domingo, 17 de outubro de 2010
Roberto Carlos em capítulos - O REI DO GADO
Olá, amigos.
A série Roberto Carlos em capítulos apresenta mais um campeão de audiência na ligação entre RC e a teledramaturgia. Desta vez, com uma novela no horário nobre.
Em 17 de junho de 1996, estreou um sucesso assinado por Benedito Ruy Barbosa. O REI DO GADO contou em duas fases a briga entre as famílias Mezenga e Berdinazzi. Mas nem mesmo o ódio impediu que Enrico (vivido por Leonardo Brício), filho de Antônio e Nena Mezenga (Antônio Fagundes e Vera Fischer, respectivamente), e Giovanna (papel de Letícia Spiller), filha de Genaro e Marieta Berdinazzi (interpretados por Tarcísio Meira e Eva Wilma). Os primeiros capítulos da novela foram exportados em formato de minissérie, e renderam prêmios para a TV Globo.
Anos mais tarde, o filho do casal se tornou Bruno Mezenga (novamente Antônio Fagundes), o maior criador de gado do país - o "Rei do Gado". Bruno vivia um casamento de aparências com Léia (papel de Silvia Pfeifer), que traía o marido com o gigolô Ralf (vivido por Oscar Magrini) e tinha dois filhos: Lia e Marcos (respectivamente, Lavínia Vlasak - em sua estréia na televisão - e Fábio Assunção).
Do outro lado, havia Jeremias Berdinazzi (o saudoso Raul Cortez), um fazendeiro rico e solitário que renegava os Mezenga como membros de sua família. Seu sonho era encontrar Marieta, a sobrinha que nunca havia visto. Mas a vida dos dois mudava com a entrada de duas mulheres: na de Berdinazzi, entrava Marieta (vivida por Glória Pires), e na de Mezenga, a boia-fria Luana (feita por Patrícia Pillar), por quem Bruno se apaixona. Na verdade, Marieta era uma impostora, e Luana era a sobrinha que Jeremias procurava.
Nem mesmo os percalços pelos quais a novela passou comprometeram a consagração de audiência de O rei do gado. O marasmo e a sucessão de flashbacks para amenizar a falta de história em determinado momento da história - sintetizado no jargão "barriga" - ficou evidente. O ator Antônio Fagundes se internou num spa e ficou 16 dias sem gravar.
A solução foi fazer um avião em que estava Bruno Mezenga cair e ele ficar desaparecido. A intenção de repetir a dupla feminina bem sucedida no filme O quatrilho, dirigido por Fábio Barreto e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro também não deu certo. A personagem Marieta foi muito mal aproveitada, e Glória Pires se desentendeu com o autor.
Entretanto, Benedito Ruy Barbosa foi responsável por um excelente personagem da história da teledramaturgia brasileira. Interpretado por Carlos Vereza, o Senador Roberto Caxias emocionou com o oportuno interesse na causa do Movimento dos Sem-Terra - O rei do gado estreou dois meses depois da morte de 19 sem-terras em Eldorado dos Carajás, no Pará. Numa cena memorável, ele fazia um discurso no plenário vazio - havia apenas três parlamentares, um cochilando, outro lendo um jornal e um terceiro falando ao celular.
O rei do gado teve dois momentos em que se misturou ficção e realidade. Um deles foi no enterro do senador Caxias, morto numa invasão a um acampamento de sem-terras. Os então senadores Benedita da Silva e Eduardo Suplicy falaram sobre o político.
Outro momento foi envolvendo a dupla Saracura e Pirilampo - feita por Sérgio Reis e Almir Sater. O capítulo de 21 de dezembro de 1996 encerrou com o ônibus partindo rumo ao especial de RC. E o Roberto Carlos Especial começou com eles chegando ao local do show. Pirilampo e Saracura (ou melhor, Sérgio e Almir) cantaram a moda de viola O rei do gado, de Teddy Vieira, num número que está presente no CD / DVD de Roberto Carlos, Duetos.
A música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos presente na trilha de O rei do gado (que ultrapassou 1,5 milhão de discos vendidos na época) está na voz de uma cantora sertaneja: Roberta Miranda. Ela, que cantou De tanto amor com RC neste mesmo especial de 1996, gravou uma canção presente no LP O inimitável e tema da Léia de Silvia Pfeifer.
Segue a letra! Na foto, Léia com seu amante, Ralf.
Abraços a todos, Vinícius.
EU TE AMO, TE AMO, TE AMO - Roberto e Erasmo
Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar
Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudade de você
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar
Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar o quanto sofri
Por todo esse tempo
Que eu quis lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo
Eu te amo, eu te amo, eu te amo...
Eu te amo, eu te amo, eu te amo...
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