domingo, 19 de abril de 2009

50 anos de emoções - 1959



Olá, amigos.

No dia em que Roberto Carlos completa 68 anos de vida, este blogue inicia uma série para recordar seus 50 anos de carreira. Neste e nos próximos 49 posts, reviveremos ano a ano desta trajetória, com todos os detalhes de uma vida e de todo o contexto no qual o mundo de Roberto Carlos.

50 anos de emoções tem seu primeiro passo em 1959. No ano seguinte ao primeiro título da Copa do Mundo da Seleção Brasileira, o país ainda vivia sob a felicidade dos "anos dourados", graças ao bem sucedido momento musical brasileiro chamado Bossa Nova e, principalmente, às benfeitorias que o presidente Juscelino Kubistcheck trazia ao Brasil.

O marco do "50 anos em cinco" de JK veio ainda no início do ano, em 23 de janeiro de 1959: a inauguração da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Meses depois deste progresso terrestre, o Brasil acompanhou a inauguração da ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo, no dia 6 de julho.

Entretanto, a expansão brasileira trouxe uma grave consequência. O "presidente bossa-nova" se viu na necessidade de decretar moratória ao Fundo Moratório Internacional, para que o Plano de Metas do Governo Federal não fosse comprometido.

O mundo tinha seus olhos voltados para Cuba, onde a ditadura de Fulgêncio Batista caía por terra para a ascensão de um jovem herói naquele território. Fidel Castro chegava ao poder, e nomeava seu companheiro de revolução Ernesto Che Guevara a presidente do Banco Nacional de Cuba.

O cenário da fantasia assistia ao surgimento de dois ícones que fazem parte do universo infantil até os dias de hoje. Em 1959, a boneca Barbie apareceu nas prateleiras de todo o mundo, e no Brasil as tirinhas de Maurício de Sousa (na época um repórter policial que tinha como passatempo ser desenhista) passaram a ser conhecidas através dos personagens Bidu e Franjinha.

No ano em que o Brasil perdeu Dolores Duran e Heitor Villa Lobos, Roberto Carlos adentrou definitivamente no cenário da Música Popular Brasileira. Após um começo de carreira cantando em boates desde 1957, RC teve sua primeira oportunidade fonográfica há exatos 50 anos.

Afilhado musical de Carlos Imperial, Roberto foi apresentado em disco no ano de 1959, através de duas músicas. Fortemente influenciado pela Bossa Nova, RC surgiu com um estilo vocal bem semelhante a João Gilberto. Em uma das canções (feita por Carlos Imperial), o cantor interpretava Fora do tom, uma sátira ao movimento bossa-novista - cuja letra citava músicas como Desafinado, Esse seu olhar e Se todos fossem iguais a você.

Na canção que ocupou o lado A do compacto, Roberto Carlos apareceu também como compositor. Ele, em parceria com Carlos Imperial, apresentou uma versão "bossa-novista" para a história de João e Maria.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos (o aniversariante de hoje) em um registro fotográfico da época.

Abraços a todos, Vinícius.

JOÃO E MARIA - Roberto Carlos e Carlos Imperial

Li no almanaque a versão
Nova da história do João
Levou Maria ao bosque passear
E borboletas lindas apanhar
Mariazinha não sabia, não,
Das intenções do João

A verdade está no almanaque
Pois o tal passeio foi de araque
Mariazinha não gostou, não
Do papelão do João

Mas o fim não está no almanaque
Sei que a Mariazinha
Voltou de Cadillac
João, coitado, ficou abandonado
Com as borboletas na mão
Coitadinho do João

Era uma vez João...
Era uma vez João...
Era uma vez João...
Joãozinho...

2 comentários:

Everaldo Farias disse...

Meu amigo

Tenho certeza que a cada post desse aprenderei ainda mais pois só esse primeiro, riquíssimo nessas analogias, já vale a série.

Foi o início da conquista dos Um milhão de amigos, hoje, muito mais que isso...

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço a todos!

James Lima disse...

Demais, maravilhoso ! Incrivelmente incrível !

Meus parabéns, meus parabéns !

James Lima
www.robertocarlos.vai.la