quarta-feira, 31 de março de 2010

Emoções Sertanejas - PAULA FERNANDES E DOMINGUINHOS



Olá, amigos.

A série Emoções Sertanejas continua contando um pouco da trajetória de cada artista que foi ao palco do Ginásio do Ibirapuera para homenagear Roberto Carlos no tributo que em breve vai ao ar na TV Globo. Hoje é a vez de mostrar um encontro das águas da música sertaneja.

Na voz, PAULA FERNANDES, uma cantora e compositora nascida em Sete Lagoas que lançou seu primeiro disco aos dez anos. Na época, ela se destacava no interior de Minas Gerais, por seu talento musical e como apresentadora do programa de rádio Criança esperança. Por algumas vezes, chegou a cantar na televisão, no programa Paradão Sertanejo, exibido na afiliada mineira da TV Bandeirantes.

Depois de mudar-se para São Paulo, a cantora lançou seu segundo disco, Ana Rayo, e foi apresentada a Marcus Viana, um autor de músicas de novela que tem na bagagem trilhas das novelas Pantanal e O clone e da minissérie A casa das sete mulheres. Com o disco Canções do vento sul, a cantora foi indicada ao Prêmio TIM de Música Brasileira no ano de 2006 como Melhor Cantora.

Após muitos discos autorais e voltados para o estilo country, Paula Fernandes se aventurou no repertório internacional em 2006, gravando músicas como Angel, The boxer e Dust in the wind (esta era o nome do disco). Dois anos depois, já em nova gravadora, a cantora lançou o disco Pássaro de fogo, onde, além da faixa-título, se destacaram as canções Meu eu em você, Chuva chover, Espaço sideral (com participação de César Menotti e Fabiano) e Cheiro de mato (em dueto com Almir Sater), que foi tema da novela Paraíso, da TV Globo.

O violão de Paula Fernandes teve como companhia a sanfona de DOMINGUINHOS. José Domingos de Morais começou a tocar sanfona aos seis anos, e depois de muito tempo se apresentando com o apelido de Neném, seu padrinho musical Luiz Gonzaga recomendou o nome com o qual ele se consagrou. E foi com Gonzagão que ele teve sua primeira gravação - Moça de feira, tocando sanfona junto com o Rei do Baião.

Mais tarde, Dominguinhos conheceu no Espírito Santo os artistas Borborema e Miudinho e passou a formar o Trio Nordestino. Foram anos tocando em bares, churrascarias e boates e passou a conhecer outros ritmos. Mas a música nordestina sempre o chamava, e através de sua sanfona foi chamado para conhecer toda a boa música brasileira - Gal Costa, Maria Bethânia, Gilberto Gil (que gravou sua música mais conhecida, Eu só quero um xodó, feita em parceria com Anastácia), Chico Buarque e participou do primeiro disco de Elba Ramalho.

Elba retribuiu mais tarde, tornando a música De volta pro meu aconchego um grande sucesso, em especial por ela fazer parte da trilha da novela da TV Globo Roque Santeiro. Na mesma trilha, Dominguinhos emplacou a gravação de Isso aqui tá bom demais, com participação de Chico Buarque. Seu lado compositor também foi homenageado com as leituras de Quem me levará sou eu por Fagner e de Lamento sertanejo por Maria Bethânia.

Em mais de 50 anos de carreira, são 54 discos gravados e participação, shows pelo país afora e ser considerado por muitos como o melhor sanfoneiro do mundo (Elba Ramalho, Gilberto Gil e Chico Buarque são alguns dos que confirmam esta certeza).

Em tamanha trajetória, há momentos de encontros e desencontros entre Dominguinhos e Roberto Carlos. No ano de 1984, o sanfoneiro fez em parceria com Chico Buarque a música Tantas palavras, encomenda do próprio RC. No entanto, Roberto não a aceitou, dizendo que a música era linda, mas não era para ele. Em 1997, Dominguinhos convidou vários artistas como Chico Buarque, Gal Costa, Elba Ramalho e Gilberto Gil para um tributo a Luiz Gonzaga intitulado Dominguinhos e convidados cantam Luiz Gonzaga. Somente a faixa Asa Branca trouxe o sanfoneiro cantando sem convidado. Para esta faixa estava reservada para Roberto Carlos, mas o cantor não participou.

Em compensação, os dois se encontraram em dois discos de Roberto Carlos. E, curiosamente, na mesma música. A canção O baile da fazenda teve a sanfona de Dominguinhos como par constante no forró feito em 1998. Mas a regravação de 2005, num ritmo mais voltado para o country, teve um destaque um pouco mais tímido.

Só que a sanfona dele também esteve presente no Emoções Sertanejas. E o tributo proporcionou o encontro entre PAULA FERNANDES, uma artista em ascensão no cenário da música brasileira, e DOMINGUINHOS, um dos maiores músicos deste país. Tudo na mesma boleia de caminhão de RC.

Segue a letra! Na foto, Paula Fernandes e Dominguinhos.

Abraços a todos, Vinícius.

CAMINHONEIRO (Gentle on my mind) - John Hartford (versão de Roberto e Erasmo)

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais
Porque eu penso nela no caminho
Imagino seu carinho
E todo o bem que ela me faz

A saudade então aperta o peito
Ligo o rádio e dou um jeito
De espantar a solidão
Se é de dia eu ando mais veloz
E à noite todos os faróis
Iluminando a escuridão

Eu sei
`Tô correndo ao encontro dela
Coração `tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
Do volante eu penso nela
Já pintei no para-choque
Um coração e o nome dela

Já rodei o meu país inteiro
Como bom caminhoneiro
Peguei chuva e cerração
Quando chove o limpador desliza
Vai e vem no parabrisa
E bate igual, meu coração

Doido pelo doce do seu beijo
Olho cheio de desejo
Seu retrato no painel
É no acostamento dos seus braços
Que eu desligo meu cansaço
E me abasteço desse mel

Eu sei
Tô correndo ao encontro dela
Coração tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
No volante eu penso nela
Já pintei no para-choque
Um coração e o nome dela

Todo dia quando eu pego a estrada
Quase sempre é madrugada
E o meu amor aumenta mais
Olho o horizonte e vou em frente
Tô com Deus e vou contente
Meu caminho eu sigo em paz

Eu sei
Tô correndo ao encontro dela
Coração tá disparado
Mas eu ando com cuidado
Não me arrisco na banguela

Eu sei
Todo dia nessa estrada
No volante eu penso nela
Já pintei no para-choque
Um coração e o nome dela

O nome dela…
O nome dela…
O nome dela…
O nome dela…

P.S.: AMANHÃ é o dia! A TV Globo transmite logo depois da novela Viver a vida o especial Emoções Sertanejas. É RC abrindo a nova programação da emissora para 2010.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Emoções Sertanejas - BRUNO E MARRONE



Olá, amigos.

O Emoções de Roberto Carlos continua a trazer, post a post, todos os cantores sertanejos que se apresentaram no Emoções Sertanejas. O tributo, gravado no dia 17, faz parte das comemorações dos 50 anos de carreira de RC e será lançado em disco e DVD, além de se tornar um especial da TV Globo.

