sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Roberto Carlos Especial 2008 - CAETANO VELOSO



Olá, amigos.

Com o post de hoje, este blogue apresenta o último encontro mostrado no palco da HSBC Arena Multiuso em 11 de dezembro. Parte deste show irá ao ar no Roberto Carlos Especial, que irá ao ar daqui a alguns dias, trazendo as muitas emoções vividas por RC em seu ano de 2008.

Para a reta final do espetáculo, Roberto Carlos deixou a presença mais constante de seu ano artístico. Em agosto de 2008, CAETANO VELOSO se apresentou ao lado de Roberto em três shows especiais para homenagear os 50 anos da Bossa Nova - o encontro rendeu um especial para a TV Globo e também o CD e o DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso - E a música de Tom Jobim.

O "mano Caetano" terá uma participação a mais do que a apresentada no show do dia 11. No dia primeiro deste mês, ele e Roberto fizeram um bate-papo regado a muitas boas músicas, mediado por Nelson Motta. Trechos deste encontro irão ao ar no Roberto Carlos Especial.

Para divulgar o disco feito em dupla - o primeiro no qual Roberto Carlos divide a autoria com outro cantor (Caetano Veloso já fez outros trabalhos em estúdio ou em show, com artistas como Maria Bethânia, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa, Milton Nascimento e Jorge Mautner, além dos Doces Bárbaros, nome do grupo que nos anos 70 reuniu Bethânia, Caetano, Gal e Gil) - os dois repousaram sua voz sobre o universo da Bossa Nova, cantando Chega de saudade (música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes e nome do LP lançado por João Gilberto em 1959), com direito a Daniel Jobim, neto de Tom, participar ao piano.

Caetano Veloso cantou sozinho a música Você é linda, de sua autoria. Segundo ele, a pedido de Roberto, que adora esta música. Pena que não foi com os dois, certamente estes versos ficariam lindos na voz de RC. Mas fica pra uma próxima, pois o destaque deste encontro foi das reverências musicais de Roberto e Caetano.

RC interpretou Debaixo dos caracóis dos seus cabelos e, enquanto o público cantava o refrão da canção, ele disse: "com este coral, nós recebemos este grande artista, Caetano Veloso!". Esta é a terceira vez que Caetano é convidado para um especial anual de Roberto Carlos. Na primeira, em 1975, Caê apresentou Qualquer coisa e, em dueto com RC, os dois cantaram Como dois e dois (entremeada por uma conversa em estúdio). No Roberto Carlos Especial de 1992, o baiano regressaria ao palco de fim de ano da TV Globo - cantando Debaixo dos caracóis dos seus cabelos para, em seguida, os dois relerem Alegria, alegria, emblemática música do universo tropicalista de Caetano que estava em evidência novamente na época por ser tema de abertura da minissérie Anos rebeldes, de Gilberto Braga (este encontro é um dos números do disco e do DVD Duetos, lançados por RC ao final de 2006).

Este final de 2008 reservou espaço para os dois cantarem a canção que fortalece a amizade entre os dois e também como ambos estão já há tanto tempo nos caminhos da boa Música Popular Brasileira - e, mesmo por caminhos às vezes diferentes, sempre dão um jeito de ter um reencontro musical. A canção gravada por RC em 1978 e definida por ele como "um retrato falado, pintado com amor pela luminosa cabeça do poeta", e como o presente que o deixou emocionado como uma criança ao ver sua primeira árvore de Natal - com toda a força estranha que continua no ar e que na HSBC Arena Multiuso foi interpretada pelos dois.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Caetano no show do dia 11.

Abraços a todos, Vinícius.

FORÇA ESTRANHA - Caetano Veloso

Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
E eu nunca passei

Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada
Que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos
Na fronte do artista
O tempo não pára, e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada
É o pé e é o chão

Eu vi muitos homens brigando
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
É o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada, é o sol

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha no ar
Por isso é que eu canto, não posso parar
Por isso essa voz, essa voz tamanha...

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