segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Roberto Carlos e o cinema - 17



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos e o cinema chega ao seu penúltimo post, trazendo uma inédita ligação entre RC e sua terra natal nas telas cinematográficas. Embora haja festivais de destaque em cidades fora do eixo Rio-São Paulo - como os de Brasília, Recife, Ouro Preto e Gramado (o evento mais "cobiçado" no cinema nacional) - infelizmente os outros locais do país ainda não se caracterizam por terem uma produção constante de longas-metragens (exceção ao Rio Grande do Sul, que apresenta ótimos filmes como Cão sem dono e o recente Ainda orangotangos).

Em 1997, o Espírito Santo finalmente conseguiu furar este bloqueio dos pólos de cinema, e apresentou ao grande público o filme O amor está no ar. A trama tem início nos bastidores do programa sentimental de rádio feito por Lora Berger (interpretada por Eliane Giardini). Um dos rapazes que escrevem para o programa em busca de uma pretendente - Carlos Henrique (papel de Marcos Palmeira) - acaba se envolvendo amorosamente com Lora, e desencadeia uma série de temas abordados no filme.

O que salta primeiro aos olhos é a diferença de idade deste casal que se forma (ela, já na casa dos 40, e ele por volta dos 25 anos). Em seguida, vem a diferença de classes e a tentativa dela em transformar a vida do sujeito simples e atrasado trazendo uma série de regalias - que ele utiliza num primeiro momento, mas depois deixa de lado para se entregar a diversões baratas.

O filme leva também ao público um pouco das belezas de terras capixabas, como o Convento da Penha, e dá destaque à dança folclórica do Espírito Santo - numa das cenas, o personagem de Marcos Palmeira participa de uma festa típica do estado na região conhecida como Barra do Jucu. O elenco ainda traz Suzana Faini, Rosi Campos, Ênio Gonçalves, André Barros, Margareth Galvão e as participações especiais de Ernani Moraes e Paulo Betti (na época, casado com Eliane Giardini). E também tem a memorável atuação de Jacyra Silva, como empregada de Lora - Jacyra faleceria pouco tempo depois do início das filmagens, que tiveram início em 1994.

Assim como Jacyra, o diretor Amylton de Almeida não viu O amor está no ar estrear nos cinemas. Infelizmente, sua saúde foi superada pela burocracia do cinema nacional - e do descaso do resto do país com produções que não sejam do eixo Rio-São Paulo. Descaso que continuou quando o filme passou por estes centros, já que a repercussão foi mínima (e negativa). Nem mesmo o prêmio de Melhor Atriz para Eliane Giardini no Festival de Gramado fez com que o público prestasse atenção nesta, até o momento, única manifestação bem sucedida de longa-metragem feita totalmente no Espírito Santo.

E nada melhor para um filme capixaba do que ter em sua trilha a presença de um dos filhos mais ilustres de sua terra. Roberto Carlos aparece em O amor está no ar com uma música presente no LP de 1972 e que ilustra bem a situação de Lora no filme.

Segue a letra! Na foto, Eliane Giardini e Marcos Palmeira em O amor está no ar.

Abraços a todos, Vinícius.

POR AMOR - Roberto e Erasmo

Eu ouvi dizer que você falou
Que está pensando em voltar pra mim
E se entristece ao saber como eu estou

Mas você precisa saber que eu
Ainda tenho um pouco de orgulho em mim
E embora quase morto eu tenho aquele amor
Mas eu não vou deixar você me ver assim

Minha vida se modificou
Do que eu era nada mais eu sou
Eu me perdi

E no submundo onde estou
Sobrevivo sem saber se vou
Ainda crer no amor
Mesmo sem ter você

Mas se um dia
Se um dia você voltar
Então eu vou ter chance de me levantar

Pois só você me pode
Estender a mão
Mas se não for por amor
Me deixe aqui no chão

Me deixe aqui no chão
Me deixe aqui no chão...

3 comentários:

James Lima disse...

Vina, bicho !!!
Não sabia que o Espírito Santo tinha feito filme desse nível não ! Realmente é uma pena que nem o próprio diretor teha visto seu filme nos cinemas, nem a Eliane Giardini ganhando o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado. Ah ! E quanto ao Paulo Betti, nem precisa citá-lo, não faz falta, você sabe porque ashauhsuashaus.

Aproveito seu espaço para convidar a todos os freqüentadores daqui a visitar o Blog *Roberto Carlos Braga*, hoje, segunda feira, excepcionalmente, com uma novidade: Uma homenagem ao Dia Nacional do Rei Roberto Carlos, o 08/12. Deixe lá sua homenagem também !

Um forte abraço
James Lima
www.robertocarlos.vai.la

Anônimo disse...

Nobre colega Vinicius,

Tenho acompanhado essa sua brilhante série, mas só agora venho participar. O motivo é refrescar a sua memória para alguns pontos. O Ceará tem sido um grande produtor de filmes. Vou citar apenas a última produção genuinamente cearense e que é uma das grande bilheterias de 2008 - Bezerra de Menezes - O diário de um espírito. Aqui temos o Cine Ceará, que este ano realizou a sua XVIII edição. Agora como contribuição para essa série cito mais alguns filmes, sendo um deles com muitas cenas rodadas aqui no Ceará e várias músicas do rei "O caminho das nuvens". Outro "Meu nome é Johny (Selton Melo canta "Outra vez"), "Falsa loura (Mauricio Mattar canta "Elas por elas), Casseta e planeta - A taça do mundo é nossa (Várias canções e um personagem caricato do rei)... continue a pesquise.

Um grande abraço

Vinícius Faustini disse...

Marley, obrigado pelas lembranças. Nesta série eu tô citando somente canções interpretadas ou compostas pelo Roberto que estão em filmes. Se fosse citar, certamente viriam muitos - aliás, fiz post sobre o filme "Falsa loura" alguns meses atrás, e ainda no /rei_rc falei de "Meu nome não é Johnny".

Quanto à produção cearense, "Bezerra de Menezes" de fato comprova que os filmes de lá têm seu destaque mesmo, mas, infelizmente, poucos chegam ao grande público. Mas acho que ainda há como mudar.

Obrigado a você e ao amigo James por sempre prestigiarem este espaço.

Atenciosamente,

Vinícius Faustini