A dupla deste post faz parte de um local que desde a década de 1980 se popularizou como reduto de cantores sertanejos. Em Goiânia, o cantor Leonardo apresentou o amigo Bruno Vinícius a outro amigo, José Roberto. Assim começou a amizade que se tornou parceria e os dois adotaram o nome de BRUNO E MARRONE.

Após anos cantando em bares goianos, os dois lançaram seu primeiro disco em 1994, que trouxe a música Dormi na praça, além das canções A saudade não passa e Não vê que eu te amo. Foram 200 mil cópias vendidas em seus primeiros discos, que trouxeram músicas como Te amo e não te quero, Pela porta da frente, Tributo a Tião Carreiro e uma releitura de Viagem, música de João Aquino e Paulo César Pinheiro.

Mas o sucesso em larga escala mesmo veio a partir de 2001, quando a dupla lançou um disco acústico, trabalho pioneiro entre cantores sertanejos. Graças às 400 mil cópias vendidas e ao grande estouro das rádios, em especial com a música Dormi na praça. A repercussão foi tanta que no ano seguinte os dois se apresentaram na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro.

Bruno e Marrone conseguiram tanto destaque que no ano de 2004 lideraram a lista de vendagens em fevereiro com o disco Inevitável - num mês de carnaval, o mercado fonográfico tende a dar mais destaque a ritmos típicos da festa, casos do axé, do frevo e do samba. Alavancado pela música Vai dar namoro, o disco chegou à faixa de 600 mil cópias.

Ainda em 2004, a dupla lançou seu primeiro DVD - Bruno e Marrone ao vivo - mesclando sucessos dos discos Sonhos, amor e fantasia e Inevitável, trazendo a leitura de Grito de alerta, música assinada por Gonzaguinha e as inéditas O amor está aqui e Te amar foi ilusão. O DVD ganhou certificação de platina, pois mal chegou ao mercado e já estava com 75 mil cópias vendidas.

Além deste trabalho, a dupla também lançou o disco Bruno e Marrone ao vivo em Goiânia, que além de boa vendagem rendeu indicação ao Prêmio Tim de Música Brasileira e ao Grammy Latino. Com shows sempre lotados, a dupla sem dúvida é um dos destaques do atual panorama da música sertaneja.

Bruno e Marrone já passearam pela praia de Roberto Carlos em uma ocasião. No disco e DVD De volta aos bares, a dupla releu a música Cavalgada, numa interpretação muito interessante. E neste Emoções Sertanejas, os dois voltaram a cantar uma música da safra de Roberto e Erasmo.

Segue a letra! Na foto, Bruno e Marrone.

Abraços a todos, Vinícius.

DESABAFO - Roberto e Erasmo

Por que me arrasto aos seus pés
Por que me dou tanto assim
E por que não peço em troca
Nada de volta pra mim?

Por que é que eu fico calado
Enquanto você me diz
Palavras que me machucam
Por coisas que eu nunca fiz?

Por que é que eu rolo na cama
E você finge dormir?
Mas se você quer eu quero
E não consigo fingir

Você é mesmo essa mecha
De branco nos seus cabelos
Você pra mim é uma ponta
A mais nos meus pesadelos

Mas acontece que eu
Não sei viver sem você
Às vezes me desabafo
Me desespero porque

Você é mais que um problema
É uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus braços
Na hora que você quer...

sábado, 27 de março de 2010

Emoções Sertanejas - MARTINHA



Olá, amigos.

A série Emoções Sertanejas continua a enumerar a sequência de artistas que se apresentaram no palco do Ginásio do Ibirapuera no último dia 17 de março. O show vai se tornar um disco e um DVD, além de um especial da TV Globo.

Num olhar mais leigo, o nome de MARTINHA parecia destoar neste tributo da música sertaneja. Afinal, ela foi sempre associada à Jovem Guarda, onde recebeu de Roberto Carlos o epíteto de "Queijinho de Minas" e onde lançou sucessos como cantora e como compositora.

Através de sua voz, o público cantou Eu te amo mesmo assim, Não brinque assim, Última canção e Barra limpa (canção escrita em homenagem a Roberto Carlos). Seu talento como compositora foi reconhecido por Erasmo Carlos, em Só sonho quando penso que você sente tudo o que eu sinto, e por Roberto Carlos, que gravou sua música Eu daria a minha vida em 1967 (em 1976, a música faria parte do LP San Remo 68, uma compilação de canções lançadas originalmente em compacto). No ano 2000, Roberto voltou a gravar uma música de autoria dela - Tudo - para o disco Amor sem limite.

A ligação de Martinha com a música sertaneja veio depois do fim da Jovem Guarda. Em paralelo com uma carreira artística bissexta, da onde se destacaram as músicas Vai ser assim e Pouco a pouco, ela começou a escrever músicas para artistas sertanejos - dentre eles, Chitãozinho & Xororó, que interpretaram as canções Vem provar de mim, Queixas e Nossa história (todas parcerias com César Augusto).

No palco do Emoções Sertanejas, Martinha mostrou seu talento também como pianista. Além de cantar, ela tocou piano interpretando uma canção da safra romântica do repertório de RC. E, curiosamente, não foi escolhida uma canção da Jovem Guarda. Ela interpretou a primeira faixa do lado A do LP lançado por RC em 1994.

Segue a letra! Na foto, Martinha.

Abraços a todos, Vinícius.

ALÔ - Roberto e Erasmo

Diga logo de uma vez o que você quer de mim
Não me torture mais
Não me faça mais sofrer insistindo em me dizer
Que pensa em mim demais

Quando você fica só e precisa ouvir a voz
De quem te ama
Não suporta a solidão, pega o telefone e então
Me chama

E quando eu digo alô, fala de amor
Às vezes chora e mexe com meu coração
Me faz pensar que ainda me ama e alimenta essa ilusão
Que acaba nas semanas que você me esquece

Quando eu penso que esqueci
O telefone entra rasgando a madrugada a enlouquecer
O coração dispara, a mesma história vejo acontecer
E atordoado eu digo alô, e é você

Diga logo de uma vez o que você quer de mim

Quando você fica só
E precisa ouvir a voz de quem te ama
Não suporta a solidão, pega o telefone e então
Me chama
E quando eu digo alô, fala de amor
Às vezes chora e mexe com meu coração
Me faz pensar que ainda me ama e alimenta essa ilusão
Que acaba nas semanas que você me esquece

Quando eu penso que esqueci
O telefone entra rasgando a madrugada a enlouquecer
O coração dispara, a mesma história eu vejo acontecer
E atordoado eu digo alô, e é você...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Emoções Sertanejas - GIAN E GIOVANI



Olá, amigos.

A série Emoções Sertanejas traz a história de mais dois sertanejos que estiveram no palco do Ginásio do Ibirapuera para homenagear Roberto Carlos. O show faz parte das comemorações dos 50 anos de carreira do cantor, e renderá um especial da TV Globo, um disco e um DVD.

