segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Roberto Carlos em capítulos - A IDADE DA LOBA E DONA ANJA
Olá, amigos.
A série Roberto Carlos em capítulos apresenta hoje um capítulo à parte na sequência de canções escritas por RC e presentes na teledramaturgia brasileira. Trata-se de uma postagem especial dedicada às novelas da década de 1990 que não foram exibidas pela TV Globo - e ambas foram realizadas por produtoras independentes.
Com produção da TV Plus, A IDADE DA LOBA estreou em 24 de julho de 1995 e durou até 19 de janeiro de 1996. Escrita pelo dramaturgo Alcione Araújo, em parceria com a autora Regina Braga, ela foi mais uma tentativa da Bandeirantes retomar seu núcleo de teledramaturgia - mesmo com a ajuda de terceiros. Sua trama era protagonizada por Betty Faria, que interpretou Valquíria.
Após a morte do marido, ela decidiu sair da pequena cidade de São José do Barreiro para se realizar profissionalmente em São Paulo. Sua melhor amiga, Irene (papel de Ângela Vieira) lhe fez companhia nesta empreitada.
Só que ambas reencontraram um amor em comum de três décadas antes - Montenegro (interpretado por Adriano Reys), e a personagem vivida por Betty Faria enfrentou vários empecilhos a este romance. O maior deles é sua filha Suzana (papel de Iracema Starling) descobrir que Montenegro era seu verdadeiro pai. A novela também deu destaque aos moradores da pensão de Piconês (vivido por Antônio Abujamra) e foi o último trabalho do ator Luiz Carlos Arutim, morto num incêndio no fim de 1995.
Em A idade da loba, Erasmo Carlos apareceu como intérprete, fazendo uma releitura própria de uma canção escrita originalmente para a novela O bofe - apresentada numa série ainda neste ano. E o ritmo da primeira gravação, feita pelo cantor Betinho, foi substituído pela malemolência da salsa na voz de Erasmo
Segue a letra! Na foto, Ângela Vieira e Betty Faria em A idade da loba. Infelizmente, o vídeo da abertura não foi encontrado no You Tube.
MOÇO - Roberto e Erasmo
Moço
Vê se larga o osso
Com a vida no bolso
Procure um amor
Não tem
Moço
Já é madrugada
Com a vida parada
Seja como for
Não falo mais nada
Procure um amor
Em vez de aí ficar
Curtindo esse sereno
É sempre bom lembrar
O que o moço está perdendo
A vida como tá
Não tá de brincadeira
E o moço aí parado
Marcando uma bobeira
Não é que eu seja contra
Ver a nova madrugada
Mas com uma namorada
O novo dia vai pintar melhor...
*****
Cerca de um ano depois, foi a vez do SBT utilizar uma produtora independente para fazer uma telenovela. Assim, a 9 de dezembro de 1996, estreou DONA ANJA , produzida pela JPO Produções - produtora de José Paulo Vallone e Roberto Talma (hoje, o diretor geral dos especiais de Roberto Carlos).
Baseada no romance de mesmo nome do escritor gaúcho Josué Guimarães, a novela assinada por Yoya Wursch, Roberto Talma e Cristiane Fridman colocou em evidência todo o apelo sensual da história original. Na pequena cidade de Rosário, no interior do Rio Grande do Sul, viveu Anja (papel de Lucélia Santos), mulher que depois de ficar viúva abriu um bordel na cidade, para saciar seus desejos sexuais e também o desejo de seus homens - principalmente o seu amante, o Coronel Quineu (vivido por Jonas Mello).
No bordel, além de circularem belíssimas prostitutas, havia também a presença de muitas discussões sobre assuntos políticos que estavam em evidência no país - o mais forte deles era a aprovação da lei do divórcio. No entanto, tudo era colocado no ar sob o ponto de vista do cinismo. Todos os casados tinham relacionamentos extraconjugais e eram responsáveis por diálogos e cenas bem tórridos.
Provavelmente, o apelo erótico e o alto índice de mulheres com os seios à mostra (principalmente a atriz Lucélia Santos) tenham afastado o público de Dona Anja. Afinal, só isto justifica que um elenco formado por nomes de destaque, como Lucélia, Jonas Mello, Sérgio Mamberti, Taumaturgo Ferreira, Giuseppe Oristânio, Luiz Guilherme, Angelina Muniz, Jandir Ferrari, José Rubens Chachá e Danton Mello (que vinha de uma temporada bem-sucedida como Héricles, no princípio de Malhação) não tenha chamado qualquer audiência para o SBT.
Silvio Santos recorreu a uma alternativa típica de sua maneira de lidar com a emissora que tem. Em vez de tentar mudar a novela radicalmente, Silvio alterou seu horário inicial (21h45) e a "rebaixou" para o horário das 20h30. O desejo era ter alguma atração um pouco mais convincente para roubar a audiência da TV Globo após a novela das oito. Como O rei do gado estava com audiência absoluta no horário, o público talvez ignorasse o insucesso de Dona Anja.
O último capítulo da novela, exibido em 26 de abril de 1997, trouxe um desfecho inusitado. Dona Anja, mulher tão fogosa e com tantos atributos físicos capazes de despertar o desejo dos homens, terminava solitária e imensa de gorda, num ótimo efeito de maquiagem da JPO Produções.
Roberto Carlos e Erasmo Carlos escreveram a música que foi tema do casal Maria Aparecida e Bruno Caçapa (Manuela Dias e Danton Mello, respectivamente). Eles viviam os encontros e desencontros de um amor proibido, pois os pais dela não aceitavam o relacionamento. Na voz de Adriana Calcanhotto e Erasmo Carlos, esta gravação será citada novamente num próximo post de Roberto Carlos em capítulos.
Segue a letra! Na foto, Lucélia Santos e Jonas Mello, respectivamente Dona Anja e o Coronel Quineu.
Abraços a todos, Vinícius.
DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO - Roberto e Erasmo
Eu, cada vez que vi você chegar
Me fazer sorrir e me deixar
Decidido eu disse
Nunca mais
Mas, novamente estúpido provei
Desse doce amargo
O quanto eu sei
Cada volta sua o que me faz
Vi
Todo meu orgulho em sua mão
Deslizar, se espatifar no chão
Vi o meu amor
Tratado assim
Mas, basta agora o que você me fez
Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais pra mim
Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais...
Eu, toda vez que vi você voltar
Eu pensei que fosse pra ficar
E mais uma vez
Falei que sim
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Do fundo do meu coração, não volte nunca mais...
Se você me perguntar se ainda é seu
Todo o meu amor
Eu sei que eu
Certamente vou dizer
Que sim
Mas, já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais
Pra mim
Do fundo do meu coração
Não volte nunca mais pra mim
Acabe com essa droga de uma vez
Não, não volte nunca mais pra mim...
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