segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Panoramas ecológicos - 3



Olá, amigos.

A série Panoramas ecológicos chega ao seu terceiro post, apresentando mais uma canção da safra de Roberto Carlos a falar sobre as questões ecológicas. Esta é a forma encontrada para o blogue lembrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, que é lembrado no dia 5 de setembro.

Após os protestos de O progresso e a constatação de que "queria ser civilizado como os animais", Roberto Carlos voltaria a incluir em seu repertório uma canção ecológica no ano de 1979. Em seu Roberto Carlos Especial daquele fim de ano, RC trazia à tona algumas discussões sobre o que seria do futuro que se fazia (e que, ao vermos a letra de Roberto e Erasmo, o "futuro" ainda hoje se faz):

"Quantas árvores foram assassinadas em nome do progresso? Quantas flores foram esmagadas pelos tratores? Seu filho já viu um passarinho colorido fora da gaiola? Um peixe de prata saltando num mar azul? E tudo isso em nome do progresso? Não. Positivamente, eu não me convenço. Sou contra, e vou continuar sendo e combatendo. Minha arma é meu canto".

E assim os anos se passam, e a realidade desta fascinante música que Roberto e Erasmo fizeram para a terceira faixa do lado A do LP de RC lançado em 1979 continua atual na contundência de suas palavras e nas certezas que, infelizmente, os homens ratificam ano a ano, diante do dito "progresso". No refrão desta relíquia da obra de Roberto Carlos, vem a pergunta até o momento não respondida: o que será do futuro que hoje se faz à natureza, às crianças e aos animais?

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos em fins da década de 1970.

Abraços a todos, Vinícius.

O ANO PASSADO - Roberto e Erasmo

O ouro no ano passado subiu sem parar
Os gritos na bolsa falaram de outros valores
Corpos estranhos no ar
Silenciosos voadores
Quem sabe olhando o futuro do ano passado

O mar quase morre de sede no ano passado
Os rios ficaram doentes com tanto veneno
Diante da economia
Quem pensa em ecologia
Se o dólar é verde, é mais forte que o verde que havia

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais

Quantas baleias queriam nadar como antes
Quem inventou o fuzil pra matar elefantes
Quem padeceu de insônia
Com a sorte da Amazônia
Na lei do machado mais forte do ano passado

Não adianta soprar a fumaça do ar
As chaminés do progresso não podem parar
Quem sabe um museu no futuro
Vai guardar em lugar seguro
Um pouco de ar puro, relíquia do ano passado

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais...

Os campos risonhos um dia tiveram mais flores
E os bosques tiveram mais vida e até mais amores
Quem briga com a natureza
Envenena a própria mesa
Contra a força de Deus não existe defesa

O que será o futuro que hoje se faz
A natureza, as crianças e os animais...

Um comentário:

Anônimo disse...

O Ano Passado é uma canção muito verdadeira. Até hoje me pergunto o que diz a letra citada aqui no blog.
Beijos,
Leda Martins.