Os irmãos Aparecido e Márcio ainda eram crianças quando formavam com outro irmão, Arnaldo, o trio Sereno, Sereninho e Gauchinho. Depois de Arnaldo desistir da carreira artística, os dois primeiros continuaram na estrada e adotaram o nome artístico de GIAN E GIOVANI.

No ano de 1988, a primeira chance aconteceu pela gravadora Continental (responsável pelo lançamento de muitos cantores sertanejos), onde gravaram músicas como Espuma de cerveja e Amante anônimo - esta, um sucesso de outra dupla sertaneja, de nome Monetário e Financeiro.

Após quatro discos na Continental, a dupla lançou pela BMG o LP Gian e Giovani Volume 5. Na época, eles já contavam nos créditos de seus compositores nomes de destaque como Sula Miranda e Zezé Di Camargo, além de dois nomes que são associados a Roberto Carlos. O primeiro é Carlos Colla, que deu a RC sucessos como Falando sério, Sonho lindo e Da boca pra fora, e aos dois entregou músicas como Viola caipira. O segundo foi César Augusto, importante produtor de vários artistas sertanejos, e que, ao lado de Eduardo Lages, assinou Eu vou sempre amar você, canção que encerra o disco Pra sempre, lançado por RC em 2003.

Gian e Giovani voltaram para a Continental em 2000, onde lançaram o décimo disco da dupla, intitulado Dois corações. Vieram outros discos e alguns destaques como Sempre te amei, Te perdi e Amor da minha vida (esta música de autoria de Martinha, o assunto do próximo post desta série).

Em seus shows, a dupla já fazia uma reverência à obra de Roberto Carlos, fazendo uma leitura da música Alô, que Roberto e Erasmo fizeram para o disco de 1994 de RC. Mas o Emoções Sertanejas reservava espaço para eles cantarem outra música do repertório de Roberto.

Segue a letra! Na foto, Gian e Giovani.

Abraços a todos, Vinícius.

EU TE AMO, TE AMO, TE AMO - Roberto e Erasmo

Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar

Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudade de você
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar

Para mim não adianta
Tanta coisa sem você
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar o quanto sofri
Por todo esse tempo
Que eu quis lhe falar
Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Eu te amo, eu te amo, eu te amo...

Eu te amo, eu te amo, eu te amo...

terça-feira, 23 de março de 2010

Emoções Sertanejas - NALVA AGUIAR



Olá, amigos.

A série dos convidados presentes no Emoções Sertanejas continua, desta vez trazendo a primeira presença feminina no show do Ginásio Ibirapuera, em São Paulo. O show fez parte das comemorações pelos 50 anos de carreira de RC.

A mineira NALVA AGUIAR começou a cantar com três anos e aos sete começou a aprender acordeon. Após se destacar se apresentando em cidades do Triângulo Mineiro, Nalva teve sua primeira participação em LP em um disco da dupla Nízio e Nestor, nos anos 60.

Depois de participar dos primeiros filmes de Renato Aragão - Adorável trapalhão (de 1967) e 2000 anos de confusão (este, de 1969, já tinha Dedé Santana na companhia de Renato), Nalva trocou de estilo musical. Das músicas românticas do estilo da Jovem Guarda, ela voltou seu repertório para a música sertaneja.

Seus grandes sucessos foram uma releitura de Beijinho doce (música de Nhô Pai que tinha sido gravada anteriormente por Adelaide Chiozzo), as músicas Dia de formatura e Dois estranhos e os trabalhos com vários artistas da safra sertaneja. Nalva Aguiar gravou com o cantor Teixeirinha, o violeiro Tião Carreiro e foi a primeira artista a cantar músicas de Renato Teixeira.

Pioneira da música country no Brasil, Nalva ganhou títulos de Rainha dos Caminhoneiros e de Rainha do Peão de Boiadeiro (festa famosa de Barretos). Após alguns anos fora da mídia, quando aproveitou para morar nos Estados Unidos e no Canadá, a cantora voltou a cantar no ano de 1999, quando interpretou Menino dos zóio meu na compilação Discoteca do Chacrinha.

Nesta época, o apresentador da TV Record, Marcelo Costa, a levou para a gravadora Velas, onde gravou um disco cercado de convidados. Chitãozinho & Xororó dividiram os vocais em Meu bem querer, Ivan Lins teve uma participação na gravação de Bandeira do divino, Sérgio Reis cantou com ela Vende-se e o locutor de rodeios Barra Mansa declamou versos em Oração do peão boiadeiro.

A participação mais recente de destaque da televisão foi no programa Rei Majestade, do SBT, onde interpretou sucessos de seu repertório e também músicas de outros artistas - caso de No dia que saí de casa. E a grande dama da música sertaneja não podia faltar nesta reverência à obra de Roberto Carlos. Afinal, ela também está nessa longa estrada da vida. Ou nas curvas da Estrada de Santos.

Segue a letra! Na foto, Nalva Aguiar.

Abraços a todos, Vinícius.

AS CURVAS DA ESTRADA DE SANTOS - Roberto e Erasmo

Se você pretende saber quem eu sou
Eu posso lhe dizer
Entre no meu carro na Estrada de Santos
E você vai me conhecer

Você vai pensar que eu
Não gosto nem mesmo de mim
E que na minha idade
Só a velocidade anda junto a mim

Só ando sozinho e no meu caminho
O tempo é cada vez menor
Preciso de ajuda, por favor me acuda
Eu vivo muito só

Se acaso numa curva
Eu me lembro do meu mundo
Eu piso mais fundo, corrijo num segundo
Não posso parar

Eu prefiro as curvas da Estrada de Santos
Onde eu tento esquecer
Um amor que eu tive e vi pelo espelho
Na distância se perder

Mas se amor que eu perdi
Eu novamente encontrar
As curvas se acabam e na Estrada de Santos
Não vou mais passar
Não, não vou mais passar...

domingo, 21 de março de 2010

Emoções Sertanejas - CÉSAR MENOTTI E FABIANO



Olá, amigos.

A lista de cantores que participaram do Emoções Sertanejas no dia 17 de março continua, trazendo desta vez um representante mais recente da safra sertaneja. Representantes da música sertaneja de todos os tempos se reuniram para cantar o repertório de Roberto Carlos no show que faz parte das comemorações de seus 50 anos de carreira.

A segunda dupla da noite foi CÉSAR MENOTTI E FABIANO. Em dez anos de carreira, o paulistano César e o paranaense Fabiano já colecionam recordes invejáveis no cenário do cancioneiro brasileiro. Em 2000, os dois começaram a cantar na noite em Minas Gerais, em barzinhos frequentados por universitários (daí surge a expressão "sertanejo universitário" para designar esta e outras duplas bem-sucedidas do momento).

Depois da pouca repercussão do primeiro disco em 2004, no ano seguinte os dois ficaram conhecidos do grande público. Foi com o lançamento do disco e do DVD Palavras de amor ao vivo, gravado em Belo Horizonte, que as pessoas conheceram músicas como Mensagem para ela e, principalmente, Leilão. O disco vendeu 350 mil cópias e o DVD chegou à marca de 700 mil, além de proporcionar shows sempre lotados para a dupla.

