sexta-feira, 10 de julho de 2009

SUDERJ INFORMA...



Olá, amigos.

A SUDERJ INFORMA: amanhã, o Estádio Mário Filho, futuro palco da final da Copa do Mundo de 2014, abrirá suas portas para o artista que fez do microfone suas chuteiras, e percorreu um gramado de 50 anos na Música Popular Brasileira. Em vez de dribles como os de Garrincha, de Pelé, Zico, Roberto Dinamite, Rivelino, Romário, o 11 de julho de 2009 entrará para a história do Maracanã para ROBERTO CARLOS.

Um cantor e compositor que jamais quer driblar suas emoções. Ele as encara de frente, e faz a torcida de um milhão de amigos mudar o constante grito de "olé" por uma sucessão de jogadas bonitas cantadas em letra e música. Este sábado vai render um momento atípico da história do Maracanã: um dia sem vaias, sem hostilidades, sem xingamentos. Sem torcidas adversárias. Uma torcida só, em azul e branco. E com as atenções voltadas para uma grande área:



A data de 11 de julho não poderia ser melhor escolhida. Afinal, o Maracanã é cenário de um esporte no qual há 11 pessoas atuando de cada lado. Roberto Carlos é um artista que joga "nas onze" (expressão antiga do rádio esportivo, que valoriza jogadores com versatilidade).

No gol, ele se defendeu de um fim de amor doloroso, amparado pelas traves de canções como Tolo, Pássaro ferido e Costumes. Nas laterais, Roberto arriscou cruzar vários caminhos da Música Popular Brasileira, tanto em seus discos (que passam pela Bossa Nova, pela Jovem Guarda, pelo soul e chegam à veia romântica que o faz ser um "jogador diferenciado") quanto pelas grandes jogadas ao lado de convidados do Roberto Carlos Especial.

Na zaga, RC mostra a versatilidade de um defensor. Ele pode matar no peito para encontrar um passe com precisão em versos mais arriscados como A cigana ou simplesmente rechaçar para onde o nariz aponta, nos raivosos versos de Quando. E quem sabe até isolar a bola para a torcida num grito de Quero que vá tudo pro inferno.

No meio-de-campo, o cabeça-de-área não deixa nada passar, e aborda panoramas ecológicos em O progresso, As baleias e O ano passado, sem se descuidar das nossas qualidades em Seres Humanos. Já o meia ofensivo distribui a bola por todo o campo, arriscando todo o tipo de romantismo - do arrebatado Eu te darei o céu, do singelo Como é grande o meu amor por você, da doçura de Olha, sem medo de um eventual erro aos olhos dos críticos esportivos e/ou musicais.

O ataque começa com tímidas tentativas, um Eu estou apaixonado por você ou falar que ela é um broto displicente como nos versos de Parei na contramão, um sussurro ao ouvido dizendo Eu preciso de você, um mais ousado apelo em Proposta. Propostas de uma tabela entre O côncavo e o convexo, onde tudo é relembrado em muito mais do que um videoteipe no domingo à noite para relatar os melhores momentos da rodada. Os lances de mais atenção e intensidade, de Os seus botões, de Cama e mesa. E o ápice maior do que o gol, narrado delicadamente em Cavalgada. Sem contar com Café da manhã, um recordar dos melhores momentos e uma sucessão de comentários sobre a expectativa das próximas partidas. Ou de uma parceria eterna, um Amor sem limite, cravado Pra sempre.



Pra sempre, expressão que a gente costuma dizer ao falar de amizade. E entra em cena o amigo Erasmo Carlos, que estará presente neste show, se tornando mais uma dupla a se encontrar no gramado do Maracanã. Justo o Maraca, que já abrigou encontros de Pelé e Garrincha, Assis e Washington, Bebeto e Romário e tantos outros. Só que a dupla se tornou trio. E os dois, ao lado de Wanderléa, fizeram a ousada linha de frente do todo chamado Jovem Guarda. Um escrete que assim como o Expresso da Vitória do Vasco nos anos 40, o Botafogo de Garrincha da década de 1960, a Máquina Tricolor da segunda metade dos anos 1970 e o Flamengo da Era Zico, chegou ao posto de uma emoção que ficará para sempre na história de cada um que viveu e de todos os que querem reviver esta época ainda hoje. Pois a Jovem Guarda jamais irá envelhecer.


Detalhes. Detalhes que não podem ser vividos sozinhos. Que Roberto vive e revive em seus shows, com toda uma equipe que joga por música. Geralmente, o esquema tático no qual o treinador coloca um atacante isolado na frente para fazer os gols é muito criticado. Mas o time de Roberto Carlos muda um pouco este parâmetro.

Tutuca, Aurino, Aristeu, Clécio, Paulinho, Nahor, Gil, Ismail, Lucinha, Jurema... Um RC-9, "de tantas batalhas, de tantas idas e voltas". Todos voltados para transformar a ansiedade por boas músicas em sucessivos aplausos, e, muitas vezes, em fazer um cantor reger uma multidão.

E o "carregador de piano" - expressão futebolística que define um atleta que segura as pontas quando toda a equipe vai pro ataque - tem de ser bem confiável. Saber ser defensivo nas horas intimistas e saber atacar nas músicas mais dançantes.



