domingo, 23 de novembro de 2008

Roberto Carlos e o cinema - 9



Olá, amigos.

Dando prosseguimento à série Roberto Carlos e o cinema, hoje este blogue apresenta mais um momento do cinema nacional que teve trilha de RC. Através destes posts, o blogue Emoções de Roberto Carlos busca mostrar a ligação de Roberto Carlos com o cinema e também colocar em evidência filmes brasileiros que merecem ser assistidos.

É o caso do filme de hoje. Com direção de Miguel Faria Jr., República dos assassinos foi lançado em 1979, na versão cinematográfica do livro A república dos assassinos, de Aguinaldo Silva. O autor (mais conhecido por seu trabalho como escritor de telenovelas) ajudou Miguel Faria Jr. e Leopoldo Serran na adaptação de sua história para o cinema.

A "república dos assassinos" que aparece no título é a chamada "Os Homens de Aço", um bando de policiais corruptos liderados por Mateus Romeiro (papel de Tarcísio Meira), e que traz também Erasmo, Gringo, Alcino e Lacerda (respectivamente, Paulo Vilaça, Milton Moraes, Vinícius Salvatori e Ivan de Almeida). O travesti Eloína (ótima atuação de Anselmo Vasconcellos), que tem um envolvimento amoroso com o puxador de carros Carlinhos (vivido por Tonico Pereira), e a cantora Marlene Santos (papel de Sandra Bréa), ex-namorada de Mateus Romeiro, aparecem em alguns momentos recordando as ações deste esquadrão da morte, e contam também as histórias que ficaram ao redor dele: a imprensa corrupta de Gilberto Martins (feito por José Lewgoy), dono do jornal O Diário Carioca, e a filha dele, Regina (interpretada por Sylvia Bandeira).

Com um roteiro muito bem estruturado e atuações primorosas - em especial a de Anselmo Vasconcellos, que faz do travesti Eloína um dos grandes personagens do cinema brasileiro, República dos assassinos é, certamente, um registro fantástico do "cinema criminal" feito no Brasil. Corrupção, cinismo e marginalidade aparecem no filme de Miguel Faria Jr. sem preocupação com pudores ou com caricaturas.

Aliado a isto, o filme traz uma trilha sob medida - o compositor Chico Buarque fez especialmente para esta produção as canções Sob medida e Não sonho mais. E também trouxe Roberto Carlos em seu repertório musical.

RC "participa" de uma cena que causou polêmica na época. A penúltima faixa do lado B de seu LP de 1977 seria o fundo musical do beijo na boca entre os personagens Carlinhos e Eloína - a letra de Isolda ajudava o travesti a se lembrar da saudade que ela gostava de ter de seu amante puxador de carros.

Segue a letra! Na foto, Anselmo Vasconcellos e Tonico Pereira em República dos assassinos.

Abraços a todos, Vinícius.

OUTRA VEZ - Isolda

Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim

Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez

Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
O amor mais amigo que me apareceu

Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez

Esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes
Eu tenha vontade, sem nada perder

Ah... você foi toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o maior dos enganos que eu pude fazer

Das lembranças que trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez...

2 comentários:

James Lima disse...

Muito bom, bicho !
Segue firme !

Abraços
James Lima
www.robertocarlos.vai.la

Anônimo disse...

Interessante!
Beijos,
Leda Martins.