O sucesso prosseguiu no ano de 2007, quando foi lançado Com você, disco em estúdio que rendeu o prêmio de Melhor Álbum Romântico no Grammy Latino daquele ano. A música de trabalho, Caso por acaso, estourou nas rádios.

2008 apresentou mais um sucesso em disco e em DVD. Voz do coração ao vivo mostrou uma dupla que mescla moda de viola, cancioneiro sertanejo e música pop, desde a releitura de músicas infantis como Superfantástico e Lindo balão azul até sucessos como Brincar de ser feliz e Me dê motivo. Além de mais uma canção que estourou nas rádios - Ciumenta - que foi usada até como marca do produto Assolan.

Com a divulgação da obra da dupla chegando até os Estados Unidos, é claro que César Menotti e Fabiano fariam parte da festa do Emoções Sertanejas. Depois de Milionário e José Rico (que cantaram À distância), a dupla deu sua leitura a uma das músicas sensuais mais conhecidas da obra de RC. Lançada no LP de 1973, esta proposta veio em tom bem sertanejo.

Segue a letra! Na foto, César Menotti e Fabiano.

Abraços a todos, Vinícius.

PROPOSTA - Roberto e Erasmo

Eu te proponho
Nós nos amarmos
Nos entregarmos
Neste momento
Tudo lá fora deixar ficar

Eu te proponho
Te dar meu corpo
Depois do amor
O meu conforto
E além de tudo
Depois de tudo
Te dar a minha paz

Eu te proponho
Na madrugada
Você cansada
Te dar meu braço
No meu abraço
Fazer você dormir

Eu te proponho
Não dizer nada
Seguirmos juntos
A mesma estrada
Que continua
Depois do amor
No amanhecer

Eu te proponho
Te dar meu corpo
Depois do amor
O meu conforto
E além de tudo
Depois de tudo
Te dar a minha paz

Eu te proponho
Na madrugada
Você cansada
Te dar meu braço
No meu abraço
Fazer você dormir

Eu te proponho
Não dizer nada
Seguirmos juntos
A mesma estrada
Que continua
Depois do amor
No amanhecer

No amanhecer

Eu te proponho...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Emoções Sertanejas - MILIONÁRIO E JOSÉ RICO



Olá, amigos.

Segundo o Site Oficial de Roberto Carlos, além das páginas eletrônicas e dos blogues (dentre eles o nosso parceiro Roberto Carlos Braga), o show Emoções Sertanejas foi muito bem sucedido e promete trazer ótimas recordações neste ano de comemoração pelos 50 anos de carreira de Roberto Carlos. Foram 19 números com cantores da safra sertaneja da música brasileira, além de duas canções interpretadas pelo Roberto e uma música que reuniu os convidados e o anfitrião da festa.

A noite começou com uma abertura instrumental feita pelo maestro Eduardo Lages e, em seguida, uma voz de rodeio anunciou uma dupla que está há muito tempo no cenário musical. O mineiro de Monte Santo Romeu Januário de Matos e o pernambucano de São José do Belmonte José Alves dos Santos se conheceram no início da década de 1970 em São Paulo, e lá começaram a formar a dupla MILIONÁRIO E JOSÉ RICO.

Depois de algumas tentativas frustradas na capital paulistana, os dois se mudaram para a cidade de Londrina, no Paraná, e passaram a gravar jingles comerciais de autoria do compositor Prado Júnior. O primeiro sucesso de Milionário e José Rico veio em 1982, com a música Tribunal do amor. Em seguida, o público acabaria conhecendo outras como Amor dividido, O tropeiro e De longe também ama.

Em 1985, viria aquele que talvez seja o maior sucesso dos dois: a leitura da música Estrada da vida, que além de dois milhões de cópias vendidas acabou rendendo um filme de mesmo nome (dirigido por Nelson Pereira dos Santos) que teve relativo sucesso no Brasil em época de crise monetária e também teve boa repercussão na China. O sucesso foi tanto que dois anos depois a dupla estrelou um novo filme - Sonhei com você - que, além da faixa título, trouxe as músicas Paixão de um homem e Saudade da minha terra.

No ano de 1991, a dupla se desfez. Romeu continuou com o nome artístico de Milionário (que criara em referência ao nome artístico do parceiro musical) e gravou um disco em parceria com Mathias - da dupla sertaneja Matogrosso e Mathias - enquanto José Rico se arriscou na carreira solo. Mas, três anos depois, Milionário e José Rico voltaram a cantar juntos e, além da homenagem a Ayrton Senna em Herói da velocidade, há algumas releituras de clássicos como Coração de luto, Boneca cobiçada, Moça e Gita.

Milionário e José Rico tinham se encontrado com a música de Roberto Carlos no ano de 2003. Em seu disco As gargantas de ouro do Brasil, volume 27 - Decida!, os dois deram uma interpretação sertaneja à Meu grito, música de RC gravada originalmente por Aguinaldo Timóteo. E eles foram os responsáveis pelo primeiro número da noite de Emoções Sertanejas. A canção escolhida é a primeira do lado B do LP de RC de 1972.

Segue a letra! Na foto, Milionário e José Rico.

Abraços a todos, Vinícius.

À DISTÂNCIA - Roberto e Erasmo

Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

O que restou do nosso amor ficou
No tempo esquecido por você
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar que eu nunca te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Emoções sertanejas - O SHOW



Olá, amigos.

Hoje é dia de mais um tributo a Roberto Carlos. Como parte das comemorações de seus 50 anos de carreira, o Ginásio do Ibirapuera recebe hoje o show EMOÇÕES SERTANEJAS.

Trata-se de um tributo de cantores sertanejos de todos os tempos para o repertório de Roberto Carlos. De Milionário e José Rico a Victor e Léo, passando por Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Daniel, Leonardo e até nomes de um regionalismo diferente, como Elba Ramalho. Nalva Aguiar e Martinha, nomes muito ligados à Jovem Guarda, também vão mostrar sua faceta sertaneja. Tudo em homenagem a Roberto Carlos.

A lista completa de cantores traz:

ALMIR SATER
BRUNO & MARRONE
CÉSAR MENOTTI & FABIANO
CHITÃOZINHO & XORORÓ
DANIEL
ELBA RAMALHO
GIAN & GIOVANI
LEONARDO
MARTINHA
MILIONÁRIO E JOSÉ RICO
NALVA AGUIAR
PAULA FERNANDES (com participação especialíssima de DOMINGUINHOS)
RIO NEGRO & SOLIMÕES
ROBERTA MIRANDA
SÉRGIO REIS
VICTOR & LÉO
ZEZÉ DI CAMARGO E LUCIANO


Como disse RC na música que canta com Chitãozinho & Xororó, logo mais, amigo, arrasta uma cadeira e chega mais pra perto para ouvir boa música sertaneja. O Emoções de Roberto Carlos falará de cada intérprete da noite nos próximos posts.

