sábado, 13 de setembro de 2008

Panoramas ecológicos - 2


Olá, amigos.

A série Panoramas ecológicos chega ao seu segundo post, apresentando as canções que falam sobre ecologia na safra assinada por Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Trata-se de uma homenagem do blogue ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no último dia 5.

A partir de hoje, este blogue passa a mostrar a safra do repertório de Roberto Carlos sobre as questões ambientais. Roberto e Erasmo foram praticamente pioneiros ao colocarem a ecologia em suas canções (assim como o maestro Antônio Carlos Jobim, um defensor incansável da natureza), e a mostrarem algumas visões críticas sobre os panoramas ecológicos de cada época da sua música.

O primeiro momento da safra ecológica data de 1976. Em seu lançamento daquele ano, Roberto interpretou uma música que questionava o preço das conseqüências do tão falado "progresso". Em seu Roberto Carlos Especial, RC apresentou a música com as seguintes palavras:

"O que me motivou a fazer essa música foram as baleias. Eu sou um homem do mar e as baleias me apaixonam de forma especial. E Erasmo Carlos, porque ama a natureza de forma especial. E me entristece o fato de que as baleias estão morrendo, desaparecendo e enchendo o mar de sangue. E me entristece ainda mais que o progresso é culpado de tudo isso. Mais culpado ainda, o maior depredador que nós conhecemos: O HOMEM".

E na terceira faixa do lado A de seu LP de 1976, Roberto Carlos enumerava as tristezas que o homem fazia com que ele falasse ao abordar a questão da ecologia. E, depois da reflexão da letra, desabafava a vontade de ser civilizado como os animais.

Segue a letra! Na foto, Roberto Carlos apresentando a versão em espanhol da canção (batizada de El progreso) num programa do exterior.

Abraços a todos, Vinícius.

O PROGRESSO - Roberto e Erasmo

Eu queria poder afagar uma fera terrível
Eu queria poder transformar tanta coisa impossível
Eu queria dizer tanta coisa
Que pudesse fazer eu ficar bem comigo
Eu queria poder abraçar meu maior inimigo

Eu queria não ver tantas nuvens escuras nos ares
Navegar sem achar tantas manchas de óleo nos mares
E as baleias desaparecendo
Por falta de escrúpulos comercias
Eu queria ser civilizado como os animais...

Eu queria ser civilizado como os animais...

Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos

Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo
O comércio das armas de guerra da morte vivendo
Eu queria falar de alegria
Ao invés de tristeza mas não sou capaz
Eu queria ser civilizado como os animais...

Não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso...

3 comentários:

Anônimo disse...

Gosto muito dessa canção; O Rei hoje se diz um ecologista "racional" e não tão emocional como em 1976_ao falar sobre a canção: SERES HUMANOS_2002.
Beijos,
Leda Martins.

James Lima disse...

Bicho, essa canção é muito linda.
O registro do Antología também está demais.

E quem nos dera ser civilizados como os animais, hein?

Um abraço, professor !
James Lima
www.robertocarlos.vai.la

Anônimo disse...

"Eu queria abraçar meu maior inimigo..." Quer algo mais profundo e atual?

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço!