quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Roberto Carlos e o cinema... - 1



Olá, amigos.

No calendário tupiniquim, o dia 5 de novembro é denominado o Dia da Cultura e também o Dia do Cinema Brasileiro. Este cinema que há mais de um século apresenta nas telas recortes da nossa realidade, e apresenta vários estilos e grandes diretores - sobreviventes, inclusive, de algumas crises financeiras e culturais do nosso país.

Para celebrar a data, este blogue hoje começa a apresentar a série Roberto Carlos e o cinema, na qual mostrará as participações cinematográficas de RC no cinema nacional - primeiro como ator, para, em seguida, trazer momentos nos quais sua música apareceu como trilha de algum filme nacional.

O primeiro filme da série não poderia ser outro: o início da relação de Roberto Carlos com as telas do cinema brasileiro. O ano de 1968 ficou mais quente com a chegada de Roberto Carlos em ritmo de aventura, que, de acordo com a sinopse do filme, trazia: "Ritmo, ação e emoção não faltam nesta história de intrigas internacionais. O Rio de Janeiro com suas belezas naturais e New York com sua magnitude servemm de pano de fundo para o desempenho de Roberto Carlos. Tudo regado com suas inesquecíveis canções: Como é grande o meu amor por você, Eu sou terrível, Eu te darei o céu...".

A trama tem início no Corcovado, quando bandidos perseguem Roberto Carlos para impedir que ele faça um filme. O grupo de malfeitores é capitaneado por Brigite (vivida por Rose Passini), que quer seqüestrar RC para explorar seu talento ao lado dos "cérebros eletrônicos" - os computadores, na época artigo de luxo no país. Junta-se a ela e ao bando o ator Pierre (participação especialíssima do eterno vilão do cinema nacional José Lewgoy), que é escalado para ser o antagonista do mocinho Roberto Carlos. Pierre carrega uma forte mágoa: já fez 50 filmes como vilão, e sempre seus personagens morrem no final - e vê agora neste "duelo" que mescla ficção e realidade a chance de se sair bem ao final da projeção.

Em meio a isso tudo, há também a figura do diretor do filme - interpretado por Reginaldo Faria, irmão de Roberto Faria, o cineasta que realizou todos os filmes de RC. Ele, com suas trapalhadas, faz com que a história se torne ainda mais hilária, nesta trama na qual Roberto Carlos aparece em ritmo de aventura, de ação, de comédia e, principalmente, muita música.

Uma curiosidade acerca do filme: nesta época, Roberto Carlos e Erasmo Carlos estavam brigados. Erasmo se apresentou no programa de Wilson Simonal, e uma falha da produção (que não creditou as canções interpretadas pelo 'Tremendão' aos dois Carlos) fez com que os dois mal se falassem.

Com isso, a participação de Erasmo no primeiro filme de Roberto Carlos não aconteceu em Roberto Carlos em ritmo de aventura. E mais: das 12 músicas gravadas para a trilha, cinco são assinadas apenas por Roberto (no filme, aparece RC interpretando músicas dos dois - caso de Quero que vá tudo pro inferno - mas elas não estão na trilha feita especialmente para o filme).

A briga acabaria em 1967. Erasmo recebeu uma fita de rolo e um bilhete de RC escrito: "Bicho, não tô mais zangado com você". Depois, Roberto falou ao amigo: "Eu comecei a fazer uma música e e estava pensando que é o tipo de música que você faz em 10 minutos! Faz essa letra pra mim, que eu quero incluir no filme que estou fazendo!"

E assim nasceu a canção Eu sou terrível, que selou o retorno da parceria de Roberto e Erasmo. A música abre o LP Roberto Carlos em ritmo de aventura e é a trilha do início do filme, numa seqüência em que bandidos perseguem Roberto Carlos no Corcovado.

O disco reúne canções que até hoje são clássicos da safra de Roberto Carlos - Como é grande o meu amor por você, Por isso corro demais, Quando e De que vale tudo isso (todas assinadas somente por Roberto Carlos), além de grandes canções assinadas por outros autores - caso de Você não serve pra mim, feita por Renato Barros. Mas é uma das canções compostas e interpretadas por RC que traz uma cena bem marcante.

O RC-7 encontra Roberto Carlos numa sala, e ele está ao violão fazendo uma música. Eles tomam postos de seus instrumentos, e Roberto pede: "Ô Wanderley, dá um som de cravo aí!". E os dedos de Wanderley iniciam mais uma bela música de RC (que, agora, anos mais tarde, foi incluída no repertório de Inesquecível, o disco novo do maestro Eduardo Lages).

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos tendo ao fundo o Cristo Redentor - o Rio de Janeiro é um dos grandes homenageados do filme, com direito a uma cena na qual um helicóptero passeia pelo Centro da cidade e por bairros como Botafogo, Ipanema e Copacabana. O helicóptero passa por dentro do Túnel do Pasmado - que liga Botafogo a Copacabana - e ainda não existia o Shopping Rio Sul.

Abraços a todos, Vinícius.

E POR ISSO ESTOU AQUI - Roberto Carlos

Olha dentro dos meus olhos
Vê quanta tristeza de chorar por ti, por ti
Olha, eu já não podia mais viver sozinho
E por isso eu estou aqui

De saudade eu chorei e até pensei que ia morrer
Juro que eu não sabia
Que viver sem ti
Eu não poderia

Olha, quero te dizer todo aquele pranto
Que chorei por ti, por ti
Tinha uma saudade imensa de alguém que pensa
E morre por ti

De saudade eu chorei e até pensei que ia morrer
Juro que eu não sabia
Que viver sem ti
Eu não poderia

Olha, quero te dizer todo aquele pranto
Que chorei por ti, por ti
Tinha uma saudade imensa de alguém que pensa
E morre por ti...

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito de assistir Roberto Carlos Em Ritmo De Aventura_Pois mostra um Rio de Janeiro muito mais bonito de se ver. Assim como São Paulo. É um filme de ação e aventura. Foi neste ano, com 2 anos de idade, que começei a amar Roberto Carlos.
Beijos,
Leda Martins.

James Lima disse...

Olha aí, bicho! Que bacana !

Em Ritmo de Aventura foi o 2º filme a que assisti de Roberto Carlos (o primeiro foi A 300 km por hora), e, como não poderia deixar de ser, me arrepiei em várias cenas.

Um abraço, bicho !
James Lima