Segue a letra! Na foto, Roberto aplaudindo cada um dos cantores.

Abraços a todos, Vinícius.

ARRASTA UMA CADEIRA - Roberto e Erasmo

Amigo arrasta uma cadeira
Chega mais pra perto e fale o que quiser
Fale o que tiver vontade
De amor, de saudade, fale de mulher

Na minha vida existe uma
Que é a coisa mais linda que eu já conheci
Não sei se ainda assim tão jovem
Você tem história pra contar pra mim

Aí é que você se engana
Quando a gente ama o coração se aquece
E por amor se faz de tudo
E se faz muito mais quando a mulher merece

Amigo eu penso tanto nela
Mas ela também vive pensando em mim
O sol da minha vida é ela
Eu não pensei que alguém pudesse amar assim

Amigo eu também tenho história
Eu tenho alguém que um dia entrou no meu caminho
Suave como a flor do campo
Ela me deu amor, ela me deu carinho

Assim é a mulher que eu amo
Minha doce amada amiga e companheira

Pois cuide dela muito bem
Porque um grande amor é para a vida inteira

Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça

E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora

Amigo arrasta uma cadeira
Chega mais pra perto e fale o que quiser
Fale o que tiver vontade
De amor de saudade, fale de mulher

Eu só falei da minha amada
Que é tudo pra mim que é o sol da minha vida

E eu falei do meu amor
A flor que faz a minha estrada mais florida

Amigo a gente não se engana
Quando a gente ama o coração se aquece
E por amor se faz de tudo
E se faz muito mais quando a mulher merece

Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça

E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora

Se a conversa é boa o tempo logo passa
Quando se ama a gente não disfarça
E sempre fala da mulher amada
E a prosa tem mais graça

E nessa conversa vai passando a hora
Se alguém espera a gente não demora
E o coração no peito bate forte
E a gente vai embora...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Luiz Carlos Paraná


Olá, amigos.

O dia 15 de março é uma data muito importante para a carreira de Roberto Carlos. Neste mesmo dia, em 1932, nascia LUIZ CARLOS PARANÁ.

O lavrador nascido em Ribeirão Claro, no Paraná, Luiz Carlos se mudou para o Rio de Janeiro aos 19 anos. Na pensão que morava na Cidade Maravilhosa, teve a companhia de um músico iniciante chamado João Gilberto. Paraná dividia sua rotina entre o trabalho como comerciário e as apresentações musicais em boates.

Anos mais tarde, Luiz se mudou para São Paulo, e foi responsável pela direção artística do bar João Sebastião Bar, reduto de boa música brasileira. O local foi o cenário da primeira apresentação do cantor e compositor Chico Buarque.

Luiz Carlos Paraná também foi responsável pela criação do Bar Jogral, ponto de encontro de intelectuais, músicos, compositores e poetas na capital paulistana. Sua faceta de compositor começou a ter destaque em 1964, com a gravação de Carlos José para sua música Queria.

E o autor ficaria marcado também por músicas de festival. A primeira delas veio no II Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record. Com interpretação de Elza Soares, a música De paz e amor, parceria dele com Adauto Santos, ficou em segundo lugar no ano de 1966.

No ano de 1967, Paraná lançou um compacto com as músicas Capoeira do Arnaldo e Napoleão, e teve destaque na primeira edição da Bienal do Samba, cantando a música Samba do suicídio, de Paulo Vanzolini. Em 1969 e em 1970, ele foi responsável pela produção de discos "derivados" do bar Jogral - Jogral 69 ou Os homens verdes da noite e Jogral 70.

Em 1970, Luiz Carlos Paraná tinha gravado cinco músicas para lançar em seu primeiro LP solo, mas elas acabaram não sendo lançadas. Há 40 anos, num 3 de dezembro, Luiz faleceu aos 38 anos.

No ano de 1975, o cantor Marcus Pereira lançou todas elas no disco A música, de Carlos Paraná. Dentre as canções estavam Canoa vazia, De amor e paz, Se for pra medir saudade, Você merece um tango e Queria. Na contracapa do disco, Paulo Vanzolini deixou as palavras sobre o compositor:

"Luiz Carlos, que não foi de Oliveira por descuido do cartório, e acabou Paraná por amor ao chão, menino de roça que foi, educou-se sozinho, começando com Cruzeiro e Manchete e evoluindo depressa. Tinha paixão pela justa medida, pela clareza e pela simplicidade. Por isso compunha pouco, embora rimasse fácil e fosse bom improvisador. Saindo de um bom gosto provinciano para um artesanato exigente, não teve tempo para fazer muito, mas sempre teve para fazer ótimo".

Marcus Pereira também incluiu em seu repertório a canção de Luiz Carlos Paraná que chegou ao caminho de Roberto Carlos. No ano de 1967, o então "rei do iê-iê-iê" se aventurava num Festival da Música Popular Brasileira. Com uma canção bem diferente do estilo que apresentava no programa Jovem Guarda, Roberto cantou um lamento de carnaval.

E foi por causa de Maria, da Maria personagem de Maria, carnaval e cinzas, que Luiz Carlos Paraná se tornou um dos muitos compositores que passaram pela carreira de RC. A música chegou ao quinto lugar no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, e Roberto gravou-a em compacto na época. Mais tarde, ela fez parte do LP San Remo 68, lançado em 1976 com uma compliação de músicas lançadas em compactos.

Segue a letra! Na foto, Luiz Carlos Paraná, e abaixo o registro de RC interpretando a música no palco do Teatro Record. Ele se apresentou acompanhado do conjunto O Grupo.

Abraços a todos, Vinícius.

MARIA, CARNAVAL E CINZAS - Luiz Carlos Paraná

Nasceu Maria, quando a folia
Perdia a noite ganhava o dia
Foi fantasia seu enxoval
Nasceu Maria no carnaval

E não lhe chamaram assim como tantas
Marias de santas, Marias de flor
Seria Maria, Maria somente
Maria semente de samba e de amor

Não era noite, não era dia
Só madrugada, só fantasia
Só morro e samba, viva Maria
Quem sabe a sorte lhe sorriria

E um dia viria de porta-estandarte
Sambando com arte, puxando cordões
E em plena folia de certo estaria
Nos olhos e sonhos de mil foliões

Morreu Maria, quando a folia
Na quarta-feira também morria
E foi de cinzas seu enxoval
Viveu apenas um carnaval

Que fosse chamada então como tantas
Marias de santas, Marias de flor
Em vez de Maria, Maria somente
Maria semente de samba e de dor

Não era noite, não era dia
Somente restos de fantasia
Somente cinzas, pobre Maria
Jamais a vida lhe sorriria

E nunca viria de porta-estandarte
Sambando com arte puxando cordões
E não estaria em plena folia
Nos olhos e sonhos de seus foliões

E não estaria em plena folia
Nos olhos e sonhos de seus foliões

Maria, Maria, Maria...



