terça-feira, 31 de agosto de 2010

Roberto Carlos em capítulos - BETO ROCKEFELLER



Olá, amigos.

O Emoções de Roberto Carlos começa hoje uma série na qual unimos duas paixões brasileiras: Roberto Carlos e as telenovelas. A teledramaturgia teve início de fato na década de 1960, com 2-5499 ocupado, a primeira novela diária do Brasil, e até hoje prossegue no cotidiano nacional.

Roberto Carlos também fez parte destas obras televisivas, como cantor e como compositor. E, a partir de hoje, vamos recordar algumas delas, na série ROBERTO CARLOS EM CAPÍTULOS. O primeiro capítulo vem de 1968.

Ainda na TV Tupi, a música de RC embalou um grande personagem da história da telenovela brasileira. Trata-se de Beto Rockefeller, a trama que mudaria os padrões mexicanizados dos folhetins televisivos, instaurados pela novelista Glória Magadan.

Com texto de Bráulio Pedroso a partir de criação de Cassiano Gabus Mendes, a novela imprimiu um tom coloquial nas falas e a direção, a cargo de Lima Duarte, priorizou a naturalidade nas ações. Beto Rockefeller também inovou ao colocar como protagonista um anti-herói, com qualidades e defeitos, dando um gosto de realidade à fantasia.

A música de Roberto e Erasmo teve o privilégio de embalar as aventuras do protagonista. No papel que o consagraria, Luiz Gustavo era Alberto, o Beto, um rapaz de classe média baixa de São Paulo que trabalha como vendedor numa loja de sapatos. Mas o simples Beto se transformava em Beto Rockefeller, primo de terceiro grau de um magnata norte-americano, para freqüentar as badaladas festas da alta sociedade paulistana.

Com Beto Rockefeller, Bráulio Pedroso mostrava o dilema de um sujeito que não se decidia entre dois personagens. De um lado, o Beto humilde e trabalhador na Rua Teodoro Sampaio, do outro, o sofisticado Beto Rockefeller, que seguia os padrões da high society que frequentava a Rua Augusta.

Portanto, nada melhor do que uma canção de Roberto Carlos e Erasmo Carlos para contar em letra e música a história de um personagem que sabia que precisava acabar logo com isso, precisava lembrar que ele existia. Era assim que dizia o tema de Beto Rockefeller, cantado por Erasmo Carlos na novela da TV Tupi.

Segue a letra! Na foto, Luiz Gustavo e Walter Avancini numa cena da novela.

Abraços a todos, Vinícius.


SENTADO À BEIRA DO CAMINHO
- Roberto e Erasmo

Eu não posso mais ficar aqui
A esperar
Que um dia de repente
Você volte para mim
Vejo caminhões e carros apressados
A passar por mim
Estou sentado à beira de um caminho
Que não tem mais fim

Meu olhar se perde na poeira
Desta estrada triste
Onde a tristeza e a saudade de você
Ainda existe
Esse sol que queima no meu rosto
Um resto de esperança
De ao menos ver de perto seu olhar
Que eu trago na lembrança

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo ....

Vem a chuva e molha o meu rosto
E então eu choro tanto
Minhas lágrimas e os pingos dessa chuva
Se confundem com meu pranto
Olho pra mim mesmo, me procuro
E não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança
À beira de uma estrada

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo...

Carros, caminhões, poeira, estrada
Tudo, tudo, se confunde em minha mente
Minha sombra me acompanha e vê que eu estou morrendo lentamente
Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho
Esperando a vida inteira por você sentado à beira de um caminho

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo...

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