segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Roberto Carlos e o cinema - 13



Olá, amigos.

Este blogue prestigia hoje o encontro de Roberto Carlos com um grande seriado da televisão brasileira, que ocorreu graças à magia do cinema. No ano passado estreou A grande família - o filme, versão cinematográfica envolvendo a família Silva presente todas as quintas-feiras na TV Globo. A história acontece quando Lineu (papel de Marco Nanini) está prestes a saber se tem um problema de saúde que pode levá-lo à morte, e começa a refletir sobre como viveu e como cuidou de sua família - a esposa Nenê, os filhos Tuco e Bebel e o genro Agostinho (respectivamente, Marieta Severo, Lúcio Mauro Filho, Guta Stresser e Pedro Cardoso).

Além de ter também a participação dos personagens fixos no seriado - a cabelereira Marilda (interpretada por Andréa Beltrão), o chefe da repartição de Lineu, Mendonça (a cargo de Tonico Pereira) e o dono de pastelaria Beiçola (vivido por Marcos Oliveira) - o filme tem Paulo Betti como Carlinhos e Dira Paes como Marina. Uma homenagem a um programa de televisão que, depois de 35 anos de sua primeira vez na TV, chegou ao cinema.

Criado por Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa, A grande família estreou em 26 de outubro de 1972, tendo no elenco Jorge Dória (Lineu), Eloísa Mafalda (dona Nenê), Brandão Filho (seu Flor), Luiz Armando Queiroz (Tuco), Djenane Machado (Bebel), Paulo Araújo (Agostinho) e Osmar Prado (Júnior). Inicialmente, o seriado era uma adaptação do humorístico americano Tudo em família, mas a rejeição do público fez com que os autores reformulassem para "abrasileirar" a 'grande família'.

Em época de Ditadura Militar, Vianinha colocou o personagem Júnior para fazer críticas sociais e políticas. Quase sempre suas falas eram censuradas, assim como alguns episódios. No segundo ano da série, a atriz Djenane Machado pediu para sair, alegando ter "receio de ficar marcada pela personagem". Maria Cristina Nunes entrou em seu lugar no papel de Bebel.

Depois de 112 episódios, A grande família foi ao ar pela última vez em 27 de março de 1975. Alguns meses antes, Vianinha tinha falecido em função de um câncer no pulmão. Paulo Pontes chegou a substituí-lo como redator principal, mas desistiu por não se sentir em condições psicológicas.

Quase três décadas depois, A grande família voltou, tendo dentre seus redatores Cláudio Paiva, Adriana Falcão e Bernardo Guilherme. O personagem Júnior não voltou nesta reedição, e os personagens foram inseridos na atualidade pós-século XXI. Originalmente, ela ia ao ar no horário das 23h das quintas-feiras, depois do policial Linha direta. Só mesmo quando, em função dos horários da Copa do Mundo de 2002, o seriado foi exibido na primeira linha da TV Globo (termo designado para o horário de depois da novela das 21h) às quartas-feiras, a emissora decidiu inverter o horário de quinta: primeiro, A grande família e depois, Linha direta.

A grande família sofreu um outro baque. Em 24 de julho de 2003, o ator Rogério Cardoso, que interpretava seu Flor, o pai de Nenê, faleceu aos 66 anos. No primeiro episódio sem o ator, a cena inicial trouxe Nenê colocando os pratos na mesa chamando os nomes da família e, ao final, ela suspirava dizendo não se acostumar a ficar sem o pai. Felizmente, o seriado manteve o bom nível, graças ao ótimo elenco e à qualidade do texto. E agora em 2007 chegou aos cinemas, e só na primeira semana chegou a 300 mil espectadores.

Roberto Carlos está presente em A grande família - o filme com três músicas. Uma como autor, com Gatinha manhosa, interpretada pelo outro autor da canção - Erasmo Carlos, e nas outras duas como intérprete. Uma delas é Esqueça, gravação de seu LP de 1966. A outra tem o privilégio de ser o tema de dona Nenê em seus encontros e desencontros na "grande família". A faixa fez parte do LP de RC no ano de 1977.

Seguem as letras! Na foto, o pôster de A grande família - o filme.

Abraços a todos, Vinícius.

GATINHA MANHOSA - Roberto e Erasmo

Meu bem
Já não precisa
Falar comigo
Dengosa assim...

Briga, para depois
Ganhar mil carinhos de mim
Se eu aumento a voz
Você faz beicinho
E chora baixinho
E diz que a emoção
Dói seu coração...

Já, não acredito
Se você chora
Dizendo me amar
Eu sei que na verdade
Carinhos você quer ganhar...

Um dia gatinha manhosa
Eu prendo você
No meu coração
Quero ver você
Fazer manha então
Presa no meu coração
Quero ver você..

*****

ESQUEÇA - Mark Anthony (versão de Roberto Côrte Real)

Esqueça, se ele não te ama
Esqueça, se ele não te quer
Não chore mais, não sofra assim
Porque posso te dar amor sem fim

Ele não pensa em querer-te
Te faz sofrer e até chorar, oh, oh,
Não chore mais, vem pra mim, vem
Não sofra, não pense, não chore mais, meu bem

Esqueça! Esqueça! Não chore mais, esqueça!

Ele não pensa em querer-te
Te faz sofrer e até chorar, oh, oh,
Não chore mais, vem pra mim, vem
Não sofra, não pense, não chore mais, meu bem

Não chore mais, meu bem...

*****

OUTRA VEZ - Isolda

Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim

Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez

Você foi a mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
Você foi o caso mais antigo
O amor mais amigo que me apareceu

Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez

Esqueci de tentar te esquecer
Resolvi te querer por querer
Decidi te lembrar quantas vezes
Eu tenha vontade sem nada perder

Ah... você foi toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi o melhor dos meus planos
E o maior dos enganos que eu pude fazer

Das lembranças que trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
Outra vez...

Um comentário:

James Lima disse...

Bicho, eu acho esse filme sinceramente maravilhoso. Um dos melhores filmes nacionais a que já assisti.

Um forte abraço
James Lima
www.robertocarlos.vai.la