P.S.: a partir do próximo post, o Emoções de Roberto Carlos falará sobre o Emoções Sertanejas, tributo dos cantores sertanejos à obra de RC. O show, que será exibido pela TV Globo e mais tarde lançado em disco e em DVD, faz parte das comemorações pelos 50 anos de carreira do cantor.

sábado, 13 de março de 2010

Hebe



Olá, amigos.

Esta semana, Roberto Carlos foi o responsável por um momento emocionante na televisão brasileira. No programa de volta da apresentadora Hebe Camargo, em meio a tantos amigos presentes na plateia e no palco, RC apareceu numa gravação, em um momento exclusivo com Hebe.

Os dois tiveram um bate-papo bem informal sobre os 50 anos de carreira de RC, com toda a trajetória e as comemorações. E numa participação luxuosíssima, o maestro Eduardo Lages esteve ao piano, tocando músicas incidentais que sublinharam as histórias que Roberto contava para ela.

Um momento tão emocionante quanto este é digno de uma comemoração aqui no Emoções de Roberto Carlos. Portanto, este que vos escreve traz O PRIMEIRO POST COM VÍDEO DE YOU TUBE.

Abaixo, seguem as duas partes da conversa entre Roberto Carlos e Hebe Camargo. Com direito a Parabéns pra você e a uma canção interpretada exclusivamente para ela. Pela primeira vez em muitos anos, Roberto cantou ao vivo num programa que não era da Rede Globo.

Segue a letra da canção! Na foto, Roberto e Hebe.

Abraços a todos, Vinícius.

COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ - Roberto Carlos

Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você

E não ha nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você

Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor, nem mais bonito

Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você

Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você

Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você

Mas como é grande o meu amor por você...

PARTE 1



PARTE 2

quinta-feira, 11 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - ÍNDIA



Olá, amigos.

Encerrando a série "Roberto Carlos em bom português", chegamos ao disco de 2005, que traz a mais recente versão interpretada por Roberto Carlos.

Trata-se de Índia, versão de JOSÉ FORTUNA para a guarânia de Manuel Ortiz Guerrero e Jose Assunción Flores. Assim como Fascinação, Meu primeiro amor e Yolanda, creio que esta seja uma das músicas internacionais mais "brasileiras" do nosso cancioneiro.

O paulista de Itápolis José Fortuna foi pioneiro na música brasileira ao trazer para o português a letra desta guarânia. A gravação da dupla Cascatinha e Inhana para esta música e para Meu primeiro amor (também versionada por Fortuna) em 1952 foram os primeiros passos da entrada deste gênero no Brasil.

Autor de muitos estilos - modas de viola, valsas, fox, rancheiras, sambas-canção - José teve sua primeira canção gravada em 1944, Moda das flores, escrita em parceria com Raul Torres e gravada pela dupla Raul Torres e Florêncio. Em 1947, passou a se apresentar ao lado de seu irmão, Euclides Fortuna, formando a dupla Zé Fortuna e Pitangueira. Mais tarde, a dupla se tornaria trio, com a entrada de sanfoneiros (até, em definitivo, entrar Zé do Fole). Eles se apresentaram nesta formação por 25 anos.

Gravado por vários artistas de todas as épocas e de todos os estilos, Fortuna é autor de canções como Anahy, Fronteriça e Solidão. Algumas músicas chegaram a ter 30 gravações diferentes. Índia, por exemplo, também foi gravada por Ângela Maria, Paulo Sérgio e Gal Costa.

Além da sua relação com a música, Fortuna trabalhou também no teatro e na literatura de cordel. São 30 livros publicados e 42 peças (e em todas ele atuou). É dele a Companhia Teatral Maracanã, que durante anos se apresentou em circos, no interior do país e em algumas cidades da América do Sul - por receber vários prêmios, a companhia passou a ser conhecida também como Os Reis do Teatro.

A companhia teatral se desfez em 1975, e José Fortuna voltou a se dedicar exclusivamente à música, participando de festivais de música sertaneja até 1983, ano em que a doença de chagas o levaria aos 60 anos. Sua obra traz duas mil músicas, além de 800 letras inéditas.

Comprovando que boa música não tem idade, Roberto Carlos incluiu Índia em seu disco de 2005. E, no bom português de José Fortuna, RC trouxe para a música brasileira uma nova interpretação do amor pela índia de sangue tupi.

Segue a letra! Na foto, José Fortuna.

Abraços a todos, Vinícius.

ÍNDIA (India) - Manuel Ortiz Guerrero e Jose Assunción Flores (versão de José Fortuna)

Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como a noite que não tem luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena, tua boca pequena
Eu quero beijar
Índia, sangue tupi
Tem o cheiro da flor
Vem, que eu quero te dar
Todo meu grande amor

Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-lhe adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia , levarei saudade da felicidade
Que você me deu

Índia, a tua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Flor do meu Paraguai

terça-feira, 9 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - INSENSATEZ



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em bom português traz mais um momento em que Roberto Carlos dedicou seu repertório a uma versão. Mas, assim como foi o caso de Sonríe, a música de hoje é uma versão feita para o castelhano.

Após o LP de 1993 (que trouxe músicas do disco lançado no Brasil em dezembro de 1992), Roberto ficou um tempo sem lançar nenhum álbum para o mercado latino. Em 1997, a sequência de anos foi interrompida com um disco feito inteiramente para lá - mas que acabou sendo o álbum de fim de ano daqui.

Canciones que amo trouxe nove músicas da safra romântica em espanhol que RC selecionou de sua vida. Vieram leituras de grandes canções como Abrázame así e Adiós. A única música em português foi Coração de Jesus, mensagem religiosa escrita em parceria com Erasmo Carlos.

Ao lembrar as canções que ama, Roberto Carlos retornou às suas origens da Bossa Nova e reverenciou Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes. Entretanto, numa versão em castelhano, feita pelo próprio RC.

A parceria entre Roberto Carlos, Tom Jobim e Vinícius de Moraes se realizou. E a insensatez de uma das maiores duplas musicais deste país conheceu uma nova língua.

Segue a letra! Na foto, um dos registros de Roberto Carlos para o disco Canciones que amo.

INSENSATEZ - Tom Jobim e Vinícius de Moraes (versão de Roberto Carlos)

Ah, que insensatez hiciste tú
Corazón más sin cuidado
Por un gran dolor lloro tu amor
Un amor tan delicado

Ah, porque razón hacer sufrir
Quien sólo amor te ha dado
Ah, mi corazón sólo hace así
Quien no sabe se amado

Va mi corazón dile a tu amor
Que tú estás arrepentido
Que lo que pasó fue insensatez
Y que ahora has comprendido

Va mi corazón y con amor
Sincero, apasionado
Va pide perdón pues por amor
Uno siempre es perdonado...

domingo, 7 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - DIZEM QUE UM HOMEM NÃO DEVE CHORAR


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em bom português mostra outra versão presente no LP de 1992. Desta vez, Roberto resgatou uma canção interpretada por um grupo de artistas de muito destaque na música latino-americana.

O grupo TRIO LOS PANCHOS começou a tocar em Nova Iorque, no ano de 1944. Sua primeira formação foi com o porto-riquenho Hernando Avilés e os mexicanos Chucho Navarro e Alfredo Gil. Com o passar dos anos, outros artistas entraram no Trio Los Panchos, casos de Enrique Cáceres e Johnny Albino.