Eduardo Lages surge como um "carregador de piano" que às vezes faz o papel de treinador, aquele que fica na beira do gramado gritando com seus comandados, adequando a equipe conforme a tônica do jogo. Em vez dos gritos desafinados e desbocados de técnicos de futebol, o maestro direciona seus músicos através das mãos que contribuem para a equipe de Roberto Carlos se tornar um esquadrão consagrado em todo o mundo.

Esquadrão cercado de emoções. Emoções. Outra palavra crucial, que talvez dita por outra pessoa se torne um sentimento a mais no dicionário. Mas que todos os que acompanham Roberto Carlos sabem literalmente o que é viver um, dois, vários momentos lindos que só suas apresentações podem transmitir.

"É a camisa que eu visto", disse RC certa vez. E este que vos escreve também vestirá novamente. Amanhã, em 11 de julho de 2009. No palco do Maracanã, no qual tive tantas histórias de outros campos, viverei uma história em compasso musical. Boto fé neste show de Roberto Carlos. Como disse uma canção dele e de Erasmo em 1985.

Segue a letra!

Abraços a todos, Vinícius.



VERDE E AMARELO - Roberto e Erasmo

Verde e amarelo, verde e amarelo...

Boto fé, não me iludo
Nessa estrada ponho o pé, vou com tudo
Terra firme, livre, tudo o que eu quis
Do meu país

Onde eu vou vejo a raça
Forte no sorriso da massa
A força desse grito que diz
É meu país

Verde e amarelo...

Sou daqui, sei da garra
De quem encara o peso da barra
Vestindo essa camisa feliz
Do meu país

Tudo bom, tudo belo
Tudo azul e branco, verde e amarelo
Toda a natureza condiz
Com o meu país

Verde e amarelo, verde e amarelo...

Só quem leva no peito
Esse amor, esse jeito
Sabe bem o que é ser brasileiro
Sabe o que é

Verde e amarelo, verde e amarelo...
Verde e amarelo, verde e amarelo...

Bom no pé, deita e rola
Ele é mesmo bom de samba e de bola
Que beleza de mulher que se vê
No meu país

É Brasil, é brasuca
Esse cara bom de papo e de cuca
Tiro o meu chapéu, peço bis
Pro meu país

Verde e amarelo...
Verde e amarelo...
Verde e amarelo...

É a camisa que eu visto
Verde e amarelo...
Azul e branco também
Verde e amarelo...

É Brasil, é brasuca
Verde e amarelo...

Boto fé, não me iludo...

P.S.: no próximo post, dia 12 de julho, este que vos escreve contará detalhes do show histórico de Roberto Carlos no Maracanã. A série 50 anos de emoções retorna no dia 14.

6 comentários:

Everaldo Farias disse...

Valeu garoto, um gol de placa seu!

Esperamos notícias!

Blog Música do Brasil
www.everaldofarias.blogspot.com

Um forte abraço a todos!

SPLISH-SPLASH disse...

Estimado Senhor Vinícius Faustini:

Achamos o sua reportagem tão original, que a equipa do Splish-Splash passou o dia inteiro à sua procura no sentido de lhe comprarmos os direitos de autor para assim podermos colocar tal artigo no blogue mais melhor bom do mundo e arredores.

Não encontramos o Senhor Vinícius mas a sorte quis que encontrássemos um seu representante, o Senhor João Passos Dias Aguiar Mota que conjuntamente com a nossa representante D. Dina Ramos de Cabo Verde, puseram o preto no branco.

Hoje mesmo enviamos por transferência bancária a respectiva quantia que apesar de demasiado avultada fica aquém de tão valioso escrito.

Abraços robertocarlisticos

Pel’O Splish-Splash
Armindo Guimarães Esfola Gatos e Mata Cães

Anônimo disse...

......VINICIUS FAUSTINI .......

LINDO SEUS DIZERES AO REI ROBERTO CARLOS E NOSSO QUERIDO MAESTRO EDUARDO LAGES , FOI EMOCIONANTE!!! EM CADA FRASE ESCRITA ......! EM CADA DETALHE DA MENSAGEM .PARABÉNS!

ABRAÇOS VINICIUS !
ADOREI ! E MUITO .
DA FÃ N 1 DO MAESTRO EDUARDO LAGES DE SP/CAPITAL
a lituana ......................

Márcia Tristão-Bennett disse...

Vinicius de Deus!!!!!!!!!!!!!!!!!


Que texto lindo, maravilhoso e de inspiracao sem igual!!!!!!!!!!!

Adorei!!!!!!!!!!!!!

Aguardamos noticias no blog do maestro, contando tudo para nos!!!!!!!!!!!!

Beijos!!!!!!!!!!

Carmen Augusta disse...

Olá Vinicius!

Muito lindo,como tudo que você escreve.
Ideia genial!
Parabéns!

Beijos mil,
Carmem Augusta

Patricia Guimarães disse...

Vinicius, parabens pela criatividade! A brilhante carreira do nosso Rei tem mesmo muita sintonia com o futebol.
O show no Maraca foi um presente para todos os admiradores de Roberto Carlos, um momento sem igual que nem a chuva tirou o encanto. Ele merece tamanha homenagem!
Beijos!