sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Roberto Carlos e o cinema - 8


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos e o cinema traz mais um filme no qual o repertório de RC apareceu em sua trilha musical. E desta vez, Roberto Carlos apareceu nas telas num contexto de submundo do crime - cenário que até hoje é fonte constante da cinematografia brasileira.

Dirigido por Antônio Calmon (que se tornou mais tarde um autor de novelas - atualmente escreve a novela da faixa das 19h da programação global, Três irmãs), Eu matei Lúcio Flávio entrou em circuito no ano de 1979 e se revelou uma grata surpresa para os cinéfilos nacionais. Em função do título, parecia que Calmon somente estaria se aproveitando de outro grande sucesso de bilheteria policial - Lúcio Flávio, passageiro da agonia, dirigido por Hector Babenco e lançado dois anos antes - para conseguir ser bem sucedido diante do público.

Entretanto, as semelhanças entre os filmes de Antônio Calmon e Hector Babenco ficam restritas a ter em seus respectivos títulos o nome de um dos criminosos mais famosos dos anos 70 - o carioca Lúcio Flávio, que aterrorizou o Rio de Janeiro com uma onda de crimes. Enquanto o filme de 1977 fala sobre o próprio criminoso (baseado no livro de José Louzeiro), Eu matei Lúcio Flávio tem como protagonista um policial que estava inserido num grupo da polícia famoso no Rio de Janeiro.

Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Mariel Maryscott (vivido por Jece Valadão), um ex-salva vidas e ex-guarda-costas que passa a integrar o grupo de extermínio conhecido como "Esquadrão da Morte". A história deste "personagem da vida real" se divide entre sua ação no grupo dos "Homens de ouro" do esquadrão - e daí vem o título do filme, pois Lúcio Flávio (interpretado por Paulo Ramos) é o bandido que Mariel mais deseja capturar - e um relacionamento conturbado com a prostituta Margarida Maria (papel de Monique Lafond).

Eu matei Lúcio Flávio
é mais um dos muitos filmes da década de 1970 que tiveram como "mote" a violência e a ação de bandidos - além dele, vieram produções como Terror e êxtase (também de Antônio Calmon), Ódio (de Carlo Mossy) e O caso Cláudia (de Miguel Borges). Tratam-se de precursores do atual panorama do cinema brasileiro - que voltou a apresentar filmes que abordam o universo criminal, como Cidade de Deus, Carandiru, Tropa de elite, Era uma vez e Última parada 174.

Roberto Carlos aparece em Eu matei Lúcio Flávio num momento muito chocante, que mostra que nem sempre canções dele, de Erasmo e de outros artistas da nossa música. Os policiais botam o LP de 1978 para tocar enquanto Mariel Maryscott e um de seus comparsas de Esquadrão da Morte (feito por Anselmo Vasconcellos) torturam um criminoso. Afinal, segundo o lema do grupo de extermínio, "marginal tem que morrer". E o crime mostrado no filme acontecia no mesmo momento em que o som do ambiente tocava a homenagem que Roberto fez para sua mãe no ano anterior ao lançamento do filme.

Segue a letra! Na foto, Jece Valadão e Monique Lafond em uma das cenas mais bonitas de Eu matei Lúcio Flávio: Mariel carrega nos braços a amante Margarida Maria até encontrar um cemitério.

Abraços a todos, Vinícius.

LADY LAURA - Roberto e Erasmo

Tenho às vezes vontade de ser
Novamente um menino
E na hora do meu desespero
Gritar por você

Te pedir que me abrace
E me leve de volta pra casa
Que me conte uma história bonita
E me faça dormir

Só queria ouvir sua voz
Me dizendo sorrindo:
Aproveite o seu tempo
Você ainda é um menino

Apesar da distância e do tempo
Eu não posso esconder
Tudo isso eu às vezes preciso
Escutar de você

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conte uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me abrace forte
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Quantas vezes me sinto perdido
No meio da noite
Com problemas e angústias
Que só gente grande é que tem

Me afagando os cabelos
Você certamente diria:
Amanhã de manhã
Você vai se sair muito bem

Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição

Nos momentos alegres
Sentado ao seu lado sorria
E nas horas difíceis podia
Apertar sua mão

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conte uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me abrace forte
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Tenho às vezes vontade
De ser novamente um menino
Muito embora você sempre ache
Que eu ainda sou

Toda vez que te abraço
E te beijo sem nada dizer
Você diz tudo que eu preciso
Escutar de você

Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conte uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura

Lady Laura, me abrace forte
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura, me beije outra vez
Lady Laura

Lady Laura, Lady Laura, Lady Laura...

2 comentários:

James Lima disse...

UAU, bicho.
Que foto é essa???
kkkkkkkkk

Ei, obrigado pelo teu comentário lá no RCB !

Adorei mesmo, obrigado !

Abraços
James Lima
www.robertocarlos.vai.la

Anônimo disse...

Interessante esses filmes antigos.
Beijos,
Leda Martins.