Logo o grupo começou a se destacar por suas interpretações de boleros, em gravações marcantes como Alma, corazón y vida, La hiedra, Contigo aprendí e Tu me acostumbraste. Dois boleros interpretados pelo grupo também fizeram parte de LPs de Roberto Carlos: El día que me quieras (em 1973) e Esta tarde vi llover (em 1979 e em 1997).

A música do Trio Los Panchos que Roberto Carlos decidiu cantar em bom português no seu LP de 1992 tem entre os seus autores uma pessoa importante para a história da música regional brasileira. O compositor Mário Zan é responsável por trazer a guarânia (presente no repertório de RC com suas gravações de Índia e Arrasta uma cadeira) para o cancioneiro brasileiro.

E a música de hoje traz um dado curiosíssimo. Roberto Carlos e Erasmo Carlos fizeram a versão... DA VERSÃO! Mário Zan e Palmeira escreveram originalmente a música Nova flor, que falava sobre um fim de amor que havia sido amenizado por uma "nova flor". A letra é a seguinte:

Quando te perdi
Não compreendi
Tua ingratidão
Fiquei a chorar
Sem me conformar
Com a solidão
A nossa casinha na beira da linha tão triste ficou
Só o teu perfume fazendo ciúme foi o que restou

Seu procedimento me fez infeliz
Deixando em meu peito uma cicatriz
Ao te ver de braços com um outro amor
Não sei como pude suportar a dor

Eu sei que um homem não deve chorar
Por uma mulher lhe abandonar
Mas acreditando nos carinhos teus
Com o desencanto quem chorou fui eu

Hoje faz um ano
que o desengano
E a solidão
Tiveram um fim
Ao chegar pra mim
Nova ilusão

No jardim do amor uma nova flor veio florescer
Trazendo bonança e nova esperança para o meu viver

Dizem que há males que vem para bem
Um amor se vai e outro logo vem
Como não há mal que não tenha fim
O que me fizestes foi um bem pra mim
Não venho pedir não venho implorar
Venho aqui somente para te contar
Que não interessa mais o seu amor
Pois tenho comigo uma nova flor

Eu sei que um homem não deve chorar
Por uma mulher lhe abandonar
Mas acreditando nos carinhos teus
Com o desencanto quem chorou fui eu...


O Trio Los Panchos decidiu pegar a música e fazer uma versão em castelhano. E, em 1992, Roberto Carlos e Erasmo Carlos trouxeram novamente para o português - e Los hombres no deben llorar se tornou Dizem que um homem não deve chorar.

Em mais um encontro com a música internacional, Roberto Carlos traz para a música brasileira um pouco do cancioneiro da América Latina. A interpretação desta versão traz uma raridade: é a única versão na qual RC canta um trecho da letra em sua língua original. Mas, mesmo assim, a música em castelhano não foi lançada no mercado latino em 1993.

Segue a letra! Na foto, uma das formações do Trio Los Panchos.

Abraços a todos, Vinícius.

DIZEM QUE UM HOMEM NÃO DEVE CHORAR (Nova flor / Los hombres no deben llorar) - Palmeira, Mário Zan e Pepe Ávila (versão de Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Dizem que um homem não devem chorar
Por uma mulher que não soube amar
Mas como eu não pude conter o meu pranto
Fechei os meus olhos, me pus a chorar
Não acreditei
Quando vi você me dizendo adeus
Eu jamais pensei
Tanta ingratidão ver nos olhos seus

Quando um homem faz do amor de uma mulher
Razão da sua vida
De tudo ele é capaz pra não sofrer jamais
A dor da despedida

Fica mais comigo, tente uma vez mais
Pensa no que fomos há algum tempo atrás
Eu ainda sou aquele mesmo estranho
Que ao te conhecer te amou demais

Dizem que um homem não deve chorar
Por uma mulher que não soube amar
Mas como eu não pude conter o meu pranto
Fechei os meus olhos, me pus a chorar

Quando um homem faz do amor de uma mulher
Razão da sua vida
De tudo ele é capaz pra não sofrer jamais
A dor da despedida

Fica mais comigo, tente uma vez mais
Pensa no que fomos há algum tempo atrás
Eu ainda sou aquele mesmo estranho
Que ao te conhecer, te amou demais

Dizem que um homem não deve chorar
Por uma mulher que não soube amar
Mas como eu não pude conter o meu pranto
Fechei os meus olhos, me pus a chorar

Dicen que los hombres no deben llorar
Por una mujer que ha pagado mal
Pero yo no pude contener mi llanto
Cerrando los ojos, me puse a llorar

Dizem que um homem não deve chorar
Por uma mulher que não soube amar
Mas como eu não pude conter o meu pranto
Fechei os meus olhos, me pus a chorar...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - VOCÊ COMO VAI?



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em bom português traz hoje uma versão cantada por RC para uma música italiana. Ele dedicou sua voz à canção de um artista muito conhecido no cenário internacional.

O romano CLAUDIO BAGLIONI começou a carreira ainda com 13 anos, cantando músicas de Paul Anka. Mas ele passaria a ter destaque mesmo na década de 1970, quando fez shows por toda a Europa. Seu maior sucesso é La vita é Adesso, nome do disco mais cultuado de sua discografia.

Baglioni já recebeu leituras de vários cantores italianos, como Laura Pausini, e também de outro cantor brasileiro. Renato Russo dedicou dois álbuns à música italiana, e em cada um abriu espaço para uma faixa - La vita é Adesso e E tu come stai?.

A segunda canção foi a escolhida por Roberto e Erasmo para uma versão do LP de 1992. Oito anos depois do lançamento original, a música de Claudio Baglioni chegou ao Brasil, em bom português.

Segue a letra! Na foto, a capa do LP E tu come stai?, de Baglioni.

Abraços a todos, Vinícius.

VOCÊ COMO VAI? (E tu come stai?) - Cláudio Baglioni (versão de Roberto e Erasmo)

Tenho andado sem destino
Sem carinho e sem amor
E provado o gosto amargo
O prato feito pela dor

Você, como vai?
Você, como vai?
Você, como vai?

Tenho tido a companhia
De alguns amigos, e o meu cão
Inocente late forte
Pra espantar a solidão

Você, como vai?
Você, como vai?
Você, como vai?

Você, como vive?
Onde você está?
Quem te levou de mim?
Quem tem você agora?

E quem te telefona?
Pra te falar de amor?
Quem te levou embora?

Você, como vai?
Você, como vai?
Você, como vai?

Hoje eu encontrei
Seu nome no meu coração
Por mais que eu tente esquecer
Vive em meu peito essa paixão

Você, como vai?
Você, como vai?
Você, como vai?

Você, como vive?
Quem vive em meu lugar?
Quem faz você sorrir?
E por quem você chora?

E quem te enxuga as lágrimas?
Quem não te deixa só?
Quem te pergunta agora?

Você, como vai?
Você, como vai?
Você, como vai?

