalhar, Doutor Sardinha!

SARDINHA - Bom, mas isso é só exportar os músicos, exporta o músico e vêm dólares em troca, dólares, dólares... Meu negócio é números, é números!

RC - Tudo bem, tudo bem, Doutor Sardinha (anda e olha pra câmera, lamentando) Já vi que aqui não arranjo nada mesmo. (sai)

(A câmera focaliza o Doutor Sardinha)

SARDINHA - Roberto! Roberto! Continua cantando, Roberto! E divisas, canta lá fora e divisas pra cá. Divisas pra cá, por favor, Roberto! Olha: CANTE QUE O JOÃO GARANTE!

2 comentários:

Anônimo disse...

É bem legal essa participação do Jô Soares no especial de 1979.

Em 1985 ele levou o "corrupto", um animalzinho preso. Mas acho que você vai falar dessa participação também, então não vou dizer muita coisa não.

Um Forte Abraço
James Lima

Anônimo disse...

parabens pelo blog...
Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.