sábado, 21 de fevereiro de 2009
Roberto Carlos, carnaval e cinzas - 2
Olá, amigos.
No segundo post da série Roberto Carlos, carnaval e cinzas, este blogue mostra que, assim como o carnaval, o RC compositor também é bem democrático. E hoje a folia pede passagem pra falar de duas canções gravadas por Erasmo Carlos que falam sobre carnaval.
A primeira delas fala sobre o início da folia. Lançada em seu LP Pelas esquinas de Ipanema, no ano de 1978, ela traz um Erasmo contando a nostalgia de uma pessoa que nasceu em plena época de folia e todas as consequências musicais que sofre quem nasce em meio a este período tão festivo.
A segunda traz uma situação, infelizmente, corriqueira no período carnavalesco. Na época em que são perdoados os excessos, às vezes as pessoas passam muito da conta e não medem as consequências de seus atos. E a folia tem um fim antecipado de maneira trágica, como conta metodicamente a dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos na canção presente no LP 1990 - Projeto SalvaTerra, lançado por Erasmo em 1976. Reparem a métrica desta canção: ela se assemelha muito com Construção, de Chico Buarque. De maneira poética, os dois Carlos contaram a história do João que investiu na brincadeira para tudo se acabar na terça-feira.
Seguem as letras! Na foto, Erasmo e Roberto na década de 1970.
Abraços a todos, Vinícius.
NASCI NUMA MANHÃ DE CARNAVAL - Roberto e Erasmo
Nasci numa manhã de carnaval
E o meu primeiro choro
Por coincidência
Foi no breque da cadência
De uma escola que passava
Marcando com seu canto
Minha vida de sambista
Do parto normal que eu fui
Ao samba que me criou
Da minha ama-de-leite
Ao mestre que me ensinou
Eu só agradeço a Deus
Por ter nascido numa terra boa
Onde se planta samba
E dá
À toa
******
CACHAÇA MECÂNICA - Roberto e Erasmo
Vendeu seu terno, seu relógio e sua alma
E até o santo ele vendeu com muita fé
Comprou fiado pra fazer sua mortalha
Tomou um gole de cachaça e deu no pé
Mariazinha ainda viu João no mato
Matando um gato pra vestir seu tamborim
E aquela tarde, já bem tarde, comentava
Lá vai um homem se acabar até o fim
João bebeu toda cachaça da cidade
Bateu com força em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso, mas sambou desesperado
Comeu confete, serpentina e a fantasia
Levou um tombo bem no meio da avenida
Desconfiado que outro gole não bebia
Dormiu no tombo e foi pisado pela escola
Morreu de samba, de cachaça e de folia
Tanto ele investiu na brincadeira
Pra tudo, tudo, se acabar na terça-feira...
Pra tudo, tudo se acabar na terça-feira...
Pra tudo, tudo se acabar na terça-feira...
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3 comentários:
Lindas letras e lindas músicas de Roberto e Erasmo sobre o Carnaval.
Abraços robertocarlisticos
Bicho, eu gosto demais de "cachaça mecânica". Poxa, me delicio ouvindo aquela melodiazinha...
Ah ! Se tiver como você me mandar essa foto inteira e com boa qualidade, eu agradecerei. A minha tá inteira, mas tá com uma qualidade precária.
Um Abraço
James Lima
www.robertocarlos.vai.la
Oi Diretor,
uma das coisas que acho mais legais em seus textos, é que o Rei é o central, mas você faz variações sobre o tema, buscando interseções, apêndices, correlações e paralelismos. É quase como estudar musica usando elementos da matemática, ou seja, é inesperado.
Valeu.
Fabiano Cavalcanti
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