Você, como vai?
O tempo não passou pra nós
Nada mudou, estou aqui, tudo é igual

Você, como vai?
Eu vou vivendo a vida só
O tempo passa, o que fazer, não te esqueci

Você, como vai?
O tempo não passou pra nós
Nada mudou, tudo é igual, estou aqui,

Você, como vai?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - SE VOCÊ QUER


Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em bom português novamente traz Roberto Carlos interpretando uma versão de música assinada por Roberto Livi. E desta vez, a gravação da canção mostra uma característica presente nos duetos que RC incluiu em seu disco.

A primeira vez que Roberto Carlos dedicou uma faixa à participação de uma cantora foi no LP de 1982. A primeira canção do disco, Amiga, dele e de Erasmo Carlos, teve participação de Maria Bethânia num dueto marcante e que fez parte de seu especial anual.

Como era de hábito, Roberto lançou no início do ano seguinte um LP para o mercado latino, interpretando suas músicas na língua hispânica. Amiga também recebeu letra em espanhol, mas em vez de Bethânia, a cantora escolhida para o dueto foi Ana Belén.

Em 1991, a canção Si piensas... si quieres..., de Roberto Livi e Alejandro Vezzoni, foi incluída no LP. Para interpretar a letra original, lançada no álbum para o mercado latino em 1992, RC cantou na companhia de Rócio Dúrcal.

E para cantar em bom português esta canção, a cantora escolhida foi Fafá de Belém. Sobre a autoria desta versão, a coleção Pra sempre, que remasterizou e dividiu em décadas todos os discos de Roberto Carlos, trouxe uma contradição.

No LP original, lançado em 1991, a versão está creditada a Roberto Carlos e Carlos Colla. Neste relançamento, tanto no livreto que traz as letras e na parte interna do mini-LP a música tem como autores a dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Este blogue vai colocar como responsáveis pela letra Roberto e Carlos Colla, como apareceu na primeira edição do disco. A dupla, que já foi responsável por Se o amor se vai, escreveu em bom português a discussão de um casal, nas palavras de Se você quer.

Segue a letra! Na foto, Roberto e Fafá, no Roberto Carlos Especial de 1991. Este número faria parte do disco e do DVD Duetos, lançado em 2006.

Abraços a todos, Vinícius.

SE VOCÊ QUER (Si piensas... si quieres...) - Roberto Livi e Alejandro Vezzani (versão de Roberto Carlos e Carlos Colla)

(FAFÁ)
Se você quer voltar pra mim
Não vai ser como era antes
Tem que ser tudo como eu quero
Senão não vamos ser amantes
Você bem sabe do que eu falo
O que sofri já foi bastante

(ROBERTO)
Se você quer voltar pra mim
Condições eu não aceito
Você bem sabe que eu te quero
Mas não me fale desse jeito
Porque por bem você me leva
Mas dessa forma nada feito

(FAFÁ)
Mas eu não posso permitir
Esse amor a me ferir
Que me queiras quando queres
Que dividas teu carinho
Entre amigos e canções
E quem sabe com mulheres

(ROBERTO)
Mas eu sempre fui assim
Um boêmio, um sonhador
Pela vida apaixonado
Ser assim não é defeito
Me assuma desse jeito
Pra que eu fique do seu lado

(FAFÁ)
Se você quiser voltar...

(ROBERTO)
Se você quiser que eu volte...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Roberto Carlos em bom português - POR ELA



Olá, amigos.

A série Roberto Carlos em bom português chega a mais uma década de versões cantadas por Roberto Carlos. E, assim como os súditos se acostumaram a ouvir na segunda metade da década anterior, 1990 começa com uma versão de origem hispânica (além de Mujer, canção de Roberto Livi e Salako, no idioma original)

No LP de 1990, RC trouxe para o português uma salsa assinada por José Manuel Soto. Um dos responsáveis pela versão foi o compositor Maurício Pinheiro Reis, conhecido na música brasileira como BIAFRA.

Depois de fazer parte de um conjunto vocal chamado O Circo, Biafra lançou seu primeiro disco solo em 1979: Primeira nuvem. A canção de mais destaque foi Helena, que se tornou tema da novela Marrom glacé, na TV Globo.

Na década seguinte veio uma carreira bem sucedida, na qual se destacam as canções Leão ferido e O sonho de Ícaro, canções respectivamente de 1981 e 1984 e que fizeram com que por duas vezes ganhasse o Disco de Ouro. Assim como RC, Biafra lançou nos anos 80 um disco a cada ano.

A partir de 1990, seus discos começaram a sair de maneira mais espaçada, mas sempre tendo participações de artistas como Flávio Venturini e o grupo Roupa Nova. E, assim como nos anos 1980 (além de Marrom glacé, ele fez parte das trilhas das novelas O jogo da vida e A gata comeu), continuou fazendo parte do repertório que embalava as histórias exibidas nas novelas da TV Globo - casos de Barriga de aluguel, Mulheres de areia e Quem é você?.

Ao escrever a versão da salsa Por ella, Biafra teve a ajuda de seu irmão, Aloysio Reis. E, além de ajudar Roberto Carlos a cantar em bom português a música de José Manuel Soto, ele também está no repertório de RC com Mudança, escrita com Aloysio Reis e Nilo Pinta, presente no LP de 1991.

Segue a letra! Na foto, Biafra.

Abraços a todos, Vinícius.

POR ELA (Por ella) - José Manuel Soto (versão de Biafra e Aloysio Reis)

Por ela a beleza do sol e das madrugadas
Por ela meus sonhos de amor e as noites amargas
Por ela as palavras sabem virar poesia
Por ela vira realidade minha fantasia

Por ela cada despertar, cada sentimento
As flores, a música, o mar, a chuva e o vento
A luz, o calor, o fogo, a terra e a água
Por ela a mais doce lembrança do corpo e da alma

Por ela o amor, a dor, a paz e o tormento
Por ela a ilusão e a sina de viver querendo
Por ela eu olho aquela estrela que brilha no espaço
Por ela o nascer do dia, a força do abraço

Por ela eu vivo sempre só nessa longa estrada
Por ela esse grito de amor e essa dor calada
Por ela eu choro de alegria e canto de saudade
Por ela o sol que vai nascer depois da tempestade

Por ela as contradições e até os desvarios
Por ela cada insensatez, cada desafio
As lágrimas caídas no rosto, também as delícias
Ciúmes, a fúria contida depois as carícias

Por ela tantas sensações a mais nos meus sentidos
Por ela tantas emoções de um coração sofrido
Suspiros, ilusões, paixão, poemas e loucuras
E todas as frases de amor e as palavras mais puras

Por ela o amor, a dor, a paz e o tormento
Por ela a ilusão e a sina de viver querendo
Por ela eu olho aquela estrela que brilha no espaço
Por ela o nascer do dia e a força do abraço

Por ela eu vivo sempre só nessa longa estrada
Por ela esse grito de amor e dor calada
Por ela eu choro de alegria e canto de saudade
Por ela o sol que vai nascer depois da tempestade...